Meu nome é Rodney, tenho 28 anos e moro em uma pequena cidade no interior do Rio! Sou gay assumido desde os meus 16 anos e mesmo com todo o preconceito das pessoas do lugar, eu fiz bons amigos, tanto mulheres, que são a maioria, quanto homens que tentam ter a mente mais aberta e rebatem esse preconceito de frente, por saber que na maioria das vezes eu só quero mesmo a amizade deles. Digo na maioria das vezes, porque o que vou relatar começou com uma simples amizade.
Conheci o Ivan quando eu tinha 14 anos e tinha acabado de passar para o turno da noite pra fazer o ensino médio. No início não nos dávamos bem, todas as vezes que era pedido pra fazermos dupla, a sala zoava e ele acabava ficando puto. Mas com o tempo fomos sendo bons colegas e de acordo com que o ano foi passando a amizade ia aumentando. Chegamos ao ponto de mesmo se não tivesse trabalho da escola íamos um na casa do outro. E assim os anos foram passando e em um piscar de olhos e muitas chacotas, finalizamos o ensino médio. Porém eu comecei a trabalhar e ele se mudou para outra cidade e passamos um bom tempo sem nos ver, na época internet chegava como um eco aqui e redes sociais então, mal sabíamos o que era Facebook, e assim os anos foram passando.
Optei por não estudar de imediato e fui trabalhar, consegui um emprego em um mercado na cidade vizinha e me mudei sem nem pensar duas vezes, a cara , a coragem e o sonho de ser feliz, pagava meu aluguel e bancava minhas noitadas. Essa mudança toda fazia parte do meu plano, fugir da minha cidade natal, que há cerca de um ano atrás, me massacrava por eu me assumir gay, onde poucos amigos ficaram do meu lado, meu pai ficou irado e pediu a minha cabeça, minha mãe o confrontou e me apoiou, meus irmãos fizeram pouco caso, afinal de contas eu sou o caçula mimado, que de mimado nada tinha, talvez por eles já perceberem meus trejeitos e tentarem me “CONSERTAR “. E foi um Verdadeiro inferno aquele ano, fatídico ano! Que parecia nunca passar, foi nele que realmente vi o peso da amizade do Ivan, que agora era taxado como meu namorado, que ele com gosto dizia que sim. Quem não gostava nada dessa amizade era a namorada dele na época, que faltava pouco me esganar quando me via, mas aos poucos ela também começou a me proteger contra todo aquele murmurinhos. Enfim, depois disso tudo, o Ivan se mudou, terminou o namoro e perdemos o contato, eu me mudei e comecei uma nova vida, longe de tudo e de todos.
Essa nova cidade apesar de ser próxima da minha, uns 40 minutos daqui, era muito maior do que aqui, sendo ela o meu primeiro contato com uma “cidade grande”… mais que depressa fiz novas amizades e mudei de trabalho, onde esse me proporcionava um aluguel melhor e melhor estabilidade. Comecei a sair e ficar com alguns caras, que tentavam incessantemente me deflorar.
Era meu aniversário de 19 anos e eu fui festejar com meus amigos em um bar gay. Eu estava pensando em começar a estudar novamente e o assunto era em torno de profissão, quando o vi novamente, do outro lado da rua, era Ivan, que com a mesma intensidade que apareceu, ele passou! Eu fiquei sem reação por alguns minutos e mesmo com a vontade de sair correndo atrás dele, voltei a conversar como se nada tivesse acontecido. Depois desse dia eu não o vi mais!
E alguns meses depois estava eu chegando pra minha primeira aula no curso técnico em enfermagem, que relutei tanto pra fazer por ter medo de defuntos kkkk. A turma era grande, o curso era a noite e eu já saía do trabalho direto pra aula. Fui me familiarizando com os colegas e pude notar em um rapaz que sempre se sentava na última carteira, do lado esquerdo da sala, Hélio, descobri dias depois o seu nome, e com meu jeitinho espontâneo de ser, puxei conversa e ele retribuiu, trocamos whats e engatamos uma amizade frenética, estudávamos juntos para as provas nos finais de semana, saíamos juntos para as festas e até arrumei uma vaga pra ele na empresa onde eu trabalhava. Com o tempo nossos papos foram ficando salientes e ele me revelou ser bi e que se eu, quisesse ele queria muito mais. Eu já havia percebido a tara dele por mim, mas tinha medo por ainda ser virgem, e por mais maduro que eu parecia ser, eu era inexperiente e retraído, mesmo sendo o que mais falava e brincava na sala, eu era o famoso gay comportado, afeminado mas engomado. Hélio por sua vez era antissocial e na dele, sempre se vestia com roupas largas e que tampasse a maior parte do corpo possível, o que depois eu o questionei, quando o vi nu pela primeira vez. Ele era malhado e bem definido, não era grandão, era aquele cara que tinha o corpo todo trincado mas nada exagerado!
