As Irmãs Ferreira #4

Um conto erótico de Ceci
Categoria: Homossexual
Contém 2470 palavras
Data: 10/09/2023 20:02:25
Última revisão: 12/12/2024 18:01:40

Eu não podia acreditar que aquilo tinha acontecido. Clara beijou meus lábios, meu coração estava disparado, meus pensamentos a mil, eu não sabia o que pensar ou o que fazer. Continuei ali, imóvel.

Ela continuou passando os dedos pelo meu rosto, então levantou e voltou para a cama. Eu levei meus dedos bem devagar até meus lábios e os toquei, lembrando da sensação de sentir os lábios macios de Clara tocando os meus. Um sorriso tímido se formou no meu rosto e, assim acariciando os lábios com os dedos, eu adormeci.

Acordei no outro dia e Clara não estava na cama. Me lembrei do que aconteceu e fiquei confusa. Será que aquilo aconteceu mesmo ou foi um sonho?

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta se abrindo. Era Clara; ela ainda estava vestindo sua camisola branca. Nossa, como ela era linda!

Ela abriu um sorriso e veio em direção à minha cama, sentou-se e disse—

Clara— Bom dia, dorminhoca.

Ceci— Bom dia, Clara.

Clara— Você está bem?

Ceci— Estou sim, não se preocupe.

Clara— Você quase me mata de preocupação ontem; por favor, não faça isso de novo.

Ceci— Eu sei, me desculpe, por favor. Eu agi como uma idiota, não vai mais acontecer, eu prometo.

Clara— Está bem, eu queria te explicar uma coisa.

Ceci— Se for sobre ontem, não precisa me explicar nada. Na verdade, não quero falar mais sobre isso.

Clara— Mas Ceci, eu...

A interrompi; eu não queria mesmo falar sobre aquilo. Minha cabeça ainda estava confusa com tudo o que houve, mas de uma coisa eu sabia; eu ia deixar meus sentimentos de lado e ia deixar minha irmã ser feliz.

Ceci— Mas nada, eu fiquei com ciúmes de irmã e acabei agindo sem pensar. Como disse, isso não vai mais acontecer, eu prometo!

Clara— Sim, mas...

Ceci— Por favor, Clara, vamos deixar isso pra lá e vamos tomar nosso café e aproveitar o dia.

Clara— Ok, já que quer assim, tudo bem. Só não fuja de novo, por favor.

Ceci— Não vou, te juro.

Ela me deu um abraço muito apertado.

Clara— Eu te amo, irmãzinha. Me desculpe se te fiz algum mal.

Ceci— Você não fez, e eu também te amo muito!

Ela se levantou e foi vestir uma roupa. Eu fui para o banheiro fazer minha higiene, me olhei no espelho e falei pra mim mesma— foi um sonho, o beijo. Não vou estragar tudo, ela é minha irmã e assim vamos seguir nossa vida. Vou ficar bem...

Quando voltei para o quarto, Clara já tinha saído. Fui para a cozinha e ela estava tomando café. Me sentei e tomamos nosso café juntas. Ela voltou para o quarto e eu fui até o curral, ajudei os peões a tirar o leite. Eu adorava fazer aquilo. Voltei para casa e Clara estava sentada na sala com um monte de livros ao redor. Ela vivia lendo ou estudando nas suas horas de folga.

Ela me olhou, deu aquele sorriso lindo e perguntou o que eu iria fazer o resto do dia. Eu disse que provavelmente iria ajudar os peões a fazer alguma coisa, mas ainda não sabia.

Clara— Poxa, eu queria fazer algo diferente, mas aqui fica difícil.

Ceci— Por que não vai na cidade fazer algo com suas amigas?

Clara— Queria fazer algo só nós duas, Ceci. Pensei muito no que você falou aquele dia da festa. Acho que não tenho te dado muita atenção mesmo depois que crescemos.

Ceci— Eu falei aquilo sem pensar; estava com raiva. Não leva aquilo a sério, Clara.

