06 – Uma Estranha no Ninho

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Lésbicas
Contém 7214 palavras
Data: 29/11/2023 18:33:59
Última revisão: 29/11/2023 18:52:46

Parte 06 da Série: Minha Filha, a Mulher do Amigo e a filha Deles

Finalmente chegou a segunda-feira. Kleber já estava ansioso para voltar a enfrentar os problemas do cotidiano que seu cargo lhe obrigava a enfrentar. Ele achava que isso não era nada diante dos problemas que surgiram durante seu último final de semana.

Foram dias que ele preferia riscar de sua lembrança para sempre. Não foram situações que o deixara fora do seu eixo. Mas isso, se ele pedisse uma explicação para Michele, ela apenas diria que era em virtude de o colocarem em uma posição que ele não conseguia administrar e isso era uma coisa que mexia muito com ele. Ser praticamente atacado pela filha de seus amigos e não ter conseguido reagir deixando chegar ao ponto de ter seu pau chupado para ela era algo difícil de digerir. Mas tudo ficou ainda pior ao descobrir que tudo não passara de um joguinho de adolescentes que tinham a intenção de deixá-lo com um tesão tão forte que mais tarde se entregaria ao jogo de sedução levado a efeito pela própria filha.

Sofrer uma tentativa de sedução da própria filha sim, era algo que ele julgava grave e, mesmo assim, ele sentia que não era a pior das situações que enfrentara. O que ele achava inconcebível era o fato de que, mesmo conseguindo resistir, tinha que reconhecer que ficou excitado ao ponto de, apenas com muito esforço, não se rendeu ao jogo da filha e tivesse transado com ela. Isso era o pior entre as coisas rins que acontecera com ele.

Nem mesmo o fato da Michele, sua amada Michele, ter lhe dado dicas que sabia de tudo isso e parecia concordar podia ser tão ruim. Então, de todos os malvados naquela história, ele era o vilão principal. O pior dos monstros.

Durante a segunda e a terça-feira sua relação com a filha foi fria e distante. Lalana parecia ter se dado conta da besteira que fez e passou a evitá-lo. Esse era um problema que ele tinha em mãos agora e não sabia como resolver, sem assumir que, no fundo, seu receio era ter uma conversa sobre aquele tema com a filha e isso descambar para novas tentativas dela. Ele não sabia se teria forças para resistir.

Ainda na segunda-feira veio o pedido da matriz para que fosse enviado um relatório informando os prejuízos que o acidente ocorrido na sexta-feira anterior provocou nas empresas. Eles tinham um contrato com uma seguradora com uma cláusula de lucro cessante, ou seja, além de cobrir os prejuízos materiais em virtude do acidente, qualquer prejuízo ligado a esse fato também seria ressarcido. Por exemplo, no caso de uma venda ter sido cancelada por que o cliente não aceitou o atraso na entrega já podia ser incluído nessa categoria.

Sem querer viajar, ele delegou à Naomi essa obrigação e sua secretária viajou na terça-feira de manhã para realizar esse trabalho. Ela visitaria as filiais que aguardavam pela remessa dos bens sinistrados ou aquelas que tiveram que ceder algum item para sanar o problema causado pelo acidente. Isso implicava que ela teria que visitar cinco cidades: Santa Cruz do Sul, Cruz Alta, Passo Fundo, Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Como a loja mais atingida foi a de Pelotas, criaram um roteiro começando por ela e terminando em Caxias do Sul.

A principal recomendação de Kleber para sua secretária é que, independente da situação que ela encontrasse, se mantivesse em contato com ele. Foi assim que na terça-feira ela visitou Santa Cruz do Sul e seguiu viagem para Cruz Alta, pois assim visitaria a filial daquela cidade no início do expediente. Em Cruz Alta não havia nada a ser relatado e Naomi não gastou mais que quarenta minutos, seguindo para Passo Fundo aonde chegou logo após o horário do almoço, fez uma reunião com o gerente local e gastou o resto do tempo que tinha naquele dia adiantando o relatório que teria que apresentar. Quando terminou o dia já escurecia e ela resolveu pernoitar ali e seguir viagem no dia seguinte.

Foi o que ela fez e, por iniciar a viagem antes das seis horas da manhã, chegando ao seu a em Bento Gonçalves antes das nove horas aonde, por volta das onze horas, já tinha concluído o serviço. Percorreu então os menos de cinquenta quilômetros entre Bento Gonçalves e Caxias do Sul em menos de uma hora. Porém, mal se apresentou ao gerente local e já percebeu que ali os problemas eram graves e iam além daquele que era o seu propósito, pois não tinham nada a ver com as consequências do acidente. Ligou imediatamente para o Kleber que lhe passou algumas instruções e o pedido para que ela permanecesse naquela cidade e que, no dia seguinte, uma quinta-feira, ele se juntaria a ela para juntos analisarem os problemas que ela lhe relatou.

Tudo teria acontecido dessa forma, não fosse algo que veio a mudar a rotina que ele tinha projetado. Sua intenção era resolver tudo o que tinha para ser resolvido durante aquele dia e retornar ainda naquela tarde. Mesmo assim, ele resolveu não arriscar com relação à Lalana que, em caso de algum atraso poderia se ver sozinha em casa e, como sempre fazia quando necessitava se ausentar, recorreu à ajuda de Michele.

