"Jairo, Jairo! Acorde Jairo. Jairo!"
Meus olhos se abriram e percebi, grogue, que minha cirurgia havia terminado e que eu estava em recuperação. O enfermeiro então me acordou e perguntou se eu sentia alguma dor. Não consegui responder porque meu queixo estava imóvel. Ele me entregou um bloco e eu escrevi: “O medo de engasgar é pior que a dor”. Ele me mostrou como usar o dispositivo de sucção para manter minha boca e garganta livres de sangue e saliva. Esse dispositivo se tornou meu melhor amigo nos dias seguintes.
Cedi à vontade irresistível de dormir quando cheguei ao meu quarto privado. O enfermeiro de plantão era Eric e ele cuidou muito bem de mim. Eu podia sentir a picada do percodan na minha intravenosa enquanto ele penetrava no meu corpo. Minha esposa havia me deixado no mês anterior, então eu estava sozinho. Minha irmã e meu pai vinham me fazer companhia, mas eu dormia a maior parte do tempo. Sonhei com os tempos em que ainda era casado e com o quanto amava minha esposa. Também sonhei em ver Eric cuidando de mim sem calças. Talvez tenham sido as drogas, mas não era, afinal sou bissexual.
Cheguei a essa conclusão há alguns anos, ou devo dizer que finalmente ADMITI isso para mim mesmo. Foi uma pílula difícil de engolir, mas assim que enfrentei a verdade me senti muito melhor. Eu nunca poderia encarar minha esposa com a verdade, então permiti que as coisas chegassem ao ponto em que ambos sabíamos que não havia mais nada para salvar. Eu me senti um covarde, mas consegui terminar meu casamento e ainda manter meu segredo. Minha esposa acabou com outra pessoa. Embora eu tenha passado pela situação de ser traído, sabia que tudo era melhor e que ela era mais feliz sem mim.
Mal consigo me lembrar do acidente. Lembro que já era muito tarde e que as estradas estavam escorregadias por causa de uma chuva fraca. Eu estava dirigindo pela zona de construção, mal conseguindo enxergar por causa do caminhão na minha frente levantando toda a água da estrada. A próxima coisa que sei é que estou girando e tudo ficou preto. Lembro de sentir o ar frio no rosto, enquanto me levavam da ambulância para o hospital. Eu já estava envolto em gelo, minha mandíbula quebrada em vários lugares. Fora isso, tive apenas pequenos cortes e escoriações. Eles me disseram que eu tive sorte.
Agora, aqui estava eu no hospital, no pós-operatório. Eu conseguia falar, mas não conseguia mover os dentes. Eric me entregou um espelho e sorriu: "Ei, amigo, dê uma olhada." Eu sabia que estava inchado, mas não percebi o quanto estava machucado, nossa.
Devolvi o espelho e consegui dizer: "Eu realmente não sou assim, eu prometo."
Eric riu enquanto colocava o espelho sobre a mesa. "Jairo, eu vi a foto na sua carteira de motorista. Tenho certeza que você chama muita atenção quando não está totalmente quebrado." Ele tocou meu braço ao dizer isso e isso me deixou muito tranquilo. "Bem, tenho rondas para fazer, então irei ver você mais tarde, amigo." Com isso, ele acenou e saiu pela porta.
Sorri ao me lembrar de ter sonhado com ele. Não havia dúvida de que eu estava atraído por ele. Ele tinha mais ou menos a minha altura, um pouco menos de um metro e oitenta de altura e pesava cerca de 100 quilos. Seu jaleco era justo, sinal de que músculos existiam alí. Ele tinha cabelo castanho escuro muito curto, barba cheia em volta da boca carnuda e em todo o rosto viril. Sombrancelhas grossas e uma aparência elegante. Surpreendentemente, ambas as orelhas foram furadas. Sempre pensei que os hospitais eram muito conservadores no seu código de vestimenta, mas talvez não. Ele também usava uma aliança de casamento e parecia muito fofo em seu uniforme.
