- Eu sou a sua esposa! Dispara Adriana para Nestor, que retorna do baba das quintas-feiras suado e embriagado.
- Agora, virou rotina? Antes era às quartas e, agora, às quintas? Com direito a rabo cheio de cachaça?
- Você me respeita! Em nenhum momento levantei a voz para você! Retruca Nestor em tom ríspido.
- Você não sai com as suas amigas, durante a semana toda? Eu não dou um ai! Agora, só porque bato meu babo, impera esse inferno aqui em casa.
- Escuta, aqui! Ooooolhe paaara mim! Eu não sou i-di-o-ta! Você dá mais atenção aos seus amigos do que a mim! Por isso que eu saio.
- Você não enxerga que, praticamente, de segunda a sexta, com exceção da quinta em fico em casa? Enquanto você sai?
- Mas eu não chego fedendo a bicho e a álcool.
Sem maiores argumentos, Nestor atravessa da sala para o quarto, lança violentamente o porta chuteira na cama e segue direto ao banheiro; tira as vestes, senta nu na privada, curvado e com as mãos atrás da cabeça, respira várias vezes para não gritar; contudo, chora, chora como uma criança repreendida (um gatilho).
Aquele homem esguio, másculo, de 1,83, com dorso esculpido pelos esportes mais viris, adentra ao box, coça o tronco, a caceta e saco; abre o chuveiro; com a mão esquerda, senti o aquecimento da água e, ao pouco, projeta o lado direito das costas, acoplando-se sob a cachoeira artificial; em pouco tempo, o seu dorso está completamente dominado pelas águas.
Entristecido, Nestor inclina lentamente a cabeça sob o fluxo, no desejo que este o batizasse e livrasse de todo o mal, oriundo daquele momento. Com o tempo, o curso deslizar do líquido sob a pele das suas pálpebras em sua pele e sob seus olhos, vai acalmando-o, a médica que controla a respiração. Lentamente, desliza a mão esquerda sob o seu tórax, encontrando os mamilos; suavemente, ele os toca; com os dedos, circunda a auréola, preocupando-se sempre em triscar o bico. O singelo momento o sequestra de tudo que o circunda. Nestor desfruta a solitude.
Agora, no presente, ele responde aos próprios estímulos; com a mão direita, alisa rosto até a nuca, a mão esquerda, paulatinamente, desce até a cintura trilhando o caminho até a púbis - a pica já está elevada - mas ainda não se toca. Dominado pelos ânimos, desce a mão direita projetando-a leve e lentamente para região dos flancos; com uma delicadeza sensorial, plana a mão áspera e molhada nos pelos grossos e curtos das suas nádegas, até o limite da própria fenda; chegado ao local, Nestor não introduz os dedos; com as falanges enfileiradas, vai alisando até o encontra a sua entrada, ao passo que se delicia com o toque, oriundo da diferença entre a textura e o comprimento da plumagem, a qual é mais lisa naquela região. Agora estendido e arrebitado, o mastro ilustra o resultado daquele momento de concentração; com a mão direita livre, vira-se e pega a barra de sabão bastante diminuta, com a outra mão, auxilia o processo de espumificação e, em seguida, inicia uma excitante de assepsia; esfrega o tórax, resvalando o sabonete abaixo do peito, barriga, até o falo; desce aos glúteos, contornando e adentrando todo o perímetro do mesmo; repete o ato com o lado esquerdo, volta até a virilha, permitindo, neste cotejo, sentir o atrito entre os pelos e a pele rígida; encontra com o seu monte; toca o seu membro e, com a ponta dos dedos, insere-os no prepúcio, contornando em movimento levantes circulares envolta da glande; a delicadeza do toque com a excitação da mucosa, promovem estímulos indescritíveis; o testículo, em resposta, contorce-se; o escroto relaxar e a linha do caminho contrai-se, Nestor começa a verbalizar os seus espasmos com excitantes expirações e inspirações, ressonando frequências meso agudo. Absorto, inclina a cabeça para frente e recebe o jato em seu rosto; abre a boca, albergando aquele líquido morno e cospe; abaixa a cabeça para receber a água sobre os olhos, abençoando-o quanto às imagens que outrora se sucederam.
Nestor, agora, encontra-se com as suas confidências; massageia a sua glande com intensidade, a ponto de ficar embevecida com o próprio muco; cada gota que o encontra, promove uma sensação peculiar e alucinante; a cabeça da pica está completamente exposta e envolta com aquele que antes a encobria.
Em movimentos ascendentes, agora, todo envolto pelos dedos, Nestor masturba-se como forma de remediar toda insignificância que corrói o seu instinto. À medida que intensifica os movimentos, mais vascularizado e rubra ficam as suas partes; a voracidade do ato faz com que os testículos sejam movimentados diante da flacidez produzida pelo calor do banho. Enlevado estava.
Diante dos espasmos, apoia-se com uma das mãos à parede à frente, em equilíbrio, flexionam-se os joelhos e estende o mastro, facilitando o contato com água. Os estímulos transportam-no para as lembranças infantis onde, em busca da descoberta, friccionava os bonecos eunucos contra a fenda da uretra, na tentativa de incitá-lo ao prazer, sendo este, um das primeiras lembranças eróticas que recorda.
Com os dedos enrugados, maceta-se com intensa voracidade na intenção de alcançar a saciedade, com a outra mão, alisa entre os seus montes, atestando a resistência da própria pelugem. Com o ímpeto, afunda as falanges até obter o encontro íntimo com o acesso que o escapa. Como um beijo, o botão topa com os seus dedos; Nestor aprecia a resistência e o inusitado choque íntimo que incita a ponta da sua cabeça menor e o interior do umbigo. A confidência é agente em um universo socialmente proibido.
Não demora e os espasmos dão espaço a uma nata pérola que logo se mistura com a água do chuveiro. Em vertigem e ofegante, Nestor apoia-se com a cabeça na parede e inspira em busca dos ânimos, mormente sequestrados. A água que cai em suas costas acalenta-o, restabelecendo a lucidez que outrora fora detida pela discussão, abandonando, assim, o ímpeto infante para reposicionar-se como adulto.
Continua…