PERSPECTIVA DO MURILO
Quando eu estava na pré adolescência, beijei um menino. Senti uma atração grande por ele e até deixei ele mamar meu pau, mas depois disso me fechei para os homens por ser errado, segundo meus pais.
Toda vez que via Gabriel ele estava meio triste e percebi que após começar a faculdade de arquitetura ele se sentiu mais feliz. Já imaginava que ele fosse viado, mas quando ele apareceu com aquele anjo, digo demônio, de cabelos cacheados eu senti uma vontade enorme de te-lo para mim.
Após encontrá-los no condomínio, destilar meu veneno e tentar acabar com o viado cacheado fui para casa e bati uma punheta furiosa, me imaginando dentro do cacheado enquanto ele gemia de dor. Depois disso, me senti culpado pra caramba e fui com minha a igreja tentar me livrar daqueles pecados.
No aniversário de Gab, quando vi André , meu coração errou algumas batida, tenho certeza. Mas não podia deixar isso transparecer então resolvi atacar.
Quando André pegou em meu pau, senti como se o mundo tivesse parado. Ao escutar as palavras dele, só queria gritar “EU NÃO SOU ASSIM”, mas não tive tempo. Tive que ir à delegacia por conta dos insultos de minha mãe a ele.
Na rematrícula da faculdade, solicitei transferência para o turno de André e Gabi e resolvi me aproximar de Gabriel, talvez assim eu conseguisse alguma aproximação com André.
Obviamente, Gabi estranhou minha aproximação repentina. Porém, o convenci de que havia mudado e até o convidei para ir a um bar que costumava ir com os antigos colegas dizendo que ele poderia levar alguém que quisesse (sabendo q ele levaria André).
No final, nenhum deles apareceu. E eu fiquei lá enchendo a cara por isso. No outro dia, sábado, fui até o apartamento em que Gabi mora com meus tios e lancei uma historinha de que precisava da ajuda dele para em algumas coisas.
G: e eu te ajudo em que garoto? Estudamos em áreas diferentes
M: vou te contar uma coisa, mas se tu contar a alguém te mato na porrada, beleza?
G: fala, mas seja rápido.
M: acho q tô apaixonado pelo teu amigo cacheadinho. Mas não ri. Há alguns anos, deixei o Jean do décimo quarto andar me mamar e até beijei ele, e no fundo gostei. Quando teu amigo me peitou e apertou meu pau, me reacendeu essa chama.
G: ele fez o que? KKKKKKKKKKK
M: tu escutou não vou repetir. E para de rir.
G: tá kkkk… calma. Então eu sempre estive certo? Por trás de um homofóbico há um enrustido? E por que tu sempre queria me bater quando eu falava isso para ti?
M: porque eu pensei que isso nao aconteceria mais.
G: então tá. E tu quer que eu faça o quê?
M: fala com ele para mim… quero mostrar para ele que não sou nada do que ele falou enquanto esmagava meus ovos.
G: bom, ele vem para cá , está a caminho já. Fala tu mesmo.
M: não tenho coragem. Levar fora de mina é uma coisa, agora de mano é outra.
G: vou ver o que posso fazer.
PERSPECTIVA DE ANDRÉ
Cheguei a casa de Gabi para fazer uma noite de “garotas”. Assim que entrei ele começou a rir e disse que precisava me contar uma coisa:
G: mas eu tem que jurar por Ariana Grande que nunca falará que eu quem te contei (sorry, Ariana e Gabi)
A: eu juro, conta.
G: Murilo esteve aqui a pouco. Disse que gosta de tu e ainda falou que tu apertou o pau dele enquanto falava algumas coisas. Ele disse que quer te mostrar q não é nada daquilo que tu disse.
A: aham, tá bom. Bem que eu senti ele ficando excitado kkkkkk. Gato ele é, mas homofóbico e eu odeio.
G: mas ele disse que quer mostrar que não é. Sei tudo que ele já fez para mim e te digo que não deve ter sido fácil ele me pedir para ajudar ele a te conquistar.
A: conquistar? Kkkkk tá bom. Devo ser uma bixa suicida porque desde a primeira vez que vi ele quis dar.
G: bixa baixa.
A: subterrânea, meu bem.
Alguns dias depois, encontrei com Murilo e fomos a um barzinho em um bairro boêmio da cidade.
M: primeiramente, desculpa pelos dias anteriores. Sei que fui babaca é homofóbico, mas não sou assim.
A: aham. Terás que me provar isso. Tu é gato, mas não o único homem do mundo.
M: eu sei. De ambas as coisas kkkkk
A: vai a merda.
Pedimos uma porção e bebemos um pouco. Nesse dia, pude conhecer o Murilo real.