Eric estava de folga no dia seguinte, mas eu o vi no dia seguinte. Eu estava me sentindo muito melhor e tomando caldo sem ajuda. Eu estava resolvendo caça palavras que minha irmã havia me deixado. Eric entrou e perguntou: "Ei, Jairo, que bom ver você bem! Você está muito melhor. No que você está trabalhando?"
"Oh, apenas um caça palavras para matar o tempo."
Eric olhou para a revista que estava na minha mão e depois de um minuto disse descobrindo a frase: "Isso é fácil, ----QUE VENÇA O MELHOR----."
Olhei para ele e disse: "Eu poderia ter conseguido se tivesse mais um minuto".
"Sim, certo, Einstein. Talvez com um pouco menos de percodan você pudesse ter conseguido. Estou reduzindo a dose, a partir de hoje." Eric estava sorrindo e balançando a cabeça enquanto verificava meu soro, dizendo: "Já fiz mais do que deveria em caça palavras no meu tempo." Ele riu e saiu novamente.
Eu precisava de um banho, resolvi apenas esperar. Então aconteceu. Uma das enfermeiras veio verificar meus sinais vitais e sugeriu que eu tomasse banho. Ela me trouxe um pacote de toalhas de papel grossas e umedecidas e estava me mostrando como usá-las quando Eric voltou. "Como vai, Jairo? Vejo que Glória está aterrorizando você de novo. A cada três horas, como um relógio, não está? isso mesmo, Glória?" Ele sorriu para ela e disse: "Deixe-me assumir aqui. O quarto 572 quer que sua pressão arterial seja medida novamente". Glória obedientemente juntou suas coisas e saiu.
Eu tinha que fazer xixi, então disse ao Eric: "Cara, estou cansado de usar esse mictório de plástico. Você pode me acompanhar até o banheiro?"
“Claro, vamos!” Ele me ajudou a sair da cama, desembaraçou todos os tubos e rolou o soro ao meu lado enquanto eu me dirigia ao banheiro. "Você precisa se sentar, ou?"
"Não, eu só preciso fazer xixi." Fiquei de frente para o banheiro e me senti um pouco tonto. Eric segurou meu braço e disse: “Estou bem aqui, amigo, vá em frente”. Enquanto estava alí, senti um ar frio na minha bunda. Percebi que meu vestido não estava amarrado e que Eric devia ter uma visão bastante clara da minha bundona rechonchuda e peluda. Sorri para mim mesmo, percebendo que não poderia ter planejado melhor.
Rastejando de volta para a cama, meu vestido escorregou para cima e eu não consegui evitar. Comecei a me cobrir, mas Eric me impediu. “Isso vai atrapalhar quando eu dar banho em você, cara. Glória não vai voltar mais".
Encostei nos travesseiros enquanto Eric me lavava. Ele começou com meu rosto e pescoço. "Levante os braços, Jairo." Levantei os braços e observei ele passar uma esponja em minhas axilas peludas, alisando os pêlos longos e despertando as zonas erógenas que tenho alí. Ele lavou meu peitoral peludão, com um pouco mais de pressão nos mamilos bicudinhos e rosadinhos, tenho certeza disso. Seu toque era gentil e observei seu rosto enquanto ele trabalhava. Ele estava cheio de concentração.
Deeeeeeus, ele era um fofo. Comecei a entrar em pânico ao sentir o pano lavando minhas enormes bolas peludas. Oh Deus, por favor, não fique ereto, por favor, não... ah, não, tarde demais. Meu pauzão grosso endureceu imponente, com seus 21 centímetros ao seu toque para todo o mundo ver. Bem, apenas o Eric de qualquer maneira. Ele olhou para mim e sorriu, depois passou o pano ao longo do meu eixo grosso e latejante. "Jairo, não se preocupe, cara. Eu teria a mesma reação se você estivesse me dando banho."
