A região central de São Paulo, nas proximidades da Praça da República, é uma área de encontros de homossexuais, e neste local concentram-se vários bares e boates GLS.
A Avenida Vieira de Carvalho liga a Praça da República ao Largo do Arouche, e por ela centenas de gays se reúnem todas as noites, lotando os seus bares e circulando sem parar por suas calçadas. Se não bastasse tal avenida ser chamada pelos gays de Vieira do “Caralho”, logo no seu início tem uma estátua de um índio nu andando de gatinho.
- Mas este índio tá doido pra dar a bunda – Dizia o Rafa todas as vezes que passávamos por lá.
E realmente, aquele índio parecia um passivo pronto para dar a bunda. Sempre me perguntei o porquê de colocarem aquela estátua justamente num point GLS. Sei que isto se tratava de coincidência, mas, que era engraçado, era.
Devido a esta região concentrar muitos gays, a prostituição masculina também era muito intensa. Vários rapazes, todas as noites fazem ponto nesta região.
Na rua do Arouche, de madrugada, muitos exibem seus membros ao motoristas que passam por ali bem devagar para, muitas das vezes, apenas observarem os rapazes. Não param para conversar com os michês com medo de serem assaltados, pois na verdade, existem muitos bandidos disfarçados de garotos de programas, prontos para atacarem uma vítima cega de tesão. A situação lembra muito um passeio ao Simba Safári.
“Não abram os vidros dos carros, não alimentem os animais, não coloquem as mãos para fora do carro” – Eram instruções básicas deste parque zoológico de São Paulo.
Na Rua do Arouche, paralela à Vieira de Carvalho, e imediações, ficam até amanhecer do dia vários garotos de programa em busca de clientes. Morenos, negros, mulatos, loiros. Tem garoto para todo tipo de gosto. Uns nem tão garotos, que poderiam ser chamados de tios de programas. Alguns meninos bem arrumados e bonitos. Outros feinhos e mal vestidos, que não deveriam cobrar para sair, mas, talvez pagarem.
Os garotos mais bonitos, simpáticos e até mais estudados, optam por ficarem nos bares e boates ou simplesmente na lan house que fica bem na esquina da Vieira de Carvalho com o Largo do Arouche. Na lan house, entram nas salas de bate papo e no MSN para oferecerem seus serviços aos “clientes”.
Alan era um desses garotos que preferiam não ficar na rua. Achava perigoso. Na rua, passava frio, tomava chuva, corria o risco de arrumar brigas com outros garotos que se julgavam donos do ponto. Assim optava em ficar na lan house, mesmo tendo um custo maior.
Não conheci Alan como garoto de programa. Soube de sua história mais detalhadamente quando ele já não estava mais nesta atividade profissional.
- Cara – disse Alan para um colega seu, garoto de programa, sentado no computador ao lado – Tem um cliente aqui querendo algo que eu não encaro. Quer que eu passe ele prá você?
- Que ele quer? – Indagou Fábio.
- Não gosto nem de falar... Ele quer alguém que cague na boca dele.
- Ele paga?
- Paga, e paga bem...
- Passa o meu MSN prá ele. Pagando eu topo tudo.
Não era raro aparecer clientes com gostos estranhos para serem realizados pelos michês a troco de paga, mas Alan não costumava aceitar qualquer tipo de proposta, mesmo que pagassem muito.
- Alan, você não pode ficar recusando clientes cara. Qualquer dia te faltará dinheiro para pensão e a Dona Janete te colocará para fora.
Existem várias pensões no centro de São Paulo que têm como principal clientela os garotos de programa. Lá eles dormem e comem, mas, o pagamento é no máximo semanal e feito adiantado. Quem não paga está na rua. “Dona” Janete era uma ex prostituta que após se aposentar abriu uma destas pensões.
- Fábio. Não adianta eu apenas querer... Eu não consigo fazer nada “estranho”.
Não eram poucas as vezes que haviam pedido para que Alan fizesse coisas estranhas. É sabido que a mente humana envolve muitos mistérios. Muitas atitudes do homem a ciência até hoje não conseguiu explicar e isso não é diferente quando o assunto são os gostos sexuais.
Alan conheceu pedófilos – o gosto sexual mais estranho e repudiado pela sociedade - mas também conheceu pessoas com outros gostos que fugiam do que costumamos chamar de normal. Praticantes de zoofilia (transar com animais); de urofilia, pessoas que desejam a urina do parceiro em cima de si ou que até a bebem; necrófilos, aqueles que gostam de transar com cadáveres; outros clientes pagavam apenas que ele se masturbasse enquanto eles o observavam; existiam aqueles que o observavam enquanto Alan penetrava a esposa do cliente ou o namorado ou namorada deste; apareciam também clientes que pediam para serem surrados e humilhados e até muitos outros que o pagavam apenas para bater papo e fazer companhia.