Clara— Mas é verdade, a gente não faz nada mais juntas como a gente fazia, além de ir pro colégio. E você só vai porque é obrigada.

Ceci— É que a gente gosta de coisas diferentes. Eu gosto de ficar no meio dos peões e ajudar nas tarefas; você gosta é de estudar. Eu não gosto do povo da cidade, festas e essas coisas, e você gosta. Não é nossa culpa.

Clara— Eu sei, Ceci, mas sinto falta de fazer as coisas com você.

Ceci— Mas estamos juntas quase o tempo todo.

Clara— Mas não fazemos nada só nós duas, algo que as duas gostem, algo divertido.

Ceci— Isso é verdade. Sinto falta disso também.

Clara— Tenta pensar em algo que eu vou pensar também, tá?

Eu concordei com ela e saí para a cozinha. Falei um pouco com Ana e Patrícia, saí para o fundo da casa, segui pelo pomar e sentei na sombra de uma mangueira, pensando no que Clara falou. Ia ser difícil arrumar algo pra gente fazer juntas, já que nossos gostos eram muito diferentes.

Pensei por um tempo e logo veio em minha mente o beijo. Eu ainda não tinha certeza de que aquilo realmente aconteceu ou foi um sonho. Comecei a lembrar de tudo que aconteceu e, no meio dessas lembranças, tive uma ideia e saí correndo de volta para dentro de casa.

Fui direto procurar minha mãe e a achei em um cômodo que era tipo seu escritório. Eu entrei e perguntei a ela se eu e Clara podíamos ir fazer um piquenique. Ela perguntou onde, e eu disse que na fazenda mesmo, que a gente iria depois do almoço e voltaria à tarde.

Ela pareceu não gostar muito da ideia, mas insisti tanto que ela deixou, depois de pedir para a gente tomar um monte de cuidados.

Fui até a sala e falei com Clara que eu tinha pensado em algo, mas era surpresa, e que depois do almoço a gente iria sair, pra ela vestir uma calça porque iríamos a cavalo. Ela já torceu o nariz; aí pedi para ela confiar em mim e, se ela não gostasse, eu faria o que ela quisesse depois. Ela acabou topando.

Pedi para Jorge pegar a égua branca e outro cavalo bem manso e deixá-los amarrados, que eu e minha irmã iríamos sair depois do almoço.

Arrumei umas coisas para a gente comer e água pra beber, deixei tudo arrumado. Logo depois do almoço, a gente saiu. Durante o caminho, Clara perguntou para onde a gente estava indo e eu disse que era surpresa. Quando avistei a árvore de óleo, fui em sua direção. Clara não parecia estar gostando. Assim que descemos dos animais, eu tirei os arreios deles e amarrei cada um deles em uma árvore menor. Usei dois laços que eu tinha amarrado nos arreios; iriam poder pastar na sombra e não sairiam pra longe.

Clara olhou a árvore de óleo e perguntou se era ali, com uma cara meio de decepção. Aí eu disse que não, que eu iria levar ela ao meu lugar secreto.

Sai puxando-a pelas mãos em direção à trilha. Descemos o barranco e seguimos pela beirada do rio. Clara já tinha melhorado a cara; ela não gostava de lidar com o gado ou montar, mas amava a natureza e gostava muito de nadar.

A gente tinha uma pequena piscina em casa quando éramos menores. Passamos horas dentro dela nos divertindo. Quando crescemos, paramos de usar porque a água só ia até nossos joelhos.

Quando chegamos no local, Clara ficou admirada olhando o lugar.

Clara— Nossa, que lugar lindo, Ceci!

Ceci— Que bom que gostou, eu estava meio na dúvida.

Clara— Eu amei! Como achou esse lugar?

Ceci— Foi meio que por acaso quando estava campeando um garote que tinha sumido.

Clara— Vem mais gente aqui?

Ceci— Duvido muito, é cercado por mata fechada. Nunca vi ninguém ou sinal de outras pessoas.

Clara— Mas quem fez a trilha?

Ceci— Provavelmente a enxurrada durante as chuvas. E como é difícil de ver, duvido que alguém além de mim conheça esse lugar.

