Memória de um Menino do Rio.
Hoje acordei melancólico, com saudade do passado. Fazendo o clichê: tempos que fui tão feliz e não sabia “ser verdadeiro e cruel".
O cenário era o Rio de Janeiro do começo da década de 70. O regime militar estava no auge de sua rigidez. Acabava de retornar definitivamente para o Brasil, após ter me auto exilado, por três anos nos Estados Unido. Logo descobri que apesar da censura ainda vigente, aquela mesma que havia feito eu sair do país, os artistas e jovens da época continuavam resistindo por meio da contracultura.
Um ano depois de meu retorno, um píer foi construído na praia de Ipanema,
A princípio, a ideia não parecia nada agradável, mas a estrutura acabou formando um dos maiores points da história do Rio de Janeiro.
Só que, para construir o píer, foi necessário modificar a formação do solo no local.
A areia foi retirada do lugar onde fica a estrutura e foi colocada ao redor da faixa de areia que ficava ao lado. Com o vão, a praia ganhou as melhores ondas do Rio — melhores até que as do Arpoador, que era o local preferido dos surfistas. Além disso, a areia colocada em volta formou as dunas, que ficaram conhecidas como Dunas do Barato ou Dunas da Gal.
As ondas chamavam atenção dos surfistas, as dunas, que escondiam a praia e garantiam um bom nível de privacidade, criando um atrativo extra.
Agora sim, situados no tempo e espaço, vamos a minha história.
Eu morava na rua Teixeira de Melo, bem próximo ao píer. Frequentava a Padaria do senhor Manuel, em dois períodos, de manhã para o cafe e a tarde para o happy hour.
Era uma padaria tradicional da época, com um grande toldo e mesinhas na calçada. Por hábito ocupava quase sempre a mesma mesa do canto direito, próximo ao um grande vaso com uma Palmeira, dando uma sensação de privacidade.
Observador por natureza, acompanhava a rotina ao redor, e criei o hábito de mentalmente prever, quem entraria na padaria, quem pegaria o próximo ônibus e assim por diante.
O que eu realmente não perdia toda manhã era acompanha-lo descendo a rua com sua prancha. Seu corpo era todo definido, o bronze da pele destacava cada músculo, seu peitoral era largo, braços fortes com um Dragão tatuado, tornando-o, único.
Demorou para começarmos a nos cumprimentar, iniciou com um aceno da cabeça, depois de alguns dias, emiti meu primeiro bom dia. Neste dia escutei pela primeira vez sua voz e já estava apaixonado.
Na época estava trabalhando em dois jornais, no Jornal do Brasil e Diário de Notícia, este estava sobre intervenção do governo, o que me exigia pouca atenção. Trabalhava em casa, levando o trabalho a redação duas vezes por semana, suponho que nós jornalistas inventamos o Home-Ofice, hoje tão badalado e usados por todos. Nesta condições, me sobravam tempos ociosos, que naquele momento passei a gastar apreciando o mar, e com ele os surfistas de Ipanema. Um em particular se tornou meu alvo. Sentava nas dunas de areia e passava horas ali observando o movimento e pegando material para criar as minhas crônicas semanais. Estava eu olhando naquele dia, para o nada, literalmente, uma vez que as ondas estavam pequenas e os surfistas haviam migrado para outras praias, o dia nublado também afugentaram os banhistas. Estava totalmente perdido nos meus pensamentos, quando vejo alguém fixar a Prancha na areia. Dou uma olhada por cima dos meus ombros e vejo ele se aproximando com aquele sorriso cativante, meu coração deu um sobre salto e escuto ele dizer:
— Hoje tá! ruim e foi se sentado ao meu lado. Por alguns segundos, fiquei sem ação, respondendo automaticamente:
— pois é hoje o mar não está para surfista.
Pela primeira vez nos apresentamos, seu nome era André e me contou estudar a noite no colégio São Paulo no prédio novo da Vieira Souto, e neste ano completaria 18 anos.
Perguntei da tatuagem se tinha algum significado, me contou significar sabedoria, força, poder, proteção e riqueza. …
Na minha vez, contei ser jornalista, onde trabalhava, o que fazia, curioso perguntou minha idade, falei que em outubro daquele ano completaria 29 anos. Fomos interrompidos pela chegada de dois amigos dele que o convidarem para ir para o Arpoador.
