– Wagner, que surpresa você ter me atendido, eu fiquei muito feliz agora, você não imagina o bem que você conseguiu me fazer.
– Oi Nara, boa noite, como você está? Eu atendi porque acho que já está mais do que na hora de conversarmos e resolvermos todos nossos problemas definitivamente, para podermos seguir em frente com nossas vidas.
– Verdade, precisamos muito conversar, eu respeitei o tempo que você pediu, mas hoje eu não aguentei e resolvi te ligar, pensei comigo que caso você não atendesse, eu teria feito a minha parte.
– Tudo bem, não tem problema, eu até agradeço por você ter respeitado esse tempo todo, mas concordo que é chegada a hora de nos vermos, que dia que você poderia me encontrar?
– Amanhã à tarde poderia ser? Você poderia vir em casa, aqui poderemos conversar tranquilamente sem sermos interrompidos.
– Por mim pode ser, após o almoço estarei aí, até amanhã.
– Te espero, beijos.
E assim foi no outro dia nos encontramos para poder colocar tudo na mesa e tentar resolver todos os nossos problemas.
Continua...
Acordei bem cedo no dia seguinte tive uma enorme surpresa, meus filhos logo chegaram, eles estavam na casa dos outros avós, fazia alguns dias que não nos víamos, então foi uma grande alegria, eles iriam passar o dia ali com meus pais, logo após o almoço eu avisei que iria precisar dar uma saída mas que não iria demorar, então eles dois pediram se podiam falar uma coisa comigo, fomos para meu quarto e eu perguntei sobre o que eles queriam falar, então o meu mais velho tomou a frente.
- Papai, você sabe que nós te amamos muito né?
- Sim filho eu sei disso e o papai também ama muito vocês dois.
- Pai, a gente tem dois pedidos para te fazer, por favor não conta para a mamãe que a gente conversou com você e o outro é para você voltar a morar junto com a gente de novo, a gente sente muita a sua falta, a gente sabe que você e a mamãe brigaram, mas por favor nós estamos sentindo muito a sua falta, por favor papai, volta a morar lá com a gente.
Nessa hora eu já estava chorando um monte, não sabia o que falar pra eles, mas depois de alguns minutos com a garganta travada consegui contar que naquela tarde eu iria encontrar a mãe deles, e talvez eu pudesse voltar, tudo iria depender de como eu e mãe deles iriamos resolver vários problemas, não tinha como prometer que iria voltar, mas que estava torcendo muito para que desse tudo certo.
Os dois ficaram me abraçando e chorando junto comigo, pedi para eles não comentarem nada com os avós e prometi não falar nada para a mãe deles.
Aquele pedido dos dois me quebrou ao meio, eu que já sentia muita falta deles, escutar tudo aquilo foi demais. Durante o caminho até a minha casa fui pensando em como resolver tudo com a Nara, eu ainda não tinha perdoado, mas se ela realmente assumisse todos os erros e me contasse toda a verdade eu estava disposto a tentar novamente, eu sabia que não seria igual antes, que sempre iria ficar com alguma desconfiança, mas eu estava disposto a dar o benefício da dúvida.
Quando cheguei na frente da porta, fiquei parado uns minutos, a dúvida era muito grande e eu sabia que qualquer decisão que eu tomasse ali naquela tarde, iria impactar em nossas vidas e na vida de nossos filhos para sempre.
Apesar de ter a chave achei melhor tocar a campainha. A Nara abriu rapidamente parece até que estava encostada na porta me esperando.
Quando fui entrando ela veio me dar um abraço, mas me afastei e só dei um aperto de mão, ela ficou muito sem graça
- Oi Nara, como você está, tudo bem?
- Estou bem sim Wagner e você?
Respondi que estava também, ficou aquele climão ali dentro, nós dois ficamos calados por um tempo.
Eu me dirigi à sala de tv e me sentei em uma das poltronas e ela puxou a outra e se sentou de frente e foi se adiantando.
- Wagner já fazem alguns meses que você saiu de casa, espero que você tenha refletido bastante sobre tudo, eu refleti muito, mas muito mesmo, sei que errei muito com você e reconheço, mas você também errou comigo, me deixando de lado não querendo conversar e escutar tudo o que eu tinha para falar.
