(História que antecede o conto “Carla Evelyn, o caso mal resolvido”)
PRÓLOGO
Primeiro foi a Débora, mulher comprometida com os estudos, que por fim, acabou por passar em um concurso federal e me deixou pela Cuiabá do Mato Grosso. E eu, trabalhando neste escritoriozinho de merda, mesmo sendo encarregado, preferi não arriscar de acompanhá-la. Depois foi a Marinete, mulher empreendedora e inteligente; bonita mas não sensual; parceira nos negócios, mas não necessariamente nos “de cama”. Legal também, mas teve fim e parti para a terceira.
A terceira e a quarta, parentes entre si, eu namorei simultaneamente, até que uma ficou sabendo da outra. Se trata das duas maduras, Luzinete e Neide. Após o incidente da coincidência, e tendo passado a fase da mágoa, se entenderam e me abandonaram com meu serviço estressante. Foi quando, meus colegas de trabalho me deram como depressivo/sentimental no campo amoroso. Resolveram me ajudar e começamos a sair. Com o tempo, me apresentaram algumas “minas”, e a quarta delas, foi a Carla Evelyn.
Mulher muito magra para a “ocasião”, em que eu só queria apertar e aliviar a tensão. Porém, teria sido a sua cara de malícia, que tornou viável a relação, e permitiu que a paixão acontecesse. A paixão foi sendo construída gradativamente, mas foram os “empurrõezinhos” dos meus colegas de serviço, insistindo comigo para consolidar com a Carla Evelyn, que me deixaram sem opções.
Me lembro que quando chegou o aniversário de “namoro”, que aqui está entre aspas pelo fato de que ela já estava morando na minha casa, ela me pediu um presente, caro o bastante, para que eu provasse o meu amor. Eu respondi:
− Pra que presente, se eu sou teu, junto com tudo que me pertence?
Ela respondeu:
− Tudo isso é lindo, mas abstrato! E eu preciso de algo concreto e palpável para a nossa relação.
Fiquei feliz com a resposta, e raciocinei que o amor é abstrato, mas existe, aqui no meu peito, e já é suficiente para me manter “vivo”. Passei a ela, o meu cartão de crédito do Santander, banco este, que vive pedindo para eu indicá-lo aos meus amigos.
Carla Evelyn, não precisou ser indicada a ninguém, e naquele final de 2019, quando todas as minhas atenções estavam voltadas à “fase mágica” do Flamengo, ela percorria todo esse bairro promíscuo onde eu moro, e chegou até, a ter um caso com o síndico do prédio ao lado da minha residência. Acho que a culpa foi minha, quando eu não me importava de pegá-la no “sexo selvagem” no meu quintal, com aquela ala de apartamentos, podendo avistar a prática por todos os ângulos.
Meu talão de cheques foi subtraído da minha gaveta, com a substituição feita numa falsificação grosseira, mas como eu não tinha o costume de utilizá-lo, o furto teve sucesso. Com o passar dos dias, e Carla me deixando exausto nas transas exaustivas, o déficit bancário foi se acumulando, sem que eu percebesse. Depois de 3 meses, o banco me ligou perguntando se eu estava bem, e acabei sabendo do rombo.
DEZ MINUTOS
Era fevereiro de 2020, e eu tinha denunciado o roubo do talão de cheques. Ele foi encontrado com a Carla Evelyn, por um detetive que a estava perseguindo, e foi durante uma compra. Tinha um cheque assinado com uma “falsificação nada mal” da minha assinatura, e um outro rasurado, que continha a assinatura de Carla Evelyn, aquela que o “C” se sobrepõe ao “a” e o “y” é quase ininteligível. Foi confiscado como prova, Carla presa em flagrante, e liberada, para responder em liberdade, no dia seguinte. Consegui uma medida protetiva, e uma ordem de afastamento da minha casa, contra Carla Evelyn.
Alguns dias depois, Carla me ligou, e disse que precisava me comunicar uma notícia. Eu disse que, só se fosse pessoalmente. Ela aceitou, e depois de meia hora estava ali na minha frente, com toda a sua sensualidade de bandida. Ela se sentou no sofá, ao meu lado e, fui levantando a saia do seu vestido com a “mão boba”, mas ela esquivou-se, dando a notícia:
− Estou noiva do irmão do síndico do prédio ao lado. Ele me disse que tem fazendas aqui em Goiás, e que me levará para ser a senhora de uma delas.
Ouvindo isso, meus dedos me traíram, e mandei a mensagem de busca ao delegado. Ele respondeu que a viatura chegaria em 10 minutos. Larguei o aparelho, abri uma garrafa de uísque, servindo um pouco para Carla Evelyn. Ela estava bebericando, quando eu lhe revelei que sabia dos seus casos aqui do bairro. Ela jogou o resto do líquido na minha cara, e o copo no chão, que se partiu em 10 pedaços, dizendo:
− O síndico é que ficava dando em cima de mim!
− Aham, e você... – balancei a mão axialmente.
Ela pulou por cima de mim, que caímos no sofá. A saia subiu, e começou a se masturbar por cima de mim. E mesmo por baixo da minha calça, meu pau ficou meia-bomba, dando pulsos, latejando de emoção. Puxei-a e mordi o pescoço dela, quando reagiu me dando um tapa na cara. Girei-a, deixando-a de costas no sofá, quando tirei a sua calcinha, e comecei a sugar o seu grelinho. Porém, lembrei do chamado, e olhando o relógio, vi que faltava pouco mais de um minuto para a polícia chegar. Então, interrompi e avisei:
− Denunciei à polícia que você está aqui. Lembra da ordem de afastamento? Daqui um minuto estarão chegando. Depressa, sai agora, e corta pela viela, que sai na contramão do trajeto deles!
Também mostrei a chamada na tela do celular, quando ela me deu um selinho, perguntando:
− Por que está me protegendo?
− Não sei, mas vai enquanto eu não me arrependo.
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Os dois policiais chegaram, e um ficou na porta, como é de praxe. O outro me perguntou:
− Onde ela está?
− Quem?
− A meliante. Carla Evelyn de Oliveira.
− Não está.
− Posso ver o seu aparelho celular?
Mostrei, quando me perguntou:
− Quem fez esse contato?
− Foi a minha empregada. Deixa eu ver,... Hum, parece que ela aprontou uma pegadinha. Sabe, essas empregadas de hoje em dia têm muito ciúme do patrão.
O policial me cheirou e olhou para a minha camisa, ainda húmida pelo uísque, e perguntou:
− O senhor andou bebendo?
− Não! É que meu médico me aconselhou a maneirar e,... eu joguei uma dose na cara, só para não esquecer do cheiro.
Dei uma risadinha, que o policial não acompanhou. Foi só o da porta, que deu um sorrisinho.
− De quem é essa calcinha que está na sua mão? – perguntou o policial.
Olhei meio espantado, e demorando um pouco, respondi:
− Minha empregada esqueceu. Sabe como é, né? Acho que estava na hora do circular.
Finalmente, o policial abriu um sorriso, bateu no meu ombro, e disse antes de sair:
− Seu malandro! Se cuida, hein?
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Fiquei cheirando a calcinha da Carla Evelyn, olhando para o seu retrato na parede. Depois, pendurei-a no prego ao lado do retrato.