Acasos #19

Um conto erótico de Patrícia
Categoria: Homossexual
Contém 2053 palavras
Data: 16/11/2023 02:06:56
Última revisão: 19/12/2024 22:04:23

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Patrícia:

Nossa semana começou na terça; trabalho, faculdade, o corre-corre de sempre. Estava tudo indo bem até que, na quinta-feira, uma das amigas de sala da Keyla chegou até ela, depois do intervalo, e a chamou para conversar em particular. Foi uma conversa rápida, mas ela voltou com uma expressão não muito boa. O professor entrou na sala e ela sentou ao meu lado. Perguntei o que tinha acontecido e ela me disse que a amiga falou que a Tamires já sabia que ela estava estudando ali.

Não conversamos mais porque precisávamos prestar atenção na aula; estávamos prestes a começar o período das últimas provas do primeiro semestre.

Quando as aulas acabaram, saímos e ela me explicou que a amiga estava sentada em uma mesa na hora do lanche com alguns antigos amigos do colégio. A Tamires chegou e sentou-se com eles. Claro que o nome dela surgiu, e um dos garotos comentou que tinha visto a Keyla aqui algumas vezes com uma loira bem bonita. Assim que o garoto falou aquilo, a Tamires fechou a cara e saiu da mesa.

Eu disse para ela que isso ia acontecer uma hora ou outra e que o importante era fazermos o que tínhamos combinado: ignorar a Tamires o máximo possível para evitar problemas. Ela concordou, mas disse que ia ligar para o tio dela e deixá-lo a par do que estava acontecendo e do que poderia acontecer.

Quando chegamos perto da saída, Keyla me disse que íamos ter problemas. Olhei para frente e vi sua ex no meio de uma galera. A maioria era homem, mas havia umas três garotas juntas. Não eram as mesmas que vi com ela do lado de fora da primeira vez que a vi. Eu apenas disse para ela ficar calma, mas percebi que não adiantou, pois ela apertou meu braço com uma força acima do normal.

Eu e ela nunca saíamos pelo portão principal; sempre usávamos outro portão, que geralmente era mais utilizado pelos funcionários. Mesmo antes de saber que a Tamires estudava ali, sempre saímos por esse portão porque ficava mais perto do estacionamento onde deixamos a moto. Acho que foi por isso que a Tamires nunca tinha visto a Keyla ali.

Infelizmente, a turminha da Tamires estava em um local que precisávamos passar. Não havia como evitá-los. Perguntei se ela queria esperar, mas ela respondeu que não, já que a ex tinha visto ela e não ia fugir, até porque ela iria esperar com certeza. Então continuamos andando. Havia muita gente no corredor; todos estavam saindo para ir para casa.

Assim que passamos perto da ex, ela começou a falar, ou melhor, a gritar.

Tamires— Olha aí a vagabunda, já arrumou uma puta nova!

Continuamos andando e nem olhamos para o lado dela. Isso, acho, a deixou ainda mais irritada.

Tamires— Estou falando com você, Keyla! Não adianta fingir que não ouviu, até porque a única vagabunda passando aqui é você e sua puta loira!

Vi a boca da Keyla se abrir para responder, mas fui rápida e disse um não bem firme no ouvido dela. Ela se calou. A galera estava olhando, mas a maioria nem sabia quem a Tamires estava xingando. Algumas pessoas da nossa turma nos olharam porque sabiam o nome da Keyla, mas ninguém falou nada.

Continuamos andando e passamos pelo local onde a Tamires estava. Ela continuou xingando, e nós caminhamos sem olhar para ela. Viramos e saímos em direção ao portão. A Tamires veio atrás, xingando, e agora os gritos estavam mais altos. Naquele momento, muitas pessoas perceberam que éramos as alvos dos xingamentos, pois éramos apenas nós duas e mais dois rapazes indo na direção que estávamos.

Seguimos em frente, e os gritos foram ficando mais distantes. Passamos pelo portão e saímos em direção à moto.

Keyla— Eu quase perdi a cabeça e xinguei ela. Que ódio dessa infeliz!

Patrícia— Amor, lembra que você me fez prometer que não ia brigar aqui? Então, por favor, não perca a cabeça. Vamos resolver isso; uma hora ela vai se cansar.

