Assim que cheguei em Lisboa quase não sai para lugar algum além da faculdade. Às vezes ia em mercados e lojas para comprar coisas que eu precisava. Também saí algumas vezes para visitar lugares turísticos. Museus e galerias de arte eram os meus lugares preferidos.
Com o passar do tempo fiz alguns amigos na faculdade e no trabalho. Nada de muito íntimo, mas já conversava com algumas pessoas. Às vezes ia em alguns bares após o trabalho tomar umas cervejas com o pessoal. Mais ou menos depois de uns cinco meses conheci Rodrigo. Ele veio sentar em nossa mesa a convite de um amigo meu do trabalho. Ele sentou-se ao meu lado e gostei muito dele de cara. Bonito, educado, inteligente e com um bom papo.
Acho que ele também gostou de mim porque logo a gente meio que só conversava entre nós, meio que ignorando o resto do pessoal da mesa.
Nem vi a hora passar e quando dei por mim já tinha perdido a hora de ir para faculdade. Bom aproveitei e estendi a noite um pouco mais. Quando resolvi ir para casa ele se ofereceu para me levar. Eu aceitei já que ele era conhecido de algumas pessoas ali e senti confiança nele. Não rolou nada nesse dia, ele nem tentou nada, mas me elogiou bastante. Foi um perfeito cavalheiro comigo e aquilo me cativou.
Trocamos números de telefone e durante o resto da semana trocamos algumas mensagens. Ele sempre me dava boa noite e bom dia. Eu queria vê-lo de novo, mas ele tinha saído de viagem dois dias após nos conhecermos. Só iria voltar na outra semana.
Assim que ele chegou na quinta feira da outra semana, marcamos de nos ver. Nesse dia rolou o primeiro beijo. Eu estava encantada com aquele homem. Ele era lindo, carinhoso, educado, inteligente e o melhor, era solteiro.
Saímos novamente no final de semana e no meio da outra semana. Esses encontros acabaram virando um namoro. Nas férias do final daquele ano levei ele para conhecer minhas mães. Se deram muito bem. Eu estava muito feliz com quase tudo. Quase, porque na cama meio que faltava um pouco de pegada. Ele era muito carinhoso comigo o tempo todo. Um verdadeiro homem romântico, mas tipo as vezes na cama é bom um pouco de sacanagem. Um tapa na bunda, um puxão de cabelo. Mas achei que com o tempo ele ia se soltar mais.
Bom eu tive alguns rolos aqui no Brasil e um namorado. Foi com esse namorado que perdi minha virgindade. Ele era do tipo de garoto safado na cama e eu gostava daquilo. Mas infelizmente não era só na cama que ele era safado. Então depois de um ano de namoro descobri que ele ficava com algumas outras garotas do colégio. Terminei o namoro, mas na verdade nem tanto. Até continuamos amigos. Cheguei a ir pra cama com ele mais algumas vezes, mas era só sexo mesmo sem compromisso ou sentimentos.
Depois dele fui para cama com mais alguns rolos que tive, mas nada sério. Eu gostava de sexo, não que eu ia pra cama de qualquer um, mas quando eu ia aproveitava o máximo sem frescura.
Com Rodrigo era sempre com muito carinho. Ele era cavalheiro até na cama, mas às vezes sentia falta de algo mais quente. Com mais tesao que amor.
Rodrigo também era meio fresco. Tipo não curtia muito sexo oral. Nem de receber e principalmente de fazer. Durante o tempo de namoro e noivado pode contar as vezes que ele me chupou ou deixou eu chupar ele. Mas eu o amava e tirando isso ele era perfeito. Na verdade eu gostava de transar com ele. Não era aquela coisa ruim, tive meus orgasmos com ele. Só sentia falta de um pouco mais de pegada mesmo. Mas nada é perfeito e eu não ia deixar o homem que eu amava e me tratava como uma princesa por causa disso.