No meio do ano teríamos 15 dias de descanso do curso e a última semana antes do recesso eram provas finais e de recuperação, eu e Hélio passamos de primeira sem precisar retornar nos últimos dias, com a gente passaram mais um bocado da turma, ficando de recuperação apenas uns 8 alunos, resolvemos então comemorar em um bar que tinha no centro, o primeiro período concluído, um alívio… chegamos no bar e fomos logo pedindo cerveja e porções de batatas e carne, não tinha muito costume em beber cerveja e no meu quarto copo, já estava alto, o Hélio percebendo tratou logo de me levar pra casa antes que eu precisasse ser carregado. Ele me deixou em casa e se despediu, mas eu não poderia perder aquela oportunidade, só nós dois na minha casa, eu já não controlava meus sentidos e por impulso eu o puxei e o beijei.
Ele retribuiu o beijo é foi logo tirando minha camisa, beijou meu pescoço e foi descendo até meu peito, eu aproveitei pra tirarem toda minha roupa e quando voltamos a nos beijar eu me apressei pra tirar a dele. O deixei apenas com a cueca e o empurrei pra cama, deixei meu lado fogoso tomar conta e fui beijando todo o seu corpo, até chegar na sua rola, que estava quase furando a cueca, eu a mordi por cima da cueca enquanto alisava suas bolas, fui me deliciando com o cheiro de rola que exalava me deixando extasiado, tirei sua cueca e pude apreciar aquela maravilha, Hélio era negro e sua rola tinha a cabeça bem arroxeada, um saco pesado e alguns pentelhos que eu cheirava; depois de me deslumbrar com o monumento eu suguei aquele mastro até onde eu podia, me recordando das várias tentativas de boquete que fiz em alguns ex ficantes, mas com Hélio era diferente, eu me senti pronto, talvez o álcool tenha me ajudado, mas eu queria tanto aquele homem… dei o melhor de mim, engolia o máximo, chupava suas bolas e acariciava suas coxas tentando ter o maior contato com seu corpo, enquanto ele soltava gemidos, forçando minhas cabeça contra seu membro, quase me sufocando e enrijecia seu corpo quase chegando ao seu ápice, que não demorou pra chegar, esporrando e enchendo minha boca de gala que em primeiro momento não gostei, mas aos poucos o gosto foi ficando aceitável. Eu deitei ao seu lado e ele me olhou tão profundo, como se tivesse vendo a minha alma e tocando meu rosto disse : “Eu esperei tanto e esperaria mais 100 anos se fosse preciso!” Eu me senti amado e desejado e eu queria me entregar pra ele é foi o que eu fiz nos minutos seguintes, com muita calma e lubrificante os minutos que se correram foram de muito sexo, às vezes sublime, como uma água calma e serena, outros fortes e selvagens quase difícil de aguentar. Hélio montava em mim como se quisesse estar todo dentro do meu corpo como se fôssemos um, roçando seu corpo no meu e sussurrando as maiores safadezas em meu ouvido o que me fez gozar só com o roçar do meu corpo no colchão, ele sentindo o pulsar do meu cu,não aguentou e gozou também, caindo sobre mim cansado e deixando que o peso do seu corpo me prendesse debaixo dele. Durante o restante da madrugada ainda transamos mais algumas vezes e amanhecemos agarrados, suados e nus.
