CAPÍTULO VII
*** ERIC VIANA ***
Quatro olhos verdes me encaram, curiosos. Verdes como os do tio. Os cabelos loiros, lisos, com cachos nas pontas, estão enfeitados de uma maneira completamente diferente. Enquanto uma usa um único laço cor de rosa, a outra usa uma faixa colorida. As sobrinhas de Gustavo são gêmeas perturbadoramente idênticas, e eu não sei quem encara a quem com mais curiosidade, se elas a mim, ou eu a elas, se bem que, sendo honesto, não é bem curiosidade o que sinto, é vontade de sair correndo.
Deus, como foi que isso aconteceu? Quer dizer, ontem mesmo eu saí desse apartamento certo, determinado a nunca mais voltar e, agora, cá estou, vestindo um pijama por baixo de uma camisa de Gustavo, enquanto duas bonecas de porcelana que não poderiam ser mais lindas, fofas, e assustadoras, nem se tentassem, me encaram.
Eu não pretendia voltar aqui. Realmente, não pretendia. Quer dizer, essa ideia, essa aposta, se tivesse um sobrenome, seria estúpida. Isso não vai dar certo. Gustavo é um cafajeste com C maiúsculo e eu não tenho a menor vocação para ser centro de reabilitação de homem, por isso, não, eu não quero sua paixão, porque ela seria muito mais problema do que solução.
Então, o que eu estou fazendo aqui? Minha vontade é de esfregar as mãos pelo rosto e apertá-las contra as raízes dos cabelos, mas, isso, provavelmente, assustaria os dois pares de bolas de gude que continuam me observando, em silêncio. Elas não dizem nada, eu não digo nada.
O que eu deveria dizer? “Oh, nossa! Como vocês são lindas?”, “Foi um prazer conhecê-las, mas eu não sei lidar com seres recém chegados a esse mundo, então até a próxima, pessoal!” Ou, talvez... Não! Definitivamente, isso não...
Oh, Deus! Onde eu amarrei meu burro? Chapolin Colorado? Você poderá me salvar?
— Você é mudo? -A menina com faixa colorida no cabelo pergunta e os olhos da outra se arregalam em horror.
— Alicia! -sussurra baixinho: ͞ Essa não é uma pergunta educada! -Alerta à irmã e eu sorrio, ela está certa. Mas Alicia não parece se importar.
— Mas ela não fala nada... -Inclina a cabeça para o lado, observando-me com mais atenção: ͞ Ei, você nos escuta? pergunta, acenando a mão diante dos meus olhos e, depois disso, perco o controle, gargalho.
— Ele ri! -Alicia comemora, como se tivesse feito uma grande descoberta, enquanto sua gêmea sacode a cabeça lentamente, parecendo envergonhada.
— Eu falo... -Finalmente respondo à pergunta.
— Ah, ufa! Eu tava preocupada! Porque não sei usar sinalização! -franzo o cenho.
— Não sabe usar o quê? -inclino-me sobre a ilha da cozinha.
— É linguagem de sinais, Alicia! -a irmã corrige, fazendo um novo sorriso brotar em meu rosto e Alicia desdenha, balançando a cabeça, deixando claro que não acha usar o nome correto importante.
— Eu sou a Alícia! -diz para mim com os ombros retos e a postura corrigida. Ela veste calças jeans, uma camiseta vermelha e tênis, sua irmã usa um vestidinho florido. Essas meninas só tem o rosto parecido mesmo, porque o resto, obviamente, não poderia ser mais diferente.
— E aquela é a Alice, minha gêmea! -sorrio.
— É um prazer conhecer vocês duas! - Alicia estende a mão para um aperto. Me surpreendo, mas não serei eu o mal educado em uma conversa com uma criança, certo? Dou a volta na ilha e aperto sua mão. Alice se aproxima devagar e ergue a cabeça para mim, mas não entende a mão como sua irmã.
— Você pode abaixar um pouco? -questiona, e eu o faço, mesmo sem saber o porquê. Quando estou agachado e da sua altura, ela envolve os braços em meu pescoço, abraçando-me e pegando-me completamente de surpresa. Levo alguns segundos para me dar conta de que preciso retribuir.
— É um prazer te conhecer! -diz em meu ouvido e eu descubro que estava errado. Se elas tentarem, podem sim ser mais fofas! Alice, pelo menos. Alicia não parece muito disposta a esse tipo de tentativa.
— É sim, meu amor! -O vocativo carinhoso escorrega pela minha boca sem que eu tenha chance de detê-lo e, quando olho para a menina e a vejo sorrindo, percebo que funcionou, então está tudo bem.
Nesse momento, a porta se abre e é com essa cena que Gustavo se depara. Ele sorri para as meninas, não seu sorriso habitualmente cafajeste. É um sorriso gentil, carinhoso, que alcança os olhos e não tem nada de segundas intenções, ironia ou arrogância. Me sinto um invasor diante da constatação.
