Acasos #22

Da série Acasos
Um conto erótico de Keyla
Categoria: Homossexual
Contém 2185 palavras
Data: 17/11/2023 16:13:13
Última revisão: 29/12/2024 00:02:02

---

Keyla:

Eu estava no meu local de trabalho quando Cristina chegou com duas pessoas: uma moça muito simpática, que depois soube que trabalhava em uma renomada empresa de marketing, e um rapaz alegre que era fotógrafo. O rapaz ficou me estudando de cima a baixo enquanto conversávamos.

Cristina, após me apresentar os dois, disse que eles vieram à loja para discutir uma campanha que iriam fazer para divulgá-la. Ela comentou que faria algumas propagandas em outdoors espalhados pela cidade e em algumas das revistas femininas mais relevantes do estado. O fotógrafo estava procurando uma cara nova para as fotos e, como na loja havia várias funcionárias bonitas, resolveu dar uma olhada.

Achei bem legal Cristina investir na divulgação da loja. Apesar de ser muito conhecida e renomada, a concorrência era forte e uma divulgação assim poderia atrair uma nova clientela, o que era bom para mim também. Quanto mais a loja fizesse sucesso, maiores seriam minhas chances de ter um salário melhor. Além disso, torcia muito por Cristina, independentemente de isso me favorecer ou não; o carinho e a admiração que eu tinha por ela eram enormes.

Depois de olhar algumas meninas do meu setor e me observar também, o fotógrafo disse que eu era linda, mas que queria alguém mais alta e esbelta. Agradeci os elogios e eles saíram para o andar de cima. Continuei meu trabalho e, depois de um bom tempo, eles desceram e vieram conversar comigo novamente. O fotógrafo disse que ainda não tinha encontrado ninguém com o biótipo que ele queria e que, apesar de me achar um pouco baixa para as fotos, eu compensava muito pela beleza que tinha. Confesso que fiquei me achando naquele momento. A moça perguntou se, caso eu fosse escolhida, eu toparia posar para eles, que seria tudo pago, com contrato e tudo mais. Eu disse que não teria problema, mas que certamente eles ainda encontrariam uma modelo melhor para as fotos.

Enquanto conversávamos, vi Patrícia descendo a escada com uma caixa de papelão amassada debaixo do braço. Quando me viu, mandou um beijinho, riu e fez careta. Ela estava brincando comigo só de sacanagem, porque sabia que eu não podia rir naquele momento. Dei um tchau rápido com uma das mãos e me segurei para não rir da palhaçada que ela fez.

O fotógrafo viu que eu tinha cumprimentado alguém, olhou na direção de Patrícia, apontou o dedo para ela e me perguntou quem era. Continuou olhando até ela sumir de seu campo de visão. Eu disse que era minha namorada e que ela trabalhava no estoque. Ele comentou que ela parecia perfeita para as fotos e perguntou se eu poderia chamá-la. Eu disse que sim e fui até o estoque chamar Patrícia.

Levei-a até onde estávamos. Quando nos aproximamos, ouvi o fotógrafo dizer a Cristina que ela era perfeita. Nos aproximamos e Cristina explicou a Patrícia o motivo de ela ter sido chamada ali, mas a reação dela não foi exatamente a que esperávamos. Senti que ela foi até um pouco rude ao dizer que não tinha o menor interesse em fazer as fotos. Depois, simplesmente saiu, nos deixando ali olhando um para a cara do outro.

O fotógrafo me perguntou se eu sabia o motivo dela não querer nem saber das fotos. Eu disse que ela era do tipo de pessoa que não gostava de chamar a atenção e era muito na dela. Comentei que já esperava que ela não fosse aceitar de cara, mas não esperava aquela reação.

Cristina falou que provavelmente sabia o motivo da reação dela e pediu para eu levar Patrícia até o escritório dela meia hora antes de sairmos, para conversar sobre algo. Eu disse que a levaria sim. Eles saíram e eu voltei ao trabalho, queria conversar com Patrícia, mas achei melhor falar com ela em casa.

Quando passaram 40 minutos, avisei as meninas que eu já estava indo, pois tinha que passar no escritório da Cristina. Me despedi delas, desci até o estoque e pedi para a responsável chamar Patrícia, explicando o motivo. Ela saiu e logo Patrícia apareceu, com uma cara não muito boa.

Dei um selinho nela e pedi para que me seguisse até o escritório da Cristina. Assim que entramos, Cristina pediu para eu fechar a porta e falou para a gente se sentar.

