Cicatrizes #35

Um conto erótico de Stella
Categoria: Homossexual
Contém 1871 palavras
Data: 06/10/2023 00:02:12
Última revisão: 17/12/2024 22:46:38

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Fui para a casa da Tia e fiquei com ela o resto do dia e os três dias seguintes. Só fui embora quando vi que ela estava bem o suficiente para ficar sozinha. Aqueles três dias foram de muita tristeza; passamos a maior parte do tempo abraçadas, nos consolando.

Eu queria ter ficado mais com ela, mas infelizmente não podia deixar meus estudos de lado. Antes de ir, pedi ao Daniel para tentar descobrir tudo o que pudesse sobre Gustavo e Telma e pedi que ele montasse guarda no apartamento da Ká. Estava com medo de algo errado acontecer quando Gustavo descobrisse que Ká não tinha herdado nada. Com certeza, ele iria deixá-la, e ela estava grávida. Eu precisava cuidar dela, mas infelizmente tinha que ser de longe.

Daniel disse que ia investigar a vida dos dois e que eu poderia ficar tranquila, pois ele ficaria de olho no apartamento e nos movimentos da Ká, me mantendo informada sobre tudo.

Voltei a Portugal, estava bem triste, mas precisava retomar minha vida. Estava focada em terminar meus estudos, e o curso intensivo que estava fazendo era muito puxado. Eu me formaria muito mais rápido se conseguisse concluir todas as provas, mas precisava focar nisso, o que estava sendo bem difícil com todos aqueles problemas.

Daniel me informava sobre todos os passos da Ká, que não eram muitos. Ele disse que ela não saiu do apartamento nos últimos dias. Também me passou algumas informações que, sinceramente, não me surpreenderam. Não era só Telma que fazia programas; Gustavo também era garoto de programa durante os finais de semana. Eles trabalhavam em uma agência especializada em encontros sexuais, tinham site e tudo. Ele até me passou o endereço eletrônico, mas preferi não olhar. Ele também disse que encontrou um boletim de ocorrência contra Telma por tentativa de roubo. Ela foi acusada de aplicar o golpe "boa noite, Cinderela", mas o processo não deu em nada. Também mencionou que eles eram da mesma cidade do interior de Minas, mas não eram parentes, então a história de serem primos era mentira.

Daniel disse que estava revezando na vigia em frente ao apartamento da Ká, junto com um amigo ex-policial e outro rapaz que trabalha com eles. Eu disse a ele que isso não iria demorar; provavelmente, logo Gustavo e Telma iriam fugir dali. Pedi para ele pegar a placa do carro de Telma para que pudéssemos localizá-los, caso eles fugissem. Daniel disse que já tinha pegado e também tinha colocado um rastreador no carro. Com o dinheiro que eu dei a ele, ele conseguiu comprar vários equipamentos novos e modernos para ele e seu amigo trabalharem.

Eu ligava todo dia para a Tia. Ela disse que também estava preocupada com a Ká, pelos mesmos motivos que eu. Já havíamos conversado várias vezes e chegamos à mesma conclusão: Gustavo só estava com a Ká por interesse. Ele tentou se aproximar de mim, que era filha de um homem muito rico, mas como não deu certo, a Ká foi a vítima escolhida por ele e Telma.

Falei para a Tia que tinha colocado alguém para vigiar o prédio da Ká, e combinamos de avisar uma à outra se acontecesse algo.

E não demorou muito para acontecer. Daniel me ligou avisando que viu Telma e Gustavo deixando o prédio com várias malas. Ele já tinha me avisado que Gustavo e Ká tinham se encontrado com um advogado. A Tia já tinha me falado que o advogado do Tio tinha entrado em contato com ela.

Com certeza, Gustavo já sabia que eu era a dona de tudo e que Ká não tinha herdado nada além de um pequeno montante de dinheiro. Eles estavam abandonando a Ká, deixando-a grávida e sozinha no apartamento.

