Passei as mãos sobre meu rosto como se quisesse me livrar do que meu corpo estava sentindo. Levantei-me e me joguei na piscina; nada como uma água fria para apagar um fogo, e, no meu caso, o fogo era entre minhas pernas.
Fiquei embaixo da água o máximo que consegui. Quando saí, Layla estava dentro da piscina novamente. Ela veio nadando até mim, olhou-me e perguntou;
Layla— Está tudo bem com você?
Karla— Sim, por quê?
Layla— Tive a impressão de que você me olhou com uma cara estranha quando saiu da água.
Karla— Kkkk, nada a ver! Estou com a cara de sempre, só estou molhada mesmo. Kkkk
Procurei agir o mais naturalmente possível. Eu não ia falar nada do que tinha acontecido, até porque nem eu sabia o que tinha acontecido. Ou melhor, eu sabia, mas não entendia.
Layla sorriu ao ouvir minha resposta e voltou a nadar. Eu mergulhei de novo; acho que aquela loucura já tinha passado. Logo, César e Leila apareceram. Saímos da água e nos sentamos nas cadeiras que estavam na sombra. Layla pegou quatro cervejas long neck e trouxe para nós. Ficamos ali conversando; estava um clima ótimo; bom papo, boa cerveja, piscina. Nem vi o tempo passar.
César e Leila eram ótimas pessoas, gostei muito deles. Era umas três da tarde quando eles foram para dentro da mansão. Eu e Layla ficamos conversando ali por muito tempo. Ela estava com um biquíni minúsculo e, sinceramente, estava difícil não reparar o quanto ela realmente era bonita. O corpo dela parecia ser esculpido, mas eu não senti mais nada mesmo olhando-a ali semi-nua na minha frente. Não vou negar que aquilo me deixou bem mais aliviada.
No início da tarde, Layla me levou em casa. Convidei-a para entrar e ela acabou aceitando. Jantou junto comigo, minha mãe e Sophia. Logo após o jantar, Sophia arrastou Layla para brincar com ela. Pareciam duas crianças. Sophia adorava Layla porque ela realmente parecia uma criança quando as duas se juntavam; faziam muita bagunça. Pelo menos, quando Layla tinha que ir embora, ela arrumava tudo, e Sophia ajudava, ou pelo menos tentava.
Depois que Layla se foi, tomei um banho e fui conversar um pouco com minha mãe. Fiquei de papo com ela até tarde. Depois, fui para meu quarto dormir e levei Sophia, que tinha dormido no sofá, direto para seu berço. Quando coloquei-a para dormir, notei que eu precisava trocar aquele berço por uma cama; ele já estava ficando pequeno para minha princesa.
Deitei-me e não demorei muito para dormir. O dia foi cansativo. No outro dia, acordei cedo e passei o dia todo em casa com Sophia e Lúcia. Aproveitei para estudar um pouco e troquei mensagens com Layla pelo celular. Ela disse que a mãe dela me adorou, mas achou que eu era algum rolo dela. Ela explicou que éramos só amigas e que eu não curtia mulheres.
À tarde, sentei na varanda do lado da garagem, pensando no que tinha rolado comigo na casa de Layla. Cheguei à conclusão de que provavelmente foi carência por estar há tanto tempo sem ninguém. Acho que meu corpo estava desesperado por um carinho diferente.
As férias se foram e voltei à minha rotina normal— faculdade, estágio e casa. Mas, dessa vez, no estágio, as coisas mudaram. No primeiro dia, fui comunicada de que não ficaria mais naquela sala; eu iria para a sala onde Layla estava. Ficaríamos só nós duas. A sala em que eu estava seria redecorada e viraria o escritório do César, e o escritório dele seria reformado completamente.
Eu amei a notícia! Eu e Layla iríamos passar praticamente o dia juntas. Pelo sorriso que ela estava na hora em que recebemos a notícia, ela também amou.
César pediu para que a gente focasse nos nossos projetos, pois no fim do ano queria ver pelo menos cinco de cada uma para levar até a diretoria para serem avaliados. Ele disse para sermos criativas, porque a empresa queria coisas novas, para sairmos do convencional, usarmos a imaginação e não pensarmos em valores, já que a maior parte dos clientes que procurava a empresa era composta por pessoas muito ricas.
Eu e Layla saímos dali animadas e determinadas a conseguir nosso contrato no final do ano. O que eu não sabia naquele momento é que trabalhar junto com Layla iria mudar minha vida totalmente. Eu nunca mais seria a mesma depois daqueles meses trabalhando com ela; com certeza, Layla seria responsável pela maior mudança que já me aconteceu até hoje.
Depois de 15 dias trabalhando juntas, descobrimos que éramos totalmente diferentes em nossas propostas de projetos. Eu era do tipo que valorizava projetos altos e sustentáveis; Layla já era focada em projetos que priorizavam a tecnologia. Isso fez com que uma aprendesse muito com a outra. Passávamos a maior parte do tempo criando algo; alguns projetos eram, na minha opinião, muito bons, outros nem tanto.
No fim do primeiro mês, no final do expediente de uma sexta-feira, Layla me disse que estava com a visão cansada e que iria no dia seguinte de manhã ao oftalmologista para ver se tinha algum problema na visão. Eu disse a ela para ir, porque, se fosse algum problema, ficar forçando só iria piorar, mas que provavelmente não era nada grave.
A gente combinou de usar o final de semana para descansar um pouco o corpo e a mente, então ficaríamos quietas em casa, relaxando um pouco.