- Olha Nara, me desculpe, mas não concordo com você, eu não acho que errei, eu precisava de um tempo, porque se fossemos conversar antes aí sim eu iria errar, iria acabar brigando feio com você, então como já se passaram alguns meses e a poeira deu uma baixada, acho que podemos conversar civilizadamente.
- Ok, não vou ficar discutindo sobre erros ou não, temos coisas muito importantes para falar.
- Verdade Nara muito importantes mesmo, espero que essa nossa conversa seja esclarecedora e definitiva.
Ficou novamente aquele silêncio ensurdecedor, quase que era possível escutar o coração de cada um acelerado e eu resolvi tomar a iniciativa.
- Bom vamos lá, se ficarmos assim não conseguiremos chegar a lugar nenhum, dentre tantas perguntas que preciso te fazer, tenho um pedido mais importante ainda, eu gostaria muito, mas muito mesmo que você seja honesta comigo, por mais difícil que seja, me conte tudo, a sua honestidade é que vai determinar o rumo de nossa vida.
Quando eu disse isso ela ficou com os olhos arregalados, ela com certeza percebeu que eu sabia de muitas coisas, ela percebeu que não poderia inventar nada que a deixasse por cima dos acontecimentos, eu não queria saber se durante esses meses ela tinha transado ou não, afinal se até eu aproveitei imagina ela que estava doida por um pau diferente e tinha muitas opções, isso eu realmente não iria perguntar, o que de verdade me interessava era o antes.
- Sabe Nara, eu aqui nessa sala, parece que estou ouvindo tudo novamente, ouvindo toda sua conversa com sua grande amiga, mas eu gostaria muito que você me explicasse como tudo começou e até que ponto chegou tudo o que você estava desejando e fazendo e mais uma vez eu te peço por favor seja honesta comigo.
- Nossa Wagner me desculpe, mas você desse jeito me ofende sabia, até parece que eu sempre menti pra você que eu nunca fui honesta, claro que eu errei já disse e reconheço, mas foram pouquíssimas vezes.
- Tudo bem então, me conte e explique essas poucas vezes, o que aconteceu, o que você fez e o que te levou a fazer essas coisas.
Nessa hora eu até levantei um pouco o tom de voz, eu estava começando a ficar um pouco mais nervoso com o seu cinismo, ela estava fazendo um cara de coitadinha que seu não soubesse de tudo iria ficar morrendo de pena.
- Bom vamos lá, acho que vai doer eu falar e você escutar tudo, mas não vou mentir e nem omitir nada.
Olhou para mim já com os olhos cheios de lágrimas respirou fundo e começou a falar.
- Sim é verdade eu infelizmente te trai naquela noite, eu beijei muito, eu não conhecia o cara, nunca tinha visto, mas tinha bebido um bom tanto, não estava bêbada, mas já não estava achando errado fazer o que eu fiz, comecei a dançar, não iria passar disso, mas conforme fomos dançando a coisa foi esquentando e sem eu perceber ele me beijou, no início eu empurrei e pedi para parar, mas ele nem deu bola e me beijou novamente, os beijos foram esquentando mais ainda e por fim fomos para um canto do salão e ali ficamos por um tempo, eu não transei com ele, de verdade isso eu não fiz, mas tive muita vontade, fizemos muitas coisas, mas eu não chupei ele igual a Thayla fez, mas deixei ela passar as mãos pelo meu corpo e passei no dele também, só percebi que estava indo longe demais quando ele tentou tirar minha calcinha, ali eu parei e voltei para o salão, ele queria muito que fossemos para um motel, mas eu não aceitei, e te confesso que acho que se tivesse bebido um copo a mais eu teria ido e teria matado a minha vontade de experimentar outro, mas consegui me segurar. Essa foi a pior de todas.
Nessa hora eu me assustei.
- Todas como assim todas?
Ela abaixou a cabeça e continuou.
- Eu já tinha beijado, mas foram pequenos beijos, nunca tinha ido tão longe, acho que os beijos foram evoluindo e se você não tivesse descoberto tudo aquela madrugada eu teria sim traído você de verdade, eu teria transado com outro cara mesmo sendo casada com você, tenho muita vergonha de falar isso, mas eu estava de uma forma que infelizmente já estava achando normal a traição, me falavam que hoje em dia era normal, que todo mundo faz que com certeza você também já teria feito, nisso eu não acreditava porque te conheço muito bem e sei que nunca seria capaz de alguma coisa.
- Com quem foi que aconteceram esses beijos?