Mal pisco e sou abandonado. As meninas correm para o tio que se agacha e, quando atingido pelas duas, finge ter sido derrubado no chão. É nesse momento que eu percebo que posso estar encrencado. Veja bem, não me leve a mal. Eu não sou um tolo que distribui sentimentos por aí como se fossem panfletos. Mas, desde o primeiro contato, meu corpo já deixou muito claro o tipo de controle que Gustavo exerce sobre ele.
Outra coisa que também não sou? Estúpido. Embora adore ler romances água com açúcar, sou perfeitamente capaz de reconhecer que uma atração como essa é uma excelente porta de entrada para sentimentos não convidados. Eu não quero sentimentos. Não quero, porque não os desejo. Não quero, porque, se os desejasse, Gustavo seria o último homem sobre a face da terra por quem eu, algum dia, decidiria, de livre e espontânea vontade, desenvolvê-los.
Eis o porquê de eu estar encrencado. Porque sentimentos não convidados estão pouco se lixando para a minha vontade. Por isso, eu queria distância de Gustavo. Por isso, eu corri ontem. Por isso, eu teria feito da parede que separa os nossos apartamentos um verdadeiro oceano de distância, se não fosse o maldito beijo.
O beijo, que me roubou o ar, as dúvidas e certezas. O beijo que me disse que eu precisava de mais dele. O beijo que fez com que todas as minhas ressalvas entrassem em um ônibus com destino à terra dos ignorados. O beijo que me fodeu. E eu ainda nem fui devidamente fodido, puta merda!
Respiro profundamente enquanto observo os três rolarem pelo chão, gargalhando, sentindo uma necessidade imensa de, mais uma vez, sair correndo. Mas, como parece ser a especialidade dele, Gustavo me rouba isso também.
— Meninas, eu acho que o tio Eric também quer um especial de gargalhadas.
As meninas me olham com olhos e lábios sorridentes e, antes que eu tenha a chance de pensar sobre quando é que eu fui promovido a tio, sou agarrado. Entre braços e pernas infantis que me puxam para baixo, me vejo sem coragem de acabar com a brincadeira, e vou ao chão também, sendo coberto por dois corpinhos pequenos e serelepes enquanto o único pensamento em minha mente é: “Como é que eu vim parar aqui?”
****************
Eu não tinha a menor intenção de passar o dia. Nenhuma. Nada mesmo. Mas a vida é uma vendedora de sexy shop cujos produtos favoritos são vibradores e consolos que ela está adorando testar na minha bunda. Depois de minutos no chão, desfrutando do especial de gargalhadas, levantei-me, pronto para ir para casa. Crianças não são o meu forte, eu não desgosto delas, sinceramente, eu só não sei lidar com coisas tão pequenas e quebráveis.
Não tive a chance. As meninas levantaram-se junto comigo e, quando dei por mim, estava sentado na banqueta, comendo os biscoitos de chocolate bons. Aparentemente, nessa casa existem dois tipos. Os bons, reservados apenas para as meninas e para quem elas decidirem que é digno, e os outros, destinados às outras visitas.
Senti-me lisonjeado por ter sido considerado digno deles, estava pronto para agradecer pela gentileza, me despedir, e, finalmente, voltar para casa. Mas, depois dos biscoitos, elas precisavam de alguém para interpretar o outro rei em sua brincadeira de realeza, porque nas visitas ao tio, o rei nunca tinha um companheiro. “Era a primeira vez desde sempre”, disseram as duas, e eu cedi, afinal, seria só mais uma horinha...
Mas, depois dessa brincadeira, veio o almoço, e o tio Gustavo precisava de ajuda para preparar o melhor macarrão com queijo do mundo, disse o próprio cretino na frente das meninas, tirando de mim qualquer possibilidade de negar sem magoá-las. E, meu pai! Por que eu me importava em magoá-las? Provavelmente, eu nunca voltaria a vê-las! Porque você não é um velho bruxo que deixa criancinhas tristes, Eric! Ora bolas!
Depois, eu ainda não podia ir embora, afinal, era a hora do cinema, e todo mundo sabe que no cinema, as pessoas se sentam de dois em dois, certo? Se eu fosse embora, quem sentaria com o tio Gustavo?
— Tadinho, ele vai ficar sozinho, tio Eric! -Choramingaram e, depois de, pelo menos, ter tido a chance de ir para casa me vestir adequadamente, entrei num carro com destino a um shopping para assistir ao mais novo lançamento da pixar.
O filme foi divertidíssimo, as meninas são uns amores, mas a cada minuto passado com o trio, a pergunta “que raios estou fazendo aqui?” era mais profundamente marcada em minha mente. Quer dizer, seria esse um golpe de Gustavo em nossa aposta? A presença das meninas, com certeza, não. Mas forçar-me a participar de seu dia incrível de tio?
