Era Abril, quando Alex pediu Flávia em casamento, os dois estavam tão apaixonados que não queriam demorar muito para se casar, já marcaram o casamento para novembro, no mesmo dia do aniversário de Flávia, tudo foi escolha dela pois ela queria ter um dia duplamente especial. Coisas de mulheres sabe como é... Já no mês de maio, Alex e Flávia resolveram procurar um lugar para os dois morarem após o casamento, afinal, eles não poderiam morar em uma quitinete, que era o lugar onde Alex atualmente morava, ele já conseguia um bom dinheiro como advogado, e tinha grandes economias, e apesar de Flávia não ganhar tão bem, ainda assim os dois juntos conseguiriam parcelar um apartamento, e como Flávia trabalhava em uma corretora, com a ajuda de Beto, seu patrão, não foi muito difícil financiar um apartamento, porém os dois ainda não iriam morar juntos, decidindo fazê-lo apenas depois do casamento. Ainda moravam em casas separadas, com Flávia morando com seus pais enquanto isso Alex morava em sua pequena quitinete que já era praticamente o ninho de amor daquele casal que se encontrava sempre que possível para namorar e ficar junto. Tanto a mãe de Alex quanto os pais de Fernanda estavam muito felizes com a cerimônia pois ambos gostavam muito do casal Alex e Flávia, a mãe de Flávia, dona Geralda e Fernanda se tornaram grandes amigas, nas brincadeiras elas até diziam quando que Fernanda iria casar novamente, que desconversava. No escritório de Eduardo, não se falava em outra coisa a não ser nos casamentos de Eduardo e Alex, que logo iriam deixar de ser solteiros e iriam se tornar finalmente casados, todos estavam felizes com a cerimónia menos uma pessoa. Alice, a irmã de Alex fingia estar contente pelo irmão, mas na verdade ela não queria o casamento dos dois, na frente de Alex de Flávia ela parecia contente mas no seu quarto à noite, quando não saía para encher a cara ela amaldiçoava aquela relação, dizia muitas vezes que Flávia não era mulher para seu irmão, e que ela com certeza iria traí-lo assim como a sua mãe fez com seu pai. Em um certo dia, as duas estavam almoçando juntas no intervalo de trabalho, e ali rolou um clima bem ruim entre elas.
— O Alex já te contou o nosso segredinho de família? — Perguntava ali Alice a Flávia, que respondeu.
— Que segredo? Não, nunca me contou nada.
— Então, você sabe por que nós estamos no Rio de Janeiro não é? Na verdade nós não somos daqui, nós nascemos em São Paulo e éramos uma grande e feliz família, mas a infeliz da minha mãe tinha que estragar tudo traindo o meu pai com o vizinho, um rapaz atoa desempregado, meu irmão é que acabou flagrando a traição da nossa mãe e acabou contando para nosso pai, depois disso nossa família se separou e eu vim morar com a minha mãe e meu irmão ficou com o meu pai por anos, desde então meu irmão sempre teve traumas com traições, você sabia disso?
— Nossa, que horrível isso... Deve ter sido muito difícil pro seu irmão viver tanto tempo separado de você e da sua mãe, mas agora vocês estão juntos, apesar de saber o que aconteceu com o pai de vocês, mas qual o sentido de você estar me contando isso agora? Por acaso não...
— Isso mesmo que você está pensando. Meu irmão odeia traições e eu não sei o que ele faria se ele descobrisse que você um dia traiu ele, do jeito que ele é desestabilizado não é capaz até de ele tirar a própria vida, então pense bem antes de contar ou deixar ele descobrir alguma traição. — Disse ali Alice, tomando em seguida seu milk-shake de chocolate, enquanto termina de comer seu lanche. Flávia se sentiu muito intimidada com aquelas palavras de Alice, nunca viu a amiga tão ríspida quanto naquele momento, mas já tratou de mandar uma resposta rápida aquele tom de ameaça que ali se fazia para com ela.
— Não se preocupe com isso amor, eu fui criada e enraizada em um ar de família, um lar de respeito. Meu pai me ensinou que meu marido deve ser sempre o meu único homem, então fique tranquila que enquanto seu irmão estiver casado comigo ele nunca vai saber o que é uma traição. — Depois disso, Alice pede licença para Flávia, e vai até o banheiro do Mcdonalds retocar a maquiagem, e enquanto estava seguindo pelo corredor falava baixinho para si mesma. — Veremos... —
Após o almoço as duas voltaram a trabalhar normalmente, e tudo foi se seguindo conforme as horas foram passando porém na cabeça de Flávia ficou aquela pulga atrás da orelha, o que Alice estava tentando insinuar com tudo aquilo? Mas Flávia julgou que aquilo não tinha nada a ver com ela, como ela mesma disse mais de uma vez sempre teve uma educação religiosa dos pais, matrimônio para ela era sagrado e Alex era um bom partido em todos os sentidos, era lindo, educado, tinha um futuro pela frente, mas acima de tudo a respeitava e amava, assim como ela amava demais aquele homem e não conseguia se ver pensando ou desejando outro.