A princípio Michele concordou em levar Lalana para a sua casa dizendo que ela dormiria lá, independente da hora que ele chegasse, o que ele sabia ser benéfico, pois assim não precisaria trabalhar com um horário ajustado por ter que retornar no mesmo dia e poderia examinar as situações com mais calma.

Tudo combinado, mas nada acertado. Meia hora depois a Michele ligou para o Kleber lhe informando que, como ela teria que comparecer no Fórum de Caxias do Sul para dar entrada à uma petição de cliente seu, estava planejando ir junto com Kleber. Ela fez esse pedido acompanhado da informação de que isso não ia interferir no trabalho dele, pois ela ficaria algum tempo no Fórum e depois ia ter uma reunião com esse cliente, portanto, ela estaria ocupada durante todo o dia.

Quando Kleber lhe disse que, quanto levar a ela consigo não tinha problema, mas com isso ele teria que pensar em Lalana, Michele o tranquilizou dizendo que o Gunnar ficaria com companhia das garotas e cuidaria delas e que o combinado antes ainda estava valendo. Ele concordou e marcaram de sair por volta das seis horas da manhã, o que ela concordou.

Aquela situação não tinha nada de inusitado. Kleber e Michele já tinham viajados juntos e passado uma, talvez mais, noites fora de casa e, muitas dessas viagens aconteciam apenas para que eles ficassem sozinhos em algum hotel e se entregassem aos prazeres que proporcionavam um ao outro.

Desde aquele dia em que Gunnar surpreendeu aos dois em um delicioso sessenta e nove que a relação entre eles passou a ser a de um trisal. O único empecilho para que eles morassem juntos em uma mesma casa eram as garotas. Então, era comum a Michele passar um final de semana na casa de Kleber e correr para a cama dele assim que as meninas dormissem, outras vezes saiam os três dizendo que iam para uma balada e deixavam as garotas aos cuidados de alguém de confiança que contratavam e passavam a noite em um motel. Kleber passou a ter uma mulher que estava sempre disposta a se entregar a ele e o fato do marido estar ou não junto com eles era apenas um detalhe que acrescentaria ainda mais prazer a eles.

Michele, quando na presença das meninas, se referia ao Kleber como alguém da família, quando estavam os três em algum lugar pública ela dizia que Gunnar e Kleber eram seus maridos e quando se fechavam entre quatro paredes ambos eram seu macho. Ela não se relacionava com mais ninguém, Kleber também nunca esteve com outra mulher dedicando toda sua fidelidade a ela e o único que dava seus pulinhos fora da união entre os três era o Gunnar, de quem Michele dizia quando Kleber lhe perguntava se ela não sentia ciúmes:

– Eu não, pois sei que ele me ama. O fato de ele transar com outras mulheres é apenas um plus, pois ele sempre volta morrendo de tesão por mim.

Outra coisa que intrigava o Kleber era que, sendo o Gunnar o que agia como o garanhão da história, porque eles não tinham procurado por uma mulher para esquentar a relação entre eles e ela respondia sem hesitar:

– Poderia até ter sido. Só que você surgiu antes, eu senti tesão por você e ele ficava todo excitado quando eu dizia isso na frente dele. Então, com a anuência dele, resolvi te seduzir. Aliás, nós nunca fizemos nada que ele não estivesse sabendo e, quando aconteceu de forma inesperada, depois eu contei a ele com todos os detalhes.

Aquela relação poliamorosa era tão perfeita que até mesmo os problemas de um casamento normal chegaram a acontecer. Não só problemas corriqueiros, como também houve casos de ciúmes por parte de Michele que, quando conheceu Naomi encasquetou que o Kleber tinha um caso com ela e adotou algumas atitudes constrangedoras para ele, chegando ao ponto de colocar em risco o sigilo que mantinham naquela relação. Esses problemas, como qualquer casal comum, gerou estresses, discussões ásperas e foi resolvido através de uma conversa aberta e franca onde ela foi convencida que Kleber jamais tivera sequer a intenção de levar sua secretária para a cama. No final ela pediu desculpas e teve que confessar que estava errada, pois se não sentia ciúme de Gunnar que era seu marido, não tinha o direito de manifestar esse sentimento com relação ao Kleber. Depois disso ela nunca mais criou problemas com relação às mulheres com quem seu amante ou, segundo ela mesma dizia, seu “outro” marido.

Michele era uma mulher fantástica, pois com relação aos demais detalhes de um casamento ela desempenhava muito bem a função de esposa, cuidando da casa de Kleber, ajudando-o com os problemas causados em virtude de ele ter uma filha agindo como uma mãe zelosa faria e fazia tudo isso sem despertar a atenção de ninguém, muito embora, foram várias as vezes que a Thyra chegou a se referir ao seu tio Kleber como “tio padrasto”, criando uma suspeita nos adultos de que ela poderia estar sabendo e alguma coisa.

Agora era certeza que ela sabia sim. O simples fato de a Lalana saber e ter cobrado isso do pai na discussão que tiveram naquele domingo era uma prova disso. Kleber não sabia como administrar essa situação e se preocupava muito com isso, principalmente porque, ao relatar o fato para Michele, a mulher agiu como se aquilo fosse a cosia mais natural do mundo.

Também era divertido quando alguém comentava com ela que seu amigo Kleber era um solitário e que deveria se casar de novo. Quando isso acontecia, no momento que ela ouvia e estando em público, ela respondia dizendo que ela mesma vivia insistindo com ele que não era saudável ele viver sem uma mulher e depois, quando ficava a sós com ele ou na presença do Gunnar, ela ficava não se cansava de dizer que alguém estava de olho nele, principalmente quando era uma mulher a fazer esse comentário.