Os dias foram se passando,
André agora parava na minha mesa pela manhã, por muitas vezes dividimos o suco de laranja do café. Nossa amizade foi crescendo e logo ele começou a aparecer, também no horário da tarde antes do colégio. O meu maior prazer era vê-lo vindo em minha direção de calção de surfista sem camisa, com o peito aberto. Está cenas se repetiu várias vezes naquele ano. Agora estávamos íntimos, já o chamava pelo seu apelido, Deco, apelido dado pela sua irmã mais nova. Ele era o galã da praia, conhecido e admirado por todos que frequentavam o local, inclusive pelos artistas. Certa manhã, quando passou perguntou se poderia ajudá-lo em um trabalho escolar, sobre a história do bairro e que o professor exigiu que o trabalho fosse datilografado. Concordei e marcamos para o próximo dia, a noite.
Lembro exatamente o dia e a hora, mesmo após, 49 anos. Era dia, 16 de março de 1973, uma sexta-feira. Ele chegou no meu apartamento por volta das 20 horas. Trazia consigo uma pasta cheia de anotações e dois livros que havia pegado na biblioteca do próprio colégio. Trajava uma bermuda larga, azul-marinho e uma regata branca, calçava um par de chinelos havaianas.
O recebi de short, camiseta e descalço, afinal estava na minha casa. Eu tinha um escritório montado no meu apartamento que se constituía de uma escrivaninha duas poltronas e uma confortável cadeira, onde passava muitas horas a escrever, além disto uma grande estante com livros de pesquisas, um sofá e um puf para descansar os pés. A máquina de escrever era uma Olivetti manual, com acionamento mecânico das teclas. Ainda a guardo, com muito carinho. Deco, estava falante e corria os olhos por todo ambiente, curioso pegou vários objetos indagando suas origens. Achei graça naquela inocência quase infantil e ficamos assim por alguns minutos, até que resolvi iniciar nosso trabalho.
Falou precisar entregar-ló ao professor na segunda-feira, e que tiraria este fim de semana para realizar a tarefa, contou que a família fora passar o fim de semana em Maricá, que estaria dedicado somente a realização do trabalho. Perdemos algumas horas, pesquisando nos livros e utilizei algumas matérias dos meus arquivos e fizemos algumas anotações, o que nos deixou exaustos e famintos. Resolvemos dar uma pausa, fui para cozinha para preparar um lanche. Ele ficou na sala, encontrou meus LPs, escolheu um de Caetano Veloso e colocou para tocar. Entrou na cozinha já com dois copos de whisk, perguntando onde estava o gelo. Ficamos bebericando e comendo, jogando conversa fora, o calor estava a todo vapor.
Deco pediu permissão para tirar a camiseta ficando apenas de calção.
Ao vê-lo sem camisa e já alterado pela bebida, soltei um elogio ao seu corpo.
Em um ato impensado, toquei seu peitoral correndo a mão até sua barriga próximo ao cós de seu calção. Ele se levantou rápido e começou a andar pela sala com seu copo a mão, tomou um gole e foi para a janela, onde permaneceu a olhar a rua. Eu fiquei desorientado, sem saber o que fazer, pensando ter estragado tudo. Seu desconforto era evidente, isto me constrangia.
Ainda sem falar nada, se serviu de mais uma dose e tomou em um único gole, já enchendo novamente seu copo. Aproximei me dele, as palavras não saiam, ele veio a meu encontro.
Mesmo com a minha proximidade, não se afastou, o que me encorajou a prosseguir com meu assédio. Nossas pernas se tocaram, senti seus pelos tocarem nos meus, minha coxa encostou levemente no seu, pênis ainda flácido, me afastei e voltei a encostar, ele nada falava.
Sem esperar mais nada, ele me agarrou e me beijo, em um beijo violento e forte, explorando minha boca com sua língua. Livrei-me da minha camiseta e voltamos a nos abraçar e a nos beijar, comecei a lamber e a sugar seu corpo, iniciando pelo pescoço. Levei minha mão, a sua rola, ainda meia bomba e apertei, senti que seu corpo estremeceu me dando aval para continuar. Fui me ajoelhando, passando a língua em torno de seu umbigo.
