Acasos #45

Da série Acasos
Um conto erótico de Patrícia
Categoria: Lésbicas
Contém 2181 palavras
Data: 27/11/2023 00:28:24
Última revisão: 29/12/2024 00:14:10

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Patrícia:

Eu nunca gostei de chamar a atenção, sempre preferi ficar no meu canto. Sempre fui muito calada e tinha dificuldades até para sorrir. Depois que conheci Keyla, isso mudou muito, não só por causa do amor dela, que me fazia muito feliz, mas também pelo jeito dela, toda falante e sorridente com todo mundo. Por causa dela, fui me soltando um pouco mais. Hoje, tenho várias amigas, converso com muitas pessoas, vivo sorrindo, e minha timidez diminuiu bastante. Pode-se dizer que sou bem diferente hoje por causa dela, mas ainda não gosto de chamar a atenção.

O lance das fotos me deixou um pouco mais conhecida. Ter um vídeo meu no Instagram de uma celebridade da internet também contribuiu muito para isso. O que eu não imaginava é que, nos próximos meses, eu me tornaria muito mais conhecida ainda. Tudo começou em uma segunda-feira, quando Keyla foi pedir ajuda à Rita, a médica que cuidou dela no hospital.

Keyla voltou para a mesa do restaurante meio pálida. Perguntei o que tinha acontecido, e ela disse que tinha levado um baita susto. Rita tinha falado que precisava falar com uma de nós urgentemente. Ela logo pensou que era algum problema de saúde com ela, mas na verdade não tinha nada a ver com isso; era sobre nossa história.

Eu estava tentando entender, mas me faltava informação. Perguntei, e ela disse que Rita comentou que o marido dela é dono de uma editora e queria muito conversar com a gente sobre nossa história, que ele gostou muito e queria publicar um livro baseado nela. Keyla disse que falou para Rita que depois a gente dava um jeito de marcar algo para ela explicar melhor.

Sinceramente, eu nem sabia o que pensar sobre aquilo e perguntei sobre o psicólogo. Keyla disse que Rita sabia de dois que atendiam aos sábados, e uma era muito boa e amiga pessoal dela, que iria tentar arrumar um horário e depois nos avisava.

Patrícia— Sobre esse negócio de livro baseado na nossa história, eu nem sei o que dizer ou pensar, amor.

Keyla— Amor, nem eu, mas não custa nada ouvir o que o marido dela tem a dizer. A gente ouve e depois vê o que fazer.

Patrícia— Faz sentido, até porque Rita foi um amor com a gente e está tentando ajudar você. Não custa nada a gente pelo menos ouvir ele.

Voltamos ao trabalho. O dia foi tranquilo e, à noite, estávamos nós duas de volta à faculdade. As aulas foram tranquilas, e Keyla conversou com uma das nossas colegas de sala e confirmou que não perdemos nada de importante nas aulas da semana passada.

Outra coisa que aconteceu no primeiro dia foi que notei duas garotas me olhando muito durante as duas primeiras aulas. Eu já as conhecia e já tinha conversado com elas algumas poucas vezes. Achei meio estranho, mas deixei para lá. No intervalo, elas vieram falar comigo e com Keyla. Eram seguidoras da Naty, nos deram os parabéns e até saímos juntas para ir à cantina. Durante o trajeto, algumas outras meninas vieram nos dar os parabéns também; todas foram umas fofas.

No refeitório, mais gente veio nos parabenizar, inclusive Cláudio e Luciano, que a gente já não via há algum tempo. Keyla não se incomodava com aquilo; eu sim, mas não muito, até porque não teve nada fora do normal. Na saída, aconteceu a mesma coisa, mas teve uma garota em especial que me chamou a atenção. Ela só deu os parabéns a Keyla, e vi Keyla colocar algo no bolso depois de soltar a mão dela. Só observei e não falei nada.

Quando viramos para ir em direção ao portal que a gente usava, Keyla tirou um papel do bolso. Era uma folha de caderno bem dobrada. Keyla abriu a folha do meu lado para ler e deixar eu ler também; era um recado da garota dizendo que tinha algo da Tamires para Keyla e que ela precisava ir ao barzinho em frente à faculdade, pois precisava ser pessoalmente.

Keyla— Amor, você vai achar ruim se eu for lá? Você sabe que, mesmo depois de tudo, eu me preocupei com a Tamires e queria saber notícias dela. Essa garota que entregou o papel era uma das amigas que a gente tinha em comum, ela é gente boa, mas se você não quiser que eu vá, eu não vou, amor.

Patrícia— Amor, se você quer ir, está tudo bem. Eu não me importo, não.

Keyla— Sério mesmo, né? Não quero problemas atrapalhando a gente de jeito nenhum.

Patrícia— É sério, você ir falar com ela não é um problema para mim, prometo.

Ela agradeceu e a gente foi pegar a moto. Saímos e parei em frente ao bar. Keyla desceu e localizou a garota em uma mesa do lado de fora do bar, tirou o capacete e me chamou para ir com ela. Eu disse que era melhor eu esperar na moto para deixar a garota mais à vontade e que depois ela me contava em casa. Ela concordou e foi.