Naquele final de mês de maio tudo correu bem até o início de junho, quando em uma forte chuva no Rio de Janeiro acabou por inundar a rua onde os pais de Flávia moravam, na enchente eles perderam bastante coisa e até mesmo a casa ficou um pouco comprometida. Toda aquela tragédia pegou a todos de surpresa, e foi uma verdadeira mobilização para ajudar os pais de Flávia de alguma forma, Alex, até pensou em suspender o casamento e usar parte das economias para a festa e lua de mel para ajudar os futuros sogros. Eles tinham um lugar para se mudar mas o grande problema eram os móveis a grande maioria tinha sido destruída com a enchente e muitos ainda estavam para se pagar e ainda por cima precisaria se comprar novos, como já foi dito antes a família de Flávia era bem humilde, e todos estavam preocupados em ajudar de alguma forma. Eduardo e Alex se mobilizaram na internet e iniciaram uma espécie de vakinha online, eles estavam precisando arrecadar mais ou menos uma quantia de 35 mil reais, para reforma da casa, quitar alguns móveis e eletros que foram destruídos e comprar novos, além do conserto do carro, que graças a Deus não tinha dado PT. Na vakinha já tinha sido conseguido uma quantia de 5 mil reais, onde algumas pessoas iam ajudando, incluindo eles mesmos, era ainda pouco, mas para 3 dias de vakinha online, já estavam na expectativa de conseguir ainda mais. Porém, o pai de Flávia pediu a suspensão da vakinha no quarto dia, alegando que não iria precisar mais. Parece que alguém havia ficado sabendo da vaquinha esse alguém era conhecido do pai de Flávia, e como ele tinha dinheiro acabou fazendo uma doação do valor para ele, em troca de não revelar quem era pois gostava muito do anonimato. Ninguém engoliu essa história e todos ficaram desconfiados, mas por insistência do velho, ninguém ficou ali protestando querendo mais informações, mas já se sentindo da família e totalmente preocupado com o futuro sogro, Alex resolve começar a investigar a situação por conta própria sim se dar conta de que essa investigação no fundo acabaria acarretando a maior tragédia da vida dele, mas isso não era a hora de falarmos sobre.
Passado mês de junho turbulento, chegamos então no mês de julho, e se iniciou os preparativos para o casamento de Alex com Flávia, todos estavam com grandes expectativas, principalmente o casal. Alex começou a pegar mais firme no trabalho, iniciando trabalhos criminais aonde acabou pegando clientes um pouco mais afortunados, ô o escritório de advocacia de Eduardo estava crescendo cada vez mais e com isso todos os funcionários ali estavam crescendo juntos, a corretora de seguros aonde Flávia é Alice trabalhavam também estavam passando por boas marés, Flávia inclusive foi promovida para assistente de corretora, aonde iria começar a aprender o ofício de corretora de seguros, enquanto Alice virou secretária particular de Beto, quase que seu braço direito ali, passando todas as informações no momento em que ele não aparecesse no escritório, repassando informações junto com Carlos. As coisas estavam indo bem para todo mundo, até mesmo a relação entre Alice e Flávia que por um momento estava um pouco desestabilizada voltou às novas, Alice estava até mais sorridente, naquele dia ambas combinaram de no final do mês irem juntas escolher o vestido de noiva de Flávia, vestido esse que seria pago pelo patrão Beto, como um presente de casamento pela funcionária mais exemplar que ele tinha.
Claro a noite, Flávia contou a Alex as novidades, além da promoção agora ela também recebeu um presente de casamento de seu patrão, vestido de noiva que ele mesmo iria arcar com os custos, mas Alex não gostou muito da ideia, um desconhecido dar um vestido de noiva ela desse jeito, sendo que a obrigação era dele como marido arcar com os custos do vestido de noiva de sua mulher já que o pai não poderia fazê-lo. Flávia então acabou pedindo para que Alex deixasse de caretice, eles estavam no século 21 e não mais no século 19, esses tipos de coisa não se precisavam mais seguir, além do mais se o patrão está animado e querendo dar o vestido para ela, não tinha problema nenhum. Alex concordou, talvez estivesse tenso demais por conta do noivado, talvez estivesse tenso pelos meses que já estavam passando e pelos meses que ainda faltavam para o casamento, na verdade ele já se imaginava casado, com Flávia grávida, dando para seu filho muito amor e carinho.
