CAPÍTULO 7
No carro em direção ao restaurante, eu perguntei sobre essa viajem em família e do porquê papai não me falar antes.
“Quando eu lhe chamei na cozinha hoje a tarde, era pra contar isso, mas acabei esquecendo”
Lembrei de quando a gente fez sacanagem na cozinha, e pensei em quanto tempo o meu tio nos assistiu fazendo aquilo.
“Eu ia conversar com você antes, Pedro. Mas você sabe como é seu avô Alberto, não consigo dizer não pra ele”
“Achei que a ideia de viajar em família fosse do tio Edson”
“E foi, mas quando eu disse a ele que ia pensar no assunto, no outro dia seu avô ligou pra mim”
Meu pai e o vovô Alberto tinham um relacionamento tão saudável, mas parecia que papai não gostava de desapontar ele e por isso sempre fazia o que ele queria. Ao menos vamos estar juntos, assim posso ficar de olho no Elias se ele dar em cima do papai.
Até que chegamos no restaurante, e o lugar era grande, não estava cheio, mas estava bem movimentado. A gente costumava vim aqui, quando papai saia com alguns amigos e eu ia junto pra ficar com ele. Só que agora era só eu e ele, e ficamos um de frente pro outro.
“Boa noite, você e seu pai já sabem o que vão pedir?” perguntou o garçom sorrindo pra mim. Eu lembrava dele da última vez, e parece que ele também.
Após papai e eu escolhermos os pratos e as bebidas, o garçom foi embora, piscando pra mim no final.
“Acho que ele gosta de você” comentou o papai, vendo o rapaz se distanciando.
“Não sei não, prefiro homens mais velhos e de preferência, que seja meu pai” falei, vendo o quão lindo papai estava, bem mais que o habitual. E por razão nenhuma, me deu vontade de beijá-lo.
“Eu não lhe contei antes, mas da última vez, ele veio perguntar diretamente pra mim se você estava solteiro”
“O garçom? E o que o senhor falou?” perguntei vendo o garçom de longe, e ele já estava olhando pra mim.
“Que você estava solteiro, é claro” ele riu, vendo minha cara de bravo.
“Pai, por que o senhor disse isso?!”
Antes que ele respondesse, o garçom voltou com tira gostos da casa, e ao invés dele só deixar a bandejinha ali e ir embora, ele decidiu falar com a gente, mas não tirava os olhos de mim.
“Vocês estão esperando mais alguém? Eu posso anotar outro pedido, assim sai ao mesmo tempo”
Admito que ele tinha um sorriso bonito, mas achei maldade quando vi papai se divertindo da minha situação.
“Não, hoje é só meu pai e eu mesmo, valeu”
“Entendi. Bem, aproveitem a noite, assim que estiver pronto, eu trago os pratos” disse ele, e depois falou mais baixo, como se fosse só pra mim: “Qualquer coisa, meu nome é Wesley” e saiu em direção a outra mesa com clientes.
“Não sei porque o senhor me fez passar por essa”
“É só brincadeira, filho. E o que você acha que eu devia dizer pra ele? Que você está com o próprio pai?”
“Sim” respondi breve. “Não quero esconder nosso relacionamento do mundo, pai, porque eu amo o senhor” falei enquanto tocava sua mão em cima da mesa “Meus amigos já sabem, e um amigo do senhor, o Leandro, já me falou que acha que somos um casal e está tudo bem com isso”
“O Leandro falou isso? Deve ser porque você quase sempre sai com a gente nos fins de semana”
“Ou porque o senhor está supostamente solteiro há mais de 2 anos. E quando está bêbado, só falta me beijar na frente de todo mundo”
“Eu faço isso mesmo, né” ele entrelaçou os dedos nos meus, e riu pensando na última vez que dançou colado comigo na frente dos seus amigos.
“Não tô nem aí se vão falar da gente, mas eu gostaria de pelo o menos beijar o senhor quando eu quisesse” falei naturalmente, vendo um casal chegar e sentar duas mesas depois da gente.
Esperei papai falar alguma coisa, mas ele ficou em silêncio, me admirando enquanto nossas mãos continuavam juntas.
“Pai?” vi ele se levantar e sentar ao meu lado na mesa, quase que colando sua cadeira na minha de tão perto.
“Eu também queria poder te beijar em qualquer lugar” ele falou baixinho, ainda segurando minha mão.