- Foram com o Leonardo e um com o Rogério.
- Nara, é sério isso? Desde quando estava acontecendo tudo isso?
Ela demorou um pouco para responder, eu já estava começando a me irritar, mas antes de eu reclamar ela resolveu continuar.
- Com o Leonardo foram quando a gente começou a sair, ele já vinha conversando bastante comigo, dizia que estava atraído por mim e muito afim de ficar comigo, eu infelizmente também estava atraída por ele, me desculpe mas não sei ao certo o que aconteceu, nunca tinha tido interesse por nenhum homem, de verdade mesmo nunca, mas com ele não sei o que pode ter acontecido, o grande problema é que foi recíproco, devagar nós dois fomos conversando, eu tinha muita vontade de ficar com ele, mas não tinha coragem, sempre falei que não queria te trair, ele já tinha insistido várias vezes e em uma vez acabei beijando ele no final de um treino, foi um beijo rápido tipo um selinho.
- Nara, eu nunca poderia imaginar alguma coisa dessa, estou sem ar, minha mulher sentindo tesão e vontade de transar com outro cara, então foi por isso que você falou para a Thayla naquela noite sobre a troca de casais? Por favor fala tudo, eu preciso saber.
- Aí Wagner nem sei como falar isso e nem como começar, mas existiu sim a intenção da troca e eu queria muito que tivesse dado certo, cheguei a sonhar com isso.
Nessa hora que quase dei um safanão nela, me levantei e sai de perto, porque era perigoso eu perder a razão, ali eu percebi que tudo o que a Rebeca disse era verdade e era muito pior ainda, fui na cozinha peguei um copo de água respirei fundo e voltei para a sala me sentei em sua frente.
- Vai Nara, por favor continue.
Ela continuou, foi meio que enrolando, mas contou tudo, praticamente igual ao que a Rebeca me relatou, claro que alguns detalhes e ideias ela jogou nas costas da Rebeca, eu tinha certeza que ela iria fazer isso, mas foi difícil demais escutar tudo aquilo da boca dela, eu realmente não conhecia mais minha mulher, depois que ela terminou a primeira parte eu desabafei um pouco.
- Nara tudo isso está me dando vontade de vomitar, não consigo te reconhecer mais, aonde foi parar aquela menina mulher toda meiga inteligente e super carinhosa com o marido e com os filhos? Que vivia para a família e a igreja?
- Em que momento ela se perdeu pelo caminho. Sabe eu sempre achei a Rebeca uma má influência pra você, mas estou vendo que não era, muitas coisas você decidiu sozinha, sem ninguém te influenciar negativamente.
Nessa hora ela começou a chorar copiosamente, eu já nem sabia se aquele choro era verdadeiro, eu tentava acreditar, mas algo me dizia que era puro fingimento, mesmo assim fui pegar um copo de água com açúcar.
Quando ela se acalmou um pouco eu cobrei o restante da história, em relação ao Rogério.
- Mas ainda não terminamos, não é? Continue sobre o Rogério.
Ela se assustou, com certeza acho que eu tinha esquecido, aguardou mais um pouco e contou.
- Com o Rogério, a Thayla já tinha ficado várias vezes, e foi falando um monte de coisas e ele marcando em cima, foi conversando e me convencendo e em uma sexta feira depois que saímos do barzinho, eu sempre saia mais cedo que todos, ele me acompanhou até o carro, que eu tinha estacionado um pouco distante, nessa hora quando fui me despedir acabamos nos beijando, mas te juro que foi um beijo muito sem graça e nunca mais se repetiu. A Thayla me enchia o saco que ele queria mais, mas eu não quis, então na semana seguinte deu toda aquela confusão aqui em casa, eu realmente nunca iria imaginar que você estaria aqui.
- Eu hoje vejo que estava muito errada, que não tinha necessidade de nada daquilo, mas eu não sei te explicar ao certo, acho que porque casamos cedo, com o tempo fui ficando curiosa em relação ao um monte de coisas, a Rebeca sempre falou que aquela vida de solteira não tinha graça nenhuma, que durante a festa ou a transa era tudo muito bom, mas que depois que quando chegava em casa e sentia a solidão de um quarto vazio de uma cama grande demais, eu te trai infelizmente em intenção e nos beijos, mas nunca passou disso, nunca transei com ninguém.