Na noite de quarta para quinta-feira o Kleber dormiu bem. Ele programou o despertador de seu celular para as cinco horas da manhã e antes das seis já estava estacionado na frente do prédio que morava Michele que não demorou em vir ao encontro dele.

Michele estava deslumbrante com seu terninho azul marinho com uma blusa de abotoar amarelo canário por baixo e a echarpe com estampa florida que ela usava lhe emprestava uma aparência sóbria. Kleber ficou olhando para ela imaginando que, vendo-a vestida daquela forma, ninguém poderia imaginar do que ela era capaz de fazer para dar prazer a um homem. Na mão uma pequena valise que ele pegou da mão dela e colocou sobre o banco traseiro.

Depois de entrar pela porta do carro que Kleber mantinha aberta, ela esperou que ele desse a volta e ocupasse o assento do motorista para lhe dar um beijinho no rosto, ou seja, ia parecer ser no rosto para algum observador distraído, o beijo, embora rápido, alcançou quase a metade da boca dele que ficou com tesão porque ela não se limitou a beijar e fez questão de passar sua língua nos lábios dele.

Sem dizer nada, Kleber colocou o carro em movimento e partiram e depois de rodar quinhentos metros, já em uma zona onde a presença de algum conhecido era menos provável, ele estacionou o carro, livrou-se do sinto de segurança e se inclinou sobre ela beijando com sofreguidão sua boca sensual, beijo esse que foi bem recebido e devidamente correspondido.

– Agora vamos senão a gente só chega a Caxias hoje à noite. – Falou Michele quando finalmente suas bocas se separaram.

Ele voltou a arrancar e daí pra frente não houve mais nenhuma parada até chegarem ao destino. Kleber, usando um aplicativo, deixou Michele na frente do Fórum da cidade e depois seguiu com destino a filiar da empresa que trabalhava. Olhou as horas e ficou satisfeito ao ver que ainda não era oito horas, o que queria dizer que ele estaria na loja antes que ela abrisse, o que iria favorecer o início da reunião que pretendia ter com o gerente e Naomi.

O problema que fez com que a Kleber decidisse ir pessoalmente até aquela cidade não era tão grave como pareceu a princípio. Entretanto, foi muito bom ele ter ido, pois se tratava de administrar vaidades pessoais. O gerente daquela loja, um senhor de cinquenta e dois anos, eficiente, solteiro e assumidamente gay sentia que sua suscetibilidade fora ferida com as decisões tomadas por Kleber no dia da crise provocada por um acidente e estava criando dificuldades para Naomi.

Kleber sabia que esse era o tipo de problema fácil de resolver, bastando para tanto ter uma conversa com a pessoa, Mas sabia também que, tratando-se daquela pessoa, não era bem assim. O homem fora admitido na empresa como aprendiz quando contava com dezesseis anos e foi crescendo profissionalmente na mesma proporção que a empresa. No princípio, mantinha contatos diários com os proprietários, porém, na medida em que a empresa foi crescendo, começou a haver um distanciamento, embora ele se identificasse como amigo pessoal do presidente da empresa.

Essa é uma situação em que qualquer que fosse a atitude que Kleber tomasse com relação ao caso, essa decisão seria aceita pela diretoria na matriz. Lógico que ia haver reclamações, o ofendido tentaria e talvez até conseguiria falar pessoalmente com o presidente. Mas a experiência de Kleber também lhe dizia que, em qualquer situação, as pessoas que ocupam os altos escalões de qualquer empresa, detestam quando se defrontam com problemas que eles consideram sem importância nenhuma e que poderia ter sido resolvido antes de chegarem a eles. Quer dizer, ser reconhecido como tendo agido corretamente é uma coisa esperada, porém, sempre vai ficar na memória da pessoa que está lá em cima na hierarquia a lembrança que, em um determinado dia, ele teve aborrecimentos por causa de uma situação sem importância nenhuma apenas porque o Diretor Regional não teve a competência necessária para resolvê-la.

Foi por isso que o Kleber foi diplomático em pedir desculpas ao pretenso ofendido e, depois de deixar a ele mais calmo com esse pedido, teve uma conversa prolongada com ele e, com muita habilidade, foi manobrando essa conversa de uma forma que, ao final, o homem foi obrigado a reconhecer que estava errado. O lucro dessa situação foi que, a partir daí, o homem se desdobrou em dar todas as informações necessárias para que Naomi encerrasse o relatório que estava fazendo.

Se não fosse tão sério, seria engraçado o fato de que, ao analisar os fatos, havia acontecido uma situação que levou a empresa a perder uma venda substancial, ou seja, se em vez de se sentir ofendido o cara tivesse prestado atenção no que devia, ele teria motivos reais para reclamar e não precisava ficar se sentindo diminuído por causa de bobagens e vaidades. Mas, quem lida com pessoas sabe o quanto isso é difícil, pois cada um carrega em si o ‘dom de ser capaz de ser o que quiser”.

No horário do almoço a Michele ligou dizendo que estava livre para almoçar e perguntando ao Kleber ser queria a companhia dela. Sabendo que negar não seria uma boa ideia, ele se prontificou a ir até ela que, alegando não conhecer nenhum restaurante próximo ao Fórum e também por ter marcado uma reunião com seu cliente para o período da tarde e o escritório desse cliente ser próximo ao local onde ele estava, ela usaria um táxi e iria até ele. Essa situação fez com que ele se sentisse obrigado a convidar Naomi para se juntarem a eles, já imaginando que mais tarde teria que enfrentar a raiva, ou talvez a ironia de Michele, dependendo muito do humor que ela estivesse naquele dia.