Na região de Copacabana no Rio de Janeiro existe uma grande loja de noivas, e na tarde daquele sábado, pós expediente, foram então Alice, Flávia, Marina (uma colega delas), e Beto para escolher o vestido de noiva de Alice, na verdade Beto não IA muito para escolher ele estava indo mesmo só pra pagar, seria no caso do cartão de crédito do grupo. Flávia escolheu alguns vestidos mais um chamou a atenção dela, eram investidos de véu longo com um decote decente, porém bem valorizado, era longo e tinha várias detalhes em Dourado e Diamante, era um senhor vestido de noiva aquele realmente Flávia havia se empolgado, porém todos sabiam que aquele não seria o escolhido imagina que o patrão iria pagar por um vestido daqueles, mas surpreendendo todos, quando Beto olhou o vestido levou sua mão ao queixo e assim sorriu e disse.
— Se é esse que gostou, pode levar. O negão aqui tem coração de ouro. — naquele momento, Flávia radiante foi até Beto e tem um grande abraço nele, afinal de contas era justamente o vestido que ela mais tinha gostado, com certeza iria se sentir uma princesa naquele casamento. Todas estavam comentando sobre o vestido quanto era lindo, porém Alice olhou de canto e deu um sorriso malicioso, mordendo o próprio lábio olhando aquela cena, parecia ter uma cara de satisfação. Beto então combinou de vir com Flávia um outro dia para pegar o vestido pois ele era sobre encomenda, pois aquele vestido que Flávia havia experimentado não era dela, porém ela teria um personalizado com o tamanho ideal dela para o casamento, o que tornava as coisas ainda bem mais chiques ainda. Depois daquilo, todos eles foram para um happy hour, tomaram drinques ali por conta do Beto. Flávia era a única que não exagerava na bebida, porém todas as outras estavam enchendo a cara e se divertindo, talvez Flávia estivesse um pouco mais comportada devido ao casamento que já estava se aproximando já se sentisse uma senhora casada. Porém não queria fazer feio para o convite que tinha acabado de receber, então tomou algumas tequila, mas bem poucas mesmo, não queria que Alex brigasse com ela. Alguns copos de tequila depois, mais precisamente quatro com ela contando, começou a se sentir tonta, e estranhou, não era fraca com a bebida, mas não só ela, Marina também estava se sentindo um pouco tonta.
— Pessoal, eu vou embora, eu acho que já deu pra mim, tô ficando bêbada muito rápido...Me sentindo tonta. — Dizia assim Flávia, que tinha a reprovação de todos ali, principalmente Alice. Flávia acabou ficando mais um pouco por conta da Futura cunhada e amiga, mas não quis beber mais, apenas fez companhia. Porém começou a notar algo estranho, seu corpo estava ficando pesado e ao mesmo tempo sentia alguém tocando ela, mais precisamente envolvendo os braços em seu ombro como se tivesse abraçando ela de lado, eram mãos grandes e pesadas, fortes e que movimentavam os dedos quase que inquietamente, começou a sentir ser beijada no pescoço, mas não conseguia fazer absolutamente nada pois estava muito cansada. logo, estava sentindo os olhos começarem a pesar, e assim seus lábios foram tomados, uma língua completamente lascívia começou a se esfregar junto a língua dela, ela tentou expulsar a pessoa mas não tinha forças, logo viu um clique, como se fosse de uma câmera e assim desmaiou.
Flávia acordou algumas horas depois em um quarto de hotel, com Alice vindo buscá-la, Flávia estava apenas de calcinha, e parecia sentir uma dor estranha na vagina, Alice então veio ao seu socorro e assim deu seu suporte.
— Flávia, não se preocupe, você bebeu demais ali na nossa festinha, eu já avisei meu irmão que você hoje irá dormir lá na minha casa, aqui foi um lugar que a gente achou para você descansar por enquanto, mas eu vim te buscar para ficar um pouco lá em casa tá bom? — Flávia, ainda tonta, agradeceu sua amiga, e assim buscou suas roupas e se trocou, mas algo a incomodava, estava se sentindo suja, sua vagina estava doendo, ela estava com um odor estranho, e aquilo não saía da cabeça dela. Mas estava se sentindo tão com tanta dor de cabeça que não estava pensando naquilo na hora. Flávia por enquanto só queria voltar para casa, alguma coisa em seu peito doía como se fosse uma premonição de que aquele mundo perfeito poderia começar a ruir a qualquer momento. Enquanto Flávia estava se arrumando, Alice do outro lado estava sorrindo, um sorriso maquiavélico como se tudo o que ela desejasse estivesse prestes a acontecer, uma verdadeira cobra que se fazia de amiga de Flávia, e também irmã de Alex, estava começando a soltar seu veneno na relação dos dois.
