(esse capítulo vai em especial para quem pegou ranço da Karla sem motivos 🤐)
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Eu me dirigi a porta com ódio, eu não iria deixar quieto de jeito nenhum, meu projeto era ótimo, eu sabia, todo mundo que viu sabia disso, só tinha um motivo para ele não ser aceito, Stella não queria que ele fosse aprovado, mais uma vez ela colocava suas garras de fora e me mostrava quem realmente era, um demônio que só apareceu na minha vida para me prejudicar
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Quando alcancei a porta Layla tentou me segurar pedindo para eu me acalmar mas eu já não a ouvia direito, eu só a empurrei e sai em direção ao escritório de Stella, graças a Deus Layla parece que desistiu de vir atrás de mim
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Ninguém iria me impedir de quebrar a cara daquela ordinária, nossa como eu odiava aquela desgraçada, e pensar que eu tinha resolvido superar o que ela me fez no passado
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Eu passei direto pela secretaria e já fui entrando e xingando ela com todo ódio que eu tinha no coração naquele momento
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Karla: sua desgraçada, infeliz, eu tenho ódio de você sua covarde, esperou eu baixar a guarda para me prejudicar de novo
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Ela estava com a cabeça baixa, quando gritei ela me olhou com um olhar de surpresa mas não falou nada e logo sua cara de espanto sumiu
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Liandra que estava em pé perto da mesa dela me olhou com cara de ódio e veio em minha direção mas Stella pediu para ela parar, Liandra pareceu não gostar mas parou
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Karla: meu projeto era ótimo e você sabe disso, o meu junto com a Layla também era mas você recusou os dois só para me ferrar, mas quer saber que se dane eu não trabalho mais aqui a partir de hoje, pode enfiar sua empresa e os projetos na bunda, foi a última vez que você me prejudicou entendeu seu demônio, eu odeio você com todas minhas forças
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Ela me olhava nos olhos mas não falava nada, sua expressão nem mudava, depois ouvi seu telefone tocar, ela atendeu, perguntou o que era, ouviu, disse ok e desligou
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Stella: Liandra vai para sala da Layla e me mantenha informada por favor
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Liandra: tem certeza?
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Stella: sim, vai rápido por favor
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Karla: ei estou falando com você!
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Stella: já ouvi e não tenho nada a te dizer nesse momento, se quer ir vai, para mim não importa mais
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Ela disse aquilo mas nem me olhou, sentou na sua cadeira e continua com aquela cara de paisagem, aquilo me irritou mais ainda
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Karla: eu vou sim mas antes eu vou partir essa sua cara de novo
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Eu fui para cima dela com tudo mas antes que eu pudesse chegar perto da sua mesa alguém me pegou pela cintura e segurou minha nuca com força, eu não consegui mover mais um passo
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Stella: por favor Bruno, acompanhe a senhorita Karla até a saída, ela não quer mais trabalhar aqui então não tem motivos para ela continuar na empresa, mas por favor não a machuque de forma alguma
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Bruno era o rapaz moreno que chegou com ela, eu até tentei me soltar mas ele realmente era muito forte, eu xinguei ele, xinguei Stella mas não adiantou, ele foi me tirando da sala, quando sai arrastada pela porta vi várias pessoas no corredor mas não estava nem aí, eu continuava gritando e xingando Stella e o tal Bruno, eu queria passar na minha sala para pegar minha bolsa e me despedir de Layla mas Bruno não deixou, a secretária da Stella que pegou minha bolsa e me entregou
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Eu fui arrastada até a saída da empresa por Bruno, ele só me soltou quando chegamos na calçada, eu ainda virei e xinguei ele de um monte de nome mas ele não falou nada, só entrou e falou alguma coisa com os seguranças da portaria, com certeza pediu para impedir de eu entrar ali novamente
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Eu estava totalmente desnorteada, eu sentia um ódio tão grande de Stella e de tudo que ela fez que minha vontade era bater nela até não conseguir mais
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Eu fui pro meu carro, liguei e saí sem rumo, eu comecei a chorar de raiva, como ela podia ter feito aquilo comigo?
Porque ela tinha o prazer de destruir minha felicidade?