Alan jamais entendeu tudo isso e também não se preocupava mais em entender. Depois de alguns anos de vida como garoto de programas, iniciada logo que completou catorze anos quando fugiu de casa, após anos sofrendo abuso sexual e sendo vítima de maus tratos por seus pais, ele somente catalogava em sua mente tudo que via, sem questionar nada.
Pegando carona em caminhões, e pagando os caminhoneiros com boquetes e outros servicinhos sexuais para que estes lhe fornecessem também comida, além do transporte, chegou a capital paulista vindo do interior do estado de São Paulo, quase no Mato Grosso do Sul, município de Presidente Prudente.
Já estava em Sampa há aproximadamente 6 anos.
Alan fugia dos clientes que poderiam lhe trazer problemas com a justiça. Repudiava os pedófilos, até bem porque durante anos fora vítima de um – seu pai – e evitava os que gostavam de serem surrados, pois tinha medo que algum dia pudesse ocorrer um acidente qualquer e um deles sair machucado; também nunca quis participar de necrofilia com cadáveres roubados do cemitério da Vila Formoza, o maior da América Latina, ou, desviados do IML, por funcionários corruptos que vendiam corpos de moradores de rua não procurados por parentes. Necrofilia é crime, mas além do mais, Alan achava isso muito nojento.
Por nojo também recusava os que gostavam de xixi e coco.
Uma vez apenas, por precisar de muita grana, pegou um cãozinho que andava no largo do Arouche e levou para um cliente chupar o pênis do animal. Ganhou quase 200 reais nesse dia, mas jurou nunca mais fazer algo semelhante.
Como Alan era bonito, muito bonito, podia se dar ao luxo de recusar alguns clientes, pois era muito assediado. Como costumava tratar muito bem estes clientes, vários voltavam a contratá-lo. Assim ele tinha uma lista de clientes fixos que lhe dava uma certa tranqüilidade que os outros garotos não tinham.
Ficou contente quando um contato lhe chamou ao MSN, “Super Gêmeos”.
- Oi
- Oi. Com quem eu to teclando... Com o Victor ou com o Hugo? – Perguntou Alan no MSN.
- Com o Victor, mas o Hugo está aqui ao meu lado. Vou abrir a cam.
Victor e Hugo eram dois irmãos gêmeos , filhos de um senador de algum estado da região norte do Brasil. Viviam em São Paulo , pois estudavam na USP.
Moravam em um apartamento muito confortável, mantido pelo pai deles, próximo a Avenida Paulista. Não precisavam trabalhar e quando não estavam estudando, ocupavam o tempo ocioso com diversão e sexo. Muito sexo. Alan já estivera com os dois pelo menos três vezes
- Está nos vendo?
- Sim... Já estão pelados é? Rsrsrsrsr
- Está faltando apenas você aqui – Falou Victor ao MSM – Ta livre ai?
- Sim. O mesmo preço? – Perguntou Alan.
- Não. Vamos pagar um pouco mais. Mas você passará a noite aqui.
Alan concordou de pronto. Transar com os gêmeos não era somente um trabalho. Com eles conseguia sentir prazer. Tinha muito tesão pelos dois. Eram bonitos, vinte anos de idade, altos, loiros, olhos azuis, praticavam academia e eram bem safados. Quando terminavam a transa, eles o tratavam bem, coisa rara entre os clientes que, na maioria das vezes, costumam entregar o dinheiro assim que gozam e só faltavam lhe empurrar para ir embora logo depressa.
Muitos não assumidos se arrependem logo após a hora do gozo e se culpam e penitenciam, e descontam a raiva que sentem de si próprio hostilizando o garoto de programa que contrataram. Muitos não assumidos fazem isso não só com os garotos de programa. Após transarem com um parceiro, o bloqueiam do MSN, não atendem ao telefone e sequer o cumprimentam quando o encontram. Insegurança pura.
Os gêmeos, depois da transa o chamavam para lanchar, assistiam filmes juntos e sempre lhes dava uma caixinha. Eram quase amigos.
Alan só não gostava de uma coisa quando estava com os dois. Eles gostavam de fumar uma maconha e sempre faziam isso. Alan não fumava maconha ou usava qualquer tipo de droga, algo raro entre os garotos de programa.