Porque sim, eu precisaria admitir. Ele era incrível com elas. Atencioso e responsável na medida certa. Nem sim’s nem não’s em excesso. E elas o adoram. Cada palavra que sai da sua boca é ouvida com atenção e expectativa. Nas poucas horas em que estive na companhia dos três, ficou muito claro que as visitas das meninas são momentos frequentes e especiais para eles. Então, por que diabos eu estava no meio de um programa família, no meio da tarde de uma quarta-feira?
Nenhuma resposta dava conta dessa pergunta além da óbvia. Gustavo estava usando sua relação com as sobrinhas para me derreter. Mas ele seria capaz de algo assim? A pergunta fez com que eu revirasse meus olhos internos, definitivamente, ele seria capaz de algo assim, concluí, negando com a cabeça a cara de pau do infeliz. O dia passou e eu fui envolvido cada vez mais profundamente na teia de pedidos e olhares de gatos de botas de Alícia e Alice.
E, confirmando minhas suspeitas, o que o tio Gustavo fez ou disse sobre isso? Nada. O cretino não fez qualquer esforço para me ajudar, parecia estar se divertindo com o fato de que eu era incapaz de dizer não àquelas duas que, provavelmente, vinham tomando aulas sobre como serem manipuladoras com o tio.
Mas a lei do retorno nunca falha, e foi no final da tarde que ela chegou para morder a bunda de Gustavo. Quando enquanto estávamos sentados no chão da sala, rodeados por peças de dois quebra-cabeças comprados na ida ao cinema, e tomando sorvete, Alícia, a curiosidade travestida de criança fofa, perguntou.
— Tio, o tio Eric é seu namorado? -Gustavo engasgou com a colher que tinha na boca e eu levantei meu pote de sorvete para esconder meu sorriso. Chupa essa, cretino! Quero ver você se virar agora, disse com meus olhos e ele estreitou os seus para mim enquanto tossia desesperadamente e as meninas batiam em suas costas com as pequenas mãozinhas.
— Hum... -enrolou, levando mais uma colher de sorvete à boca enquanto as duas aguardavam em expectativa.
— É! -declarou com simplicidade e foi a minha vez de me engasgar. Engoli errado, o sorvete desceu por onde não deveria, a falta de ar foi instantânea e as mãozinhas infantis passaram a bater em minhas costas. Puxei o ar, mas ele não veio. Engoli de novo, de novo, e de novo, e, na décima oitava vez, possivelmente, finalmente percebi que não morreria asfixiado.
— Não precisa ter vergonha não, tio! A gente sabe como namoros funcionam! -Alícia declarou com sua melhor expressão de adulta e, se eu não estivesse tão desesperado para dar na cara do tio dela, eu teria rido. Coisa que o infeliz estava fazendo. Ele não só não moveu um único dedo para me ajudar enquanto eu quase morria, como não fazia a menor questão de disfarçar seu divertimento com a minha situação.
— Eu também tenho um namorado! -Alícia soltou, arrancando o sorriso da cara do meu vizinho safado, mas, infelizmente, eu não poderia aproveitar a vitória, porque a informação me deixou tão chocado quanto a ele.
— Você tem o quê? -Gustavo perguntou com um tom sério.
— Um namorado, tio! -respondeu, virando-se para ele e eu olhei para a outra menina, que olhava para a irmã com cara de desapontamento e balançava a cabeça para um lado e para o outro, em negação.
— E seu pai sabe disso? -perguntou com o cenho franzido e, reagindo exatamente da maneira que eu tive vontade, Alicia revirou os olhos.
— É claro que não, tio! É segredo, ué! -Não me contive, ri. Gustavo me olhou de cara feia. Ergui as mãos em rendição e fingi seriedade.
— E quantos anos tem seu namorado secreto, Alicia? questionei o óbvio.
— Sete, tio! Ele é do primeiro ano! -Sorri, encarando o rosto ainda sério de Gustavo que parecia ignorar a idade do menino.
— Alicia, você ainda é muito nova pra namorar... -alertou com voz suave, porém, firmemente.
— O que você e seu namorado fazem juntos? -perguntei com a intenção de acalmar o homem que olhava para a sobrinha como se, de repente, ela tivesse ficado verde e criado antenas. Gustavo parecia nunca ter tido oito anos.
— Nós dividimos o lanche, tio! -Segurei o riso.
— E o que mais, gatinha? -Ela franziu a testa e uniu as sobrancelhas, como se a pergunta fosse absurda.
— Nada, ué. A gente se encontra no recreio e lancha junto. O que mais a gente poderia fazer, tio? -disse as últimas palavras com um tom de descrença que fez com que eu me pergunte se isso é uma criança ou um anão.
Gustavo respirou audivelmente, aliviado, e eu gargalhei. Alicia olhou entre nós dois sem fazer ideia do que motivou nossas reações, e Alice desistiu de acompanhar a conversa há algum tempo, entretendo-se com seu quebra-cabeças.
A pequena namoradeira balançou a cabeça, abandonando a vontade de nos entender e insistiu no assunto que nem deveria ter começado.
͞ E quando vocês vão se casar?
***************
— Dormiram. -A voz de Gustavo interrompe a recapitulação do dia que eu fazia dentro da minha cabeça.