No sábado, ela me mandou mensagem na hora do almoço e disse que tinha ido ao oftalmologista e que não era nada grave, mas que ele aconselhou-a a usar óculos de descanso para ajudar, e ela já tinha comprado um. Trocamos mais algumas mensagens durante aquele dia e no domingo, nada de muito importante.
Na segunda-feira, ela não foi à aula porque tinha marcado dentista e ginecologista na parte da manhã, já que provavelmente não teríamos nada de muito importante durante as aulas. Quando saí da faculdade, ela mandou mensagem avisando que iria se atrasar e que eu não esperasse por ela, porque talvez eu me atrasasse também. Eu disse que tudo bem, que iria de ônibus sem nenhum problema.
Quando cheguei ao estágio, logo que deu o horário, fui para a sala, me sentei na minha mesa e, depois de cinco minutos, vi ela entrando de saia social justa acima do joelho, uma camisa social, salto preto, cabelo amarrado e um óculos bem fino no rosto. Quando vi novamente, meu mundo ficou em câmera lenta. Ela estava muito sexy. Senti tudo aquilo que havia sentido naquele dia na piscina.
Ela abriu um sorriso e disse:
Layla— Gostou do meu visual de secretária sexy? Kkkkk
Karla— Sim, ficou legal. 🤭
Layla— Ei, você está bem?
Karla— Sim, por quê?
Layla— Porque você está com uma cara estranha, de novo!
Karla— Deve ser por causa do calor. Não estou me sentindo muito bem. Vou ao banheiro jogar água no rosto e já volto.
Layla— Quer ajuda?
Karla— Não, está tudo bem. Eu já volto.
Saí dali mais rápido que pude. Cheguei ao banheiro, joguei um pouco de água no rosto, respirei fundo, olhei no espelho e perguntei ao meu reflexo o que estava acontecendo comigo. Claro que não obtive resposta. Entrei em um dos reservados, abri minha calça social e desci junto com a calcinha. Levei os dedos à minha intimidade e ela estava muito úmida. Com certeza, havia marcas na minha calcinha. Conferi e, graças a Deus, não havia. Mesmo assim, peguei um pedaço de papel higiênico e me sequei.
Vesti minha calcinha e minha calça novamente, saí do reservado e joguei mais um pouco de água no rosto. Mais uma vez, respirei fundo, tentando colocar as ideias no lugar. Enxuguei meu rosto e resolvi voltar para a sala antes que Layla viesse atrás de mim.
Quando entrei, Layla veio até mim e perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim, que não precisava se preocupar, que provavelmente foi só um mal-estar. Ela sorriu e disse que bom que eu não estava bem e veio me dar um abraço, mas eu fugi dela o mais rápido possível.
Layla— Ei, o que houve?
Pensei rápido...
Karla— Eu não sei se foi só um mal-estar; talvez seja uma gripe ou algo assim. Não quero te passar nenhum vírus. Kkkk
Layla— Você tem razão, melhor eu ficar longe de você mesmo. Kkkkk
Karla— Com certeza. Vamos trabalhar?
Layla— Vamos sim, gata.
Fui para minha mesa e dei graças a Deus por ter escapado daquele abraço; ter o corpo dela colado no meu não seria uma boa ideia naquele momento.
Bom, o resto do dia foi meio complicado para mim. Eu não consegui me concentrar direito no trabalho e comecei a reparar muito em Layla, mesmo sem querer. Era como se meus olhos tivessem vontade própria, e a vontade deles era ficar secando a bunda gostosa da minha amiga quando ela ficava um pouco abaixada para desenhar no cavalete.
Quando o dia acabou, Layla me deixou em casa. Eu tentava ser o mais natural possível, mas minha cabeça estava a mil com tudo aquilo. Para minha sorte, ela não quis entrar, porque disse que estava cansada e iria tentar dormir mais cedo. Despedi-me e ela se foi.
Entrei, falei com Sophia e Lúcia um pouco e fui para o banho. Mas, quando fui lavar minha intimidade, o desejo bateu forte. Eu precisava me aliviar. Comecei a fazer carinho no meu clitóris e logo estava gemendo baixinho de tesão. Tentei não lembrar de Layla, mas não teve como. Na hora em que o desejo me dominou de vez, eu só conseguia pensar naquela bunda gostosa, nos seios que com certeza deveriam ser muito macios, naquela boca que devia ser uma delícia de beijar. Comecei a imaginar Layla nua na minha frente, se tocando como eu estava fazendo naquele momento.
Escorreguei minhas costas na parede e penetrei dois dedos na minha intimidade, movendo-os com vontade. Quando senti meu orgasmo chegando, coloquei uma mão na boca para não fazer barulho e massageei meu clitóris com vontade. Meus dedos se movimentavam rápido em cima dele e eu gozei, imaginando a boca de Layla ali, me chupando todinha.
Tive um orgasmo muito intenso. Senti meu corpo todo se contrair e minhas pernas perderem as forças. Quando percebi, estava sentada no chão do banheiro, com as pernas abertas e minha mão acariciando minha intimidade. Por impulso, levei meus dedos até a boca e chupei um por um, sentindo o gosto do meu mel na língua.
Quando o desejo foi passando, veio a culpa. Que merda eu tinha acabado de fazer!?! Eu tinha acabado de gozar pensando na minha melhor amiga! O que está acontecendo comigo!?! Será que sou lésbica? Não, eu nunca gostei de mulher. Só pode ser carência. Eu preciso urgentemente parar com isso antes que eu enlouqueça. Isso não pode mais acontecer.
Continua…
Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper