Nunca tinha pensado no peso da palavra impacto até ver aquela imagem à minha frente: um ônibus parou na agitada rua augusta em noite de sexta feira, de dentro, junto com alguns outros passageiros, vejo ele descer. Alto, esguio, nem moreno nem branco, com um rabo de cavalo displicente na cabeça. Devo confessar que tenho uma atração irresistível por homens cabeludos. É algo que me tira o rumo, e se tiver um sorriso bonito junto, a coisa fica incontrolável.
Me pareceu meio perdido, como um gato lindo que cai do telhado e não sabe muito bem pra onde ir. Olhou a rua como se não soubesse onde estava. Olhou pra cima, olhou pra baixo e olhou pra frente, onde eu estava na calçada do bar lotado, com uma long neck na boca, tomando minha adorada cerveja.
O jeans surrado e justíssimo parecia ter sido feito sob medida para aquele corpo. Camiseta branca e uma jaqueta jeans completavam o seu visual. Se não fosse tão alto eu diria que James Dean acabara de renascer.
Atravessou a rua e veio em minha direção. Meus olhos ainda estavam grudados em sua figura, e tão impactado eu estava que aos meus olhos ele bailava, como um antílope ao se movimentar.
- Mano você sabe por aqui onde tem um bar que toca música ao vivo e tem uma galera legal? - Ouvir essa pergunta de sua boca, quase me fez ficar de pau duro com o som de sua voz. Me controlei e respondi:
- Cara tem vários por aqui. Você está no baixo augusta, onde tem de tudo a noite toda. Depende do tipo de público que você prefere.
Ele sorriu e era o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.
- Eu gosto de gente divertida, de bem com a vida e uma boa música pra acompanhar.
- Tem um que abre daqui a pouco, fica na esquina da rua de baixo, tem um público misto, bem diversificado: gay, hétero, estranho, normal... – Respondi sorrindo.
- Esse parece perfeito. Meu nome é Tato, posso tomar uma cerveja contigo, enquanto espero o bar abrir?
- Claro cara! Eu estou pensando em ir lá também encontrar uma galera, de repente a gente pode ir junto.
Pedimos uma cerveja pra cada um e continuamos o papo. Ele falava milhões de coisas e eu só ouvia meu pensamento: - Quero esse cara. Quero esse cara. Quero esse cara...
Depois de várias cervejas e muito papo, resolvemos descer em direção ao bar que ficava na esquina da Frei Caneca com Antônia de Queiroz. A fila estava enorme e a capacidade do bar sempre foi pequena. De fora ouvíamos o som da banda que já tocava. Com muito esforço e aperto, entramos e fomos em direção ao palco onde era impossível ficar, tamanha era a quantidade de gente. Fomos em direção ao bar pegar mais algumas cervejas e também era difícil o atendimento.
- Cara tá muito cheio hoje. Nunca vi isso tão lotado. – Lhe disse pesaroso, quase como se a culpa fosse minha.
Ele me sorriu com a boca quase encostada na minha devido a cheia do local e, nessa hora, eu olhei dentro dos seus olhos e me senti perdido.
- Cara tá chato! Não dá pra curtir o som, não dá pra beber, assim eu não curto. – Me disse ainda me olhando nos olhos.
- Vamos sair e ir pra outro lugar, a noite é uma criança! – Falei encostando minha boca em seu ouvido e sentindo o cheiro de seus cabelos, deliciosamente perfumados com um aroma silvestre. Me perdi!!!
Ele seguiu em direção à porta com muita dificuldade e eu logo atrás, muito encostado nele. Chegava a sentir o calor de seu corpo aprisionado naquela roupa jeans.
Tão próximo eu estava que comecei a ter uma ereção, enquanto caminhávamos rumo à saída. Não sei se foi desejo ou delírio, mas senti sua bunda roçar meu pau e isso me deixou mais excitado. Estaria imaginando coisas?
De repente ficamos parados na escada sem ter como andar de tão cheio. Ele pegou minha mão e saiu me puxando pra tentarmos fugir daquele congestionamento de gente. Já fora do bar, respiramos aliviados.
- Cara preciso de uma cerveja urgente! O que você me sugere? – Me perguntou sorrindo.
-Se eu dissesse o que gostaria de sugerir, talvez você me estranhasse. – Respondi meio receoso.
- Fala aê mano, eu não sou de estranhar nada. – Ele disse me olhando.
- Tenho cerveja gelada em casa e moro do outro lado da rua. Tá afim de ir lá? - Dei a cartada definitiva.
- Tu tá mal intencionado comigo cara? Tá a fim de me foder, é? – Me perguntou seriamente.
- Desde a hora que te vi descer do ônibus. – Fui direto ao ponto. Ele me sorriu e, colocando a mão no meu ombro, disse:
- Posso estar maluco cara ou pode ser o efeito da cerveja, mas vamos lá.