— Graças a Deus! -choramingo, curvando-me sobre a bancada da cozinha. Sentindo-me exausto depois de um dia inteiro de brincadeiras, a energia dessas crianças parece infinita. Gustavo ri.
— Acho que exagerei no meu plano, talvez um passeio no parque tivesse sido o suficiente.
Arregalo os olhos, chocado com a cara de pau do cafajeste.
͞ Você sabe o que dizem, né? Não existe nada mais sexy do que um homem com crianças... -Meu queixo vai ao chão e ele gargalha enquanto se aproxima de mim e envolve os braços ao redor de minha cintura.
— Não, Eric! Eu não planejei isso. -Desfaz a confusão: ͞ Nem se eu fosse louco, teria interrompido o que estávamos fazendo mais cedo, justamente naquele momento, pra te mostrar o quanto eu sou um tio amado, definitivamente, se eu tivesse pensado nisso, seria em outra hora....
— E você sempre exibe suas sobrinhas para pessoas aleatórias? -curvo a cabeça para trás para poder ver muito bem sua cara de pau. Ele leva uma das mãos ao peito, fingindo-se de ofendido.
— Mas é claro que não! Só pro meu namorado! -diz, com um sorriso imenso.
— Qual é o seu problema? -viro o rosto de um lado para o outro com a boca aberta e os braços apoiados na cintura.
Sua boca se aproxima da minha e ele lambe meus lábios devagar.
— Você continua sendo meu problema, Eric... Nada mudou... sussurra em minha boca, e aperta ainda mais os braços, apoiando as mãos espalmadas em minhas costas. Meu corpo relaxa, gostando do toque. Traidor! Eu tinha certeza de que no momento em que experimentasse o toque de Gustavo, ele se renderia sem qualquer pudor. E aqui estamos.
Uma parte muito específica de mim é despertada pelas lembranças de hoje de manhã e pelo calor da sua boca na minha. Suspiro, realmente cansado, apesar da vontade crescente em meu estômago de terminar o que começamos.
— Você não devia ter dito que eu sou seu namorado, Gustavo! Você nem me conhece! Até onde sabe, eu posso ser um louco, um psicopato! -Sua gargalhada não é nada controlada, e eu belisco seu braço, alertando-o sobre as meninas dormindo no quarto.
— Eric, até onde eu sei, você é louco! Ainda não confirmei nem descartei seu laudo de psicopatia, mais de loucura? Esse tá mais do que certo! -Reviro os olhos: ͞ E não é como se eu fosse ter qualquer outra pessoa na minha vida pelos próximos dois meses... Definitivamente, eu não acho que transar com outros enquanto você ouve vá contar muitos pontos a meu favor, e eu já te disse, Eric... Eu não entraria em uma aposta que eu não tivesse chances de ganhar...
Pisco, atordoado.
— Você tá me dizendo que isso aqui é exclusivo?
— Da minha parte? Com certeza! Da sua? Fica a seu critério, mas, eu devo avisar que vou ficar muito menos suscetível a me apaixonar se você dormir com outros... -Seu tom é sério, mas o sorriso cafajeste em seus lábios conta uma história diferente, e eu realmente não sei se ele está debochando de mim.
— Gustavo...
— O quê? Seu parceiro? -me interrompe com a pergunta e estreita os olhos para mim. Levo alguns segundos para me dar conta do que é que ele está falando. Certo, a mentira que contei... Inclino a cabeça observando-o. Qual seria sua reação ao descobrir que o único parceiro que frequentou minha cama nos últimos meses foi ele? Nos meus sonhos...travestido de corredor... O infeliz é invasivo até quando não sabe disso.
Gargalho, porque ele nunca vai saber. Eu nunca vou massagear seu ego desse jeito. Ele me encara, sem entender o motivo da minha diversão súbita.
— Ciúmes, Gustavo? Achei que você tivesse dito que não era ciumento... -debocho.
— Pra foder? Não, não sou nem um pouco, Eric... -Enfia as mãos pelos meus cabelos e minhas pernas bambeiam. Mordo o lábio e seus olhos acompanham o movimento: ͞ Pra me apaixonar? Não sei dizer o que é preciso, porque nunca aconteceu... Mas saber que o meu homem tá fodendo outro, com certeza, não é um bom começo! -seu olhar é intenso o suficiente para me confundir e excitar.
— Seu homem? -Apesar das outras perguntas que suas palavras despertaram em mim, esse é o primeiro questionamento que meu cérebro estúpido solta pela minha boca. Arqueio uma sobrancelha, cobrindo com ironia o alvoroço que duas palavrinhas causaram dentro de mim.
— Nunca me importei em dividir meus brinquedos, Eric... -Seu tom é quente, lento, sussurrado, malditamente sedutor: ͞ Mas quando levo algo a sério... -Firma meus olhos nos seus, puxando meu cabelo, ofego. Sua voz assume uma dureza até agora ainda não usada quando ele continua: ͞ Gosto de ter certeza de que ninguém além de mim vai colocar as mãos.