{...}

Cristina— Olha, o que vou falar aqui é como amiga e não como patroa. Independente do resultado final dessa conversa, nada vai mudar. Patrícia, eu acho que o motivo de você nem levar em consideração a proposta é por causa da sua família, principalmente do seu pai. Acho que você não quer que ele saiba de você. Provavelmente, você, por algum motivo, acha que se ele ver essas fotos, vai ficar chateado. Bom, se seu pai fosse realmente um pai de verdade, eu entenderia, mas o problema é que ele não é. Ele foi um covarde com você, nunca se arrependeu disso porque nunca te procurou, continua vivendo a vida dele como se não tivesse uma filha, só pensa em dinheiro, poder e manter as aparências.

Ele está vivendo a vida dele sem pensar em você, e acho que você deveria fazer o mesmo. Você não deve nada a ele. Se você disser que não quer fazer as fotos porque não está afim, eu entendo, mas se for por causa do seu pai, é um erro. Você não deveria tomar qualquer decisão pensando nele, porque ele não merece. Comece a viver sua vida sem pensar nele, porque ele não pensa em você.

Eu sinto muito em dizer isso, mas conheço sua história, conheço seu pai e sua mãe. Então você sabe que o que eu disse é verdade. Estou dizendo isso para o seu bem, porque você é uma garota boa. Você chegou onde está porque correu atrás e teve ajuda de pessoas que gostam de você. Então, tome decisões pensando em você em primeiro lugar, depois pense nas pessoas que realmente se importam com você e não em alguém que não dá a mínima para sua existência e que só te fez mal.

Eu falei para o fotógrafo esperar até amanhã pela sua resposta. Não precisa me responder agora, mas vá para casa e converse com sua namorada. Tome uma decisão sem pensar no idiota do seu pai e me diga amanhã, seja ela qual for, juro que vou respeitar.

Só mais uma coisa: eu gostaria muito que você aceitasse, porque você, além de linda, é o tipo de pessoa que admiro. Ter você como o rosto da minha loja seria um orgulho para mim. Mas se você não quiser, não tem problema, vou continuar sendo sua patroa e sua amiga do mesmo jeito!

{...}

Quando Cristina terminou de falar, Patrícia tinha algumas lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela limpou o rosto com as mãos, se levantou, deu a volta na mesa e foi até Cristina, que também se levantou. Patrícia deu um abraço nela e disse um "obrigado" que saiu do fundo da alma. Veio até mim e me chamou para ir para casa, dizendo a Cristina que iria pensar com carinho e daria a resposta no outro dia. Cristina disse que tudo bem, que aguardaria. Nos despedimos e saímos dali, seguindo direto para casa.

Assim que chegamos, Patrícia se jogou no sofá. Eu coloquei um pouco de ração para Becky, que estava miando igual uma doida ao meu redor, guardei nossas coisas, fui até a cozinha, bebi um copo de água e levei um para Patrícia, que aceitou assim que ofereci.

Keyla— Amor, como você está?

Patrícia— Acho que estou bem. Uma dose de realidade às vezes faz bem para a gente, e Cristina me deu uma dose bem grande.

Keyla— Eu sinto muito, amor. Não sabia que ela ia jogar tudo isso em cima de você.

Patrícia— Não sinta. Ela fez muito bem em falar o que falou. Eu precisava ouvir aquilo, só não sabia disso antes dela falar.

Keyla— Então está tudo bem mesmo?

Patrícia— Sim, amor. Ela só disse a verdade e está mais que certa. O principal motivo de eu nem pensar no assunto das fotos foi porque achei que isso iria chatear meu pai. Mas ela me fez enxergar uma coisa: eu não tenho pai, nem família, a não ser você. Meu pai e minha mãe perderam o direito de me chamar de filha quando me jogaram na rua. Não vou mais me importar com eles, assim como nunca se importaram comigo.

Keyla— Eu sei que isso é horrível, mas, infelizmente, pelo que você me contou, essa é a verdade.

Patrícia— Era bem óbvio. Eu só não enxergava completamente ainda. Acho que, no fundo, eu ainda tinha esperança de que algum dia eles me procurassem, mas isso nunca vai acontecer.

Keyla— Você sabe que não precisa deles para nada, amor. Você tem a mim, que te amo muito, tem a Aline, a Luciana, seus amigos que você recuperou o contato e tem a Cristina, que, pelo que vi hoje, gosta muito de você.

Patrícia— É verdade. Vou me preocupar com quem gosta de mim e deixar de vez meu passado para trás, focando no meu futuro.

Keyla— Futuro ao meu lado! Não esqueci disso, viu, minha branquinha?

Patrícia— Claro, amor! Você é meu futuro, neguinha! Mas o que você pensa sobre o lance das fotos?

Keyla— Olha, eu posso falar por mim: eu faria porque é para a Cristina e também porque gosto de tirar fotos. Mas a decisão é sua, amor. E seja qual for, eu vou respeitar, ok?