Entrando em minha casa ele tirou o sapato e correu para o banheiro. Estava apertado pra mijar. Peguei duas cervejas no frigobar e fiquei esperando ele no sofá.
- Posso tirar minha jaqueta cara?
- Pode tirar tudo que quiser. Pode ficar à vontade.
Ele tirou sua jaqueta jeans, jogou num canto e sentou ao meu lado, já entornando a cerveja naquela boca linda. Eu parado com cara de idiota, apenas olhava seu pomo de adão subindo e descendo, enquanto ele engolia o líquido gelado.
- Por que tá me olhando assim mano? – Lhe respondi com um puxão pelo pescoço, aproximando nossos rostos e iniciando um beijo molhado, com sabor de cerveja. Minha língua invadiu aquela boca como um soldado invade território inimigo. Ele correspondeu ao meu beijo com ardor igual e logo estávamos os dois apenas de cuecas, roçando nossos corpos como dois animais no cio. Nossos cacetes duros como pedra se esfregavam um no outro e era um tesão tão grande que pensei que não seguraria o gozo por muito tempo. Logo estávamos em um 69 delicioso, onde um engolia o pau do outro como se fosse a última coisa a fazer na vida.
Virei ele de frente pra mim e beijei sua boca com doçura e agressividade ao mesmo tempo, suguei seus lábios e senti seu hálito alcoolizado se misturar com o meu. Virei ele de costas e fiquei admirando aquela bunda máscula, não muito grande, mas bastante dura, bunda de homem normal, forjado pelo tempo, e ele tinha apenas 30 anos, a mesma idade que eu. Desci sua cueca e afundei minha boca naquele vão gostoso e tão desejado por mim. Ele gemeu alto e pediu pra ir devagar, não era acostumado a fazer passivo.
- Relaxa meninão, apenas se entrega e deixa o resto comigo. – Soquei minha língua naquele cuzinho gostoso e delirei com seus gemidos. Nenhuma banda de música podia ter um som mais gostoso de se ouvir. Minha língua rodopiava ao redor daquele buraquinho apertado e, às vezes, entrava no orifício, fazendo ele se contorcer de prazer. Com um gesto rápido, arranquei o elástico que prendia seu rabo de cavalo, aquele cabelo se espalhou como onda pelo seu rosto, também caindo nas costas. Nunca vi quadro tão belo!
Passei a cabeça de meu pau em seu reguinho e fui pressionando seu buraco, buscando passagem. Ele gemeu mais forte e sussurrou:
- Você tá me deixando louco cara. Me fode!
Meu pau obedeceu ao seu pedido e foi entrando naquele buraquinho apertado, até que senti minhas bolas encostarem em sua bunda. Comecei a me movimentar, entrando e saindo do seu rabo gostoso, enquanto afundava meu nariz naquela profusão de cachos perfumados que era seu cabelo. Meti sem dó naquele rabo e ele se abria mais a cada estocada, me deixando entrar até o fundo. Virei ele e o coloquei de frango assado, com suas pernas apoiadas em meus ombros soquei o pau com vigor, entrando todo em seu cuzinho quente.
- Isso mano! Me fode assim, sem delicadeza! Somos dois machos fodendo. Me come forte, soca tudo dentro de mim! - Obedeci e bombei forte naquele cu, até sentir que o gozo se aproximava. Peguei seu pau, que o tempo todo se manteve duro, e comecei a bater uma punheta pra ele, que gemia e arfava, como um alucinado. Ele soltou um gemido alto, quase um grito.
- Vou gozar mano! Vou gozar!
- Eu também meninão! Eu também!
Gozamos juntos, e foi um gozo tão forte que senti minhas bolas doerem. Beijei aquele cara com tanto ardor que tive receio de ferir seus lábios. Bebemos mais algumas cervejas e, de repente, vimos o sol ir nascendo devagar, dando os primeiros sinais do dia. Ele, já vestido com seu jeans surrado e sua camiseta branca, se dirigiu à porta, prendeu seus cabelos num rabo de cavalo, me deu um beijo gostoso e partiu apressado. Me disse que ainda ia trabalhar naquele sábado.
- A gente se ver por aí mano. Valeu! - Me disse antes de entrar no elevador.
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Eu escrevi este conto logo que tive esse encontro, numa noite maravilhosa que nunca me saiu da cabeça.
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ABRAÇOS A TODOS!!!
Obs: SEMPRE ACHEI QUE ESTE CONTO FICARIA PERFEITO SENDO FILMADO COM TRILHA SONORA DE LANA DEL REY.
Conto Inscrito No Escritório de Artes de acordo com a Lei de Direitos Autorais, 9.610 de 1998. Proibida a reprodução sem autorização do autor.