A boca paira sobre a minha, como se quisesse provar com os gestos aquilo que me diz. Meu corpo anseia em se entregar, derreter nas mãos deles. Mas não vai ser tão simples, graças a Deus, uma parte, pequena, mas ainda assim, funcional, do meu cérebro se mantém ativa.
— Então essa aposta já deu errado... -forço as palavras para fora da boca, mesmo que a única coisa que ela queira fazer, tão perto assim da dele, seja beijá-lo.
— Quê? -afasta-se milímetros e franze o cenho.
— A aposta é que você se apaixone por mim sem que eu me apaixone por você, mas, pra isso, eu não posso me relacionar com outras pessoas. Como isso me ajuda a me manter emocionalmente distante?
O sorriso que ele dá é tão grande que poderia servir de ponte até a Asia.
— Esse não é um problema meu...
— Filho de uma puta! -constato, chocado, que ele já tinha pensado nisso!
— Você... Você... -estou tão indignado, que não consigo articular as palavras e ele se aproveita disso para falar mais.
— Eu disse, Eric. Eu não entro em jogos que eu possa perder. E, desse jeito, eu só ganho, porque de qualquer maneira, você perde... -Empurro seu peito com as mãos, mas ele não cede. Mantém-me preso em seus braços com as mãos agarradas aos meus cabelos.
— Você é um maldito cretino!
— Eu nunca disse que não era...
— Eu posso desistir... -Atiro, e ele estala a língua.
— Pode... É verdade... Nós ainda nem assinamos nada... Eu, sinceramente, não tenho nada contra... Afinal, eu ganharia desse jeito também, já que você estaria reconhecendo com todas as letras que se apaixonaria por mim...
Balanço a cabeça para os lados.
— Você é tão arrogante... -Observo seu rosto com os olhos estreitados. Faço um bico com meus lábios e o movimento para um lado e para o outro. A língua de Gustavo o lambe com ansiedade e eu sinto carícia entre as pernas.
͞ Quero mudar os termos do nosso acordo... -declaro com o lábio inferior preso entres os dentes.
͞ Eu também nunca disse que eu não era...-comenta, despreocupado: ͞ Você não pode mudar as regras do jogo depois que ele já começou, Eric... -seu nariz brinca com a pele da minha bochecha, acariciando e arrepiando ali.
— Você mesmo disse, a gente ainda não assinou nada, então, teoricamente, não começamos nada... -Ele se afasta o suficiente para que eu veja todo o seu rosto e sorri, antes de desviar os olhos dos meus, girar a cabeça, lentamente para o lado, e então, voltar para mim, sussurrando em meu ouvido.
— E o que é que nós estávamos fazendo enquanto minha boca te mamava, Eric? Enquanto eu esfregava meu pau olhando você afundar os dedos? -As palavras me atravessam muito além dos ouvidos, chicoteiam minha pele, estremecem minhas pernas.
͞ Enquanto meus dedos estavam enterrados no seu cuzinho, Eric? Desculpa, se eu acho que um papel importa muito menos do que eu saber, exatamente, que cheiro, que gosto você tem... Esforço-me para não gemer, olho para baixo, fugindo do seu olhar, não querendo dar a ele a satisfação de ver o quanto me afetou apenas com algumas palavras, o quanto meu corpo traidor cede fácil diante do desejo explícito em sua voz.
Mas ele não deixa, puxa os cabelos em minha nunca, obrigando-me a encontrar seu olhar verde, tão escuro quanto eu imagino que o meu está. Deixo que minha língua vá para fora e lamba seus lábios, sinto a textura deles, o sabor, o calor, enquanto permaneço completamente presa no desejo que parece sair por seus poros só para me atingir em todos os lugares.
Minha respiração descompassa e a vontade de devorá-lo cresce desenfreada dentro de mim. Porra, eu quero esse homem! Demais! — Rodrigo está vindo buscar as meninas... -a voz macia, aveludada e rouca deixa claro o motivo de ele estar me dando essa informação: ͞ E você sabe o que isso significa? -questiona, roçando a lateral do rosto no meu antes de deixar um beijo no lóbulo da minha orelha. Sorrio.
— Que eu finalmente vou descobrir a potência da sua melhor arma. - Mordo seu lábio inferior, puxando-o para mim.
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*** GUSTAVO FORTUNA ***
Fecho a porta e viro-me na direção em que Eric está. Apoiado à bancada da cozinha, seu corpo gostoso, vestindo roupas simples, praticamente chama pelo meu nome. Seus olhos me analisam de cima a baixo antes que um sorriso safado curve seus lábios. Ah, esse homem! Se eu não tomar cuidado, ele vai me foder muito além do que estou disposto a ser fodido.
Não planejei passar o dia com ele. Mas Eric parecia tão assustado em suas primeiras interações com minhas sobrinhas, que, a princípio, achei que seria divertido vê-lo se desdobrando. Depois, curiosamente, as meninas se abriram como não costumam fazer para estranhos em geral, e começaram a inventar todo tipo de justificativa para que o príncipe Eric ficasse mais um pouco.