Elas conversaram por uns 15 minutos. Depois, elas se levantaram e vi Keyla apontando o dedo na minha direção. Logo as duas vieram, e Keyla me apresentou à garota, que se chamava Tuaine. Ela me deu os parabéns pelo noivado e se desculpou por não ter me felicitado mais cedo, disse que estava nervosa e com medo de eu brigar com ela. Eu disse que não tinha problema e que eu era de boa, que estava tudo bem.

Nos despedimos dela e Keyla disse que em casa me contava tudo, mas que eram em partes coisas boas. Eu liguei a moto e saí. Assim que chegamos, Keyla foi para o banho. Eu preparei dois pratos de comida e coloquei no micro-ondas, fui para o quarto e me preparei para tomar banho também. Quando entrei, Keyla estava saindo. Nossa, que mulher linda que eu tenho! Tive que me segurar para não arrastá-la de volta para o chuveiro, mas me segurei e fui tomar meu banho.

Quando voltei à cozinha, Keyla começou a falar sobre a conversa com Tuaine.

Keyla— Tamires ligou para Tuaine há duas semanas. Ela foi embora para o Paraná, foi ela e a mãe dela morar em Curitiba. Pediu para Tuaine me procurar para me contar que está muito arrependida de tudo de ruim que fez comigo, que sente muito por tudo, que ia se internar em uma clínica para se curar do vício das drogas e que não quer isso para a vida dela nunca mais.

Patrícia— Olha que legal! Sinceramente, fico feliz por ela. Apesar de tudo, não desejo mal a ela, não.

Keyla— Bom, mas tem mais. Ela pediu para me falar que, se eu a perdoar e se algum dia a quiser de volta, ela volta para cá, que me ama muito e que, sem o vício, pode me fazer muito feliz.

Patrícia— Ainda não desejo mal a ela, mas já não estou tão feliz por ela. (risos)

Keyla— Boba! (risos) Eu falei para Tuaine que, se caso falar com ela novamente, diga que eu já a perdoei por tudo de ruim que ela me fez, que não tenho mágoa nenhuma mais, mas que a confiança foi quebrada no momento em que ela resolveu me trair. Eu a perdoei, mas não esqueci e nem vou, então não vai ter volta, mesmo se algum dia eu estiver sozinha.

Patrícia— Eu penso igual a você, amor. Para mim, se traiu, acabou o relacionamento.

Keyla— Mas pedi outra coisa para Tuaine que talvez você não vai gostar, mas quero que tente me entender, amor.

Patrícia— O que seria isso, amor?

Keyla— Pedi para Tuaine não contar sobre nosso noivado para ela. Eu não quero que minha felicidade com outra pessoa seja motivo para ela ter uma recaída, se ela realmente estiver se tratando. Desculpe, amor, se você não achar certo, mas eu realmente acho que é o melhor.

Patrícia— Amor, não se desculpe. Você tem um coração enorme, e pensar no bem de outra pessoa não é defeito. Você só me deixou orgulhosa com essa atitude, mas acho que ela já sabe ou vai saber disso.

Keyla— Eu sei, amor, mas pelo menos estou fazendo minha parte. Infelizmente, para ela, não posso deixar de ser feliz com a mulher que eu amo por causa dela.

Patrícia— Você tem razão, amor. Algumas coisas não têm como a gente controlar, mas tomara que ela realmente saia dessa vida e tenha um futuro melhor daqui para frente.

Nossa semana correu e logo chegou a sexta-feira, dia do meu primeiro dia na minha nova função. E ainda tínhamos visita à noite: Rita e seu marido iriam jantar com a gente. Já que não iríamos à aula, resolvemos marcar de falar com eles na sexta. Rita já tinha conseguido os horários com sua amiga psicóloga para Keyla. Seria todo sábado às 14 horas. Keyla conversou com Cristina, que disse que ela podia sair mais cedo, meia hora, no sábado, sem problemas. Era tempo suficiente para Keyla fazer um lanche e ir para o consultório da psicóloga.

Eu estava um pouco nervosa quando entrei na loja, mas, graças a Keyla e Cristina, que me passaram muita confiança, eu me acalmei um pouco. Antes de abrir, as meninas que iriam trabalhar comigo vieram me dar apoio também. Isso ajudou muito, porque seis delas já trabalhavam há muito tempo ali. Quatro trabalharam comigo, pois eram do setor da Keyla, e as duas mais novatas estavam na loja há mais de um ano. Então, com elas, eu não teria que me preocupar. Na verdade, acho que elas que estavam preocupadas comigo por eu estar um pouco tensa.

A loja abriu e logo tivemos nossas primeiras clientes. O tempo foi passando e o movimento aumentou. As coisas correram bem; na verdade, eu fiquei mais só olhando, já que as meninas não precisaram de mim. Às 11 horas, Naty apareceu e, com ela, vieram mais algumas pessoas. Apesar de ela atrasar meu almoço, a live foi muito legal. Naty sabia mesmo lidar com a câmera e com o público.