Não demorou muito pra eu me mudar pro apartamento do Hélio, que foi dado como herança dos avós, que compraram com muito esforço antes de comprarem um sítio em um lugarejo pacato onde viveram até partirem, o sítio agora servia de ponto de encontro da família! Vivíamos um eterno felizes para sempre, ele sempre me mimava e eu sempre tentava fazer tudo o que ele gostava, saíamos com os amigos e sempre fazíamos trilhas e caminhadas ecológicas… no curso trilhamos juntos também, foi uma festa o anúncio do namoro e mais ainda quando fomos morar juntos, vivemos intensamente, terminamos o curso e o Hélio logo arrumou um emprego em um hospital perto de casa e eu por estar concorrendo ao cargo de gerente sênior na empresa optei por não buscar nada na área.
5 anos depois da minha mudança , a minha vida era outra, tinha um bom emprego, um marido amoroso e uma estabilidade invejável…mas tudo desmoronou quando em uma noite de terça-feira o telefone toca era o Hélio, talvez estivesse ligando pra avisar que atrasaria ou que tinha esquecido a chave , mas não, não era sua voz, era uma voz firme e surpresa, por ouvir a voz de outro homem na linha:
“Alô!?” Disse a voz “ Oi! Quem é que está falando no celular do meu marido?”
- Olha preciso que fique calmo! - como se alguém conseguisse ficar depois desta frase! - Sou o doutor Bruno Figueiredo e gostaria que comparecesse ao hospital, com os documentos do sr. Hélio! Ele sofreu um acidente e se encontra internado! - era como se um buraco estivesse me puxando e eu não conseguia dizer nada. Desliguei o telefone e fui ao hospital que o tal doutor me disse, chegando lá a pior notícia que eu poderia receber veio da boca daquele homem franzino de voz grossa: - fizemos de tudo, mas a colisão foi grave e infelizmente seu marido não resistiu! - Eu não vi mais nada além do meu reflexo no azulejo da parede!
O velório foi de caixão fechado, a mãe dele chorava desesperadamente a morte do filho único, seu tio e tia incrédulos, sentados ao meu lado e eu sem nenhuma reação… eu não chorei aquele dia, nem no segundo, nem na semana seguinte e nem no outro mês. Eu me sentia mais nada. Perdi o emprego, peso, meus amigos vinham me animar, até minhas irmãs me ligaram, minha mãe preocupada com meu estado ordenou que me trouxessem de volta a minha antiga morada. Fiquei meses sem falar e 4 meses depois, instalado em um dos quartos da casa de meus pais eu o vi, sorrindo, ele se sentou do meu lado e em um abraço disse que tudo estava bem… eu acordei em prantos no meio da noite ao perceber que tudo era um sonho, chorei tão alto que acordei meus pais, que vendo meu estado chamaram minhas irmãs que moram perto. Uma delas se sentou ao meu lado e apenas segurou minha mão, eu senti que ela queria me dizer tanta coisa, eu entendi, entendi tudo em seu gesto!
As visitas ao psicólogo que eu fazia frequentemente, foram diminuindo. Minha convivência com minha família mudou da água pro vinho, acho que todos aqueles anos separados nos fizeram crescer e entender que há laços que independente da distância ou situações, jamais se romperá. Eu aos poucos fui me inteirando da vida e fui voltando a ser quem eu era, não quis voltar pro apartamento,nem pra cidade, talvez recomeçar aqui seria uma boa opção. A mãe do Hélio queria que eu ficasse com o apartamento, mas com o casamento do seu irmão optaram por deixar ele morar lá, já que ele, dos três, era o único que não tinha casa. Busquei apenas algumas coisas pra montar minha casa aqui… sim fui morar sozinho, foram anos de liberdade, não me adaptei a casa dos meus pais. Vi também a oportunidade de seguir a área que eu tinha abandonado, busquei emprego e logo encontrei um home care para trabalhar. Tudo era novo e eu estava me reconstruindo e descobrindo um novo modo de viver!
Ao findar aquele ano eu já era outra pessoa, e com novos propósitos. Do Hélio eu sentia tanta saudade que chegava a doer, mas todas as vezes que pensava nele eu sorria, parecia que eu sentia a sua presença. Eu sabia que ele queria o melhor pra mim. Eu sabia que de onde ele estivesse ele estava feliz por mim. Eu tinha muitas expectativas para o próximo ano e eu estava correndo atrás de todos os meus sonhos, já tinha uma lista de coisas pra fazer, viagens,habilitação e a casa própria. O ano novo era um recomeço, uma luz no fim do túnel… um novo ciclo na minha vida!