Ao longo do dia, de assustado, Eric passou a receptivo e carinhoso. É impossível não amar Alícia e Alice, mas, ainda assim, sua forma de lidar com elas fez mais um alerta acender em minha cabeça, eu preciso tomar cuidado. Há muito mais do que uma paixão envolvida nessa história. Há um empreendimento de milhões de reais que não pode, de maneira alguma, dar errado.
São suas mãos, passeando pelos meus braços, que me arrancam dos meus pensamentos e me dou conta de que ele está diante de mim, e não mais há alguns metros de distância.
— Eu não sei no que você estava pensando, Gustavo... Mas, agora, eu quero sua cabeça aqui! -exige, antes de puxá-lo para baixo com as mãos e colar nossas bocas. Sua língua se apossa de cada canto até encontrar a minha e chupá-lo, lambê-lo, massageá-lo deliciosamente, entregue e, ao mesmo tempo, exigente. O corpo quente de Eric se esfrega ao meu.
Ele afunda as unhas em minha nuca, castigando a pele de um jeito que parece ser o seu preferido, e, se eu tiver que ser honesto, do jeito que as coisas vão, vai se tornar o meu também. Agarro sua cintura, puxo-o para mim, seus pés saem do chão enquanto nos beijamos duro, rude, e gostoso para caralho. Sua pele arrepia e isso parece aumentar sua fome.
O ar fica cada vez mais escasso em meus pulmões e meu peito sobe e desce descompassado à medida que o beijo vai se tornando mais e mais intenso. Subo uma de minhas mãos pelas suas costas, ele estremece sob o toque. Mordo seu lábio inferior, estico-o, puxando-o para mim. Seus olhos se abrem e ele observa enquanto mato a vontade de fazer com sua boca exatamente o que ele faz, repetidamente, quando está excitado.
Suas mãos descem pelo meu pescoço, ombros, pela lateral do meu tronco, infiltram-se sob minha camiseta, enrolam-na com pressa, puxam-na para cima, até que seja arremessada pela minha cabeça e a fome dos olhos e nas ações de Eric deixa-me impossivelmente duro.
— Minha vez! -grunho, enfiando as mãos por baixo de sua camiseta e arrancando-a sem qualquer delicadeza. Gemidos baixos respondem à dureza dos meus toques. Desço minha boca até um de seus mamilos e deixo uma mordida, Eric empina-se e aperta minha cabeça contra sua pele, querendo mais.
Passeio meu nariz sobre a pele sensível, provocando-o ainda mais, antes de abocanhar um dos mamilos duros e chupá-los com força. Ele geme alto, agarra meus cabelos, puxa-os enquanto mamo, um depois do outro.
— Tão gostoso! Me deixa faminto...
Seguro seus quadris e colo-os a mim, moendo minha ereção já dolorida onde alcanço por alguns instantes. Eric vira-se de costas, curva o corpo e esfrega a bunda em minha ereção, me provocando a ponto de quase gozar nas calças. Amasso um de seus mamilos entre meu polegar e indicador e com a outra mão, agarro seus cabelos, virando sua cabeça em minha direção.
Seus lábios entreabertos expulsam ar morno de sua boca e seus olhos são quentes, perdidos e bêbados, tudo ao mesmo tempo. Nego com a cabeça, sem poder acreditar no quão malditamente quente esse homem consegue ser, e beijo-o. Engulo seus gemidos enquanto esfrego o pau em sua bunda, ele me masturba em movimentos de sobe, desce e rebolado, me enlouquecendo completamente.
Um grunhido soa alto ao nosso redor e percebo que foi da minha boca que saiu. Eric não só o engole como parece ser estimulado por ele, porque agarra meu lábio inferior entre os dentes e o morde com força. Junta uma das mãos sobre a minha que agarra seus cabelos e desce-a pelo próprio corpo, me conduzindo até o fecho de sua calça jeans.
A maneira como ele se entrega sem nenhum receio rompe alguma coisa dentro de mim, e eu não desabotoo sua calça. Enfio os dedos dentro dela, alcançando seu pau completamente melada e fazendo-o arfar, interrompendo o beijo devorador que trocávamos e mantendo a boca aberta na minha, ao mesmo tempo em que algo entre um gemido e grito atravessa sua garganta.
— Todo meladinho e duro... Que pau gostoso, Eric! Que caralho de pica gostosa... Tô louco pra sentir seu gosto... -murmuro em sua boca, procuro sua cabeça, encontro e esfrego-o asperamente. Ele grita. Grita alto, grita para mim, levando-me ao limite. Viro-o de frente, querendo ver todo o seu rosto enquanto ele faz mais do que gritar e gemer, enquanto ele vai gozar para mim.