O almoço foi tranquilo. Michele estava em um dia light. Melhor ainda, ela se simpatizou com Naomi logo de cara. Difícil foi apenas aguentar a provocação da amante quando a morena se ausentou dizendo que iria até a toalete. Sem nenhum aviso prévio ela disparou assim que percebeu que não seria ouvida pela moça:

– Que maravilha de mulher Kleber! Ela é linda demais!

Kleber ficou olhando para ela sem entender do que ela estava falando e ela, percebendo isso, explicou:

– A Naomi. Eu já tinha percebido que ela era uma mulher bonita, mas assim de perto, ainda mais sendo simpática desse jeito, ela é maravilhosa. Agora eu entendo os motivos de você ficar caidinho por ela.

– Não comece Michele. Eu nunca fiquei caidinho por ela.

– Então devia ficar. Olha que mulher bonita e gostosa! Acho que até eu não resistiria se ela me desse alguma brecha e ia com tudo pra cima dela.

– Ah vai! Agora você vai me falar que é lésbica,

– Seu idiota. Você é o último dos homens que pode dizer que eu sou lésbica, seu babaca.

– Foi você que disse que...

– Eu disse que ia pra cima dela. Se você tivesse a sensatez de me perguntar se eu gosto de mulher eu teria te respondido que, sendo linda desse jeito, eu não recusaria. Se você perguntasse se eu já transei com mulheres, eu diria que sim e antes que você fizesse a pergunta seguinte também confessaria que gostei e muito.

Ele deu a impressão de que ia dizer algo, porém, Michele não lhe deu chance e continuou:

– Você que é um babaca que não sabe explorar os prazeres que algumas variações, de vez em quando, é muito bom. E além do mais, você me ofendeu. E tem mais, só para você não ficar pensando que eu estou exagerando ao te chamar de babaca e você saber que é um, e muito dos grandes, você não percebeu que a mulher está caidinha por você. Ela só está esperando você fazer o primeiro movimento que ela se entrega a você com tudo.

– Pare com isso Michele. Ela é casada.

– Grande coisa isso. Eu também sou e mesmo assim você não hesita em me foder.

– É diferente. Você sabe disso.

– Hum. Sei. Deixe que o tempo vai falar por nós. Aposto que em menos de um ano você vai pegar essa mulher. Quero ver se você vai ficar com remorso depois.

– Remorso por causa do que?

Era a voz suave de Naomi que havia voltado e se aproximado antes que eles notassem.

– Não é nada não Naomi. Estava falando de uma situação que aconteceu entre mim e meu marido. – Disse Michele sem conseguir encontrar uma desculpa melhor.

Naomi era realmente linda. Uma afrodescendente que poderia facilmente ter se dedicado à carreira de modelo ou atriz. Alta, com mais de um metro e oitenta, corpo perfeito com seios fartos e a bunda que é a marca registrada, tudo isso com o acréscimo de uma boca carnuda e sensual e os olhos verdes que se destacavam em seu rosto harmônico e também perfeito.

Não bastasse tudo isso, Naomi era do tipo de mulher que agia de uma forma a deixar todos a sua volta impressionada. Quando sorria, iluminava o ambiente, quando falava, provocava o silenciar de todos à sua volta e quando se calava fazia com que os homens a sua volta começassem a sonhar*.

Durante o resto do tempo em que permaneceram no local a Michele fez com que a conversa entre eles se transformassem em um diálogo entre as duas, Kleber, por castigo em virtude do comentário que fez com que ela se sentisse ofendida, foi praticamente jogado para escanteio.

Tudo teria ficado desse jeito se não fosse o acaso e suas inevitáveis consequências. A reunião de Michele com seu cliente demorou mais que o previsto e ela só ficou livre quando já passava das dezoito horas. Não bastasse isso, um temporal caiu próximo à cidade de Nova Petrópolis e a Administração da Rodovia interditou a mesma para veículos particulares. Na verdade, apenas veículos que transportavam cargas perecíveis ou os de emergência como ambulâncias tinham a passagem permitida. O efeito causado disso tudo é que os três se viram obrigados a pernoitarem naquela cidade.

Registraram-se em um bom hotel e o primeiro sinal dado a Michele para que Kleber percebesse que as coisas não estavam boas para o seu lado foi que ela convenceu Naomi a ocuparem um único apartamento. Lógico que não foi uma questão de economia, pois Naomi tinha suas despesas correndo por conta da Empresa e Michele iria acrescentar seus gastos na conta que apresentaria ao seu cliente.

Ficou pior ainda quando Kleber desceu para jantar. Ele não as encontrou no saguão do hotel e nem no restaurante. Tampouco conseguiu falar com elas ao ligar para o apartamento que ocupavam. Sem saber o que fazer, ficou aguardando por elas no saguão do hotel.

As horas foram passando e nada das duas mulheres aparecerem. Kleber já havia assistido o jornal nacional no aparelho que ficava à sua frente e lido uma revista enquanto os dramas de uma novela que ele nem sabia o nome rolava na telinha. Quando a novela terminou um funcionário da recepção se ofereceu gentilmente para sintonizar a TV em um canal de assinatura que estava transmitindo uma partida de futebol e ele aceitou, embora não fosse amante desse esporte.

