Olá meninas e meninos, espero que estejam gostando da estória. Peço pra quem estiver gostando para comentar e avaliar. Beijos!!!
Capítulo VIII
Fui no quarto e coloquei um shortinho, uma rasteirinha e uma blusa de princesas da Disney. Ouvi ela falando para a Marcella que tinha que resolver umas questões comigo e que quando voltar ela queria almoçar e deu ordem para que ela fizesse o almoço. Marcella simplesmente concordou.
Saímos. No bar ela pediu dois chopps e me perguntou o que estava me deixando triste.
- Eu estou com umas questões.
- Foi sobre ontem quando você viu seu colega de trabalho?
- Isso não é mais importante, mas acho que serviu de gatilho para essas minhas questões.
- Pode dizer, estou à disposição para conversar.
- Eu gosto muito de você, mas para a gente continuar e aprofundar nossa amizade preciso saber de uma coisa de você e queria que você me ajudasse a esclarecer umas coisas.
- Pode dizer o que quiser, eu estou preparada.
- Primeiro eu queria saber se eu sou a primeira pessoa que, sei lá eu nem sei como me expressar.
- Você quer saber se você é a primeira menina que ajudo a se descobrir como uma mulher?
- Podemos dizer que sim. Eu estou perguntando isso porque vejo você fazer tudo isso comigo e com a Marcella de uma forma tão fácil que parece que tem experiencias passadas. E fico com medo de estar sendo manipulada por você e não quero acreditar que você está fazendo isso como se fosse uma vingança sua por causa daquele acontecimento do extintor de incêndio.
- Gata, você é a terceira. No caso as duas primeiras foram ex-relacionamentos. E não, não é vingança é uma forma que tenho de ajudar as pessoas.
- Me explica. E me conta sobre essas duas anteriores.
- Deixa eu explicar. Eu tenho uma capacidade de observar e reconhecer homens que tem uma tendencia a transexualismo e vive com isso bloqueado ou sofre com isso. E em alguns casos acho que eu posso ajudar a que eles se desabrocharem. Que foi o seu caso. Você mesmo me contou das suas aventuras com sua prima. Sobre a Marcella eu só continuei o que você começou. Não é nenhum dom especial é apenas um reconhecimento dessas pessoas do que eu vivi, as ansiedades, as angustias e os medos, tudo é perceptível só saber observar.
- O que você viu em mim?
- Não sei te explicar bem, mas o simples fato de você ter vindo falar comigo, seus olhos lacrimejando, seu sofrimento pelo o que fez comigo até a forma de você me olhar naquele dia.
- Você me promete uma coisa. Só uma coisa.
- O que?
- Que você não me ajudou a descobrir a Fernanda porque você queria meu mal?
- Claro que não gata. Cada dia que passa mais eu gosto de você. - e me abraçou me deu um beijo no rosto e falou que eu era a afilhadinha dela.
Comecei a chorar, a angustia de ser Fernanda me deixava triste e o jeito que Bruna me tratava fez minha angustia diminuir.
- Acho que estou menstruada! - falei brincado pra ver se eu parava de chorar. Nós duas rimos.
- Me fala sobre as duas anteriores a mim.
- Uma é uma estória feliz e a outra nem tanto, até me arrependo por ter ajudado ela a transissionar.
- A feliz é o caso da Paula, que era um cara legal, riquíssimo e muito sensível. Foi esse lado sensível e até já um pouco feminino me faz ir explorando isso e o ápice foi numa semana que a gente foi para uma casa de praia dele maravilhosa e explorei toda a feminilidade dele desde usá-lo como minha putinha até fazer ela tomar sol e ficar com marquinha de biquini e ensina-la a andar de salto, se maquiar e tudo que uma garota deve saber. Foi tão esclarecedor para ela que já na segunda feira ele se assumiu como Paula. Seis meses depois ele passou no meu apartamento, já completamente transformada com seios lindo, o rosto totalmente feminino, cinturinha e bundão. Eça me passou o número novo do celular dela e o endereço do apartamento dela em Nova Iorque, para onde ela se mudou.
- E o caso que deu ruim?
- Essa foi a Monique. É muito triste. Eu era amante dela, ela era um cara casado de classe média. Ele fez a transição e vou resumir pois essa estória meche muito comigo. Em resumo ela se separou da esposa, virou prostituta, foi para a Europa e se viciou em cocaína e um dia ela foi assassinada pelo cafetão dela que também era o traficante. A única coisa positiva nessa estória é que o lixo que matou ela foi preso e depois morreu na prisão.
- Nossa que trash. Vi que mexeu com você então vamos mudar de assunto.
Os olhos de Bruna estavam marejados. Ela deu uma um sorriso e disse que por essa culpa e outras coisas que ela já viveu que nunca queria o meu mal e me abraçou de novo. Senti muita verdade nas palavras dela e conforto, meu sentimento de angustia estava reduzindo. Foi bom ter chamado ela para conversar.
- Então me fala mais algo que está te incomodando.
- É sobre a Marcella. É que o Olavo sempre foi uma pessoa que sempre foi muito susceptível a opiniões, em palavras mais fáceis ele é muito maria vai com as outras. Então estou me sentindo culpada de colocar ele nessa situação. Será que era isso mesmo que ele quer.
Bruna riu. Abraçou a amiga de novo.
- Gata, pode ficar tranquila sobre isso. A Marcella é mais bicha que você kkk. Vou te dar alguns dados. Ela em momento algum teve algum temor de sair vestida de jeito feminino com a gente?
- Não.
- Você teve. Ontem quando você ficou medo de ser reconhecida pelo seu colega de trabalho ela teve alguma demonstração de temor de ser vista?
- Não.
- E o caso da farmácia? - só confirmei com a cabeça.
- E principalmente perceba como ela está feliz, olhos brilhando e presta atenção o rosto de prazer que ela tem fica quando está sendo comida. Então relaxa bicha, acho que o caso dela é bem mais claro que o seu que existe uma mulher linda louca para sair para o mundo.
- Está bem. Eu fico mais tranquila. Você me demonstrou que ela está feliz.
- Agora eu que vou perguntar.
- Pode dizer.
- Fora essas aflições, como você está se sentindo como Fernanda?
- Olha eu gosto de viver esse meu lado Fernanda, me sinto até mais adequada como Fernanda que como Hugo. Mas eu sou insegura, sou romântica, sou bobinha. Sempre procurei ter uma relação estável com uma pessoa e poucas vezes na minha vida eu vivi isso. Eu agora sei que gosto de homem, de ser segura com braços fortes de me sentir protegida e submissa, me dá tesão isso tudo. Mas mesmo gostando eu nunca chuparia o balconista da farmácia só porque tive oportunidade de ter uma rola na boca. As nossas relações são exploratórias, quero entender minhas sensações, meu corpo e minha alma feminina e você me proporciona isso. A balada daquele outro dia eu me senti um pouco mal de não me lembrar de tudo que aconteceu. Mas estou aprendendo e quem sabe um dia eu me torne uma boa garota.
Recebi um beijo na face e ouvi que ela estava orgulhosa de mim. Pagamos a conta e voltamos para o apartamento. Lá encontramos Marcella de uniforme de empregadinha terminado o almoço. Ela sorriu e disse que ficou feliz da nossa chegada pois ela estava preocupada de comermos o almoço frio pois acabou de fazer. Comemos um peixe assado com molho de maracujá e arroz branco muito gostoso. Aquele dia seria o dia da balada então teríamos que saber o que vestir e as 19 horas teríamos que estar no salão prontas.