ONDE AS SOMBRAS ACABAM - CAPÍTULO 8: REFÚGIO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1966 palavras
Data: 03/08/2023 00:37:21

JIMMY

Eu vi um documentário no Discovery Channel de um homem que desafiava as maiores montanhas dos Estados Unidos. De acordo com ele, as montanhas nevadas são lugares conhecidos por sua atmosfera serena e tranquila. A neve absorve os sons, proporcionando uma sensação de isolamento e paz. O maluco escala para se afastar dos ruídos da cidade. Infelizmente, eu não tenho esse poder. Estou caído no chão, após levar uma bolada no rosto.

Escuto a voz do Ethan me chamando, mas não quero levantar do chão. O treinador Stuart se aproxima e pede para os meus companheiros me ajudarem. Eu me sinto inútil para o time. Preciso me concentrar mais e esquecer todos os ruídos externos. O Ethan tem sido um ruído. Um ruído gostoso, carinhoso e lindo.

Eu nunca tive um relacionamento antes. Tenho que ter cuidado para não dar bandeira, afinal, os pais homofóbicos do meu namorado podem agir e mandá-lo para o Polo Norte. Eu não posso ficar sem ele. Viciei em sua boca, corpo e companhia.

— Que susto, Robinson! — exclamou o treinador Stuart me oferecendo uma garrafa de água.

— Desculpa, treinador. Eu não quero ser uma decepção para o Senhor. — confesso, dando um gole na água.

— Que decepção, moleque. Jimmy, antes de tudo, o futebol americano é estratégia. Você percebeu coisas que eu não vi na última partida. Graças a sua expertise, eu pude mudar nossas jogadas e apostar em táticas defensivas. Você não é uma decepção, filho. — ele explica, passando a mão nos meus cabelos e chamando o Liam para me substituir no treino.

Depois do treino, eu fui para o chuveiro e aproveitei a água quentinha para me livrar dos pensamentos ruins. A voz do Ethan ainda ecoa dentro de mim. Os caras do time zoaram, mas não passou disso. Esses caras podem ser cruéis e fofoqueiros. Eu preciso preservar o Ethan e nosso relacionamento. Pego o celular para chegar a próxima aula. É geometria, eu odeio geometria.

Ao sair para o corredor dou de cara com o Ethan. Meu Deus, como pode existir alguém tão perfeito? Mesmo com seus cabelos castanhos e desgrenhados caindo sobre a sua testa. Ou os olhos de um tom profundo de azul, que estão transmitindo preocupação e ansiedade. Ele tira os seus óculos retangulares de aro fino e se aproxima.

— Você me deu um susto, garoto. — ele diz, olhando para os lados e me dando um soco leve no ombro.

— Ai. — finjo dor. — Eu só estou aquecendo, Ethan. Não se preocupe. — olho para o lado e vejo a Betty. — Ela vai ser tipo a tua sombra agora?

— É um prazer te ver, James. Tão encantador. — ela retruca, revirando os olhos. — Só certificando que nada de errado vai acontecer. Já que vocês odeiam manter os pênis dentro das calças.

— A elegância em forma de moça. — brinco e volto a atenção para o Ethan. — Tá tudo bem. Eu juro. Inclusive, estou atrasado para a aula de geometria. Te vejo depois?

— Sim. Claro. — ele confirma, colocando os óculos e sorrindo.

O Ethan fica com uma expressão tão tranquila quando sorri. Ele tem uma estrutura facial bem definida, com sobrancelhas levemente arqueadas e um queixo suavemente angulado. Eu poderia passar horas descrevendo as qualidades dele. Infelizmente, esse não é o lugar e nem o momento.

A enfermeira Nancy me chama antes da aula terminar. Ela recebeu a missão de retirar os pontos da minha cirurgia. Ela é uma mulher corpulenta e séria. Só que tem uma mão de fada. A enfermeira sempre cuidou bem de mim e nunca senti dor ou desconforto com os seus curativos.

Vou caminhando na rua e não paro de pensar no documentário sobre montanhas nevadas. O explorador explicou, que apesar da paz, as montanhas podem ser ambientes hostis e desafiadores. Existem milhares de formas de uma pessoa morrer ao subir uma montanha, como por exemplo, baixas temperaturas, a falta de oxigênio e animais selvagens.