Quando ela terminou de falar tudo, eu fiquei de cabeça baixa tentando processar tudo aquilo, foi difícil demais, doía muito, eu não sabia o que falar e nem o que perguntar.
- Wagner eu te contei tudo, não deixei um só detalhe de fora, eu fui super verdadeira e honesta com você, mas eu quero saber e agora o que vamos fazer? Vamos continuar separados ou ainda poderíamos nos dar uma chance de tentar reatar nosso casamento.
Falou e ficou esperando que eu falasse alguma coisa e depois um tempo continuou
- Eu sei muito bem o quanto você está triste e magoado comigo, se tivesse como eu imaginar tudo isso que aconteceu, eu não teria feito de forma alguma, eu deveria ter escutado as pessoas, mas não, eu pensava que iria conseguir aquilo que eu queria e que não iria acontecer nada, mas para variar eu estava redondamente enganada.
- Você pode se perguntar se eu te amo muito, sim eu te amo demais, sinto sua falta nessa casa, ao meu lado, até de nossas poucas discussões eu sinto falta, os meninos não tem um dia sequer que eles não perguntam quando que nós dois vamos fazer as pazes e voltar a morarmos todos juntos novamente.
- Como já falei tantas vezes e vou repetir agora, por favor me perdoe e volte para casa, eu sei que vai ser muito difícil no início, a confiança que você sempre teve se quebrou e vai demorar a voltar a existir, eu sou ciente de tudo isso. Mas com muita força e amor podemos fazer acontecer.
Nessa hora ela ficou de joelhos na minha frente, segurou em minhas mãos.
- Por favor me perdoe, te juro que nunca mais eu farei nada nem em pensamento, por favor volte a morar aqui comigo e com os meninos, nós precisamos de você.
- Você é o nosso Norte, nossa rocha, mais uma vez te peço me perdoe, eu estou com o coração arrebentado e ainda dói mais por saber que despedacei o seu, quebrei e acabei com sua confiança em mim.
- Nara nem sei ao certo o que falar para você, neste momento não consigo te dar nenhuma resposta nem que sim nem que não, eu também sinto muita a falta de vocês três, mas como você mesmo acabou de falar meu coração e minha confiança estas dilacerados, por favor me dê uns dias para pensar e absorver tudo o que foi dito aqui hoje.
- Eu preciso ir embora, daqui a pouco já vai dar o horário do meu trabalho, durante essa semana a gente volta a conversar, não tenho condições de me adiantar em nada do que posso resolver em relação ao nosso casamento.
Me levantei, respirei fundo e fui embora, eu não iria trabalhar, na verdade nem me lembrei que estava de folga.
Eu precisava falar com alguém, precisava desabafar um pouco e também talvez conseguir algum conselho.
Liguei para a Ester, mas ela estava indo para o hospital e combinamos de nos falar no dia seguinte, pensei na Rebeca, mas desisti, ela não teria como me ajudar, afinal ela não conseguiu manter os seus casamentos, me lembrei do Leo, liguei e ele me atendeu rapidamente.
- Grande Wagner, cara que saudades, o que manda meu amigo?
- Leo, eu também estou com saudades, cara a correria está muito grande, muitas coisas para serem resolvidas, me desculpe por ter dado uma sumida, mas me fala você poderia conversar um pouco, preciso te contar umas coisas, não quero te encher com meus problemas, mas gostaria muito de te encontrar e podermos tomar umas, o que acha?
- Wagner você nem precisava ligar, estou em casa venha pra cá agora, acabei de chegar do mercado comprei umas cervejas e uma carninha que eu iria assar sozinho mesmo, assim podermos comer e colocar o papo em dia, venha agora mesmo que já vou colocar as brejas no congelador.
Fiquei muito feliz por falar com meu amigo, fui rapidamente pra lá, afinal não era distante, em poucos minutos estava entrando em sua casa.
Ele veio o meu encontro todo sorridente, me deu um grande abraço, um abraço de amizade verdadeira, aquele abraço já me ajudou demais, me fez um bem enorme.
- Pois é meu amigo, me perdoe, eu estou em dívida com você, eu dei uma sumida, cara tantas coisas para resolver, filhos, trabalho, ex-mulher, umas peguetes, cara minha vida está uma bagunça, mas estou quase resolvendo tudo.
- É Wagner, a minha não está muito diferente, cara da minha parte só não tenho os filhos, do resto está a mesma coisa, estamos mais uma vez no mesmo barco.