Por coincidência, um dos times em campo era o Internacional de Porto Alegre que estava enfrentando o Fortaleza na cidade do mesmo nome. Em campo, o enorme goleiro Lukas, com seus um metro e noventa e dois, se desdobrava em sua função de goleiro para evitar que seu time sofresse um gol. Só nessa hora se lembrou de que Lukas era o marido de Naomi.

Sabia disso porque ela vivia reclamando para ele das constantes viagens do marido, o que a deixava muito solitário e ele nunca usou essas reclamações como fato motivador para convidá-la para um encontro. Algo que ele iria descobrir, já no dia seguinte, que essas reclamações eram repletas de más intenções. Ou seriam boas. Depois do que Michele dissera, ele realmente estava em dúvidas quando a isso.

Já passava das vinte e duas horas quando Kleber viu Michele e Naomi entrando pela entrada principal do hotel. Elas não notaram a presença dele a esperar por elas e quando ele pensou em ir até as duas estacou de repente diante do envolvimento que havia entre as duas. Visivelmente elas haviam consumido bebida alcoólica, pois estavam alegres demais e também andavam próximas demais. Para piorar ainda mais, enquanto as duas aguardavam pela chave do apartamento que o recepcionista virara as costas para pegar, Michele levou a mão ao rosto de Naomi, pegou uma mecha de seus cabelos negros que lhe caiam sobre o rosto e o ajeitou em um gesto carinhos atrás de sua orelha. Para piorar tudo, a jovem secretária brindou à outra com um sorriso luminoso que era um claro sinal de rendimento a tudo aquilo que ela desejasse.

Kleber recuou alguns passos e se posicionou de forma a não ser visto. Mas quando elas se dirigiram para o elevador e notando que a porta que dava acesso à escada ficava fora da visão delas, correu para lá e, pulando de dois em dois degraus, correu para chegar ao terceiro andar antes delas.

Quase não conseguiu. Quando ele finalmente chegou ao andar e abriu uma fresta na porta que dava acesso ao andar e teve uma visão do corredor, elas caminhavam em direção ao apartamento. Naomi estava com a mão esquerda apoiada no ombro de Michele que, por sua vez, enlaçava sua delgada cintura com o braço direito, fazendo pressão para que seus corpos se tocassem.

O pior veio depois. Ao chegarem ao quarto, enquanto Naomi introduzia a chave na fechadura, Michele que estava ao lado dela ficou nas pontas dos pés e beijou seu rosto. Kleber esperou por uma reação de Naomi que fosse contra aquele gesto. Não foi isso que aconteceu, virando ligeiramente o rosto Naomi depositou um rápido beijo na boca de sua recente amiga, porém, aquele selinho não ficou barato, pois Michele, ao perceber a aceitação da outra, não perdeu tempo e, levando a mão à sua nuca, puxando o rosto da outra de encontro ao seu, lhe deu um beijo apaixonado. Apaixonado e retribuído da mesma forma.

Logo a seguir, sem interromper o beijo, Naomi conseguiu abrir a porta e as duas deslizaram para dentro do apartamento sem desfazerem o beijo apaixonado que demonstrava o desejo que consumia a ambas.

De seu esconderijo, Kleber viu e ouviu a porta se fechar em um baque surdo e ficou estático. Precisou de mais de dez minutos para sair dali, subir mais dois lances de escada e entrar no apartamento que lhe coubera. Em sua cabeça, algumas questões que nunca antes haviam surgido:

“Será que se eu tivesse agido diferente com a Michele, estaria agora com as duas?”

”Estaria a Michele se cansando de mim por ser tão diferente dela e de Gunnar. Comigo sendo tão devagar e preso a tantas convenções enquanto eles, livres, leves e soltos, gozam do que a vida tem a oferecer de melhor sem culpas e recalques?”

“Teria eu condições de mudar minha forma de pensar e acompanhar esse casal em suas deliciosas aventuras?”

Kleber demorou a dormir com essas questões torturando sua mente, enquanto, dois andares abaixo, duas lindas mulheres se entregavam aos prazeres que podiam oferecer uma à outra. Só conseguiu dormir depois de analisar todas elas sob outros prismas e a pergunta que se fez por último foi? “No caso de eu querer mudar, que tipo de ajuda receberá de Michele?”

Para ele, não era estranho que, ao pensar em receber ajuda, focasse apenas em Michele e não em Gunnar. Isso só seria entendido por ele mais tarde, quando ele descobrisse também que, naquela relação a três que mantinha com o casal, ele ou o marido jamais tinham sequer se aproximado da condição de ser o ‘alfa’ da relação. Ele tinha que assumir que o ‘alfa’ era ninguém menos que Michele e que aquilo, ao ser classificado, estaria na classe de um matriarcado, ou seja, o domínio era exercido por uma fêmea.

Enquanto isso, dois andares abaixo, as duas mulheres suadas estavam em um estado de abandono sobre a cama depois de terem gozado pela... Elas não poderiam saber quantas vezes gozaram tal a intensidade com que se dedicaram a proporcionar prazer uma para a outra.