Vale a pena toda a quietude quando precisamos enfrentar todas essas adversidades? A minha linha de raciocínio é atrapalhada pela Sra. Watanabe. Eu vou correndo ao seu encontro. Ela me convida para entrar e fico impressionado com o banquete que está sobre a mesa.

Ela decidiu inventar as noites temáticas. Hoje é a quarta-feira da comida mexicana. Temos tacos, guacamole, tortilla, chilli com carne e burrito. É alimento para um batalhão. O que seria de mim se não fosse a Sra. Watanabe?

— A gente não vai dar conta de tanta comida, Sra. W. — confesso, me sentando à mesa e decidindo o que vou atacar primeiro.

— Não vamos comer sozinhos. — ela avisa, olhando para a cozinha. — Ethan, querido, achou os copos?

— Sim. — Ethan diz. Ele sai da cozinha trazendo consigo três copos.

— Ethan! — exclamo ficando em pé e olhando em direção a minha casa.

— Relaxa, Jimmy. — ela pede e pega na minha mão. — O seu pai saiu para o trabalho. Fora que sou uma velha solitária e preciso da juventude de vocês.

— Eu, eu...

— Eu sei, querido. E tá tudo bem. Aqui é um lugar seguro. — A sra. W olha para Ethan e lhe oferece a mão. — É um lugar seguro. — pegando na mão do Ethan. — O que vocês estão fazendo não é errado. Eu sei que agora as coisas podem parecer confusas e sombrias, mas existem pessoas que estão ao lado de vocês. Eu sou uma delas.

É inevitável. Eu sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Rápido, eu uso a mão livre para limpá-la. Eu dou com os ombros e pego o primeiro burrito que vejo. Eu não tenho coragem de olhar para o Ethan, mas imagino que ele está emocionado também. A Sra. W é demais. Ela é apenas demais.

— Calma, Jimmy. É para comer e não se engasgar. Esses jogadores são sempre ogros, né? — ela questiona para Ethan, que senta à mesa e me serve um pouco de suco de laranja.

— Toma. — ele pede. — A escola não pode perder o jogador de ouro.

ETHAN

Eu vi um documentário no Discovery Channel de um homem que desafiava as maiores montanhas dos Estados Unidos. De acordo com ele, as montanhas nevadas são lugares conhecidos por sua atmosfera serena e tranquila. A neve absorve os sons, proporcionando uma sensação de isolamento e paz. O maluco escala para se afastar dos ruídos da cidade. Infelizmente, eu não tenho esse poder. Estou caído no chão, após levar uma bolada no rosto.

Escuto a voz do Ethan me chamando, mas não quero levantar do chão. O treinador Stuart se aproxima e pede para os meus companheiros me ajudarem. Eu me sinto inútil para o time. Preciso me concentrar mais e esquecer todos os ruídos externos. O Ethan tem sido um ruído. Um ruído gostoso, carinhoso e lindo.

Eu nunca tive um relacionamento antes. Tenho que ter cuidado para não dar bandeira, afinal, os pais homofóbicos do meu namorado podem agir e mandá-lo para o Polo Norte. Eu não posso ficar sem ele. Viciei em sua boca, corpo e companhia.

— Que susto, Robinson! — exclamou o treinador Stuart me oferecendo uma garrafa de água.

— Desculpa, treinador. Eu não quero ser uma decepção para o Senhor. — confesso, dando um gole na água.

— Que decepção, moleque. Jimmy, antes de tudo, o futebol americano é estratégia. Você percebeu coisas que eu não vi na última partida. Graças a sua expertise, eu pude mudar nossas jogadas e apostar em táticas defensivas. Você não é uma decepção, filho. — ele explica, passando a mão nos meus cabelos e chamando o Liam para me substituir no treino.

Depois do treino, eu fui para o chuveiro e aproveitei a água quentinha para me livrar dos pensamentos ruins. A voz do Ethan ainda ecoa dentro de mim. Os caras do time zoaram, mas não passou disso. Esses caras podem ser cruéis e fofoqueiros. Eu preciso preservar o Ethan e nosso relacionamento. Pego o celular para chegar a próxima aula. É geometria, eu odeio geometria.

