As Irmãs Ferreira #1

Um conto erótico de Ceci
Categoria: Lésbicas
Contém 1267 palavras
Data: 08/09/2023 10:17:43
Última revisão: 12/12/2024 17:11:42

Meu nome é Maria Cecília Ferreira, tenho 46 anos — pelo menos é o que consta nos meus documentos. Nem sempre tive esse sobrenome e, na verdade, não sei a minha idade exata; ninguém sabe ao certo o ano e muito menos o dia em que nasci.

A história que me contaram é que meus pais saíram de uma região muito pobre e sofrida no norte de Minas para trabalhar nas lavouras de café aqui no sul do estado. Eles moravam em um pequeno barraco que alugaram nos fundos de uma casa em um bairro humilde da cidade. Eu não tenho lembranças deles.

Eu era um bebê na época. Meus pais pagavam a filha da vizinha para ficar comigo durante o dia enquanto trabalhavam, mas um dia, o caminhão que fazia o transporte dos trabalhadores perdeu o freio e caiu em uma ribanceira. Poucas pessoas sobreviveram. Naquela época, não havia segurança nesse tipo de transporte; geralmente, eram caminhões velhos e as pessoas iam amontoadas na carroceria, sem nada para protegê-las.

Meus pais morreram naquele dia, juntamente com várias outras pessoas da cidade e algumas do norte também. Não foi encontrado nenhum documento do meu pai ou da minha mãe; só sabiam que se chamavam Francisco e Tereza. Eles foram enterrados no cemitério da cidade porque não sabiam de que lugar eram. Naquela época, tudo era mais complicado; não havia como devolver os corpos para a família, pois ninguém sabia onde estavam, se é que tinham família. A prefeitura arcou com todas as despesas, pois o dono da fazenda nem no velório ajudou. Como era um fazendeiro muito rico e poderoso, nada foi feito contra ele.

A família que estava comigo não tinha condições de me criar e eu fui levada por uma assistente social e colocada em uma casa de adoção. Lá, dei meus primeiros passos e falei minhas primeiras palavras. Também conheci Dona Tonha, que cuidava de mim a maior parte do tempo. Era uma mulher alegre, e tenho boas lembranças dela dessa época.

Eu vivia com outras crianças, mas não lembro exatamente quantas eram, pois quase todo mês umas saíam e outras chegavam. Eu era uma criança muito quieta, não falava muito e brincava sempre sozinha, por isso as outras crianças não gostavam muito de mim. A única que me fazia rir e falava comigo era Dona Tonha; eu a via como uma mãe.

O local era um casarão antigo, que a prefeitura reformou e transformou em uma casa de adoção. Dona Tonha tomava conta de tudo, junto com outras pessoas. Recebíamos algumas doações de fazendeiros e moradores da cidade; a prefeitura ajudava no que podia e pagava os funcionários.

Não comíamos muito bem, mas não passávamos fome e tínhamos um teto para morar. Fui crescendo ali, e nunca houve interesse de nenhuma família em me adotar. Eu parecia uma pequena índia e sempre estava com uma cara feia, o que não ajudava muito.

Não fazia isso por mal; eu era uma criança e era meu jeito. Não me dava bem com as pessoas e não gostava de conversar. Lembro de Dona Tonha dizendo que eu tinha um sorriso lindo e que devia sorrir mais, mas acho que, nessa época, só ela conhecia meu sorriso.

Quando eu já tinha mais ou menos 7 anos, como não tinha registro de nascimento, basearam minha idade. Só sabiam meu nome porque a menina que cuidava de mim sabia, já que minha mãe contou a ela; se não, nem meu nome saberiam.

Já tinha entrado e saído muitas crianças dali, mas eu continuava. Na verdade, não queria sair de lá; era como se fosse minha casa, então não fazia questão de ir falar com nenhuma família que procurava uma criança para adotar.

Minha vida mudou no final daquele ano. Lembro desse dia com detalhes: estava no jardim da entrada, sentada debaixo de uma árvore, quando vi, através das folhas, um carro parar no portão. A porta se abriu e saiu uma mulher alta e magra, vestindo roupas bonitas e com um rosto muito sério.

Ela deu a volta no carro e abriu a porta. Não consegui ver direito quem tinha saído, mas quando deram a volta e entraram, vi que era uma menina com um vestido lindo, cabelo loiro e um sorriso de orelha a orelha. Tinha olhos azuis e olhava para todos os lados com aquele sorriso no rosto.

Ela me viu, olhou diretamente nos meus olhos e sorriu. Não sei por que, mas sorri de volta. Ela chamou a mulher e apontou para mim. A mulher me olhou com uma expressão que me deu medo. A menina falava algo, mas eu não conseguia ouvir. A mulher respondeu e elas seguiram, mas a menina não parava de me olhar. Logo chegaram até a porta e sumiram para dentro do casarão.