Demos muitas risadas.
Contei para ele como estava curtindo a solteirice que tinha conseguido tirar o atraso, ele me contou que saiu com três mulheres, mas que valeram por dez, cada uma foram algumas vezes cada.
- É Wagner, até agora foram dias muito loucos, me diverti demais, como nunca tinha me divertido, conheci muitas pessoas diferentes, só que quando chego em casa e fico sozinho a saudade bate muito forte e ainda dói muito sabe, ela me faz muita falta, mas não quero nenhum contato, infelizmente já nos encontramos, ela tentou uma aproximação, mas me desviei e a ignorei. Tenho certeza que vou superar, mas acho que ainda vai demorar.
- Isso é uma grande verdade Leo, comigo estava mais ou menos assim também, eu não estava nem um pouco afim de rever a Nara, conheci uma menina muito legal, estávamos até que começando a nos entender, mas tem coisas que a gente não manda né, meus filhos estão me fazendo muita falta.
- Uma amiga dela me contou muitas coisas e eu fiquei muito revoltado, ela me sacaneou bastante, nunca tinha falado nada, mas hoje eu fui encontrá-la, precisava colocar todas as cartas na mesa, eu tinha certeza que ela não iria assumir as cagadas que fez, mas ela me surpreendeu e contou até mais coisas que a amiga, acho que nem sabia ou não quis me contar, mas sinceramente eu estou com um sentimento estranho em relação às duas, tenho quase certeza que aconteceram mais coisas e elas não falaram, mas vou conseguir descobrir.
- Meus filhos hoje pela manhã me fizeram uma surpresa e apareceram bem cedinho em casa, foi uma enorme alegria, os dois pediram para conversar sozinhos comigo e nessa conversa eles praticamente imploraram para que volte a morar junto com eles, fiquei balançado, depois fui conversar com ela, como me contou toda a “verdade” estou bem propenso a voltar a morar lá, não sei ainda como vai ser a nossa relação, mas pelos meus filhos vou acabar indo.
- Wagner eu não sou a melhor pessoa para poder te dar conselhos, mas escutando tudo que me contou e como estou de fora, acho que até daria certo você voltar, acho que uma tentativa vai ser muito bom, mas se verem que não tem como ir voltando tudo ao normal, o melhor é acabar definitivamente.
Ficamos conversando, bebendo e comendo por algumas horas, foi muito bom rever um grande amigo, poder desabafar e ainda escutar conselhos que realmente faziam a diferença em minhas decisões.
Quando cheguei em casa, já era tarde, os meninos já estavam dormindo, mas meus pais ainda não, pedi se poderia conversar com eles.
- Pai, Mãe, eu hoje cedo os meninos quase que imploraram para eu voltar para casa, durante a tarde eu fui conversar com a Nara, ela me ligou ontem e já tínhamos combinado, foi uma conversa dura, triste e esclarecedora, depois fui conversar com um amigo e pensei muito e resolvi voltar para casa, vou tentar mais uma vez, vou tentar dar essa chance para ela me provar que realmente mudou.
Eles concordaram que eu deveria seguir meu coração e tentar mais uma vez e disseram que se não desse certo, que eu poderia voltar a morar ali sem problema nenhum.
Pela manhã, arrumei uma boa parte das minhas roupas e fui para a sala, os meninos estavam tomando café da manhã e quando viram as malas em minhas mãos, vieram correndo me abraçar, eles tiveram certeza que eu iria atender o pedido deles, foi uma grande alegria, peguei os dois e fomos para nossa casa, não falamos nada para ela, chegamos de surpresa.
Ela quando nos viu começou a chorar e rapidamente veio nos abraçar, ficamos os quatro ali abraçados e chorando, com calma fui entrando e levei minhas coisas para o quarto.
Almoçamos juntos, era um pouco estranho estar ali novamente, minha desconfiança com certeza iria durar muito tempo, a noite eu não dormi na mesma cama com ela, arrumei um cantinho no quarto dos meninos e dormi por lá, ela insistiu para ficar com ela, mas achei melhor assim, com o passar dos dias poderíamos voltar a dormir juntos, mas naquela primeira noite seria impossível.