Percebi que ele disse se “EU” estivesse dando banho nele e não “SE ALGUÉM” estivesse dando banho nele. Hmmm. Ele me fez virar para o lado. Fechei os olhos com a sensação maravilhosa dele lavando minhas costas largas. Ele lentamente passou o pano sobre os globos rechonchudos e cabeludos da minha bundona musculosa, na minha fenda super cabeluda e depois arreganhou minhas bandas para achar meu buraquinho entre os chumaços de pentelhos grossos e limpar meu botãozinho rosadinho e enrugadinho com dedicação. Ele estava demorando muito, eu simplesmente sabia disso. Mas eu não me importei... eu estava adorando e meu pauzão grosso e envergado deixou isso bem aparente, minando pré-gozo descontroladamente. Eric me puxou de costas novamente e disse: "Tudo pronto." Ele olhou para mim com um sorriso malicioso e disse: "Bem, quase tudo pronto." Ele então usou o pano para limpar o pré-sêmen que cobria descaradamente a cabeçona inchada e pulsante do meu caralhão.
Deus, eu estava igualmente envergonhado quando fiquei excitado. Eric devolveu meu vestido e as cobertas às posições apropriadas e se dirigiu para a porta. Gritei: "Eric, obrigado pelo banho. Esse normalmente é o trabalho da Glória, certo?"
Eric voltou em minha direção e com um sorriso malicioso disse: "Tecnicamente, sim. Os assessores se reportam a mim, então se eu decidir dar o banho, então eu o farei. Confie em mim, eu raramente quero fazer isso."
"Então por que quis hoje, Eric?" Ele recuou em direção à porta e piscou para mim antes de se virar e me deixar com meus pensamentos. Parecia que ele estava sempre saindo pela porta. Hmm, acho que não sou o único paciente por aqui de quem ele precisa cuidar.
O médico veio no dia seguinte e ficou decidido que eu poderia ir embora naquela noite ou na manhã seguinte... dependia de mim. Para manter minhas despesas baixas, optei por sair naquele dia. Depois de me examinar, o médico disse: "OK, me deixe avisar a enfermaria e tiraremos você daqui às seis".
Em poucos minutos, Eric estava de volta com um enorme sorriso no rosto. "Você está indo para casa! Isso é legal." Eu não respondi, então ele olhou para mim de lado e disse: "Você quer ir para casa, certo?"
"Sim, claro que sim." Ficamos em silêncio por um momento enquanto ele colocava minhas roupas na ponta da cama.
"Ei, Jairo, posso te perguntar uma coisa pessoal? Se você achar isso ofensivo, apenas me diga... não vou me machucar."
"Claro Eric, qualquer coisa."
"Bem, você usa aliança de casamento, mas nunca vi sua esposa te visitar." Eu meio que baixei a cabeça. Ele se levantou e disse: "Desculpe, cara, eu sabia que não deveria ter bisbilhotado".
Toquei seu braço e disse: "Eric, não é isso. É... bem... minha esposa me deixou há seis semanas. Sinto falta dela e tudo, mas na verdade foi minha culpa. Meu coração não estava no mesmo lugar ou casamento. Eu estava distraído com... outras coisas. Então, estou indo para casa para me recuperar sozinho. Minha família vai aparecer de vez em quando, mas à noite, quando eu adormecer, serei só eu e não sou acostumado com isso."
Eric mudou seu olhar de mim para o chão e depois de volta para mim. "Jairo, quero que você saiba uma coisa". Ele ergueu a mão esquerda e apontou para a aliança de casamento. "Posso ser casado, mas à noite, quando adormeço, posso muito bem ser eu sozinho. Não resta mais proximidade entre eu e ela e nós ambos sabemos disso, mas não concordamos em voz alta. Acho que só quero mais do que ela pode me dar. Eu só preciso descobrir o que é isso".
Meus olhos encontraram os de Eric por vários momentos antes de desviar o olhar. "Eric, me desculpe cara... eu sei EXATAMENTE do que você está falando, acredite." Depois de um silêncio desconfortável, eu disse: "Ei! Acho que teremos que nos contentar em namorar *Rosie Palma da mão*". Eu estava tentando aliviar o momento, sem saber o que dizer, mas não conseguia acreditar que aquilo saiu da minha boca. Comecei a corar, mas Eric começou a rir alto, então eu sabia que estava tudo bem.