Continuei ali até que, após algum tempo, Dona Tonha chegou na porta e me chamou. Levantei e fui até onde ela estava. Ela me segurou pela mão e me levou até seu escritório em um dos quartos da casa. Quando entrei, vi a mulher e a menina sentadas.

Tonha —Maria Cecília, essa é a senhora Ferreira e sua filha Clara. Você vai com elas para a casa delas; elas vão ser sua nova família.

Quando ela disse isso, minha reação foi gritar um "não" e sair correndo dali. Fui para meu quarto, me joguei na cama e comecei a chorar. Logo, Dona Tonha entrou e veio falar comigo. Eu não queria ouvir, mas ela me pegou e me sentou na cama. Vi a mulher parada na porta me olhando com aquela expressão feia, e o rosto da menina atrás dela, com o sorriso que havia sumido e um olhar triste.

Dona Tonha tentava me acalmar. Não me lembro direito do que ela disse, mas não estava adiantando muito; eu só chorava. Por fim, acho que ela desistiu e saiu, e a mulher a seguiu. Eu voltei a me deitar e continuei chorando.

Senti alguém tocar meu ombro. Virei-me e vi a menina ali ao meu lado, com algumas lágrimas no rosto.

Clara —Por que você não quer ser minha irmãzinha?

Eu não falei nada.

Clara —Por favor, vamos comigo e com a mamãe. Eu tenho um monte de bonecas para a gente brincar. Eu te empresto as minhas até a mamãe comprar as suas. Prometo que a gente vai se divertir muito.

Ela falou isso e estendeu a mão. Eu já tinha parado de chorar, limpei os olhos e olhei para ela por um instante. Seu rosto era tão bonito, parecia um anjo. Simplesmente segurei sua mão e ela me levou de volta ao escritório.

Clara —Mamãe, ela vai com a gente, ela vai ser minha irmãzinha.

As duas mulheres nos olharam, de mãos dadas. A mulher se levantou e se despediu de Dona Tonha. A menina saiu me puxando pelas mãos, mas eu me soltei dela e corri até Dona Tonha, dando um abraço nela e voltando a chorar.

Logo a soltei, voltei até a menina e segurei sua mão, saindo com ela. Não sei por que fiz isso, mas a segui até o carro. Sua mãe abriu a porta para nós; entramos e nos sentamos no banco de trás. A menina não soltou minha mão e seu lindo sorriso voltou. Eu devolvi o sorriso. Logo, o carro saiu e eu olhei para trás, vendo o casarão ficar cada vez mais longe.

Continua...

(Como já disse em outros contos, minhas histórias não têm como foco sexo a todo instante; são pequenos romances com algumas partes com sexo, sim, mas não é o foco principal, ok? Espero que gostem 😁)

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 391Seguidores: 87Seguindo: 62Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

Foto de perfil de Jubs Oliver

Cm vc consegue pensar nessas coisas? 😂

Mt booooom e instigante esse começo!🤌🏻

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Foto de perfil de Forrest_gump

Sinceramente não sei, as vezes nem acredito que essas histórias saíram mesmo da minha cabeça 🤣 🤣 🤣

Por falar nisso estou escrevendo uma que tem um pouco a ver com essa aí, se eu não tiver que viajar semana que vem vou começar a publicar ela.

Muito obrigado Juh 🤗

Espero que goste da história 🙏🏻

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Foto de perfil de Jubs Oliver

Ebaaaaa, vou acompanhar um em tempo real 🥰 e eu já estou gostando dessa, mas tomando cuidado p n querer te bater dnv 😂

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Foto de perfil de Forrest_gump

Eu agradeço muito a preocupação 😂 😂 😂 😂

Você vai acompanhar uns 5 em tempo real nesse resto de ano se tudo der certo 😁

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Foto de perfil de JESSICA ALVES

Seus contos são ótimos, não liga pros outros. Tem que ter enredo mesmo. E realmente tá deixando bem curiosa, me enche de expectativa e ansiedade para o próximo kkkk.

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Obrigado!

com esse vou mais devagar nas postagens, então segura a curiosidade aí 🤭

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Já imaginava isso mais sem problemas, estou lendo o primeiro conto novamente, bom que eu vou ter tempo de ler os contos tbm da Katita.

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Uai começou bem, e já me deixou mais curioso que nas outras histórias, agora aguardar os próximos capítulos, vc estava escondendo uma carta na mão né KKK, pois o conto já começa prendendo a atenção, me lembrei até da autora Katita neste início de conto, os delas sempre tem um pouco de tragédia.

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