É noite e eu saio do meu carro com minha pasta de partituras debaixo do braço. visto um casaco pesado do que o clima pede enquanto por uns 3 minutos caminho em um jardim antes de chegar à porta da imponente residência.
Anuncío a minha presença e de imediato sinto que já reconhecem a minha chegada, entretanto, aguardo até ficar na dúvida se deveria tocar a campainha novamente ou não.
Fui recebido por uma voz reconhecível, a mesma que me contratou ao telefone. Me apressou a entrar, disse que estava sozinha e que ainda estava se arrumando. Sua pele estava quente e úmida, suas roupas quase nulas. Achei estranho pois já era quase no horário programado.
Entre muitos sorrisos e comentários amigáveis me levou a uma sala grande, havia muitos espelhos na sala e sofás de couro em cada um dos 4 cantos, no centro, o piano. ela disse que eu passaria a noite ali, e que era para eu aproveitar. me trouxe uma bebida, me deixou à vontade e em seguida se retirou para acabar de se arrumar e esperar os convidados.
Estava me sentindo sem jeito por estar sentado no banco do piano sem estar tocando, com a vontade de me apresentar a aquele instrumento e precoce ao horário combinado comecei a tocar o marfim de maneira improvisada, assim como ela havia pedido. tentei fazer contraponto à situação estranha e me deixei levar. Ainda tímido ao conhecer o instrumento de cauda, perceber suas nuances e as particularidades sonoras da sala.
Certo tempo depois a campainha me interrompe e ela passa correndo para atender a porta, mas ainda não parecia ter acabado de se arrumar apesar de estar despojadamente muito elegante, com um perfume marcante e uma maquiagem sutil. Passo a imaginar que é uma festa para poucos convidados.
Eu a ouvi entrando com algumas pessoas e conversando alto. ergui minha postura, desviei o olhar e retomei meu propósito. As pessoas entraram na sala e se sentaram no sofá que ficava de frente para o piano, de costas para o pianista. Novamente o silencio ocupa tudo aquilo que eu não preencho. Pode ser também que eu simplesmente não estivesse ouvindo e vendo o que estava acontecendo. apesar de querer tocar mais baixo pra captar alguma coisa eu estava bastante tenso e pouco discreto. Decido me perder dentro de mim mesmo e deixar fluir.
Me assustei quando de repente ela me abraçou por trás colocando seu peito em mim e sussurrou no meu ouvido, causando um erro e uma pausa. "relaxa e curte um pouco também. Beba o vinho". Apesar do susto eu percebo sua respiração, seu calor e seu hálito. Fico em pausa por um momento olhando para frente, e imaginando retomar a música de maneira calorosa, mas permaneci pensando no vinho e nela que começava a entrar na minha cabeça de uma maneira não tão profissional.
Ela me soltou e andou contornando o piano. Ao escutar que seus passos cessaram, olho para ela que me analisa com o olhar e ao mesmo tempo aponta para o vinho deixado por ela ao meu lado. Ela está ereta, de queixo erguido, empática e me olhando no fundo dos olhos, entretanto, perco o contato com o seu olhar no instante seguinte... Me assusto e demoro pra olhar para o vinho pois olho para o seu corpo e me envergonho, desvio e volto, e retorno para os seus olhos e abaixo a cabeça. Fico sem reação com a sua nudez repentina. Me pergunto o que está acontecendo e em que momento ela tirou as roupas. Me pergunto se ela não está com vergonha dos seus convidados e tenho até o impulso de me levantar e questioná-la. Com um olhar sereno ela me acalma, e como quem me recorda do motivo pelo qual eu estou lá, me provoca e se coloca como algo inalcançável.
A pausa se estende e eu preciso lembrar de respirar. Me sirvo do vinho e observo-a ainda um pouco entumecido pelo calor da sua voz no meu ouvido. Dou meu primeiro gole e vejo que ela se ajoelha em um sofá que estava logo em frente à minha visão, ela fica de quatro de maneira que conseguia olhar pra mim e me estudar enquanto exibe seu corpo.
Olha na minha direção e faz com a cabeça o gesto de "faça seu trabalho". Meu coração estava acelerado e neste mesmo ritmo volto a tocar. Simultaneamente ao meu impulso de voltar ao meu dever, dois homens que estavam no sofá atrás de mim parecem responder ao mesmo comando e cruzam o meu caminho até o encontro desta mulher. Sem cerimônia alguma começaram a beijá-la, usar do teu beijo, boca, bunda e sexo. Me bate uma vontade de sentir sua coxa, ou acariciar as suas costas. Relaciono diretamente o sentimento que meus dedos teriam com o que estão tendo e toco firme e excitadamente o piano.
Eles treinados e certeiros, talentosos até no improviso. Ela segurava o pau enorme de um deles e o chupava enquanto olhava pra mim. Revirava os olhos e ecoava na casa toda. não imagino quem estaria mais excitado ali. não lembro sequer um acorde que eu fiz ou uma melodia desenvolvida, mas era o melhor sentimento do mundo. os homens gemiam o nome dela e ela derretia sem saber a quem chamar em seus suspiros. revezava colos e olhares pela noite. Os homens grandes não a intimidavam e ela se fazia fácil de ser tomada, tremia com a pele avermelhada e molhada.
No tônica da situação eu fechava os olhos e levava meu pensamento para além-mar, mas em todos os desenvolvimentos e finais só queria me juntar a orgia... Tentei até manipular seus orgasmos e interferir, participar daquilo com os climas e temas que eu tinha o poder de criar na situação.
Quando reparei já havia até passado da minha hora de trabalho e em conjunto reparei que os homens se levantavam, se vestiram e se retiravam conversando entre si sem nem olhar para trás ou para mim. ela ainda permaneceu despida e ofegante, com marcas e cheiros e pentelhos. Um penteado diferente de antes. Enquanto deitada no sofá se tocava sensível e devagar sentindo o esperma escorrendo de dentro de si pela sua virilha e saboreando o outro gosto em sua boca.
Por um momento reparo nas formas naturais do seu corpo. Não só a pele brilhante, o olhar sedutor e o lindo obvio de suas curvas.
Assim que seu folego entrou em controle eu estava dando um ar de finalização para a música. com tanta energia quanto seu último grito orgástico ela se levantou e andou até mim, não disse nada, se colocou por trás de mim novamente, uma mão no meu pescoço me sufocava, a outra encontrava minha óbvia ereção e arrancava as roupas do caminho. Ela mordia e lambia meu pescoço, reparei que sua saliva escorria para dentro da minha camisa. não apenas saliva, me arrepiava, me invadia.
Eu parei de tocar e ela mais forte me tocou, me ouviu gemer de prazer e me negou quando eu estava prestes a gozar. Me pediu um beijo, e eu o dei, me guiou a mão e eu obedeci, me fez dela e me fez ela, minha. Estava nu como ela, sentia e tinha o mesmo cheiro, sentia e tinha o mesmo gosto, a cada beijo sentia mais e mais seu gosto, e o outro. Tocava sua pele como quis a noite inteira e terminei minha obra daquela noite em teu corpo.
Me levantei sem jeito, mas com intuito. Já acostumado a trocar olhares com ela quase que como em uma dança mudamos de posição e ela se sentou no banco do piano, debruçou as suas costas nas teclas do instrumento, e de frente para o outro, que se ajoelhava diante de ti de acordo com a ordem implícita pela sua mão em meu ombro. Repetiu o pedido abrindo as pernas e as apoiando em meus ombros. Ela me puxa para perto e me olha por cima, ansiosa para fechar os olhos: -me beija.