Por minutos não fazemos nada além de respirar ofegantes e encarar um ao outro, não sei o que Eric faz durante esse tempo, mas eu tento entender como é possível que tudo pareça tão fodidamente perfeito. Acaricio seu rosto com o meu e cheiro sua pele, devagar, provoco-o com a ponta do nariz enquanto vou descendo pelo seu corpo, até estar de joelhos diante dele.
Seu rosto afetado ganha um sorriso.
— Eu disse que você ia cair de joelhos por mim... -provoca. Rio e desabotoo sua calça.
Com os dedos enganchados na lateral do jeans, inclino a cabeça para trás e olho para ele. Seu peito arfa, subindo e descendo rapidamente e sua pele exposta está avermelhada. Os lábios entreabertos, os olhos vidrados, os cabelos bagunçados.
— Todas as vezes que você quiser, lindo! E todas as que eu quiser também! -respondo, abocanhando seu pau ainda por cima da roupa, fazendo-o gemer.
Puxo suas calças e cueca para baixo de uma vez, expondo o pau completamente depilado para os meus olhos. Aproximo o rosto do monte gostoso e aspiro seu cheiro. Puta que pariu! O latejar em minha calça se torna mais intenso e eu tenho certeza de que meu pau está babando por ele.
Eric levanta uma perna por vez, saindo completamente de dentro das roupas e ficando nu diante de mim. Com o nariz colado à sua pele, desço o rosto devagar, esfregando-o por cada pedacinho que alcanço em seu pênis, em sua virilha, até encontrar seu saco. Passo a língua devagar por cima da pele que cobre seu pau, as pernas de Eric estremecem e ele segura-se em meus ombros.
— Teu cheiro é uma delícia, Eric... -Sopro lentamente por toda a extensão do pau ainda e um gemido baixo deixa os lábios dela: ͞ Abre as pernas pra mim, gostoso! -ordeno e ele faz, deixando toda a sua dureza bem ao alcance do meu nariz, lábios e língua.
Agarro seus quadris, firmando-a e encaixo minha boca ali. De cima para baixo, lambo seu pau inteiro, ele geme. Seu gosto em minha língua deixa-me a ponto de perder o controle, respiro fundo, mas seu cheiro me inunda, não fazendo nada para melhorar minha situação.
Eric ofega e respira audivelmente entre os gemidos e, surpreendendo-me mais uma vez, suas mãos deslizam sobre as minhas, desvencilhando seu corpo de mim. Ele dá passos para trás, afastando-se. Observo com uma sobrancelha arqueada enquanto ele caminha completamente nu até a ilha da cozinha e, sobe nela, sentando-se, e abrindo as pernas.
Gostoso. Gostoso como deveria ser proibido que um homem fosse, porque tenho certeza de que corro o risco de ficar viciado, e eu sei disso sem ainda nem mesmo ter estado dentro dele.
— Refeições devem ser feitas à mesa! -declara com os olhos brilhantes, e, então, deita-se, e arreganha-se ainda mais, deixando a bunda branca completamente exposta para mim. Esfrega-se contra a pedra fria do balcão e geme, gostoso, provocante. A visão é um tapa na cara e um aperto gostoso para caralho no pau. Fico tão embasbacado que levo alguns segundos para me pôr em movimento.
Levanto-me em um salto e em três passos estou diante de Eric, agarro sua bunda, mantendo-a completamente aberta, e mergulho entre ela. Sem dó, lambo seu cu de ponta a ponta, infiltrando minha língua entre ele, seu gosto e cheiro inundam minha língua e nariz e eu sei que não preciso de mais nada para declarar, estou, oficialmente, viciado, e nem a porra do fim do mundo me arrancaria do meio de seu corpo antes que ele goze para mim.
Beijo seu pau com fome, apalpo suas coxas, bebo a excitação que escorre da cabeça melada, não como se fosse a mais deliciosa das bebidas, seu leite é o caralho da bebida mais deliciosa que já esteve em minha boca. Encontro seu cuzinho apertado e chupo-o. Eric grita, convulsiona sob mim, ergue os quadris, esfrega-se em meu rosto, enlouquecendo-me no processo.
Minhas bolas pesam e apertam, o latejar em meu pau agora é uma constante, e a cada centímetro do pau e cuzinho que minha língua descobre, sinto-me mais ansioso para me afundar dentro dele. Abro a boca, minha língua molha tudo o que toca, deixo beijos rápidos ao redor da sua bunda gostosa, acaricio suas pernas e roço o nariz em toda pele que encontro até chegar ao cuzinho apertado.
Circulo-o com a língua e o corpo de Eric derrete-se ainda mais em minhas mãos. Suas pernas ameaçam fechar-se em um reflexo, mas eu as mantenho abertas agarrando firmemente suas coxas. Minha língua lambe, circula, e empurra contra o anelzinho gostoso. Gemidos alucinados, cada vez mais altos, enchem o apartamento e concentram todo o sangue do meu corpo em meu membro duro como a porra de um taco de basebol.