Clara— Era aqui que você estava ontem?

Ceci— Era sim. Gosto de vir aqui quando estou com algum problema. Me ajuda a esfriar a cabeça e pôr as ideias no lugar.

Clara— Entendi, queria ter um lugar assim também.

Ceci— Agora você tem; pode vir quando quiser. É nosso lugar agora, tá?

Clara sorriu. Eu coloquei as coisas que tinha levado em uma pedra, estendi um lençol na areia e nos deitamos. Clara logo viu umas orquídeas nas árvores e disse que ia levar algumas, se tivesse como tirar. Ela amava orquídeas; tinha várias na nossa casa.

Bebemos um pouco de água e chamei-a pra gente ir nadar porque o sol estava bem quente e provavelmente a água estaria ótima. Ela topou, mas reclamou de eu não ter avisado, porque se não teria vestido um biquíni. Eu disse que a gente podia nadar de calcinha e soutien, que não tinha perigo de ninguém ver.

Eu tirei minha roupa e ela me acompanhou. Eu sei que o corpo de Clara é lindo; já cansei de vê-la de roupa íntima, mas algo tinha mudado. Eu, dessa vez, a olhei diferente. Ela usava uma calcinha branca de algodão e um soutien branco do mesmo tecido. Não eram pequenos, mas a deixavam com o corpo muito exposto. Quando olhei, senti um calor no corpo, uma vontade de tocar cada centímetro daquele corpo lindo.

Resolvi correr logo pra água para esfriar a cabeça e esquecer aqueles pensamentos. Ela veio junto e pulou no poço comigo. A água estava uma delícia; a gente se divertiu muito ali. Nadamos, jogamos água uma na outra, rimos, conversamos. Clara admirou um pouco mais o lugar. Quando saímos da água, a palma da minha mão já estava branca de tanto que ficamos na água.

Sentamos em uma pedra maior na beirada do rio para tomar um pouco de sol. Quando olhei pra Clara, reparei que sua lingerie ficou um pouco transparente por estar molhada. Dava pra ver o tom rosa dos seus mamilos, o bico bem durinho quase furando o soutien, um tom mais escuro acima da sua menina. Com certeza eram os pelos no seu púbis. Sua calcinha molhada marcava bem sua menina um pouco gordinha. Eu senti mais uma vez meu corpo se aquecer, senti minha menina pulsar. Eu não queria olhar, mas meus olhos não me obedeciam. Toda vez que ela tirava os olhos de mim, eu olhava cada detalhe daquele corpo perfeito ali na minha frente.

Resolvi sair dali. Me levantei e falei que ia beber água. Fui até onde estavam nossas coisas e realmente bebi um copo de água. Respirei fundo e tentei controlar aquele desejo que tomava conta do meu corpo. Acho que vir aqui sozinha com ela não foi uma boa ideia. As coisas não iam ser tão fáceis como eu pensei. Talvez me manter longe seria uma opção melhor.

Voltei para onde eu estava, fiz o possível para não ficar olhando o corpo de Clara, mas era meio difícil. Conforme o tempo foi passando, as roupas secaram um pouco e foi mais fácil me controlar.

Voltamos para a sombra, sentamos e conversamos bastante sobre assuntos aleatórios. Eu não falava muito, mas Clara falava pelos cotovelos. Clara conseguiu pegar algumas orquídeas com minha ajuda, comemos um pouco e resolvemos ir embora porque já era tarde.

Subimos até a árvore de óleo, amarrei os animais, montamos e seguimos rumo à nossa casa. Pedi pra Clara não contar a ninguém sobre o lugar e ela jurou que seria nosso segredo.

Chegamos em casa e Clara foi tomar um banho. Eu fui guardar as coisas, falei um pouco com minha mãe e disse que a gente tinha se divertido muito no piquenique e provavelmente iríamos repetir mais vezes.