Estava indo tudo bem e ela conseguiu destruir tudo
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Eu não sei por quanto tempo dirigi mas quando me dei conta não sabia onde eu estava, estacionei o meu carro na sombra de umas árvores e tentei me acalmar mas estava difícil, olhei meu celular e tinha várias ligações da minha mãe mas eu não queria falar com ela porque certamente ela iria defender Stella e eu não queria brigar com minha mãe
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Liguei para Layla, era a única pessoa que podia me ajudar mas ela não me atendeu, tentei ligar de novo e nada, na quarta vez caiu direto na caixa postal, provavelmente ela estava ocupada, fui tentar de novo mas vi que a bateria do meu celular estava no fim, resolvi deixar para ligar mais tarde, olhei as horas e já era quase 18 horas, nossa eu fiquei dirigindo sem rumo durante muito tempo
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Olhei em um aplicativo no celular para eu me localizar, meu carro era simples, não tinha GPS, assim que consegui ver onde eu estava a bateria acabou de vez, eu estava muito longe de casa mas tinha uma noção de como conseguir chegar lá, liguei o carro e saí, tive que passar em um posto de gasolina porque eu já estava quase sem no carro, abasteci e o frentista me deu algumas informações de como chegar no centro mais rápido, eu provavelmente fiquei dando volta em círculos na cidade, graças a Deus não fui parar em um bairro perigoso
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Quando consegui chegar no centro foi fácil para mim pegar o rumo de casa, mas como o trânsito estava caótico demorei um bom tempo a chegar, já era noite, resolvi que só ia tomar banho e ir no apartamento de Layla, então resolvi deixar o carro na rua mesmo e entrar pelo portão menor
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Quando abri o portão dei de cara com Stella que estava a uns 3 passos dele, nossa meu ódio voltou na hora, ela me viu e abaixou a cabeça e tentou sair da minha direção, mas se ela pensava que ia sair de boa ela estava muito enganada
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Karla: o que está fazendo aqui?
Já não basta o que fez comigo mais cedo, veio jogar minha mãe contra mim novamente?
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Ela não falou nada, simplesmente me ignorou e foi passar por mim para sair, aquilo me deixou com mais ódio ainda
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Karla: dessa vez o seu cão de guarda não vai te salvar
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Eu fui direto pra cima dela já com o braço armado para te dar um belo de um tapa e assim eu fiz só que ela simplesmente segurou meu pulso e puxou meu braço com muita força, em questão de milésimos de segundo ela estava atrás de mim com meu braço torcido atrás das costas e a mão na minha boca, ela foi me empurrando até uma parte do muro um pouco distante do portão, ali a claridade era menor e não tinha visão da entrada da minha casa, eu pensei, aqui ela vai me bater e ninguém vai ver
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Tentei sair mas ela forçou meu braço atrás das costas e senti uma dor enorme que gritei mas não saiu nada porque sua mão estava em cima da minha boca, ai bateu o desespero, ela colocou uma perna dela no meio das minhas e pressionou meu corpo no muro, eu não conseguia me mover
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Stella: fica calma, não vou te machucar, se não tem respeito pelos outros quando se descontrola pensa na sua filha e na sua mãe que estão ali dentro da casa, não quero que elas vejam você como eu vi hoje, por favor se controla
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Quando ela falou da minha filha eu comecei a achar que realmente seria um erro brigar com ela ali, então tentei me acalmar, mas estava difícil
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Stella: vou tirar a mão da sua boca para você respirar mas não grite ou eu juro que coloco de novo e não tiro até você desmaiar por falta de ar, você me entendeu
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Eu não respondi, tentei escapar, mais uma vez ela torceu meu braço e doeu muito de novo, eu não tinha saída, era melhor concordar com ela
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Stella: vou perguntar pela última vez porque você já está acabando com minha paciência, você me entendeu?
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Eu só balancei a cabeça, ela tirou a mão da minha boca mas deixou ela no meu pescoço
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Stella: Vou te soltar e você se acalma e entra, deixei umas coisas para você com sua mãe, tudo bem?
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Karla: sim
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Stella: mais antes vou falar umas coisas para você refletir enquanto se acalma, pode ser?