Desço uma de minhas mãos pela sua coxa, acaricio a parte interna de seu joelho, subo outra vez, alcançando sua virilha, passando por ela, circulando o pau excitado, descendo um pouco mais e enfiando dois dedos de uma vez no cuzinho.
Ele grita, alto, agudo, agarra meus cabelos e força meu rosto contra o cu, ergue os quadris ao encontro da minha boca, inundando minha mente com imagens que eu acho que não poderiam ser mais sexys, até que ele me entregue a próxima. Aumento o ritmo dos dedos e forço minha língua a entrar no cuzinho, fodendo-o.
Eric goza gritando alto, descontrolado, e eu não preciso de mais nada. Levanto o corpo e puxo suas pernas, escorregando-o até que ele esteja na ponta da ilha e então, com os pés no chão. Seus olhos estão completamente bêbados de prazer no momento em que enlaça meu pescoço com os braços e enfia a língua em minha boca, roubando de mim o próprio gosto.
Beijo-o, apertando o corpo nu e quente ao meu, agarrando sua bunda, apalpando suas curvas, tocando-o em todos os lugares. Sua mão busca meu membro, mas eu o paro e Eric interrompe o beijo, buscando em meus olhos a resposta que lhe dou com palavras.
— Depois! -rosno em sua boca, e viro seu corpo, dobrando-o sobre a mesma ilha em que o devorei instantes atrás. Ele empina a bunda e abre as pernas, entregando-me a visão mais fodidamente sensual que esse apartamento já viu.
— Eu sei que te prometi uma parede, lindo...
— Mas tá muito longe! -completa, manhoso, impaciente, soando tão desesperado quanto eu.
Tiro uma camisinha da carteira e dispenso o que não me interessa, jogando sobre a pedra fria, ao lado do corpo de Eric. Não me dou tempo para me despir, tiro o pau de dentro da cueca molhada pelo pré-gozo, visto o preservativo e me encaixo entre sua bunda empinada para mim.
Pincelo meu pau em seu cu. Eric rebola, roçando meu pau ainda mais nele, procurando o encaixe, masturbando-me com seus movimentos.
— Brinca depois, porra! -resmunga, me fazendo sorrir. Agarro as raízes de seus cabelos na nuca e, segurando-as firme, rasgo sua carne com a minha. O som que sai de sua boca arrepia meu corpo inteiro e o apertar do seu pau ao meu redor me faz ranger os dentes. Aperto sua cintura e curvo meu corpo, lambendo sua coluna.
Ele me toma inteiro, de uma vez. Seu cu me suga, pedindo por mais, e eu dou. Saio devagar para me afundar com força uma segunda, uma terceira, uma quarta vez. Meus olhos se fecham, aproveitando cada milésimo de segundo da maldita sensação de estar dentro dele, ouvindo seus gemidos longos, arrastados, e muito, muito mais gostosos do que aqueles que ouvi por meses, porque esses são meus.
Me afundo nele cada vez mais rápido em estocadas curtas. Sua bunda empinada começa a encontrar-me no meio do caminho, e she cu parece levar-me cada vez mais fundo. Sons grunhidos saem de minha garganta e gotas de suor escorrem pela minha testa, peito e costas.
— Essa porra de cu gostoso! Porra!
A única resposta que recebo são gemidos e gritos ainda mais altos, pedidos, soltos e descoordenados, para que eu não pare. Seu corpo inteiro reage ao som da minha voz como se ele fosse um conjunto de dedos tocando e eriçando a pele. Escorrego a mão que segurava seu quadril para frente, enfiando-a entre as suas pernas, encontrando o pau e batendo , antes de beliscá-lo.
Inclino o corpo sobre o seu, mordo seu pescoço antes de beijá-lo. Eric empurra a bunda na minha direção outra vez, e todo o meu controle vai para o ralo. Passo a fodê-lo sem misericórdia. Meto rápido e com força, sem parar. Ele grita, se sacode, e quando volto a bater seu pau, Eric explode, estremecendo inteiro sob mim e o apertar mais intenso de seu cu em meu pau arranca de mim o que faltava para o orgasmo. Gozo, comendo-o sem parar até que ele tenha ordenhado toda a porra que é só dele.
Fecho os olhos e colo os lábios em suas costas, um som familiar alcança meus ouvidos, Eric rindo. Ele sempre ri depois de gozar, mas, aparentemente, só funciona para penetração. A constatação atrai um pensamento inconveniente, o fato de que todas as vezes que o ouvi gozar, tinha um fodido exatamente no mesmo lugar em que estou agora.
Apesar de o único som que sai de sua garganta ser uma risadinha cada vez mais baixa, eu quase posso ouvir sua voz em minha cabeça “Ciúmes, Gustavo?” Foda-se. Definitivamente, não.
Dispenso os pensamentos e aperto os braços ao redor do corpo nu ainda encaixado a mim da forma mais primitiva possível, e apenas uma ideia permanece fixa em minha cabeça enquanto cheiro a pele quente, suada e gostosa: esse lugar é todo meu pelos próximos 59 dias