Estávamos numa ponte de madeira que acabava no meio do lago, a visão da minha casa para a ponte era impossível por conta das árvores, sempre foi um bom lugar para pensar e conversar.
- Tá maluca menina? Beijar uma menina?
- Não estou louca, deixa de besteira é só um beijo!
Ela deu um passo em minha direção e eu dei um para trás, ela deu um sorriso e mais um passo em minha direção, tentei da mais um passo para trás, porém a parte de madeira acabou, dei uma leve desequilibrada e ela me segurou, me puxando pra perto dela. Os rostos estavam bem perto.
- Obrigada por me ajudar! Melhor a gente ir!
- Ta! Não precisa fugir, se não quiser eu não vou beijar a força!
- E você tava andando em minha direção porquê?
- Queria vê até onde ia! Mas já vi que é muito arregona!
- Eu não caio nessa! Só no quero beijar você, aceita!
- Cala a boca Janaina!
Da um tapa de leve na minha cabeça e sai correndo, corro atrás dela e a jogo nos abusos caindo as duas no chão, rindo e tirando os cabelos do rosto. Os olhos se encontraram, ela estava sobre mim, os os olhos cor de mel estavam esverdeado.
- Você fica bonita olhando desse ângulo!
- Me desculpa!
Ela me beijou, sim ela me beijou, meu Deus eu estava beijando uma garota. Tenho que sair daqui, mas tá tão bom, as bocas estavam coladas, até que sinto a ponta da língua dela encostar no meus lábios pedindo passagem, abri um pouco os lábios e me deixei levar, nunca tinha beijado alguém e o que estava sentindo era algo muito bom. Nos separamos ela me olhou e sorriu.
- É bom!
- O que é bom Janaina?
- Beijar, por isso minha colegas fazem tanta questão! Agora a senhorita poderia sair de cima de mim?
- Vai me dizer que esse foi seu primeiro beijo?
- Sai de cima de mim Caroline!
- Responde que eu saiu!
- Foi! Agora sai!
- Beijo tão ruim assim?
- Eu não sei, não tenho como comparar!
- Então me beija só mais um vez.
De repente sons de tiros e pessoas gritando. Nos entre olhamos ouvimos alguém descer correndo em direção onde estávamos, antes de chegar foi baleado, eu ia gritar com o susto, mas Caroline tampou minha boca e nos cobriu com folhas secas. Ninguém mais desceu ficamos ali até o começo da noite, depois levantamos e fomos até minha casa, tinha muitos corpos no chão, até minha gatinha Ravenna mataram, saí em busca dos meus pais, foi quando encontramos eles abraçados e ao lado o senhor Bonfim. Caímos ali mesmo, não tínhamos forças nas pernas, nem no corpo só chorávamos. Depois de horas ali Caroline levantou e disse que teríamos que sair dali, que seu pai ia nos ajudar, mas ficando ali era muito perigoso.
Saímos em direção a casa grande, mais quando chegamos vimos uma grande movimentação, entramos pela porta dos fundos, tinha cerca de uns dez homens ali, ficamos escondidas na dispensa, quando ouvimos conversa na sala, Caroline sai do esconderijo para tenta vê o que está acontecendo, não demorei muito e fui atrás dela, quando chegarmos próximos o tal Silas estava na sala e um outro homem em sua frente, o rapaz que estava com ele se colocou igual um segurança ao seu lado. Os outros estavam próximos, em sua frente um homem com uniforme militar impecável e ao lado dele tinha mais dois homens também fardados, só que tinha menos medalhas, Caroline tentou levantar e eu a impedi.
- É meu pai Janaina!
- Eles estão negociando, se você for vai atrapalhar!
Voltamos a ficar quietas e tentamos ouvir o que eles negociavam, de repente atrás de nós aparecem dois homens todo de preto e só os olhos de fora e muito em armados. Tapam nossa boca e nos levam pra fora, lá te ais homens armados e um deles se aproxima.
- Caroline, sou eu!(deixa seu rosto a mostra). Seu pai está negociando com seu tio!