"Hahahahah OK Jairo, vamos fazer isso, mas com uma condição." Olhei para ele interrogativamente. Ele continuou: “Só se pudermos sair com ela algum dia”. Ele riu, eu ri, mas não tinha certeza do que estávamos rindo. Ele deu um soco no meu ombro bem-humorado e disse: "Vista-se, tem alguns formulários para assinar e você vai embora daqui!" Com isso, ele saiu pela porta novamente.
Quando coloquei minhas calças, um grande sorriso apareceu em meu rosto. "Eric quer o que eu acho que ele quer? Posso dizer que ele confia em mim. Ah, cara, acho que ele gosta de mim... ou não? Eu não deveria tirar conclusões precipitadas." Eu estava falando comigo mesmo, tão confuso.
Eu tinha acabado de me vestir quando meu pai chegou junto com outra enfermeira. Eles me fizeram assinar toda a papelada de liberação. Então Eric entrou e acrescentou seu nome e me pediu para sentar na cadeira de rodas. "Uau, eu posso sair com estilo." Eric conversou com meu pai enquanto entrávamos no elevador e descíamos para o saguão.
Eric esperou comigo na calçada até meu pai chegar. Papai apertou a mão de Eric e agradeceu por tudo. Olhei para Eric e disse: “VOCÊ é o melhor enfermeiro do mundo”.
Ele sorriu, me puxou para um abraço apertado e deu um tapinha nas minhas costas. Ele sussurrou em meu ouvido: "Olhe no bolso traseiro da calça quando chegar em casa".
A próxima coisa que sei é que estamos na estrada. Papai estava conversando comigo sobre trabalho e o clima e como ele precisava voltar à rotina, blá, blá blá. No entanto, eu o desliguei. Eu estava obcecado em saber o que tinha no meu bolso. Peguei um pedaço de papel dobrado duas vezes. Eu abri e li. ""raPa es rrvi,teid leiug paar oRies alPam ad moã seten on.mrúe lEa ád um abo dauaj. "". "Que diabos!", eu disse em voz alta.
Meu pai me perguntou o que havia de errado. "Pai, nada. Só algo que esqueci que tinha no bolso." Eu li novamente. "raPa es rrvi,teid leiug paar seten on.mrúe." Então lentamente me dei conta. Eric estava me enviando uma mensagem criptografada, igual aos quebra-cabeças em que trabalhei no hospital! Levei cerca de quinze minutos, mas finalmente descobri o que ele havia escrito para mim.
Dobrei o papel e fechei os olhos com o maior sorriso no rosto em muito tempo.
Papai ficou comigo por três dias e, depois que coloquei meus remédios e minha rotina de dieta em dia, ele voltou para casa. Era só eu agora. A dieta era chata e os programas de TV ainda mais, mas consegui sobreviver nas semanas seguintes. Voltei ao trabalho em meio período e comecei a viver minha vida novamente. Papai me ajudou a superar todas as dificuldades do seguro após o acidente. Meu carro foi destruído, então logo trocaria por um carro novo. A tala sairia da minha boca no dia 23/11, o que significava que eu poderia comer como uma pessoa normal no Dia de Ação de Graças. Fiquei muito animado com isso!
Todas as noites, antes de dormir, eu lia o bilhete que Eric deixava em meu bolso: "raPa es rrvi,teid leiug paar oRies alPam ad moã seten on.mrúe lEa ád um abo dauaj. " Eu não pude deixar de rir toda vez que traduzia como: "Para se divertir, ligue para Rosie Palma da mão neste número. Ela dá um boa ajuda. "
Foram necessárias várias tentativas para entrar em contato com Eric pelo número que ele me deu. Ele não retornou minha ligação por vários dias. Quando o fez, pediu desculpas e disse que estava muito ocupado e que as coisas não estavam bem em casa. "Eric, cara, me desculpe. Eu entendo, de verdade."