Nossa vida foi voltando ao normal lentamente, alguns dias depois voltei a dormir na minha cama, mas ainda não tivemos nenhum carinho nem nada, ela me abraçou e tentou fazer um carinho, mas eu não correspondi. Ela não falava nada, mas via em seu olhar uma grande tristeza, já tinha mais ou menos um mês que eu voltei, em uma noite que os meninos não estavam em casa, acabamos transando, eu estava com muita vontade, eu estava com muitas saudades do seu corpo, do seu toque, do seu cheiro, do seu sabor, eu a amava demais.
Foi uma transa deliciosa no começo ainda me vinha o pensamento dela ter transado com outros no tempo que ficamos separados, me perguntava em pensamento se ela teria gozado mais e melhor com outro homem, fiquei imaginando se sua bucetinha estaria do mesmo jeito se seu cuzinho ainda seria bem fechadinho, se ela tinha chupado muitos caras e deixado eles gozarem em sua boca mas devagar fui parando com esses pensamentos, tentei dar o meu melhor, enfim tivemos uma noite incrível, eu gozei três vezes e ela nem sei ao certo, mas foram várias, dormimos abraçados bem melados de suor e gozo.
Depois desta noite, nosso casamento começou a voltar aos eixos, mas infelizmente eu sempre sentia uma grande desconfiança, em tudo que ela iria fazer fora de casa eu já ficava tenso, devagar fui relaxando, mas não totalmente.
Ela se afastou da Thayla, pelo menos foi o que ela me garantiu e voltou a trabalhar junto com a Rebeca, e por falar dela, teve um acontecimento bem legal.
Uma sexta feira eu fui encontrar o Léo para conversar e beber alguma coisa, estávamos em barzinho bem legal, era por volta das 19:30 a Nara me ligou perguntando se poderia me encontrar lá que a Rebeca daria uma carona, elas precisaram ficar até um pouco mais tarde no trabalho e claro que disse que sim, quando elas chegaram eu e o Leo fizemos questão das duas ficarem ali conosco, foi uma noite muito legal, percebi logo que começou a pintar um clima entre o Leo e a Rebeca, foi nítida a atração dos dois.
Depois dessa noite, eles começaram a conversar mais e por fim começaram a ficar e em poucos dias engataram um namoro, eu fiquei muito feliz, ele era uma pessoa muito do bem, um grande amigo e a Rebeca agora me transmitia mais segurança, então dei o maior apoio possível.
O grande problema foi quando a Thayla descobriu, arrumou uma grande confusão na empresa acusando a Rebeca de várias coisas, a coisa foi tão séria que demitiram a Thayla e a Rebeca recebeu uma grande advertência, mas a Thayla não iria parar por aí, ela deu um jeito de me encontrar, e falou fez várias ofensas, me acusando de ter ajudado o Leo a se separar dela e agora com certeza tinha sido eu novamente que estava ajudando com o namoro dos dois, eu nem me importei com aquilo tudo que ela falava mas teve algo bem preocupante que foi quando ela me chamou de corno dizendo que eu tinha sido e que continuaria sendo muito corno, como eu não respondi às suas provocações, parece que ela ficou com mais raiva e gritando ainda mais me chamando de corno.
Quando eu cheguei em casa, não tinha ninguém, e fiquei pensando no que ela tinha falado, que tinha sido corno e que continuava sendo e seria sempre um grande corno, fiquei muito nervoso, eu não tinha como provar nada, ainda tinha minhas desconfianças, a Nara tinha mudado muito, o brilho em seus olhos tinha voltado, a terapia estava fazendo muito bem, ela já estava agindo normalmente com tudo, aparentemente a minha volta estava ajudando a ela superar a depressão. Ela não me dava nenhum motivo de preocupação, ficava o tempo todo em casa, salvo alguns sábados que ia na sua mãe e depois no salão, fazer as unhas e o cabelo, normalmente quando eu estava de folga eu levava e depois ia buscar, ela não tinha como estar me traindo.
Eu não sabia o que fazer, se confrontava ou ficava quieto, resolvi não falar nada, somente que a louca da Thayla tinha ido ao meu encontro e que tinha feito o maior escândalo, foi então que fiquei mais desconfiado ainda, a reação que ela teve foi muito estranha, perguntou rapidamente o que ela tinha me falado, ficou super nervosa querendo saber cada palavra que a amiga tinha falado, não falei nada de ter sido chamado de corno, achei melhor não falar nada, eu teria que começar a investigar e conseguir descobrir alguma coisa.