Michele, na outra manhã, faria piada com o fato dela, imitando ao Kleber, esfacelasse o sutiã e a calcinha de sua parceira. Elas foram deslizando em direção à cama sem interromperem o beijo. O vestido que Naomi usara tinha deslizado por seu belo corpo e o sutiã e a calcinha lhe foram arrancados por puxões bruscos de Michele que o destruíram. Ela conseguiu se livrar do blazer do terninho que usara e abria os botões da calça e o zíper e ficou rebolando para que essa deslizasse por suas pernas e, ao conseguir seu intento, como já tinha se livrado dos sapatos, usou o pé para atirar aquela peça para o lado. Michele não estava usando sutiã e sua calcinha logo recebeu o mesmo tratamento da calcinha.

O estranho era que, durante o tempo em que estavam no restaurante, aonde toda a arte da sedução que ela conhecia foi usada para conquistar aquela bela mulher, ela antevia a cena de ver aquele belo corpo mulato ir sendo exposto aos poucos enquanto ela suspirava a cada pedaço revelado. Agora, não foi isso que aconteceu. Também o planejamento de como começaria a beijar aquele corpo lentamente não foi concretizado. Em vez disso, ela se viu literalmente jogada sobre a cama e no segundo seguinte o corpo esbelto de Naomi estava sobre o dela. Os lábios carnudos da bela negra pareciam queimar a parte da pele que ela ia tocando, mas a língua áspera dela, que lambia o local que ela beijava logo depois, causavam um arrepio que a levavam às margens de um total estado de desespero.

O corpo branco e pequeno de Michele parecia sofrer convulsões ao receber tais carinhos. Ela resfolegava e o corpo não parava no lugar. Os quadris se levantavam e, a despeito de ter o corpo da outra, muito mais pesado que ela, sobre ele, se elevava por mais de vinte centímetros sustentando o peso da outra. Sua barriga sofria contrações como se ela estivesse se engasgado e a pele de suas pernas pareciam uma lixa tal a intensidade dos arrepios que a invadiam.

Ao ter seus mamilos chupados e lambidos por aquela boca extremamente sensual, Michele achou que eles iam explodir, pois a sensação é de que eles tinham dobrado seu tamanho normal e uma pressão enorme era exercida de dentro para fora, como se grande parte do sangue tivesse a necessidade de se concentrar naquela parte de seu corpo.

Aquela deliciosa tortura continuava. A boca de Naomi deslizando por seu abdômen firme e liso não aliviava as sensações anteriores. Era como se a boca da amante tivesse a capacidade de, tal como um imã, atrair o sangue dela para o local onde sua boca encostasse e que, só não saíam por serem contido por sua pele. Seus pelos curtos e aparados, formando um pequeno triângulo sobre a xoxota de repente se transformaram em espinhos tal a rigidez que se formou neles e nem assim os lábios de Naomi abriram mão de beijar e degustar daquele pedacinho.

Finalmente aquela boca sensual chegou ao destino que almejava. E nem foi por vontade própria, pois parecia que havia ali o prazer em torturar a feliz vítima, mas sim porque, sem conseguir mais resistir, Michele usou de toda a força que conseguiu reunir naquele momento e empurrou a cabeça da outra para baixo. Por sorte, em um último lampejo de consciência, Michele conseguiu antever o que aconteceria e esticou a mão para o lado alcançado um dos travesseiros que ela colocou sobre seu rosto e cravou-lhe os dentes mordendo com toda a sua força, pois quando a língua tocou pela primeira vez seu grelinho inchado, o mundo inteiro da loira explodiu e elas só não foram alvos de uma recriminação no hotel graças a providência que ela fez em trazer o travesseiro para o alcance de sua boca, caso contrário, o grito agudo abafado, teria provocado um verdadeiro pandemônio naquele hotel.

Michele, que sempre foi curiosa com assuntos ligados à astronomia, de repente sentia em seu próprio ser o que pode significar a força da gravidade de um braço negro ou a exata dimensão da reação nuclear da maior entre as estrelas conhecidas. A velocidade da luz, diante daquela com que seus sucessivos orgasmos a atingiam era lenta e provava que Albert Einstein se enganara, existia sim algo que ultrapassasse essa velocidade. Finalmente, podendo ser comparado à explosão de uma supernova, o último orgasmo de Michele a dominou e um mundo de cores explodiram em sua mente.

Michele acordou um minuto e meio depois com uma apavorada Naomi, segurando um copo da água em uma mão, lhe dava leves tapinhas no rosto com a outra e repetia seu nome sem parar. Quando ela abriu os olhos, ouviu a negra reclamar:

– Puta que pariu Michele, que susto. Pensei que ia precisar chamar ajuda médica.

Os olhos de Naomi se arregalaram quando viu um sorriso nascer na boca da parceira e depois a ouvir falar com voz fraca:

– O que foi isso garota? E você com sua mentira de que nunca transou com outra mulher!

– E nunca mesmo. Se eu soubesse que era perigoso, jamais teria feito.

– Foi tão ruim assim?

– Não, ao contrário. Eu até poderia dizer que se eu soubesse que era tão bom já teria feito antes, só que eu não esperava que isso pudesse ser arriscado.

– Como assim arriscado? – Quis saber Michele.

– Você me assustou muito. Isso sem falar que estou com medo de morrer. Nunca me senti assim antes. Meu coração parece estar querendo fugir. Aliás, só não fugiu ainda porque não sabe se sai pela boca ou pela minha buceta. Sem falar que você me assustou.

Michele riu do jeito de Naomi falar e isso serviu para mostrar a parceira que ela estava bem e que apenas tivera uma reação em virtude do orgasmo ter sido muito violento. Depois disso beijou a boca da mulata com carinho antes de declarar:

– Você é a coisinha mais meiga que já conheci. Carinhosa, espirituosa e muito linda. Linda e gostosa.