Logo fui pro quarto. Clara já tinha saído do banho, então peguei minhas coisas e fui tomar um banho também. Entrei, tirei minha roupa e liguei o chuveiro. Já com a água caindo sobre meu corpo, comecei a lembrar do corpo de Clara. Eu nem percebi quando coloquei uma das mãos entre minhas pernas e outra nos meus seios. Apoiei o meu corpo na parede e me masturbei pensando em Clara. Eu tive um orgasmo muito gostoso.

Terminei o banho e voltei pro quarto. Clara não estava. Me bateu aquele sentimento de culpa. Eu me deitei e fiquei ali pensando em toda aquela situação. Eu não ia aguentar outra situação daquela; eu precisava evitar certas coisas. Meu desejo por Clara era muito maior do que eu esperava.

Depois de um bom tempo, Clara voltou ao quarto e me chamou para ir ver TV com ela na sala. Eu disse que estava com a cabeça doendo e ia ficar quietinha ali. Ela disse que ia pegar um remédio para mim. Aí eu disse que tinha tomado antes de ir pro banho e logo passaria.

Ela saiu e eu fiquei ali com meus pensamentos. Logo adormeci. Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com alguém jogando um lençol sobre meu corpo. Não me mexi, mas abri os olhos e vi Clara de costas indo até o interruptor e apagando a luz do quarto. Ficou tudo escuro. Eu só conseguia ver a pequena fresta de luz do corredor por debaixo da porta.

De novo senti alguém sentar na beirada da minha cama e tocar meu rosto com os dedos. Era Clara; eu sabia pelo perfume que tomava conta das minhas narinas.

Será que estou sonhando de novo ou aquilo tudo realmente aconteceu? Mais uma vez senti seus lábios tocarem minha face. Senti sua respiração quando ela descolou seus lábios do meu rosto.

Dessa vez ela não falou nada e se levantou. Antes que eu pudesse pensar em algo, vi que ela de novo ajoelhou na minha frente. Meus olhos já conseguiam ver seu corpo no meio da escuridão.

Seus dedos novamente tocavam meu rosto suavemente, fazendo carinho. Senti sua respiração cada vez mais perto. Ela iria me beijar de novo, mas dessa vez eu não consegui ficar quieta. Fui tirando meu braço de debaixo do lençol bem devagar. Quando ela tocou meus lábios, eu levei minha mão até sua nuca e segurei. Ela levou um susto e tentou se afastar, mas eu não deixei e trouxe de novo sua boca até a minha e a beijei. Eu nunca tinha beijado ninguém, mas já tinha visto como fazia e tentei imitar.

Ela não tentou mais se afastar e senti seus lábios se movimentarem e retribuírem o beijo. Nossos lábios se moviam, um buscando o outro. Senti sua língua pedir passagem entre meus lábios e não impedi. Logo nossas línguas brincavam uma com a outra.

Senti sua mão timidamente segurar minha cintura. O beijo que começou calmo já não era mais. Nossas bocas pareciam querer devorar uma à outra. Sua mão apertava minha cintura e puxava meu corpo para perto dela, como se quisesse o contato.

Eu tirei a mão da sua nuca e segurei no seu braço; a puxei sem parar o beijo. Ela se levantou devagar e deitou com o corpo parcialmente em cima do meu.

Eu já não respondia por mim. Eu só queria beijar aquela boca e tocar aquele corpo com minhas mãos.

Continua...

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 381Seguidores: 86Seguindo: 93Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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Tá excelente.👏👏👏👏👏👏👏

O romantismo e o encontro de duas almas,apagam os erros de português.

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Foto de perfil de JESSICA ALVES

Aí meu Deus!!!! Desse jeito você acaba comigo. Notei que os erros diminuíram muito,e enfim vc parou de se desculpar, tá muito bom cada capítulo. A espera do próximo 😎

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Foto de perfil de Forrest_gump

Sim, diminuíram um pouco mas ainda acho uns às vezes, segui sua dica, obrigado mesmo!!!

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Eita finalmente as duas estão correspondo o que elas sentem uma pela outra, gostei da atitude da Ceci ela partiu com tudo, e foi correspondida.

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