O Vencedor
Capítulo 6
“Você ainda tá com isso na cabeça?” Foi o que eu perguntei, atrevido, assim que voltei pra sala de jantar. Minha mãe, que já estava cansada de me esperar, apagou num sono pesado. Peguei a garrafa do vinho dele e tomei um gole no gargalo mesmo.
Maurício parecia não ter sido programado pra reagir a atrevimentos meus. Parecia chocado, humilhado de me ver fazendo pouco caso pra algo que estava lhe consumindo.
Lembro que não gostei de vê-lo daquele modo. Seu olhar desconsertado diante dos escombros do que costumava ser seu altar. Respondi antes que tudo ruísse de vez, antes que até o entulho se tornasse pó.
“Você me faz mal.”
Ele me olhou profundo nos olhos. Estava dentro de mim novo. Nunca o fizera fisicamente, mas estava dentro de mim de todas as outras maneiras em que era possível ter me invadido. Seus olhos não desconsertavam mais. Se mantinham. Eram firmes e altivos de novo. Dono.
“Comer minha torrada é o de menos porque você ignora a minha existência.”
“O que você espera de mim?” Soberbo e dono do mundo outra vez. Ali, Maurício de volta.
Eu esperava o mundo. Flores, sorrisos, abraços e os devaneios vivos, feitos em carne, fincados no meu ventre do avesso. Esperava tê-lo para mordê-lo de de baixo, arranhar-lhe as costas com minhas unhas pequenas ainda que ilegível enquanto dentro de mim. Lamber-lhe o sal do pescoço, esforçado dentro de mim, satisfazendo-se, tendo, ganhando, possuindo.
“Eu espero as suas vontades.” E sustentei o olhar que me desmanchava ali mesmo inteiro. Não haveria muitas vezes em que eu ia poder fazer isso.
“E o que você vai fazer com elas?”
“Só respondo se suas vontades, hoje, não tiverem nada a ver com ficar longe de mim.”
“Isso me cheira à sua vontade. Achei ter te ouvido dizer que esperava as minhas.” Bebeu da taça como se tivesse perdido o interesse em mim.
“E quais são elas?” Eu, tentando manter equilibrada a roda, mas eu já tinha dado muito e só havia espaço pra mim, por baixo.
“Elas vão ser as vontades que eu tiver e as que você vai ter pra fazer.”
“Com isso já estou acostumado.”
“Então, do que reclama?”
“Reclamo porque suas vontades não têm nada a ver comigo.”
Ele ficou calado. Os olhos frios congelando tudo por dentro de mim. De novo, eles faiscaram ao me ver indefeso e solícito.
“Faz o seguinte”, ele disse, levantando. “Dá um jeito nessa mesa, toma um banho e vai no meu quarto.” E saiu.
Meu corpo ficou logo quente. Quente de desejo e quente de humilhação, a cara pegando fogo. Como é que aquilo podia me excitar? Como é que eu podia gostar de receber comandos como se fosse uma máquina na qual um operador aperta um botão e só precisa assistir a execução da tarefa desejada? Como eu não sabia. Sabia que gostava e que queria.
Arrumei a mesa sentindo o peso da humilhação em cada item que retirei dela. O banho foi humilhante igual, até porque precisava me ver limpo de todo, limpo em tudo o que ele pudesse querer usar. Era a primeira vez que fazia aquilo e me senti realmente envergonhado de ter que lidar com a minha imundície, mas eu estava acostumado a descer por Maurício.
“Meus pés, de novo.”
Me ajoelhei sem questionar e tomei seu pé nas minhas mãos com carinho e devoção. Eram os pés dele e estavam sendo entregues aos meus cuidados de novo. Massageava o olhava nos olhos, submisso e obediente. Maurício começou a tocar o próprio pau, duro diante da minha humilhação.
“Cheira.” Hesitei. Embora eu quisesse era declaração muito séria de nenhuma vergonha na vida. “Anda. Você tá doido pra isso. Cheira meu pé.”
Cheirei meio que de longe, mas Maurício empurrou o pé no meu rosto, grudando-o às minhas narinas que, instintivamente, puxaram o cheio como se respirassem pela primeira vez em muito tempo.
“Beija.” O olhei maravilhado. Era tão senhor. Tão dono de tudo. Beijei seus dois pés apaixonadamente, meu próprio pau enrijecido tanto que chegava a machucar dentro do short.
“Deita no chão.” Ele apontou para o lado da cama, eu deitei.
Ele sentou na cama e os pés caíram para fora bem por sobre o meu rosto.
“Põe a língua pra fora. Não quer fazer minhas vontades? Aí, tá uma delas.”
Maurício deslizou o pé nu pela minha língua várias vezes e suspirava.
“Isso. Fica aí, deitado com meu pé na sua cara.”
Meu rosto já estava lambuzado dos pés que se moralhavam da minha saliva e se esfregavam na minha pele.
“Come meu pé, seu viado.”
Assim eu fiz. Lambi a sola de seus pés me deleitando com aquilo, chupei seus dedos e lambi entre eles. Maurício gemia, se contorcendo e abaixou a bermuda revelando a pica rosa e babada, cheia de pelos por todo lado.
“Você quer isso?” Perguntou balançando o pau.
Fiz que sim com a cabeça quase que no mesmo ritmo em que ele balançava a rola.
“Lambe mais meu pé que eu te dou.”
E fiquei lá deitado lambendo, chupando e mordendo de leve os pés que Maurício me servia viril e cruelmente, esfregando sem pena e forçando, vezes até “estapeando” meu rosto com a sola enquanto se masturbava.
Então, sua respiração ficou mais ágil e os pés se forçavam mais incisivos contra minha língua. Ele, rapidamente, colocou um joelho de cada lado da minha cabeça e sem nenhuma aviso esporrou no meu rosto, me sujando todo, inclusive no olho.
Ficou ali até recobrar a respiração. Eu nem podia me limpar ou tirar a porra de sobre meu olho. Meus braços estavam presos por suas pernas. Eu fiquei quieto, esperando pra ver o que mais teria.
“Põe a língua pra fora.” Ele ordenou e limpou a cabeça gozada de sua pica encostando na minha língua só o suficiente para tirar sua sujeira.
Se levantou e imediatamente me disse:
“Acabou. Pode ir.”
Meu corpo todo estava em brasa, principalmente meu olho, que começava a arder. Mas eu pouco me importava. Saí do quarto levando em meu rosto a porra de Maurício. Me tranquei no meu quarto e me masturbei lambendo cada gota do leite dele que consegui extrair do meu rosto.
Eu me sentia baixo, mas aquilo me dava prazer. Nunca na vida tinha tido um orgasmo tão intenso.
Por mais que tivesse sido tão pouco, tão breve, algo me dizia que aquela não seria a última vez em que eu iria àquele quarto dar prazer a Maurício. Sim, porque, por mais apaixonado – e em conflito pela situação toda –, eu sabia que eu não passava de alguém que ele chamaria quando quisesse gozar. Mas era melhor ser isso do que não ser nada.
Continua...
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;)