Isso tudo aconteceu quando já tinham se passado mais ou menos uns seis meses que tínhamos voltado, o fim de ano estava se aproximando, eu iria ter alguns dias de férias logo na primeira semana de janeiro, conversando com a Nara ela ficou muito entusiasmada com a ideia e já começou a fazer muitos planos, ela disse que iria tentar tirar alguns dias também, assim poderíamos passar o ano novo na praia.
Eu achei a ideia de passar o ano lá muito boa, ela nos últimos dias estava bem nervosa, se estressava com qualquer coisa, estava bem irritada, questionei o motivo e ela dizia que era pelo fim de ano que as cobranças na empresa estavam muito grandes, estava sobrando para todos a cobrança de cumprirem as metas de vendas e coisas do tipo, claro que eu acreditava, não imaginava nada ao contrário, então fiquei muito confiante que com essa viagem ela poderia relaxar e começar o ano de alma renovada.
Comentei com o Leo sobre as férias e que estávamos pensando em viajar, ele se animou muito, comentou que faziam muitos anos que não ia para a praia e perguntou se caso a Rebeca conseguisse alguns dias se eles poderiam ir junto conosco, que seria muito legal passarmos alguns dias juntos. Achei muito legal a ideia.
Já tinham se passado vários dias do meu encontro com a Thayla e uma noite estávamos nós quatro na casa do Leo e teve uma hora que fiquei sozinho com a Rebeca e contei para ela, a sua reação foi mais estranha ainda, as minhas dúvidas começaram a aumentar, ela tentou desconversar, mas fui insistindo com ela, se sabia de mais alguma coisa, pedi para ela me contar.
- Rebeca, por favor, se você souber de alguma coisa que aconteceu ou pior que esteja acontecendo, me conte, você sabe o quanto eu sofri com tudo o que aconteceu, por favor, você sabe que eu não mereço isso, não posso viver nessa grande dúvida.
- Wagner eu não sei de nada, mas posso tentar descobrir alguma coisa, você pode contar comigo, não prometo, mas vou ver o que consigo.
Naquela noite eu tive certeza que tinha muita coisa que ainda não sabia.
Comecei a procurar alguma casa para alugar, a Nara já tinha falado que queria alguma casa ou apartamento em Caiobá no litoral paranaense, não queria em outro lugar, comentei que tínhamos outras opções, mas ela não abriu mão de ser lá, dizia que gostava bastante da região, acabei concordando para não gerar nenhum estresse e comentei com eles sobre as opções, a Rebeca comentou que iria tentar com uma pessoa conhecida, sobre uma casa lá na cidade, era uma casa legal alguns dias depois ela confirmou que tinha conseguido e que o valor seria bem legal, fomos combinando todos os detalhes de nossa viagem.
Uns quinze dias antes de irmos, meus sogros vieram conversar conosco, se eles poderiam viajar com os meninos, eles iriam para Santa Catarina na casa de parentes e assim iriam levar os meninos em um grande parque de entretenimento que tem muitas opções de diversão para as crianças, concordamos e assim iríamos somente nós quatro. A Nara ficou feliz e dizia que iriamos poder aproveitar bastante para namorarmos, que iria ser como uma segunda lua de mel.
Logo após o Natal meus sogros e os meninos viajaram, faltavam dois dias para nossa viagem, e em uma noite conversando com o Leo, ele me chamou de lado e falou uma coisa muito séria.
- Wagner, a Rebeca comentou comigo as suas dúvidas, ela pediu para eu te falar que ela continua investigando, ela tem algumas desconfianças e que se estiver acontecendo alguma coisa e que ela está bolando um jeito vai conseguir as provas durante nossa viagem, ela me pediu para te falar que quando estivermos lá, é para você fazer as coisas que ela pedir e o principal, meu amigo por favor mantenha a calma e não fale nada com a Nara. Por favor continue agindo normalmente, porque assim ela vai conseguir alguma coisa, se falar alguma coisa antes vai dar tudo errado.
- Leonardo, cara que nervoso, com certeza a Rebeca descobriu alguma coisa, cara se for verdade nem sei o que fazer da minha vida, essa mulher não pode estar me sacaneando, se tiver alguma coisa, eu nunca mais irei olhar na cara dela.
Viajamos no dia trinta e quando chegamos na praia tivemos uma grande surpresa desagradável.
Continua...