Após ser anunciado pelo porteiro, chegou à porta do apto dos gêmeos e apertou a campainha. Ninguém atendeu, mas notou a porta entre aberta. Escutou alguém falar “entre Alan e tranque a porta”. Assim o fez.
Foi em direção ao quarto de onde ouvirá vozes, e ao adentrar a ele viu os dois gêmeos nus, encostados a cabeceira da cama, vendo um vídeo pornô e se masturbando. Os membros bem duros. Sorriram para ele e Hugo lhe perguntou:
- Por que não tirou a roupa ainda?
Alan tirou a roupa exibindo seu corpo tão bonito quanto os dos gêmeos. A diferença é que Alan era mais moreno, cabelos lisos e castanhos escuros, estava bem bronzeado e quando ficou pelado podia se ver o desenho de uma sunga em seu corpo, resultado de uns dias na praia, acompanhando um cliente, um executivo de Minas Gerais, casado, que sempre que vinha a São Paulo contratava os serviços de Alan. Ficava mais bonito ainda quando abria um sorriso no rosto, que lhe era característico.
Ao ficar nu, o pau de Alan também já ficou ereto um dos gêmeos já o arrastou para o meio da cama e o abraçou enquanto beijava sua boca ardentemente. Ajoelhados os três no centro da cama de casal, o outro irmão abraçou Alan por trás e começou a acariciá-lo e beijá-lo a nuca e a passar a língua em sua orelha. Alan se revezava, ora beijando um, ora beijando outro.
Hugo empurra Alan para deitar-se na cama. Assim que suas costas se encostam ao colchão, os gêmeos começam a lamber seus mamilos, suas axilas, seu pescoço, orelha, peitos. Enquanto um ataca com a boca uma região de seu corpo, outro ataca a outra. Alan se contorce de prazer, até que um eles começa a lamber seu saco. O outro ao ver isto, também desce a boca na mesma direção. Agora ambos lambem todo o saco de Alan e suas bola. Lambem sua virilha e passam a língua em seu pau sem chupá-lo. Alan só geme e contorce-se de prazer. De repente um dos gêmeos abocanha seu pau. Engole-o inteirinho e começa um vai e vem, sem deixar de passar a língua na cabeça do pau de Alan. O outro gêmeo agora sobe e beija Alan, que passa a acariciar a bunda deste. O gêmeo que beija Alan deixa de beijá-lo, levanta-se e coloca o pau bem próximo do rosto de Alan. Alan tenta chupá-lo, mas o gêmeo se afasta. Alan tenta d novo, mas o gêmeo se afasta, num joguinho de gato e rato para deixar Alan com mais tesão ainda. Alan não agüentando mais puxa o corpo de gêmeo para junto de si engole aquele membro branquinho de cabeça rosada. Algo em torno de 18 cm. Enquanto é chupado por um irmão ele se delicia com o pau do outro. Depois os gêmeos trocam de posição, agora o que chupava Alan está sendo chupado por ele, e o que estava sendo chupado saboreia o pau de Alan.
O Gêmeo que chupa Alan, larga um pouco sua pica e vai até a uma cômoda onde pega um cartela de camisinhas e a traz para a cama. Tira uma da embalagem, coloca-a no pênis de Alan e passa um pouco de Gel. Alan entende o que deve fazer, pois este geme se coloca de quatro. Alan ajeita o pau na direção do cuzinho que lhe aparece a frente e começa a introduzi-lo. O gêmeo que esta sendo penetrado dá um sorriso e zomba de Alan, perguntando se ele está muito fraco e é só aquilo que ele sabe fazer, e pede para que ele meta com força. Alan atende seu cliente e finca sua pica com toda a força e o gêmeo da um grito.
- Quer que eu pare? Ta doendo? – Pergunta Alan.
- Não. Meta com força.
Alan começa a bombar e enquanto isso o outro gêmeo veste uma camisinha e a lambuza de gel. Passa um pouco de gel nos dedos da mão direita e esfrega no cu de Alan. Ele da uma gemidinha, pois este gêmeo empurra o dedo médio dentro de seu rabo e o engraxa com gel. Enquanto Alan bomba freneticamente seu pau dentro da bunda de um dos irmãos, ou outro, se coloca de joelhos atrás dele e o abraça segurando as ponta de seus mamilos em quanto o beija.
- Agora, Alan, vou enfiar bem gostoso em seu cuzinho.
