Finalmente ela chegou.
Fiquei nervoso ao ouvir meu telefone tocar, mesmo já sabendo o conteúdo da ligação, atendi antes que desse o segundo toque:
- Pronto.
- Bom dia, doutor, estão a sua espera na recepção.
- Tudo bem, avise que já estou descendo.
Eu sei o quanto ela é impaciente, e isso me irrita um pouco, mas não poderia parecer nervoso ao vê-la, então resolvi ir ao banheiro antes de descer.
Assim que saí da sala, me dirigi ao elevador e apertei o botão para chamá-lo, enquanto esperava, Suzana sai da porta ao lado.
- Nossa como você está elegante, vai encontrar alguém?
Soltei um sorriso amarelo em resposta, pois não gostei do comentário, não sei ao certo o motivo de não ter gostado, talvez o fato de realmente estar indo encontrar alguém, fez com parecesse que eu estaria ansioso pela chegada dela, hum quanta bobagem pensei.
Nesse momento o elevador parou no andar e a porta se abriu, fiz um movimento estendendo a mão em direção ao elevador oferendo passagem para que Suzana entrasse, mas nesse momento alguém a chamou de dentro da sala, então ela olhou para mim sorrindo e fez uma negativa com a cabeça, sinalizando que não iria entrar, deu as costas para mim e retornou para dentro da sala.
Entrei no elevador e apertei o botão do térreo, nesse momento ouvi o barulho do salto de Suzana retornando, mas não segurei a porta deixando o elevador descer, foi um alívio não ter ela comigo, mesmo achando ela uma mulher muito bonita e agradável, sua presença me causou desconforto.
Ao chegar na recepção, não sabia ao certo como ela era, mas passei os olhos procurando um rosto conhecido.
Já na porta de entrada andando de um lado para o outro vi uma figura feminina, menor do que o que eu imaginava, com uma saia preta justa logo acima do joelho, uma blusa branca de um tecido fino e botões, um sapato preto de salto fino e alto, suas pernas longas e suas coxas desenhadas estavam marcadas pela saia justa, que se fechada atrás por um zíper prateado que percorria toda sua extensão localizado bem no seu meio, fazendo com que sua bunda chamasse mais atenção do que deveria em um ambiente corporativo, e eu não pude deixar de observar o quanto aquele zíper facilitaria para que com um único movimento eu a deixasse só de calcinha.
Na minha mente estava abrindo seu zíper, quando uma voz me tirou do meu devaneio, era Renata a recepcionista que havia me ligado.
- Oi, ela está te esperando no hall, mas já veio aqui três vezes. Disse sorrindo.
Sorri em agradecimento, enquanto Renata já estava atendendo outra ligação, dei uma tossida, como que para me recompor e afastar os pensamentos anteriores, e retornei meu olhar para ela.
Pelos seus movimentos reparei que já estava impaciente, então me apresei em sua direção, antes de chegar ela se virou com cara de poucos amigos, e então diminui as passadas, em contrapartida ela abriu um caloroso sorriso, me reconhecendo de pronto, sorri de volta, estava feliz em ver pessoalmente toda aquela espontaneidade.
Por um impulso abri os braços como quem pede um abraço, no momento em que percebi meu gesto involuntário iria recuar, mas ela deu uma pequena corridinha e se jogou nos meus braços, e eu a segurei apertando contra o meu peito, e encostei meu queixo sobre a sua cabeça, seu perfume era sensual e quente, sua pele macia, seus braços estavam gelados por conta da cortina de vento da entrada do prédio onde ela estava, dei um beijo em seu cabelo, que exalavam um cheiro suave e doce, nesse momento ela me apertou, senti seu coração acelerando, e por instinto a afastei.
Mesmo assim, ela me respondeu com naturalidade, mas com a sempre habitual acidez.
- Que bom te ver, só não esperei que iria demorar mais para você descer de elevador e me buscar, do que viajar até aqui. - Ela disse isso com um sorriso sarcástico de lado, eu ri abertamente do comentário, é incrível como ela tem o dom de quebrar o gelo.
- Não fui eu quem demorou, esses elevadores que são lentos (risos). Onde estão suas coisas?
Ela fez uma careta de incerteza, olhou em volta e foi em direção a um grande sofá branco que fica no hall de entrada próximo a porta, fiquei incrédulo quando vi que ela tinha deixado tudo jogado em cima do sofá, sua bolsa, mala, notebook, óculos e casaco.
- Estão aqui!
- Deixa eu te ajudar com essa mala. Você não deveria deixar suas coisas jogadas por aí.
- Eu não deixei jogado por aí, apoiei em cima do sofá, tu não querias que eu ficasse segurando isso tudo né? - ela respondeu me olhando de canto de olho.
- Então tudo bem, só estou avisando.
Peguei sua mala e seguimos, com ela contando de como foi a viagem até chegarmos na sala.
Ao entrar Fabiana já estava a nossa espera para mostrar o lugar onde ela iria se sentar, e me deu as orientações de onde podia guardar a sua mala, que era de um tom rosa chiclete bem menininha, o que era um tanto quanto irônico quando eu olhava para aquele mulherão e uma mala de adolescente.
Quando estava voltando de ter guardado a mala, a vi com o cenho franzido de frente para Fabiana, então resolvo me aproximar.
- Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Vamos ajustar para que depois do almoço ela se sente ao seu lado. - Respondeu Fabiana.
- Tudo bem, vou deixar as coisas ajeitadas.
Ela me olhou sorrindo e saiu sem dizer uma única palavra indo em direção a mesa em que Fabiana tinha ajeitado para ela, e que pelo visto tinha desagradado.
E assim não nos falamos o restante da manhã, a não ser por questões pontuais através do chat interno.
As 12:45 ela apareceu ao lado da minha mesa, com cara de poucas amizades.
- Você não almoça não? Ou já saiu de fininho sem me chamar?
Senti que a pergunta era um teste, e que era minha vez de diminuir a tensão.
- Jamais, estava só esperando a senhorita sentir fome para poder estar na sua companhia. - Ela sorriu e sua expressão se suavizou, nesse momento eu soube que tinha dito a coisa certa.
- Então vamos doutor, estou azul de fome.
...
Já no restaurante, ela tinha recuperado o seu humor e junto a sua acidez.
Puxei a cadeira para ela se sentar.
- Olha olha, levantando-se para eu sentar. - disse ela segurando um sorriso malicioso e analisando a minha reação, eu não poderia deixar a provocação barata e respondi no mesmo tom.
- Eu gosto de ver uma mulher sentando-se. - Por baixo da mesa de vidro transparente percebi que ela pressionou as coxas, achei divertido ter causado essa sensação nela, então resolvi dar mais uma alfinetada para ver até onde ela iria.
- É gostoso para você se sentar? Digo a cadeira está confortável?
- Touché. - Ela respondeu pressionando os lábios, demonstrando que tinha entendido a provocação, e admitindo que estava sem resposta.
Quando levantou o rosto para me olhar novamente um rubor tinha tomado conta de toda a sua face, e ela ficou extremamente sexy assim.
Uma mulher tão imponente, cheia de si de repente se transformou em uma menina, envergonhada e essa mudança de postura mexeu comigo.
A tensão sexual entre nós dois ali era muito densa, falei a primeira coisa que veio a minha mente para aliviar o clima.
- Vamos dar uma volta? Conhecer um pouco a cidade?
- De metrô?
Ela respondeu com tanto entusiasmo, que não tive coragem de dizer que não.
- Claro, vamos! É muito bom saber que vou ser seu primeiro - Provoquei.
- Risos. Não poderia ser com alguém melhor!
Fomos em direção a estação, ela deslumbrada olhando e tocando em tudo em volta.
- Nossa, como é tudo enorme aqui.
- Sim, tem muita coisa grande para ver. Respondi me divertindo com o jeito dela descontraído, parecendo "brincar" com tudo no caminho.
Assim que chegamos à estação a conduzi e escolhi o lugar aonde íamos, ficamos aguardando o metrô, assim que chegou fui na frente para guiar o caminho e dei a mão para ela para que não se perdesse.
Entramos, ela ficou de frente para mim, conforme mais pessoas foram entrando ela foi se aproximando até ficar com o corpo encostado no meu, a tenção que existia no restaurante retornou, mais algumas pessoas entraram a empurrando, o que fez com que ela se desequilibrasse, então eu pedi que se segurasse em mim, ela passou um dos braços em volta de mim, e me olhou, sua boca parecia suplicar por um beijo meu, e eu não conseguia tirar os olhos dela.
Até que, um homem parou bem atrás dela, ele a olhava com um olhar selvagem, eu já havia a alertado sobre esse tipo de assédio, eu já sabia o que ele pretendia e a seguir descobri que ela também.
Antes de tomar qualquer atitude, voltei os olhos para ela, ela ainda estava me olhando, mas seus olhos de que são de um tom de castanho doce escureceram e se encheram de malícia, ela mordeu os lábios, fez um movimento de empinar a bunda e o homem fez menção de se aproximar, um sangue me subiu na hora, ela sabia que estava me provocando a olhei de cima e lhe dei uma ordem:
- Vira!
O sorriso de malícia saiu do seu rosto dando lugar a olhar confuso, então eu repeti de forma mais clara.
- Vira essa bunda pra mim.
Ela obedeceu prontamente, se virando com um pouco de dificuldade, com o corpo ainda colado no meu, assim que ela ficou de costas jogou com cabelo todo para o lado esquerdo fazendo com que seu pescoço ficasse completamente exposto pra mim, o cheiro do seu perfume me enebriou, eu passei a mão vagarosamente pela sua cintura, para segurá-la, senti seu corpo quente, ela gemeu involuntariamente quando sentiu o meu toque e pressionou as coxas.
- Empina a bunda agora. - Sussurrei no seu ouvido.
Ela encaixou a bunda no meu pau, e empinou pressionei o corpo dela contra o meu, ela jogou a cabeça contra o meu peito, me olhou nos olhos, mordendo os lábios e soltando um gemido baixinho, senti a temperatura do seu corpo aumentando. Ela estava completamente entregue a mim, não conseguia se importar mais nada, e é lindo ver ela sentindo tanto tesão.
Até o olhar do homem que antes parecia que ia devorá-la tinha mudado, existia desejo nos seus olhos, mas ele estava mais afastado, como quem entendeu de que ela pertence a mim.
... Continua