No final, a live, que era para ter meia hora, durou quase duas, porque Naty resolveu mostrar os outros setores da loja. Até entrevistou Cristina e algumas outras meninas que trabalhavam ali. No fim, ela veio conversar comigo por um tempo e depois foi ao setor de Keyla falar com ela. Eu acabei nem almoçando, mas Cristina me levou ao seu escritório e me deu um lanche.

No final do dia, tínhamos vendido bastante peças. Eu me saí bem, mas estava com muita fome. Saímos direto para casa, comi um lanche antes de ir tomar banho. Keyla assumiu o fogão sozinha, deixou eu descansar um pouco antes de Rita e o marido chegarem.

Eles chegaram às 19 horas. Rita era realmente uma mulher muito bonita, e seu marido me pareceu muito simpático à primeira impressão. Seu nome era Thomas. Eles trouxeram uma garrafa de vinho, mas disseram que era para a gente guardar para uma ocasião especial, que era o presente de noivado atrasado.

Nos sentamos para jantar. Thomas era bem falante, educado e muito divertido. Logo ele e Keyla estavam no maior papo. Eu e Rita só escutávamos os dois na maioria do tempo. Depois do jantar, a gente foi para a sala.

Thomas— Bom, Rita já deve ter explicado o motivo de eu vir falar com vocês, né?

Keyla— Sim, ela disse que é a respeito de um livro baseado na nossa história.

Thomas— Exatamente. Rita me contou a história de vocês duas. Como ela disse que foi um resumo, creio que tem muitos detalhes que não sei, mas mesmo assim eu amei a história. No dia seguinte, contei a história para minha irmã. Ela é escritora e já tem alguns livros publicados. Vou mandar uns exemplares para vocês depois. Bom, minha irmã se encantou com a história de vocês e quer muito publicá-la, mas para ela fazer isso, precisa da autorização de vocês e saber a história com mais detalhes. Rita disse que vocês são muito ocupadas, então a gente pode ir fazendo isso com calma. Minha irmã é fácil de lidar; acho que vão gostar dela.

Keyla— Desculpe, mas eu achei que seria baseado na nossa história e não a história real.

Thomas— Queríamos que fosse o mais fiel possível, mas se vocês quiserem manter o anonimato, não usaremos o nome de vocês nem das pessoas envolvidas na história. Eu vim aqui só para passar a ideia para vocês; não precisam responder agora. Pensem com calma, podem falar com minha irmã antes, e claro, vocês serão pagas por isso. Podemos preparar um contrato do nosso jeito, ok? Pensem com carinho, a história de vocês é linda e inspiradora. Tenho certeza de que muita gente vai amar ler.

Ele ali explicando e eu pensando que essa história de livro poderia me trazer problemas, porque Keyla, pelo jeito, tinha gostado da ideia. Eu nem tanto, porque a ideia da minha vida ser exposta para quem quisesse saber não me agradava.

Continua…

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 391Seguidores: 87Seguindo: 62Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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Keyla converse direitinho com sua muié 🙏🏽

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Espero n reviver o pesadelo q foi o pós daquelas fotos, tomara q a Keyla tenha juízo 🤦🏻‍♀️

PS: Jú, o Beto tinha batido 380 contos hoje e agora tá aparecendo 378 😨

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Não posso da spoiler 🤐kkkkkkk

Para mim ainda está os 380 Juh 😳

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Voltou agora, juro pra você q atualizei várias vezes o meu e o de Lore antes de comentar e estava 378 😂

Foi mal! 😘

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O meu ainda está 378, deve ser bug 🤷🏽‍♀️

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Tomara que seja mesmo 🙏🏻

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Acho bonitinho que ela repara essas coisas 😂

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Eu também, e ainda bem que ela repara 🙏🏻

Juh é uma fofa 🥰

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Aqui também, está os 380 Juh 🤷🏻‍♀️

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Agora está 380 aqui no meu também, Beto 🙏🏽

Deve ter sido mesmo um bug

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Não é o Beto não, ele está dormindo faz tempo kkkkkkkkkkk

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Vamos saber a otica da Keyla sobre o livro , mas acho que dessa vez sera discutido com a Patricia

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É o certo né, se ela aprendeu com os seu erro ela vai fazer isso!

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Concordo as duas precisam conversar é muito, acredito que a conversa pode se estender, para mais pessoas Erica e a mãe da Keyla, acredito que possam ajudar elas.

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Vai ser rápido a conversa, estou dando spoiler porque já postei o outro kkkk

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Tadinha da Keyla de novo no mundo da lua, ela animada com aquilo tudo, mais esquece os problemas que a Patrícia já teve com as fotos, com a corja fa família dela, mais como diz tudo é conversado, mais pra Patrícia e muito difícil lida com esse tipo de coisa, vamos ver o desenrolar dos próximos capítulos.

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Mais que bom está tudo bem com a Tamires, é tomará que largas as drogas, e esqueça de vez a Keyla, pois a fila mais que andou.

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