Naomi sorriu timidamente e depois, motivada pelo fato de Michele estar bem, começou a falar sem parar. Entre o que dizia, pouca coisa podia ser entendido, pois ela misturava a culpa de trair o marido com a delícia que fora sentir o gosto da xoxota de Michele em sua boca ou a alegria ao perceber que ela tinha gozado com o desespero que sentiu ao vê-la desacordada e indefesa sobre a cama. Depois de deixá-la falar mais de um minuto, Michele a interrompeu:

– Naomi...

Pareceu não ser ouvida. A outra continuava a falar sem parar.

– Naomiiii...

E nada. Uma torrente de frases sem conexão umas com as outras continuavam a sair daquela boca sensual.

– NAOMI...

Nem mesmo o grito de Michele adiantou. Naomi agora estava demonstrando seu desespero em não poder disfarçar que tinha feito aquilo quando estivesse junto com o marido e...

Um silêncio repentino dominou o recinto. Desistindo de chamar a atenção da parceira para si e continuar uma conversa racional em vez de um diálogo, a loira radicalizou e, num gesto rápido e preciso, sem dar chance de reação para a outra, pulou sobre ela com a graça de um leopardo ao alcançar sua caça.

Em um segundo Naomi falava sobre suas futuras desventuras e no segundo seguinte ela estava caída de costas sobre a cama e uma boca macia e deliciosa estava colada à sua, uma língua aveludada forçava a passagem entre seus lábios e uma mão atrevida viajava por se abdome em direção à sua xoxota. Sem poder reagir a nenhum desses atos que a dominavam, entregou-se ao momento e começou a corresponder. Seus lábios se entreabriram acolhendo a língua macia que passou a explorar a sua boca e a mão atingira a região de seu púbis e, enquanto o dedo médio procurava pela abertura de sua buceta, o polegar já havia atingido seu objetivo e esfregava com velocidade o seu grelinho.

Se Michele queria vingança, ela conseguiu seu intento. Sua boca começou a deslizar e nenhum pedaço da pele negra de sua parceira ficou sem receber o contato de seus lábios e depois de sua língua. Os bicos dos seios foram sugados, mas ela parece não ter ficado satisfeita com a reação da outra e, talvez por vingança, ou por pleno conhecimento daquilo que as mulheres mais gostam, ela cravou os dentes no mamilo. Não uma mordida tão profunda e dolorida que arrancasse sangue, mas também não foi um simples raspar de dentes que os deixariam mais sensíveis. Foi a mordida exata que ficou no exato limite em que a dor e o prazer caminham de mãos dadas e o corpo da negra estremeceu, Ela estava tendo o seu primeiro orgasmo.

A boca retornou beijando o pescoço e repetiu o processo da mordida no lóbulo da orelha e depois alternou a invasão da língua macia no ouvido e novas mordidas. Enquanto isso, com o dedo médio e indicador, o grelinho pequeno foi preso e espremido como esse estivesse à mercê de uma tesoura. Nova reação e o segundo orgasmo. Michele beijou então o ombro esquerdo da parceira e, levantando o seu braço lambeu sua axila e sentiu sua mão sendo erguida por um quadril que, parecendo ter vida própria, afastava-se do colchão em direção ao teto. Podia não ser um gozo, mas não deixava dúvida nenhuma de como era o estado de desejo daquela saborosa mulher que, quando repousou novamente seu corpo no colchão, disse com voz fraca:

– Pare. Não faça assim comigo.

– Não é para fazer o que putinha? O que você não quer?

– Você está me matando.

– É mesmo? E do que é que você está morrendo?

– De vontade, de prazer, e depois de vontade novamente.

– Então fala o que você quer.

– Eu não sei o que quero. Faz o que você quiser comigo, mas me fode logo. Eu não estou aguentando mais.

Sentindo-se vingada com o ataque da negra que a levou a um desmaio, Michele se sentiu vencedora e movimentou-se rapidamente para se posicionar entre as pernas de Naomi e se viu diante daquela buceta linda. Por fora era negra como a mais escura das noites e uma leve abertura mostrava o tom escarlate de seu interior. Para deixar tudo ainda mais sedutor, a xoxota tremia como se sua dona não tivesse o menor controle sobre ela. Sem poder resistir ao apelo que a buceta da parceira fazia, Michele não se conteve e se atirou a ela com toda a sede que sentia.

Foi um gozo longo onde Naomi deixava transparecer do o prazer que sentia. Depois confessaria que, talvez fosse lésbica, pois nunca em sua vida gozara tanto assim. Michele, depois de rir da dúvida ela, lhe disse que ela não tinha nada de lésbica, apenas não tivera ainda sua libido explorada da forma correta, pois, além de ser uma mulher muito sensual, era dona de uma sexualidade que poucas mulheres têm. Michele ainda a provocou dizendo que até em um simples caminhar, ela deixava transparecer toda a sua sensualidade. No final, depois de Naomi expressar alguma dúvida com relação a isso, ela prometeu:

– Vamos fazer o seguinte. Você me dá uma oportunidade para estar com você e um homem e eu te provo que de lésbica você não tem nada.

– E quem seria esse homem? Não sei se meu marido serviria. Ele vive tão focado na sua profissão de jogador de futebol que acredito que nem vai servir para isso.