Daniel perguntou se era para seguir o carro. Eu disse que, se ele pudesse pedir a outra pessoa para fazer isso, seria ótimo, mas que não era para ele sair da porta do prédio da Ká, pois o maior objetivo era cuidar dela. Ele disse que tinha como fazer as duas coisas e que me informaria tudo depois.

Daniel ia me mandando mensagens com atualizações. Ele pediu para seu amigo ir atrás do carro de Telma. O amigo conseguiu alcançar o carro depois de algumas horas e disse que ele estava indo em direção à divisa com SP. Isso me preocupou; não havia necessidade de Gustavo e Telma saírem da cidade para fugir da Ká, a não ser que tivessem outro motivo.

Entrei em desespero naquele momento. Liguei para Daniel e pedi que ele invadisse o apartamento da Ká. Não importava como, mas ele precisava ver como ela estava e me ligar com notícias. Ele apenas disse que já ligava com informações e desligou. Fiquei muito aflita durante aqueles minutos. Depois de uns 15 minutos, Daniel liga dizendo que invadiu o prédio pelos fundos. Quando chegou ao apartamento da Ká, a porta não estava trancada. Ele entrou e a encontrou caída na sala, desmaiada, mas viva. Ele disse que já tinha chamado a ambulância, que estava a caminho.

Durante nossa conversa, a Tia ligou. Pedi para Daniel esperar, pois era urgente, e atendi. Ela disse que Ká tinha ligado pedindo ajuda e estava saindo para ir ao apartamento dela. Eu disse que era melhor ela ir direto para o hospital mais próximo do prédio da Ká, pois meu amigo tinha encontrado Ká desmaiada e já tinha chamado a ambulância. Ela estava desmaiada, mas respirando, e logo estaria no hospital, tudo ficaria bem. Prometi manter a Tia informada sobre tudo.

Desliguei e retomei a ligação com Daniel. Ele disse que a ambulância já tinha chegado e pedi que ele verificasse para qual hospital ela iria. Ele me informou e disse que Ká estava com um pequeno sangramento e provavelmente tinha ligado ou tentado ligar para alguém, pois o telefone fixo estava caído ao lado dela.

Eu disse a ele que Ká tinha ligado para a mãe dela pedindo ajuda, e era ela que tinha me ligado há pouco. Falei que iria ligar para a Tia e depois ligaria para ele, mas pedi que ele seguisse a ambulância e me informasse se soubesse mais sobre o carro, pedindo ao amigo dele para não perder o carro de vista de jeito nenhum.

Liguei para a Tia e disse que Ká já estava a caminho do hospital, informando qual era. Tentei acalmá-la, pois estava bem abalada com tudo aquilo, dava para sentir na voz dela. Pedi que fizesse o que fosse preciso para cuidar da saúde da Ká, que eu pagaria tudo; dinheiro não era problema.

Ela me agradeceu e disse que daria notícias assim que fosse possível. Eu disse que ficaria aguardando. Liguei de novo para Daniel, que já estava de frente ao hospital. Perguntei se havia mais alguma notícia do carro, e ele disse que o amigo dele ainda estava seguindo de longe, mas sem novidades; continuavam em direção à divisa do estado de SP.

Ele me disse que esqueceu de me contar alguns detalhes durante as outras chamadas. Enquanto esperava a ambulância, ele foi procurar a bolsa da Ká para ver se encontrava os documentos dela, pois provavelmente iriam precisar. Ele disse que olhou em dois quartos: um estava meio bagunçado, com o guarda-roupa aberto e vazio; o outro, que provavelmente era da Ká, estava com o guarda-roupa parcialmente vazio e bastante bagunçado. A bolsa da Ká estava aberta, sua carteira estava em cima da cama, também aberta. Os documentos estavam nela, mas não havia dinheiro, cartão de crédito nem nada, apenas os documentos dela. Ele também não encontrou o celular dela, que provavelmente não estava com ela, já que ela estava perto do telefone fixo. Ele disse que provavelmente roubaram tudo de valor que havia na casa.

