- Você está bêbado e carente. Se fosse uma velha de noventa anos aqui agora, você falaria as mesmas coisas para ela. - falei e ele começou a rir.
- Eu estou bebasso. Mas eu quero você Di. Porra!
Ele falou apertando o pau dentro do shortinho. O tecido era bem fino e me controlei para não olhar para o volume dele.
- Sim, você este bêbado demais. Vou lá chamar a Stella, falar que você já está melhor.
- Não vai embora! Eu quero você! - Ele gritava. - Se você sair eu vou ficar gritando seu nome! - ele falou e deu um berro.
- CARALHO! - fui até ele e o encarei. - Agora eu vou falar sério, Rodrigo. Sua irmã achou que você ia morrer de tanto ter bebido! Seu pai não pode saber que você está nesta situação porque ele preparou um churrasco para você que começará daqui a menos de quatorze horas! Você deixou sua irmã morrendo de preocupação, eu fiquei preocupado, vim da minha casa só para te ajudar. Agora você vai calar essa boca porque a Stella tem direito de saber que você já está melhor! Se você falar UM PIU eu NUNCA mais olho na sua cara!
Falei sério e ele ficou com uma cara de criança que leva bronca da mãe.
- Tá bom!
Ele falou enfiando a cara no travesseiro. Fechei a porta e levei a chave apenas por garantia. Caminhei silenciosamente até o quarto da Stella e entrei. Ela estava cochilando na cadeira!
- Stella! – sussurrei e ela prontamente abriu os olhos.
- E aí? Ele está bem? - ela perguntou aflita.
- Está um pouco bêbado ainda, mas está bem melhor que antes. Já dei um banho nele e agora ele está deitado. - falei, sorrindo aliviado para ela.
- Ah! Não sei nem o que dizer Di! Obrigada!
Ela me abraçou e eu fiz um leve afaço na cabeça dela. Ela também tinha um cheiro muito bom.
- Você gosta bastante dele, né Di? Dá pra ver que vocês não se odeiam mais e se tornaram amigos... E são só dois meses... - ela falou.
Dois meses já? Para mim não tinha passado um mês que eu o conhecia!
- É... Eu gosto dele. Bem... Agora deixe-me que tenho que ir embora.
- Não! Você está cansado! E se o Rodrigo passar mal de novo não sei o que o meu pai faz! Eu sei que é pedir muito, mas fique aqui, por favor! - ela pediu suplicante.
- Ah... Está bem Stella. - ela sorriu.
- Você é um amigão Diego! Sempre soube que você era um cara legal! Eu vou preparar o quarto de hóspedes!
- Não se incomode. Eu vou lá ficar com o Rodrigo que ele está carente de atenção. Aconteceu alguma coisa com ele, Stella. Ele está com alguns cortes.
- Ah não! Será que ele brigou de novo com os amigos da banda dele? - ela perguntou aflita.
- Você sabe de alguma coisa?
- Mais ou menos... O Rodrigo não me conta muita coisa. Mas ele e o guitarrista nunca se bateram muito. A única menina que o Di gostou de verdade ele pegou, depois ele começou a falar para a banda que o Di cantava mal, fazia intrigas, tentava separar a amizade que ele tinha com os outros integrantes. E ainda mais depois que a mamãe morreu, ele fala que o Di não tem condições de continuar na banda por causa da morte dela. Mas tem muito mais coisa que eu nem sei... - ela comentou.
O que será que era, heim?
- Bem, vou lá com ele. Boa noite e vê se dorme! - falei e dei-lhe um beijo na testa. Ela apenas sorriu para mim.
Voltei para o quarto do Rodrigo e ele estava chorando. Não soluçava, nem fazia barulho. As lágrimas apenas rolavam.
- Rodrigo. - sussurrei e caminhei até a cama dele.
- Diego... Me desculpa. Mas as coisas são difíceis. - ele falava enrolado ainda, mas já parecia estar mais consciente do que fazia.
- Di... Me conta o que aconteceu? - perguntei e sentei-me na cama.
- Tem coisa que não quero falar. Coisas do passado que machucam... - ele falou. - Merda, sou um idiota e um mentiroso! - ele falou.
- Mentiroso?
- Eu menti até para você!
- No quê?
- Nada Di! Nada... Eu não quero perder a sua amizade. Isso se... Isso se você me considera seu amigo. Me abraça.
Eu estava mais amolecido com a cena agora. Ele estava realmente triste com algo. Nunca imaginei que o veria assim. Eu o abracei e ele retribuiu o abraço, ficamos assim um grande tempo.
- Você não precisa me contar nada, se não quiser... Mas pode confiar em mim. - ele respirava pesado.
- Você tem o melhor abraço do mundo, você é tão quentinho... - ele falava manhoso ao meu ouvido.
Eu estava acostumado com o Rodrigo durão e agora estava cuidando dele... Eu... Eu não sei explicar exatamente, mas... Mas eu gostei de cuidar dele e era bom tê-lo em meus braços.
Senti aquela mesma coisa de quando ele me abraçou bêbado no dia do show.
Meu coração se aqueceu.
MERDA!
Eu não sou apaixonado pelo Rodrigo, de maneira alguma, mas... Mas eu gosto dele. E estou gostando de vê-lo assim tão entregue a mim.
- Vamos dormir. - eu falei.
- Eu estou bêbado, mas não tanto agora.
Eu olhei nos olhos dele. Ele estava com uma aparência mais sóbria mesmo.
- Mas ainda está bêbado.
- Mas isso é bom porque tenho coragem de te agarrar.
Ele falou mordendo meu pescoço. Enfiou as pernas no meio das minhas.
- Tira essa roupa. Você está todo molhado. - ele falou.