Keyla— Me desculpa, amor. Eu sei que revidar é pior, principalmente por causa de você. Prometo que não vou xingar ela.

Patrícia— Mas é bom você falar com seu tio, até porque ela estava dentro da faculdade, te ofendeu, me ofendeu e muita gente viu. Talvez ele consiga dar um jeito, pelo menos aqui dentro.

Keyla— Vou falar com ele, sim, amor. Agora vamos embora, que estou doida para sair daqui o mais rápido possível.

Fomos para casa. No dia seguinte, na hora do almoço, Keyla ligou para seu tio e conversou com ele durante um bom tempo. Depois, disse que ele iria olhar as gravações das câmeras e ter uma conversa com a Tamires.

Durante a aula à noite, algumas pessoas vieram falar com a gente. A maioria tinha visto o que aconteceu. Keyla disse a verdade; um dos garotos falou para ficarmos atentas, pois a Tamires andava com umas pessoas barra pesada fora da faculdade.

Na hora da saída, não vimos a Tamires no lugar onde ela estava. Quando saímos, uma garota chegou até nós e entregou um bilhete, dizendo que uma amiga nossa pediu para entregar. Já imaginei de quem era o bilhete. Quando Keyla abriu, era um bilhete da Tamires dizendo que não adiantava ela correr para o diretor, que fora da faculdade elas iriam resolver o problema.

Fiquei preocupada com aquele bilhete, e Keyla também. Seguimos até o estacionamento e pegamos a moto para ir para casa. Como era sexta-feira, teríamos o final de semana para pensar no que fazer.

Trabalhamos no sábado normalmente e conversamos bastante no domingo sobre o assunto. Bom, não havia muito o que fazer: ou a gente parava de estudar ou continuava torcendo para a Tamires não nos encontrar fora da faculdade com seus amigos. Parar de estudar não era uma opção, então na segunda-feira fomos normalmente para a faculdade.

Tudo correu bem na saída. Quando fomos pegar a moto no estacionamento, a coisa não estava boa. A Tamires estava nos esperando escondida com mais duas garotas. Eram as duas que eu vi com ela do lado de fora. Elas com certeza não estudavam ali. Uma era mulata, quase da minha altura, mas era mais forte. A outra era menor, negra, com o cabelo bem curto pintado de roxo. A Tamires já apareceu xingando a gente de vagabundas, mas as duas garotas não disseram nada; apenas caminharam em nossa direção com a cara bem fechada.

Uma delas pegou no ombro da Tamires e disse para ela deixar que elas resolveriam a questão e continuaram vindo. Eu sabia o que estava prestes a acontecer e só pedi para Keyla ficar quieta atrás de mim. Ela estava com medo; dava para ver nos seus olhos. Tomei a frente dela.

Garota 1— Você sabe o que acontece com talarica branquela? Se não sabe, vamos te ensinar hoje.

Patrícia— Sim, eu sei. Eu morei na favela, estou cansada de saber. Sei também o que acontece com quem cobra fita errada dos outros.

Garota 2— Você morou na favela? Não me faz rir, patricinha, kkk. Que parada é essa de fita errada?

Patrícia— Morei sim, morei no morro xxxxx. Estava lá há dois anos, quando houve o confronto das facções. Levei um tiro no peito naquela noite; eu trabalhava para o finado xxxxx. E a fita errada é que não sou e nunca fui talarica. Sempre corri pelo certo e não devo nada. A magrela aí mentiu para vocês para cobrar uma fita errada, mas na verdade errada é ela.

A garota mulata parou e falou para a outra esperar um pouco, chamando a Tamires.

Garota 1— Eu sei desse confronto. O finado xxxxx era muito conhecido no morro onde moro. Vou te dar o benefício da dúvida, branquela.

Tamires— Espera aí! Vocês vão mesmo acreditar que essa patricinha morou em favela? E não tem nada de fita errada. Ela está com minha mulher!