Patrícia— Bom, o único motivo agora para eu não fazer é porque realmente sou tímida e nunca fui fã de tirar fotos, menos ainda de chamar a atenção. Mas, por outro lado, Cristina disse que teria orgulho de eu ser a cara da loja dela. Isso realmente mexeu um pouco comigo, porque gosto dela. E também, ela arrumou o trabalho para mim na hora que eu precisei. Acho que devo isso a ela. Vim pensando sobre isso durante o caminho e, se você não se importar, acho que vou aceitar, amor.

Keyla— Claro que não me importo, amor! Eu com certeza vou ficar muito orgulhosa de você!

Patrícia— Está bem então, pode mandar a mensagem para Cristina avisando que eu aceito, mas que gostaria que ela me explicasse direitinho como vão ser essas fotos e onde vai ser, tá bom?

Eu mandei um áudio para Cristina explicando tudo e fui tomar um banho porque já estávamos atrasadas. Patrícia preparou um lanche para nós duas, pois estávamos com pressa. Assim que saí do banho, ela estava acabando de lanchar e foi tomar seu banho. Eu comi meu lanche e já fui arrumando nossas coisas. Assim que ela ficou pronta, saímos para a faculdade.

Apesar de estarmos correndo, pois teríamos prova no primeiro horário, chegamos atrasadas uns 10 minutos. Mas, graças a Deus, o professor deixou a gente entrar e fazer a prova. Ele era gente boa e, como nós duas éramos boas alunas e nunca havíamos dado trabalho ou chegado atrasadas na aula dele, ele deu essa chance para nós. Consegui terminar a prova a tempo, e Patrícia terminou a dela antes da maioria, mesmo começando 10 minutos depois. Às vezes, acho que ela tem um HD no cérebro que grava tudo que aprende nas aulas. 🤭

Fizemos mais duas provas. Quando terminei a última, dei graças a Deus. Provas agora só no segundo semestre e no outro dia seria nosso último dia de aula. Já tínhamos os resultados da maioria das provas que fizemos; as últimas podíamos pegar no site da universidade. Resumindo, eu estava entrando de férias naquele dia, porque não iria à sexta apenas para assistir aula sem importância e pegar resultado de provas.

Saímos da faculdade e eu chamei Patrícia para a gente passar em um barzinho quase em frente à universidade para tomar uma cerveja e relaxar. Ela é muito certinha com certas coisas e achei que não iria aceitar ou então beber só uma coca, mas, por incrível que pareça, ela topou.

Chegamos e pegamos uma mesa para nós duas, pedimos uma cerveja em garrafa e o combinado era beber e ir para casa, mas deu errado. Telma e Luiza passaram na porta do bar, nos viram, entraram e vieram até a mesa. Sentaram com a gente depois que Patrícia as convidou. Conversamos um bom tempo e bebemos mais três garrafas com a ajuda delas. Rimos bastante, as duas eram até divertidas. Perguntei por Tamires e Telma me falou que ela realmente tinha sumido, mas que Davi disse para deixá-la para lá, já que ela devolveu as drogas e o dinheiro dele antes de sumir. Fiquei aliviada de ouvir aquilo; não queria o mal dela, apesar de tudo. Conversamos mais um pouco, mas tínhamos que ir. Elas não deixaram a gente pagar nada, disseram que era por conta delas. Nem discutimos sobre isso. Nos despedimos e seguimos para casa para dormir, porque tínhamos que levantar cedo para trabalhar.

Continua…

Criação: Forrest_gump

Revisão: Whisper

(Pessoal, não estou conseguindo responder comentários. Não sei por que, mas depois que o servidor saiu do ar, simplesmente não consigo responder vocês ou comentar.)

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 21 estrelas.
Incentive Forrest_gump a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de Forrest_gumpForrest_gumpContos: 391Seguidores: 86Seguindo: 61Mensagem Sou um homem simples que escreve história simples. Estou longe de ser um escritor, escrevo por passa tempo, mas amo isso e faço de coração. ❤️Amo você Juh! ❤️

Comentários

Foto de perfil de rbsm

muito bom como tinha falado no capitulo anterior ela devia aceitar fazer as fotos , ainda bem que aceitou

0 0
Foto de perfil de Paulo Taxista MG

E parabéns Beto vc está chegando nos 200 contos, vc se tornou um dos meus autores favoritos aqui no site.

0 0
Foto de perfil de Paulo Taxista MG

O site saiu do ar de madrugada, por volta das 2:00 eu acho, é só voltou hoje de manhã.

Agora vamos ao comentário, agora com esse capítulo eu concordo dela participar das fotos, depois que a Cristina falou pra Patrícia o que os pais dela fazem, então é justo ela seguir em frente sem se preocupar com eles, mais do jeito que eu conheço vc Beto KKK, vc vai aprontar nos próximos capítulos.

0 0