Juntamente descia seu calção, a cabeça de sua pica despontava para fora de sua cueca. Não resisti e a toquei com a pontinha da minha língua, provando lentamente e com prazer, seu melado agridoce.
Sua pica era grossa e deveria ter uns 18 cm era bem torneada, com a cabeça exposta e avermelhada. Deco gemia baixinho, e com suas mãos, empurrou minha cabeça de encontro a seu mastro. Libertei sua rola puxando sua cueca, e a abocanhei. Neste momento meu corpo se arrepiou todo, minha rola pingava na cueca que imediatamente, arranquei com a bermuda. Chupava a sua rola e saco e ele se retorcia, começou a movimentar seus quadris fudendo minha boca, seus pelos pubianos eram fartos o que me deixava com mais tesão. Ele apontou para o sofá e disse:
-Fica de quatro para mim. Obedeci imediatamente.
Puxou minha cintura para trás empinando minha bunda. Vi quando lubrificou sua rola com a própria saliva e forçou aquela cabeça no meu cuzinho. Ele forçava mais e mais… e já ia voltar o pau para forçar novamente quando a ponta de sua rola entrou.
Senti uma grande dor, mas, ao mesmo tempo, me dava muito tesão. Aquela coisa enorme preenchendo meu traseiro, e justo, do meu surfista e brother. Era demais. Ele enfim forçou o corpo do pênis que entrou todo. Confesso que senti dor, mas não reclamei para não quebrar o clima, gradualmente seu mastro foi se ajeitando dentro de min. Ele dizia:
— Ai caralho, que cuzinho apertado… Que delícia, que tesão.
Ele começou a bombar o pau e eu gemia baixinho. Aquele pau enorme me deixou louco enquanto entrava e saía. Deco gemia de tesão, segurou me, com força pelos meus ombros como que não quisesse que escapasse e fodeu forte. Ele meteu por uns 10 minutos, punhetando para mim e não aguentei. Gozei muito! Ele continuou a bombar. Inesperadamente, parou de meter por um momento. Penso que tava querendo evitar gozar.
Tirou devagar de dentro de mim, senti uma sensação incrível de vazio, um, tesão inexplicável.
Sentei no sofá. Ele veio e começou a se punhetar em silêncio, bem colado ao meu rosto e em seguida deu uma bela gozada lambuzando minha cara. Era tanto leite que escorreu pelo meu peito. As pernas dele tremiam. Depois ficou passando a cabeça do pau na minha cara, para espalhar a porra. Mesmo já tendo gozado, meu pau endureceu de novo vendo ele fazer aquilo. Ele esfregou o pau nos meus lábios, coloquei a língua para fora e lambi a cabeça do pau dele todo gozado. Engoli seu pau inteiro e ele gemeu alto.
Começou a morder delicadamente meu pescoço forçando-me a levantar a cabeça para nos beijarmos. .
Devido ao sexo e a bebida se estirou no sofá, e eu ainda fiquei brincando com sua rola enquanto me masturbava até gozar novamente. Ele embarcou em um sono profundo até o dia seguinte.
Eu estava muito excitado pelos acontecimentos e não consegui dormir, fui para o escritório e terminei o trabalho. Aquele fim de semana passamos no apartamento, praticamente sem roupas.
Nós tornamos uma espécie de namorados. Corrigindo, eu me tornei namorado dele.
Ele aparecia quando lhe convinha e sempre era sensacional.
Ele foi meu eterno flerte, seu corpo me causava arrepios. Nunca deixou de ser um menino vadio, com uma tensão flutuante.
Eu sempre pedia a Deus para o Protegê-lo.
Seu sonho era surfar no Havaí, o que realizamos juntos. Ficamos por 15 anos, entre idas e vindas.
Até que ele sofreu um grave acidente de moto, ficando em coma por dias e perdeu completamente os movimentos de um lado do corpo, impossibilitando de voltar a surfar.
Após este período, ainda tivemos juntos algumas vezes, mais aos poucos ele se afastou de todos.
Tentei visitá-lo por diversas veze, ele sempre se negou em me receber.
Deprimido com o acidente e suas sequelas, André cometeu suicídio dois anos depois.