"Esqueça isso, Jairo. Você encontrou o bilhete no seu bolso?"
"Sim, Eric, eu encontrei." De repente, fiquei tímido, mas consegui gaguejar a resposta que vinha ensaiando há tanto tempo: "Eric, você é MUITO engraçado. Eu, hum, deveríamos, quero dizer, acho que... meu Deus, Eric, eu vou apenas dizer. Acho que deveríamos convidar Rosie e ver como as coisas são. Você quer vir?" Silêncio. Deus, eu estraguei tudo. Ele estava mandando o bilhete de brincadeira e eu simplesmente continuei e imaginei que ele me queria e agora coloquei o pé na boca. "Eric, você ainda está aí?"
Eu o ouvi suspirar ao telefone antes de dizer: "Sim, ainda estou aqui. Só estou pensando".
"Eric, me desculpe, eu não deveria ter dito isso..." Silêncio novamente, seguido por outro suspiro.
"Jairo, Jairo, não é isso, não se desculpe. Quando você vai tirar sua tala?" Eu disse a ele em 23 de novembro. "Essa é a semana de Ação de Graças, certo? Quero levar você para jantar, talvez estar com você na primeira vez que você comer como todos nós, haha."
"Eric, isso seria ótimo. Escuta, tenho uma idéia melhor. Gosto muito de cozinhar e estou realmente querendo fazer algo bom, em vez de alimentos macios! Talvez você possa vir jantar aqui no meu apartamento depois que minha tala for retirada, hum?" Prendi a respiração. Minha fantasia era tê-lo aqui comigo, sozinho, caso ele retribuísse meu desejo por ele.
"Jairo, parece ótimo, eu adoraria. As coisas aqui em casa estão difíceis e não sei onde estarei nessa semana. Estou planejando me mudar o mais rápido possível. Só não quero viver nesta farsa de casamento por mais tempo. Deixe-me ligar para você na próxima semana, ok?"
"Claro, Eric... obrigado por ligar de volta e... obrigado pelo bilhete. Eu o leio todos os dias."
"Ótimo, eu realmente esperava que você gostasse, Jairo. Até mais."
A próxima semana não poderia demorar a chegar. Mal podia esperar que Eric me ligasse com o plano. Fiquei ocupado planejando o menu. Eu grelharia e talvez pudéssemos comer na varanda. Eric finalmente ligou, mas só um dia antes da minha tala ser retirada. "Jairo, desculpe, amigo, eu me mudei e estou morando com meu irmão e a esposa dele até encontrar uma casa própria. Acabei de trabalhar em dois turnos duplos e estou exausto. Pelo menos posso dormir na quarta e na quinta."
"Eric, não me diga que você vai passar o Dia de Ação de Graças dormindo!
"Sim, meu irmão está saindo da cidade para ficar com os sogros e ele é a única família que tenho na cidade. Mas isso é legal, eu geralmente passo o dia todo no trabalho, Jairo! Não é grande coisa."
Sorrindo, fiz a pergunta inevitável: "Eric, por favor, você poderia passar o Dia de Ação de Graças aqui comigo?" Silêncio.
Eric respondeu em voz baixa: “Jairo, sua família não está por perto? Você deveria passar o tempo com eles, não com um enfermeiro cansado".
"Não, eles estão na Costa Leste. Eles me convidaram, mas eu disse que não iria. Acho que estava com pena de mim mesmo, visto que estou solteiro de novo. E, a propósito, não considero você apenas um enfermeiro "cansado". Você é muito mais do que isso. No entanto, por favor, descanse um pouco até a hora de vir, ok?"
Eric disse as palavras que eu estava esperando: "Jairo, isso seria muito legal. Prometo dormir um pouco. Que horas e onde você mora?" A vida estava começando a ficar boa novamente!