- Eu sei, padrinho oque aconteceu, o vovô tá morto!
- O que? Seu avô?
- Maldito!
- Atenção Daniel, o seu pai foi assassinado também!
Segundo depois muitos disparos. Todos abaixaram enquanto eu caminhei em direção a casa grande, assim que chego na porta Silas ia saindo.
- Filha!
- Eu nunca seria filha de um verme como você!
Silas era um homem de mais ou menos um metro e oitenta, não era nem gordo, nem magro, pesava mais que eu, porém ele não contava com minha no campo.
Corri em sua direção, agarrei seu tronco, o levantei e corri com ele pra dentro da casa, ouvi gritos mas não identifiquei o que diziam. Joguei ele no chão, dali por diante não lembro de mais nada, como se minha vista tivesse deixado de existir, quando voltei, estava sedo retirada de cima dele por dois homens.
- Você nunca vai passar de um verme, minha me contou tudo, me solta deixa eu matar o assassino do meu pai!
- Ele está vivo senhor Daniel!
- Tirem ela daqui! Traque ele na dispensa, lá tem tudo que precisa pra viver, se daqui um mês ele tiver vivo, vejo-o que faço.
O padrinho de Caroline me puxou, porta fora quando me soltei, peguei uma arma de um dos soldados e atirei duas vezes nele, um em cada joelho.
- Você pode até escapar, mas não vai fugir por muito tempo, eu vou te achar!
O pai de Caroline que se aproximou, jogou em seu ombro e só parou lá fora.
- Você já foi longe de mais!
- Ele não morreu, então não fui longe ainda!
- Qual seu nome?
- Janaina Sales!
- Filha de Soraya e Jair?
- Que aquele maldito fez o favor de matar!
- Sinto muito! Meu pai também se foi e se não tivesse saído de lá, você e minha filha também teriam... você tem outro familiar?
- Por perto não, mas eu me viro, vou pra cidade arrumo uma casa de família e me viro!
- Você é minha responsabilidade agora, você vai pro internato militar, o mesmo que Caroline estuda, quando sair de lá vai trabalhar comigo, sua força não pode ser desperdiçada!
- Posso saber a razão de tá fazendo isso?
- Você é filha do Silas, falo biologicamente, meu pai passou essa fazenda pro seu nome, aí você decide o que vai fazer, pode ser assim?
- Não tenho muita escolha senhor Daniel!
Ele sorriu e saiu.
Não arrumei nada sai com uma mochila e a roupa do corpo. Quando cheguei, a escola era imensa mas parecia um presídio, parecia muito aquelas escolas americanas que tem até piscina. Caroline me mostrou a escola e me levou até o dormitório, que era dividido por nível, ela ficava em outra sala e dormitório pois era das salas especiais. Terminei não precisei fazer prova pois o Sr. Daniel que conseguiu minha vaga. Caroline mesmo tendo a mesma idade que eu, estava uma série a mais e numa sala especial, meses depois ela foi transferida para uma escola especializada em astronomia. Ela não pensou duas vezes de lá já teria chances de correr pelo seu sonho. Novamente estava sozinha, agora muito mais dura e fria. Anos depois me formei e hoje trabalho com o senhor Daniel, já sabia e fazia tudo em sua empresa, até que a coisas iriam mudar e como tudo na minha vida.
- Me chamou senhor Daniel?
- Janaina tenho uma proposta para fazer a você!
- Toda parte de segurança dos meus prédios você sempre foi responsável, sempre confiei em você pois sempre se mostrou superior aos outros. Agora preciso que você cuide de um prédio que vai ter muito dinheiro, minha filha mais velha será sua nova chefe, me pediu a pessoa de minha inteira confiança e resolve indicar você, vai ser uma grande perda, então precisarei de uma pessoa para ficar em seu lugar!
- Katia, ela é a pessoa mais preparada , so preciso passar a parte econômica pra ela!
- Essa parte você vai continuar, e quero você de olho na minha filha!
- Posso saber a razão papai?