Patrícia— Sua mulher não, sua ex-namorada, que te deixou há quase dois anos porque te pegou chupando um homem no estacionamento do colégio em troca de cocaína. Errada aqui é você, que traiu ela e mentiu para as duas aí para vir cobrar uma fita de mim sem eu dever. Se eu fosse pilantra, teria chamado a polícia para você no primeiro dia que te vi vendendo drogas na porta do colégio. Mas eu não fiz isso porque não sou pilantra, mas você sim é. Além disso, é burra, porque em vez de ficar no seu canto fazendo dinheiro, fica arrumando problema dentro da faculdade, atraindo a atenção. Agora trouxe as duas aqui. Sei que vocês estão armadas e, se quiser, pode me apagar aqui agora, mas e depois o que vai acontecer com o ponto de vocês? O tio da minha namorada é o diretor da faculdade. Já imaginou o tanto de polícia que vai aparecer aqui? E o tanto que vai ficar de olho na faculdade durante um bom tempo? Tenho certeza que o patrão de vocês não vai querer isso, ainda mais por causa de uma fita que não existe. Eu não cantei mulher de ninguém; minha namorada estava solteira há mais de um ano.

As duas mulheres se olharam, e a mulata falou para a outra que era melhor falar com o patrão antes.

Garota 1— A gente vai embora, mas vou falar com meu patrão, e a Tamires vai ter que explicar essa história direitinho. Mas se o patrão der a ordem, a gente vai atrás de você, e não adianta se esconder, não, que a gente te acha.

Patrícia— Não tenho a menor intenção de me esconder. Como eu disse, não devo nada, estou tranquila e vou estar aqui na faculdade todos os dias de aula, como sempre estive.

Tamires— Qual é a de vocês? Isso é tudo mentira dela!

Keyla, que estava calada, resolveu se aproximar de mim e disse:

Keyla— Eu tenho um monte de mensagens no meu celular antigo provando que estamos separadas há quase dois anos. Posso trazer para vocês olharem quando quiserem.

Garota 2— Porra, Tamires! Você falou que a mina te traiu com a outra faz pouco tempo e depois te largou. E a mina tem provas de que isso é mentira. Qual é a sua?

Tamires— É mentira dela! Essas mensagens são de uma briga antiga. A gente voltou depois.

Keyla— Como a gente voltou se eu fui embora para outro país por sua causa? Tem seis meses que voltei para o Brasil e posso provar isso. Agora quero ver você provar que me namorou nesses últimos meses. Pelo menos uma foto comigo você tem? Tenho certeza que não, porque tinha quase dois anos que a gente nem se via.

Garota 1— E aí, Tamires, tem foto de vocês aí no seu celular? Algo que prove que a garota estava com você?

Tamires— Não tenho porque apaguei na hora da raiva, porque ela me traiu.

Garota 2— Essa história está muito mal contada, Tamires. É melhor a gente sair daqui e falar com o patrão. Você vai ter que explicar essa história direitinho, e é bom você provar que está certa, senão o bicho vai pegar para o seu lado.

As duas saíram, mesmo com os protestos da Tamires. Eu agradeci a Deus por as coisas terem saído bem. Eu jurava que iria morrer ou apanhar muito quando vi as duas chegando. Quando elas saíram do estacionamento, Keyla me abraçou e começou a chorar, dizendo que ficou com muito medo de me perder.

Eu a abracei e disse que ela precisava se acalmar para sairmos dali. Tentei durante toda aquela conversa me manter calma, e estava fazendo isso de novo, falando com ela ali, mas na verdade fiquei com muito medo e ainda estava. Eu não sabia se aquelas garotas eram de alguma facção; provavelmente eram. Se a Tamires conseguisse convencer o patrão delas de que realmente falava a verdade, eu e Keyla estaríamos ferradas.

Keyla se acalmou um pouco e fomos para casa. Ela perguntou se não era melhor irmos à polícia. Eu disse que não iria resolver nada e poderia até piorar a situação. Ela acabou concordando. Naquela noite, ela dormiu agarrada em mim; seus braços me apertavam mais do que o normal. Ela realmente tinha ficado abalada com tudo que aconteceu.

Continua…

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

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Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 378Seguidores: 84Seguindo: 93Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

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Nada como o bom e velho conhecimento da rua.

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É tomara que elas consigam resolver esse BO, o jeito é imprimir todas as provas, e na hora que vê as duas garotas entregar na mão delas. Tamires tá cavando a própria cova, mentir pra traficante só dá merda.

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Veremos o que vai dar essa fita aí 🤷🏻‍♂️😅😅

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KKK essa fita já tem prova, vai dar ruim pra trouxa da Tamires 🤭😁😂🤣

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