Finalmente, fui à minha tão esperada consulta para remover a tala. "Bem, você sarou perfeitamente e seu maxilar está ótimo. Você vai precisar tratar com o ortodontista por um tempo, mas meu trabalho está feito!" O cirurgião oral então me entregou um espelho e eu vi pela primeira vez, minha mandíbula recém-alinhada em estado curado. Na verdade, o médico moveu o maxilar inferior um pouco para a frente como um gesto cosmético, então meu perfil parecia ainda melhor do que antes. Saí me sentindo um novo homem.
"O peru está descongelado, confere. Os ingredientes para a salada estão prontos, confere. As batatas estão descascadas, confere. Vinho na geladeira, confere". Li minha lista em voz alta e percebi que estava dentro do cronograma para a grande refeição. Eric estaria aqui às 15h e fez questão de trazer duas tortas e os pãezinhos. Ele disse que me surpreenderia com o tipo de torta. Depois de alguma resistência inicial, eu disse OK. Meu grande medo era que ele ligasse e cancelasse por surgir alguma coisa no trabalho. Eric explicou que a maioria dos enfermeiros ficam de plantão nos feriados, porque tendem a ser horários de maior movimento.
Tentei me distrair arrumando a mesa e deixando o lugar bonito. Tenho bastante bom gosto e sou um romântico de coração. Coloquei Celine Dion, Adele e um pouco de música clássica leve som, abaixei as luzes e acendi o fogo baixo na lareira. Algumas velas deram o toque final.
Meu apartamento era uma construção nova e dava para um lago com uma fonte. Eu gostava de sentar na varanda com uma taça de vinho e processar o meu dia. Tive a sorte de ter um lugar tão privado. Ultimamente eu estava pensando apenas em Eric. Ser bissexual era apenas um rótulo para mim. O que isso realmente significa? Eu não sabia o que era estar com um cara. Eu simplesmente sabia que precisava fazer isso acontecer, mas tinha que ser com alguém especial.
Eu tinha pavor de sexo anônimo. Com o tempo, recebi muitas ofertas de caras como eu, que conheci on-line, mas sempre tive medo. Meu problema é que acho muito difícil confiar em alguém. Sempre tive medo de arriscar por medo de ser humilhado ou pelo perigo.
De alguma forma, convidar Eric parecia menos uma chance do que uma progressão natural. Agora, o peru estava no forno e eu estava esperando por Eric, vestido com uma camisa azul-marinho e calça cáqui e nervoso como um gato. Eu não me permitiria me acovardar dessa vez. Essa pode ser a pessoa especial que eu estava esperando.
Eric estava atrasado. Me servi de outra taça de vinho e presumi o pior... ele não iria aparecer. Eu tinha o número do celular dele programado no meu celular. Apertei o botão chamar. Começou a tocar, mas desliguei rapidamente. Deus, eu não queria persegui-lo. Ele estaria aqui se quisesse estar aqui.
Mais uma hora se passou e meu celular tocou. "Jairo, seu telefone está ocupado há duas horas, estou tentando ligar para você!" Fui até o PC e vi que tinha o AOL ativo. DROGA! Eu desliguei enquanto pedia desculpas a ele. Eric continuou: "Graças a Deus você acabou de ligar para o meu celular. Por que você desligou? Não importa, pelo menos me deu outro número para entrar em contato com você."
"Jairo, eu queria fazer as tortas do zero, então fiz, mas tive alguns problemas. Elas não estão funcionando, então comecei de novo." Comecei a rir, aliviado com o motivo do atraso dele.
"Eric, cara, traga as tortas como estão e não se preocupe se elas não ficarem todas bonitas." Surpreendi-me ao dizer: “Tenho uma taça de vinho esperando por você e mal posso esperar para vê-lo”. Imperturbável, Eric disse: “Estarei aí em trinta minutos”.
Eu estava na varanda com a porta aberta, então pude ouvir a campainha. 45 minutos e ainda nada de Eric. Então ouvi sua voz lá de baixo. Ele gritou para mim: "Jairo, AÍ está você. Como faço para chegar aí? Estive procurando por todo o lugar o seu apartamento!" Olhei para baixo e o vi parado alí, de braços abertos, olhando para mim do gramado verde.
Continua