Ao sair para o corredor dou de cara com o Ethan. Meu Deus, como pode existir alguém tão perfeito? Mesmo com seus cabelos castanhos e desgrenhados caindo sobre a sua testa. Ou os olhos de um tom profundo de azul, que estão transmitindo preocupação e ansiedade. Ele tira os seus óculos retangulares de aro fino e se aproxima.

— Você me deu um susto, garoto. — ele diz, olhando para os lados e me dando um soco leve no ombro.

— Ai. — finjo dor. — Eu só estou aquecendo, Ethan. Não se preocupe. — olho para o lado e vejo a Betty. — Ela vai ser tipo a tua sombra agora?

— É um prazer te ver, James. Tão encantador. — ela retruca, revirando os olhos. — Só certificando que nada de errado vai acontecer. Já que vocês odeiam manter os pênis dentro das calças.

— A elegância em forma de moça. — brinco e volto a atenção para o Ethan. — Tá tudo bem. Eu juro. Inclusive, estou atrasado para a aula de geometria. Te vejo depois?

— Sim. Claro. — ele confirma, colocando os óculos e sorrindo.

O Ethan fica com uma expressão tão tranquila quando sorri. Ele tem uma estrutura facial bem definida, com sobrancelhas levemente arqueadas e um queixo suavemente angulado. Eu poderia passar horas descrevendo as qualidades dele. Infelizmente, esse não é o lugar e nem o momento.

A enfermeira Nancy me chama antes da aula terminar. Ela recebeu a missão de retirar os pontos da minha cirurgia. Ela é uma mulher corpulenta e séria. Só que tem uma mão de fada. A enfermeira sempre cuidou bem de mim e nunca senti dor ou desconforto com os seus curativos.

Vou caminhando na rua e não paro de pensar no documentário sobre montanhas nevadas. O explorador explicou, que apesar da paz, as montanhas podem ser ambientes hostis e desafiadores. Existem milhares de formas de uma pessoa morrer ao subir uma montanha, como por exemplo, baixas temperaturas, a falta de oxigênio e animais selvagens.

Vale a pena toda a quietude quando precisamos enfrentar todas essas adversidades? A minha linha de raciocínio é atrapalhada pela Sra. Watanabe. Eu vou correndo ao seu encontro. Ela me convida para entrar e fico impressionado com o banquete que está sobre a mesa.

Ela decidiu inventar as noites temáticas. Hoje é a quarta-feira da comida mexicana. Temos tacos, guacamole, tortilla, chilli com carne e burrito. É alimento para um batalhão. O que seria de mim se não fosse a Sra. Watanabe?

— A gente não vai dar conta de tanta comida, Sra. W. — confesso, me sentando à mesa e decidindo o que vou atacar primeiro.

— Não vamos comer sozinhos. — ela avisa, olhando para a cozinha. — Ethan, querido, achou os copos?

— Sim. — Ethan diz. Ele sai da cozinha trazendo consigo três copos.

— Ethan! — exclamo ficando em pé e olhando em direção a minha casa.

— Relaxa, Jimmy. — ela pede e pega na minha mão. — O seu pai saiu para o trabalho. Fora que sou uma velha solitária e preciso da juventude de vocês.

— Eu, eu...

— Eu sei, querido. E tá tudo bem. Aqui é um lugar seguro. — A sra. W olha para Ethan e lhe oferece a mão. — É um lugar seguro. — pegando na mão do Ethan. — O que vocês estão fazendo não é errado. Eu sei que agora as coisas podem parecer confusas e sombrias, mas existem pessoas que estão ao lado de vocês. Eu sou uma delas.

É inevitável. Eu sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Rápido, eu uso a mão livre para limpá-la. Eu dou com os ombros e pego o primeiro burrito que vejo. Eu não tenho coragem de olhar para o Ethan, mas imagino que ele está emocionado também. A Sra. W é demais. Ela é apenas demais.

— Calma, Jimmy. É para comer e não se engasgar. Esses jogadores são sempre ogros, né? — ela questiona para Ethan, que senta à mesa e me serve um pouco de suco de laranja.

— Toma. — ele pede. — A escola não pode perder o jogador de ouro.

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Comentários

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Que bom que estou lendo tudo junto, não fico ansioso com as suas paradas que nos deixam no suspense.

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