Ele estava certo. Eu estava molhado e estava molhando a cama. Tirei a camisa e a calça, mas virei de costas para ele. Não quero fazer NADA com ele bêbado, NADA!
Senti uma movimentação atrás de mim, e logo em seguida senti os braços dele envolvendo meu corpo. A mão dele começou a deslizar para meu pau, por dentro da cueca. Começou a me masturbar lentamente. Sussurrou em meu ouvido:
- Se você quer, por que negar? - ele me perguntou.
Não! Ele estava bêbado! Não quero assim. Tirei a mão dele do meu pênis e virei para ele.
- Agora não! E estou falando sério.
- Mas você é chato mesmo! - ele falou.
Estava bem próximo a mim. Estava tentador. Mas não... Eu não faria nada com ele bêbado! E ainda ele tem aquele segredo e eu... Bem... Eu fiquei encucado!
- Me dá um beijo, pelo menos.
Ele falou me abraçando. Nunca o vi tão carente assim. Deve ter acontecido algo grave mesmo. E o pior, ele não tinha vergonha alguma em me tocar, em pedir beijos. O que a bebida não faz!
Ok.
Ele acariciou meus lábios com os dele. Trocamos um beijo inicialmente calmo, e logo depois a luxúria tomou conta
O corpo dele estava gelado e ele se esfregava cada vez mais em mim. Resolvi parar o beijo.
- Boa noite. Até amanhã e feliz aniversário, Di.
Falei, sorrindo de leve. É... Eu gosto mesmo dele. Somos amigos.
- Boa noite.
Ele falou e me abraçou. Ficou assim até adormecer... E eu... Posso dizer que não fiquei nem um pouco incomodadoAcordei não era nove da manhã.
Ele ainda estava do jeito que havia dormido. Agora estava tão calmo, sereno. Sua respiração não estava mais pesada. Seus lábios estavam entreabertos. Nossos corpos... Colados.
Podia ouvir o barulho da chuva batendo na janela. Cada gota me convidava mais a ficar ali. Quem é que não gosta de dormir ao som da chuva?
Desenrolei-me dele aos poucos, para que não acordasse, afinal, foi uma noite longa.
Eu ainda estava muito curioso para saber o que tinha acontecido. Andei-me até a suíte e fechei a porta. Minhas olheiras estavam mais fundas do que antes. Mais uma note mal dormida para a coleção. Lavei meu rosto e fiquei pensativo. O que faria? Acordaria a Stella para abrir o portão?
Vesti-me com minha roupa, que estava fedendo a cachorro molhado. Saí do quarto vagarosamente. Fui até o quarto da garota. A porta estava aberta. Ela não se encontrava mais lá.
Desci as escadas e lá estava ela, na sala, assistindo alguma coisa na televisão. Usava pijama e pantufas, bebia alguma coisa numa caneca. Rapidamente ela notou a minha presença. Raparei também em suas olheiras. Ela deveria estar muito cansada também.
- Bom dia. - ela falou sorrindo.
Estava com os pés apoiados no sofá. Era tão delicada. Passei a reparar mais nela agora, era quase tão bela quanto o irmão. Sentei-me ao lado dela.
- Bom dia. - falei sorrindo.
- Diegão! Vejo que já acordou! - o Sr. Martins surgiu de repente; vinha da cozinha.
Trajava um roupão vermelho escuro e sorria de dente a dente.
- Fico tão feliz que esteja se relacionando bem com meu filho que até passou o aniversário com ele! Soube que cuidou para ele não fazer nenhuma besteira! – falava e eu apenas concordei com um sim bem tremido.
- Acordei sim senhor.
- Ora! Quantas vezes já não falei para me chamar de Roberto? - ele falava com seu jeito expansivo. Idêntico ao meu pai.
- Tudo bem. - acenei de leve com a cabeça.
- Não quer pegar uma piscina enquanto o Digão não acorda? A chuva já está quase parando e acho que já já sai um lindo sol!
- Na verdade... Acho que vou para casa. Eu volto mais tarde. - falei sorrindo.
- Mas já? - ele me perguntou.
- Ele tem que comprar o presente do Rodrigo papai. E se arrumar para a festa, buscar o Adriano! - Stella falou.
- Sim, sim. Deixe que eu abra o portão para você, então.
Ele falou pegando a chave. Enfiou seus pés nas pantufas de mesma cor do roupão e me levou até o portão. Stella nos acompanhou.
- Até mais tarde, Di! - ela falou, sorrindo.
- Até. - falei.
Roberto, como insistia ser chamado, apenas me cumprimentou. Meu carro estava ali, intacto. Entrei nele e fui rumo ao meu lar doce lar. O sol, realmente, começava a dar sinal de vida em meio à garoa.
Enquanto dirigia pensava em tudo que tinha acontecido. Eu gosto do Rodrigo, agora. Somos amigos e eu percebi que me importo com ele. Não vou negar que fui cuidar dele apenas para ele não falar um piu sobre nós dois, mas... Eu fiquei realmente preocupado.
E mentiroso? O que será que ele mentia para mim? E os machucados, quem os fez? Seria o guitarrista da banda? Provável, já que Rodrigo me disse que o expulsaram da banda... Sinto que esse não é o único motivo para tanta tristeza. Nunca tinha o visto tão vulnerável assim. Sempre estive acostumado ao Rodrigo durão e folgado. Vê-lo assim... Tão sensível e desarmado abalou as minhas estruturas.
CONTINUA….
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Pessoal estamos na metade de conto! Como eu falei, acho que até amanhã termino de postar tudo! O próximo conto que eu vou postar e um clássico, ele eh mais romance / drama e tem poucas cenas de sexo, mas as cenas que tem eh um tesão! Espero que estejam gostando e até mais!