Depois de dois anos de namoro ele me pediu em casamento. Ele fechou um restaurante só pra gente. Foi um jantar a luz de vela com tudo decorado com corações e pétalas de rosa. A coisa mais linda e romântica do mundo. Claro que aceitei seu pedido.
Bom, com isso já estamos juntos a quase 4 anos. Nus damos muito bem. Nunca tivemos uma briga séria. Algumas discussões por causa de ciúmes meus por causa das suas viagens. Foi mais no início, mas com o tempo isso passou. Ele é do tipo de homem que sempre atende quando eu ligo. Sei a senha do celular dele porque ele me passou apesar de eu nunca pedir. Ele nunca me deu motivo para desconfiar dele em nada. Isso me dá muita segurança.
Ele é sócio do irmão em uma empresa de equipamentos eletrônicos. Por isso as vezes viaja para outras cidades para fechar alguns contratos e instalar alguns equipamentos. Infelizmente o irmão dele perdeu o movimento das pernas em um acidente de carro e vive hoje em uma cadeira de rodas.
Bom, estou no meu último ano letivo. No meu trabalho as coisas andam bem. Tenho a confiança do meu patrão e fico a maioria do tempo no balcão atendendo os clientes. A joalheria é uma das maiores e melhores da cidade. Só tem joias de qualidade e muito caras. Tem algumas peças muito lindas, mas sempre ficam no cofre de segurança. Os clientes só podem ver fotos. As mais simples ficam na vitrine. Mesmo essas simples são realmente caras.
Meu relacionamento ultimamente tem me incomodado um pouco. Acho que meio que caiu na rotina. Às vezes por ser quase perfeito fica meio chato às vezes. Mas acho que é só uma fase. Logo a gente se casa e como vamos mudar totalmente nossa rotina com o casamento, acho que as coisas vão melhorar.
Rodrigo topou ir comigo pro Brasil. Ele vai abrir uma filial da empresa em Fortaleza. Não era onde eu queria morar, mas mesmo assim dá pra eu ficar mais perto das minhas mães. São duas horas de viagem até onde elas moram, então dá pra ir sempre visitá-las. Também é justo morar na capital onde Rodrigo achou mais viável abrir a filial. Ele vai deixar seu país para viver comigo, então é justo eu pelo menos fazer esse sacrifício por ele.
Eu falo com minhas mães todos os dias por mensagem ou ligação. Fora que fazemos chamadas de vídeo nem que seja duas vezes por semana. Nunca deixei de ir velas durante minhas férias. Duas vezes até fui sozinha porque o Rodrigo não pode ir. Outras vezes ele ia comigo e voltava antes. Ou eu ia primeiro e depois ele ia ficar uns dias. O trabalho dele não deixava ele ficar tanto tempo longe.
Minhas mães sabiam de tudo da minha vida. Meus problemas, meus medos, minhas inseguranças, nunca escondi nada delas. Elas sempre me deram liberdade para fazer minhas escolhas e viver minha vida. Sempre me deram muitos conselhos, mas nunca foram de impor regras. Até porque nunca dei trabalho a elas. Sempre fui responsável mesmo quando era muito nova.
Elas amaram quando disse que só me casaria se fosse para viver no Brasil perto delas. Que abriria mão até do meu noivo se fosse para eu viver em outro país. Sei que elas não iriam me impedir de me casar e viver aqui. Mas sei que as deixaria tristes e eu realmente não quero mais ficar longe delas. Sei o quanto elas fazem falta quando estou longe. Aquelas duas são tudo para mim. Não há nada na minha vida mais importante para mim que minhas mães!
Bom, minha vida estava muito bem planejada. Viver aqui mais um ano, me formar, ir para o Brasil com meu noivo, me casar, depois constituir uma família e poder ficar perto das minhas duas mães novamente.
Bom, era o que eu pensava até aquele dia que iria trazer uma sucessão de acontecimentos que ia mudar minha vida por completo.
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Continua.