Perguntei se ele tinha visto uma caixinha de joias no guarda-roupa ou em algum lugar do quarto, e ele disse que não viu. Se havia uma, provavelmente tinha sido levada. Eu tinha certeza de que Ká ainda usava a mesma caixinha de joias, pois era um presente do pai e ela adorava.

Disse a Daniel que precisava de um favor dele novamente, talvez o último, mas o mais difícil e perigoso: eu queria recuperar tudo o que eles roubaram da Ká, principalmente a caixinha de joias, que era um presente do Tio, e provavelmente todas as joias que eu tinha dado a ela estariam ali dentro.

Daniel disse que tudo bem, que iria atrás disso para mim e daria um jeito de recuperar tudo, mas que para fazer isso teria que deixar o hospital. Concordei, pois não adiantaria ele ficar ali; a Tia já estava lá e agora estava nas mãos dos médicos e de Deus. Ele disse que então iria atrás do que pedi e me manteria informada.

Já era madrugada aqui e no Brasil provavelmente estava amanhecendo. Minha Tia ligou depois de quase uma hora e disse que Ká estava bem e a criança também, mas que ela havia perdido muito sangue e estava muito fraca. Já tinha recebido sangue e estava em coma induzido, mas era só para se recuperar mais rápido; logo acordaria.

Fiquei muito mais tranquila depois daquela notícia. Mandei uma mensagem para Daniel dizendo que iria tentar dormir um pouco, mas que ele poderia ligar a qualquer hora que precisasse. Eu nem vi o que ele respondeu, estava com muito sono e apaguei.

Acordei com Liandra me chamando para irmos à academia. Disse que naquela manhã não iria, que explicaria depois o motivo, mas que precisava ficar em casa. Com os olhos ardendo de sono, peguei o celular e vi as mensagens; nada de importante, a não ser a última do Daniel avisando que os dois tinham parado em um motel na beira da estrada, provavelmente para dormir um pouco antes de seguir viagem, e que provavelmente depois de duas horas ele chegaria ao local.

Olhei o horário da mensagem; tinha menos de meia hora. Aproveitei e fui tomar um banho, tomei um café reforçado e conversei com Maria. Conteitei o que estava acontecendo, e ela disse que iria rezar para Ká e a criança ficarem bem. Voltei ao meu quarto e, depois de um tempo, Daniel liga dizendo que estava parado perto do motel. O amigo dele disse que dava para entrar e tomar o local de boa, pois provavelmente não haveria mais ninguém ali dentro naquele horário, além do casal e um ou dois funcionários.

Perguntei se não era perigoso, e ele disse que não. Eles estavam em quatro, e dois eram ex-policiais, com experiência nessas coisas, e todos estavam armados. Pedi que fizessem isso só se tivessem certeza de que seria seguro, que não era para ferir ninguém, principalmente os funcionários. Daniel disse que eu poderia ficar tranquila, que ninguém ali faria isso.

Ele disse que logo me ligaria de volta. Fiquei ali impaciente esperando. Depois de meia hora, Daniel me liga por vídeo. Atendi, e ele disse que tinha algo para me mostrar. Ele virou o celular e eu vi Gustavo e Telma nus em cima de uma cama, sob a mira de duas armas. Fazia tempo que não via algo tão prazeroso como aquela cena dos dois ali encolhidos, morrendo de medo do que iria acontecer.

...

Continua...

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 380Seguidores: 85Seguindo: 93Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

Foto de perfil de Paulo Taxista MG

KKK que ótimo pegaram os dois, é deram um susto neles, tô curioso pra saber o que fizeram com eles, Lala com.Jyda do Daniel vai dar um basta nesses dois.

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