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Achei melhor concordar, eu com certeza não iria conseguir fazer o que eu queria, ela era maior, mais forte e muito rápida, não era mais a garota que dei o tapa no banheiro, melhor concordar e sair daquela situação, balancei a cabeça afirmativamente
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Stella: eu soube que Gustavo te mostrou uma conversa nossa que eu dava em cima dele, ali provavelmente nasceu seu ódio por mim, mas você não olhou o número do telefone para ter certeza que era eu, provavelmente viu uma foto minha e acreditou cegamente nele
Eu tenho certeza que você não olhou o número porque eu nunca troquei uma mensagem se quer com ele, nem o número dele eu tinha e muito menos ele o meu
Você acreditou que eu ofereci dinheiro para ele ficar comigo e te deixar e seu ódio cresceu mais ainda, mesmo depois de descobrir que ele era um golpista não se tocou que se eu o quisesse eu o teria porque eu tinha muito mais dinheiro que você e o único interesse dele era dinheiro
Eu nunca gostei dele, muito menos o amei, meu coração já estava ocupado a muito tempo, eu amava você Karla, amava ao ponto de desistir da minha felicidade para não atrapalhar a sua, mas acabou, tudo se perdeu e só restou um nada, porque a partir de hoje é o que vamos ser uma para outra, nada
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Ela me soltou e foi sair mas parou e me olhou nos olhos, mas ela não tinha mais aquele olhar frio, o olhar dela parecia muito triste, sua feição também era de tristeza
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Stella: Só mais uma coisa, você me odiou esse tempo todo sem motivo algum e eu tive todos os motivos para te odiar mas nunca te odiei, você acha que sofreu com tudo que aconteceu e o que você achava que tinha acontecido mas você não sabe o que é sofrer, eu digo isso porque por sua causa eu conheci o inferno e vivi lá por um tempo, eu conheci o que é sofrimento de verdade, eu conheci a dor direto na minha pele por sua causa, mas eu te perdoei a muito tempo e hoje consigo viver em paz...
Bom era isso
Adeus Karla
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Ela virou as costas e seguiu até o portão e se foi, eu fiquei ali em choque com tudo aquilo que ela falou, eu não sabia o que pensar, era muita coisa junto
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Ela me amava? Como assim Stella me amava!?!
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Mas de tudo que ela falou tinha sentido, eu realmente não olhei o número e claro que Gustavo queria só dinheiro, a família dela era muito mais rica que a minha e ela era a única herdeira, fazia todo o sentido
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Será que era verdade? Que eu passei esse tempo todo odiando alguém que nunca me fez mal, pelo contrário, ela me amava...
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Eu fui caminhando até a porta da minha casa, minha mente estava a milhão, abri a porta e entrei, vi minha mãe sentada na cadeira da mesa de madeira da copa, em cima da mesa vi que tinha algumas coisas, uma eu identifiquei de longe, era minha caixa de joias que Gustavo roubou, como minha caixa de joias foi parar ali eu não fazia ideia
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Quando me aproximei minha mãe me olhou, vi que ela estava com o rosto coberto de lágrimas, ela se levantou e veio até mim e me abraçou
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Karla: acabei de encontrar Stella quando entrei, ela me falou umas coisas mãe, se for mesmo verdade eu tenho odiado ela sem motivos por todo esse tempo
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Mãe: que bom que começou a abrir os olhos filha!
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Choramos juntas por um tempo, então me afastei e olhei em cima da mesa, fora a caixa de joias tinha vários documentos e alguns envelopes abertos, provavelmente minha mãe tinha aberto e olhado eles, tinha também dois cartões de créditos e um pen-drive e vários papéis
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Karla: o que é isso mãe?
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Mãe: Suas joias e seu dinheiro que o Gustavo roubou, os documentos da empresa do seu pai no nosso nome e todo dinheiro do lucro que ela teve durante o tempo que ficou no nome da Stella, também tem os documentos dos apartamentos e tudo mais que seu pai deixou para nós filha, está tudo aí, Stella veio me entregar já que não deu certo de entregar para você hoje na empresa
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Karla: como assim mãe? Ela ia me devolver isso hoje na empresa?
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Mãe: ia sim mas deu tudo errado porque parece que você perdeu o controle mais uma vez
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Karla: mãe ela não aprovou meu projeto e você sabe que ele era muito bom, eu fiquei com muita raiva
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Mãe: ela não aprovou porque gostou tanto que queria abrir uma sociedade com você, ela ia te explicar tudo na hora que fosse te devolver suas coisas
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Karla: Mas como assim?
Porque Layla não falou nada quando veio avisar que meu projeto não foi aprovado!?!
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Mãe: E você deu chances a ela de te explicar?
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Karla: meu Deus o que eu fiz!?!
Eu nem deixei ela falar direito.
Vou ligar para ela agora mesmo
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Mãe: nem precisa tentar, mesmo se ela tiver saído do hospital eu duvido que ela queira falar com você
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Karla: como assim hospital? O que houve com Layla?
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Mãe: ela machucou o pulso quando você a empurrou no chão, Stella disse que acham que houve fratura na mão também
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Naquele momento meu mundo se dissipou, o que eu tinha feito meu Deus!?!
No que eu me transformei!?!
Stella não era o demônio que eu achava que era, na verdade o demônio era eu!!!
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Continua...
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(pronto, agora podem odiar a coitada kkkkkkkk)