“E por que não beija? Homens juntos hoje em dia é mais tolerável que antigamente”
Papai riu e falou: “Está me chamando de velho, Pedro?”
“O senhor sabe o que eu quis dizer” soltei um riso, vendo ele olhar ao redor e depois falar baixinho pra mim:
“Eu não tenho problema em segurar sua mão ou te beijar em público, o problema é que qualquer estranho olha de longe que você é meu filho. E se me virem beijando meu próprio filho na boca, vão pensar que sou um pai pervertido”
“E o senhor não é?” brinquei, mas de sacanagem, peguei sua mão que estava entrelaçada na minha e desci pra minha virilha, fazendo papai tocar no meu saco por cima da calça. “Vai dizer que o senhor não gosta de me fazer gritar na cama, ou de deixar minha bunda dolorida por dias” cochichei pra ele, me certificando que ninguém estava olhando a mão do papai no meu pau.
“Não brinque comigo, que eu posso arrastar você pra aquele banheiro e deixar sua bunda dolorida de verdade” foi quando papai apertou meu saco com força, me fazendo gemer e depois subiu sua mão como se nada tivesse acontecido.
“Acho que eu ia gostar” falei, querendo que papai apertasse meu saco de novo.
Mas claro que papai não fez isso, a gente tinha vindo pra jantar e o sexo ficou marcado pra depois. E obviamente, eu não podia esquecer do que ia dar a ele daqui a pouco...
Não demorou muito e o garçom voltou, admirando o fato do papai estar sentado tão perto de mim, como se jamais passasse por sua cabeça que um filho poderia estar num relacionamento incestuoso com o próprio pai. Ele sorriu, especialmente pra mim e disse que qualquer coisa, era só chamar por ele. Wesley, o lindo garçom de mesma idade que a minha que eu não iria dar chance. E graças ao papai, eu teria que abrir o jogo pra ele de uma vez.
Papai e eu jantamos enquanto conversávamos sobre a futura viajem da próxima semana. E quando falei que o Elias podia tentar alguma coisa pra chegar nele, o papai achou besteira e disse que ninguém, além de mim, ia transar com ele. Eu pensei em contar sobre o que vi do tio Edson e do primo Elias, mas achei que seria inconveniente da minha parte.
Tempo depois, terminamos de comer e eu impedir papai de pedir uma cerveja, e mesmo que eu pudesse voltar dirigindo, não queria papai bêbado pra o que estava pra acontecer.
“Pai...”
“Sim, filho” ele terminou de beber o suco e prestou atenção em mim, com aquele sorriso lindo que só meu pai tem.
“É que eu tenho algo pra dar ao senhor, e...”
“Eu sabia” e então ele riu baixinho, como se tivesse acertado alguma aposta boba.
“Sabia nada, eu nem falei pra ninguém” me contive em pegar o presente que estava na minha pochete de peito.
“Faz semanas que você fala em ficar a sós comigo, filho. Mas com seu tio em casa, não dava pra fazer uma surpresa pro seu paizão, né?” e me beijou nos cabelos brevemente, ansioso pelo o que era.
“Ao menos tentava fingir surpresa, pai”
“Desculpa, Pedro. Mas independente do que seja, tenho certeza que vou amar” sentir que ele parecia mais ansioso que eu, só que como papai não sabia o que era, tenho certeza que não esperaria isso, porque nem eu acreditava que ia dar isso a ele.
“Tá aqui dentro” falei abrindo a pochete de peito.
“Achei que fosse algo maior, tipo uma camisa ou um cinto novo” e quando papai me viu pegando duas coisas pequenas e mostrando a ele, ele fez uma cara de surpresa e ficou em silêncio.
“Eu demorei um pouco pra comprar, mas como era pro senhor, eu sabia que valia a pena. O que achou? São lindas né?”
Papai não falou nada, pareceu que ele estava tentando entender a situação. Eu fiquei tímido porque umas 4 pessoas, que eram 2 casais, olharam pra cá sorrindo pra gente e eu me sentir um garoto com vontade de me esconder no papai.
“O senhor-- mmhh”
Papai me interrompeu com um beijo na boca, e não foi um selinho, ele realmente me beijou com vontade, e eu sabia que aquilo significava que ele tinha aceitado. Afinal, eu sabia que papai não recusaria os anéis de noivado que tanto esperei pra dar a nós dois.
[continuação quinta-feira...]