Alan já sente a pica dura do gêmeo que o abraça batendo em sua bunda. Ele a encaixa entre sua nádegas e encosta a cabeça do pinto na portinha de Alan, Dá um beijo nas costas de Alan e finca num só golpe sua vara nor abo de Alan que dá um urro.. O gêmeo beija suas costas e pede para ele relaxar. A fincada doeu e Alan até parou de bombar na bunda do gêmeo que penetrava. Mas logo se acostuma com aquele pau na sua bunda e começa a sentir prazer. Enquanto fode o rabo de um dos gêmeos o outro lehe fode, com muita força. Alan por sua vez passa fincar cada vez mais forte na bunda que esta comendo. O gêmeo passivo, além de gemer, ainda grita com Alan e manda ele meter com mais força.
Ele faz isto e o outro irmão também lhe finca com ais força também. Os três estão gemendo muito alto e suando muito. Os movimentos são mais forte e mais rápidos. O gêmeo que comia Alan avisa que vai gozar, retira a pica de seu cu, tira a camisinha e manda vários jatos de porra quente que escorrem das costas pelas nádegas de Alan. Enquanto ele sente aquela porra que o meleca, o irmão que o comia lhe abraça e o beija estimulando-o a foder o irmão.
- Vai Alan, fode ele. Faz ele gozar.
O irmão que está dando dá um gemido e goza. Após ele gozar, Alan desentroduz seu pau, retira a camisinha e vira o gêmeo que fodeu de barriga pra cima, ajoelha-se se encaixando entre suas pernas, dá umas três punhetadas e solta um gemido bem alto, ao mesmo tempo em que goza na barriga de Vitor, ou Hugo, nem sabe dizer quem comeu ou para quem deu.
Passaram a noite toda em orgia. Excitou-se muito quando viu os dois irmãos metendo um no outro. Por Alan, para ver os dois metendo entre si, nem cobraria, pois aquilo lhe dava muito tesão.
Depois quando estavam saciados, tomaram banho lancharam e papearam até o amanhecer.
Alan despediu-se com uma boa grana no bolso, pegou o metro e voltou para o Arouche onde se encontraria com Fábio para voltarem a pensão e dormirem.
Fábio o estava esperando na banca de jornal na calçada do restaurante “O gato que ri”.
- E ai Fabião!! Fez o serviço lá?
- Fiz. Confesso prá você que foi algo terrível. Tive raiva do cara. Senti nojo até de mim. Mas, como não sou tão “gatinho” como você, não poso me dar ao luxo de rejeitar clientes.
- A noite também foi boa para mim. Vamos até a padaria comer alguma coisa antes de dormir. O café da dona Janete é ruim demais. Vamos lá eu pago.
- Não Alan. Vamos embora. Só estou aqui te esperando. Quero rapar da área depressa. _ Disse Fábio nervoso.
- Fábio, que você tem? Você nunca rejeitou nada de graça...Você ta muito nervoso...Que você aprontou?
Nem bem Alan terminara de fazer esta pergunta, dois camburões da polícia civil encostam, os policiais armados descem da viatura e começam a gritar para ambos, todos ao mesmo tempo.
- Mão na cabeça. A casa caiu.
Fábio havia participado de um assalto à casa de um cliente, acompanhado de um outro garoto de programa que conhecia. Aplicaram o “boa noite cinderela”, golpe em que colocam sedativos na bebida da vítima e quando ela adormece limpam seu apartamento de tudo que podem carregar. Fábio, apesar de metido a malandro era um bobão. Além de terem colocado um remédio na bebida que não fez a vítima dormir por tempo suficiente até que pudessem fugir, não se deram conta que foram filmados pelas câmeras do elevador do edifício que ficavam escondidas atrás de espelhos. A vítima que era gay assumido, logo acordou e não hesitou em procurar a polícia, que pegou as gravações das câmeras de segurança e se dirigiu onde ele abordara os michês bandidos, bem ali no largo do Arouche.
Alan foi levado a delegacia, a vítima o isentou de culpa e Fábio confessou o crime e entregou o comparsa.
Quando Alan estava indo embora da delegacia, já quase meio-dia, um policial com colete da civil que cruzara com ele na porta deste edifício o abordou.
- Eu te conheço cara. Não está me reconhecendo.
- Não senhor. – Disse com respeito ao jovem policial, como aprendera a fazer durante o longo tempo de vivência nas madrugadas – Eu estou aqui por engano, tenho ficha limpa e já fui liberado pelo delegado.
- Não está me conhecendo, Marcos? Sou eu Vinny o primo de Lucas
- Não me chamo Marcos.
Vinny passa a conversar com o rapaz que agora se encontra meio assustado. Tira o celular do bolso e liga para mim.
- Lucas, aqui é o Vinny. Ainda tem aquele exame de DNA?