– E que tal se fosse um homem de quem você está a fim de transar?

– Não sei. Eu não tenho nenhum homem assim.

– Ah vai. Pra cima de mim não Naomi! Você sente um tesão tão grande pelo Kleber que não consigo entender o fato de você não gozar pelo simples fato de ouvir a voz dele.

– Você só pode estar doida. O Kleber é meu... – Naomi quis negar o que Michele lhe havia dito, porém, a reação de seu corpo fez com que sua voz até tremesse e ela parasse no meio da frase.

– Então. Não é mesmo? Deixe comigo que vou dar um jeito disso acontecer.

Naomi era inexperiente com relação ao sexo. Ela tivera algumas transas antes de casar e sua vida sexual com o marido nem era intensa, diante do tempo que ele gastava em treinamentos e reclamando estar sempre cansado. Mas também não era ingênua a ponto de não perceber o que a outra quis dizer e não perdoou:

– Mas. Espera aí. Aonde é que a sua amizade com o Kleber se encaixa para chegar a isso? Você é casada, seu marido é o melhor amigo dele. – Ela ficou pensativa e depois falou como se tivesse acabado de descobrir a pólvora: – Ah sei! Você vai pedir para o seu marido intervir. Mas, se for assim, como é que você vai participar disso?

– Cale a boca Naomi. Você não conhece dessa missa um terço.

– Meu Deus! – Naomi falou isso com os olhos arregalados e uma mão escorando sua face direita. Ela acabara de entender o que existia embutido no meio de cada frase que Michele dizia. Só não entendia que, sendo ela amantes, Michele estava ali com ela e não transando com ele, pois oportunidades como aquela era raro de aparecer.

Quando perguntou isso para Michele, ela lhe respondeu:

– O Kleber é um amor de pessoa. Eu adoro ele e amo transar com ele. Carinhoso, romântico e tem um pau maravilhoso. Mas tem hora que ele é muito devagar e outras horas diz algumas coisas totalmente sem noção. Ele fez isso hoje e eu fiquei com raiva dele e, quando eu fico com raiva dele, eu coloco a ele de castigo.

Naomi olhou para a sua nova amiga sorrindo. Como ela gostaria de ter Michele como sua professora e, quando confessou isso, a loira lhe disse:

– Pois pode me considerar sua professora. Mas quer ser mais que isso. Quero ser sua amiga e, quando eu digo amiga, não estou falando apenas de sexo. Você demonstrou ser uma mulher simpática e cheia de vida e vou adorar cada minuto que passar com você, seja sobre uma cama transando ou em uma reunião social aparentando ser a maior dama da sociedade. Você é ótima.

Emocionada pelo elogio, Naomi se atirou nos braços de Michele e logo elas estavam transando novamente, dessa vez em um delicioso sessenta e nove.

Naquela noite ninguém tem um sono bom. Kleber dormia por curtos períodos e acordava sobressaltado. Então lhe vinha à mente o que tinha acontecido naquele aparamento dois andares abaixo dele e seu tesão o invadia. Teve que se masturbar mais que duas vezes.

As duas mulheres também tiveram o mesmo problema. Períodos curtos de sono com intervalos em que acordavam. Mas esse despertar era sempre provocado pelo carinho que a outra, que despertara antes, lhe fazia. Uma vez Michele acordou com Naomi chupando seus peitos e em outra foi ela que acordou assustada quando sentiu algo diferente em sua buceta, que eram dois dedos de Michele que a explorava sua gruta ardente enquanto a língua da loira lambia com volúpia seu grelinho inchado.

Ao se encontrarem com Kleber para o café da manhã, elas começaram a rir. Ele tinha uma aparência de quem passou a noite descarregando carretas e mais carretas de sacos de cimento. Sua expressão era de cansaço e até se movia com lentidão, enquanto elas tinham uma aparência de frescor e estavam ainda mais lindas do que eram, com seus sorrisos cativantes surgindo ao menor comentário.

Se Kleber fosse um pouco mais ‘antenado’, teria descoberto naquela hora os milagres que uma maquiagem caprichada é capaz de fazer. No fundo, as duas mulheres estavam acabadas depois de uma noite de sexo insano.

* Baseado na letra da música “A Cúmplice” de Juca Chaves. Posteriormente foi gravada também por Fábio Junior.

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Comentários

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Kleber parece fazer um papel de idiota,a amante cheia de frescuras querendo ser possessiva com ele,enquanto o marido dela tem carta branca para transar com quem quiser.

Pensando bem,Kleber tinha dar um basta e procurar outras mulheres e achar a companheira ideal,talvez uma futura esposa.

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Esse Kleber é o mais cachorrinho de todos, essa Michele faz ele de gato e sapato.

Em vez dele tomar as rédeas da situação parece um bocó ( vou pedir umas dicas pra Michele pra mudar) BANANÃO.

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Caralho,muito excitante esse sexo entre as duas! Contos com "mulheres alfa" são excelentes,saem do convencional. E sim,esse Kleber é devagar quase parando. Ele vai se dando bem,sem merecer.

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Grande Astrogildo.

Amigo, para se fazer a paçoca tem que ter o pilão e a mão do pilão. Um sem o outro na vira.

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Nossa cada vez mais interessante essa história nota mil amigo

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Tô com pena do dilema pessoal interno do Kleber, e pelo visto esse dilema, vai deixar ele bem maluco antes dele entender que ou liga o foda-se ou a Michelle vai ligar por ele! Excelente Nassau!

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