Começava a anoitecer e finalmente Beto voltou. Ele estava diferente, não era mais aquele homem triste que voltou do México. Ele estava sério e impassível. Fui ao seu encontro:
– É sério que você socou o Paulo? Você está maluco? E o seu trabalho? Como fica agora?
Beto me olhou com olhos frios:
– Preste bastante atenção nas minhas palavras. Eu não sou seu dono, nem posso lhe obrigar a obedecer. Você é uma mulher adulta, inteligente e dona de si. Está na hora de fazer uma escolha: Eu ou a vida liberal.
Tentei protestar:
– Você mesmo disse que as coisas não são assim, que não devemos tomar decisões de forma unilateral …
Beto estava realmente decidido:
– Eu não estou decidindo por você. Muito menos impondo o que você deve fazer. Estou te dando o direito de escolher, é você que vai tomar a própria decisão. Eu já sei o que quero e não vou mais me deixar influenciar ou ser pressionado. Eu errei com você, admito e assumo esse erro, mas não posso, e nem quero, viver a minha vida, a nossa vida, como refém eterno dessa situação. Ou seguimos em frente como um casal, exclusivos um do outro, ou seguimos separados.
Eu não sabia o que dizer, como argumentar. Beto ainda não tinha terminado:
– Pense bem, pondere, reflita. Não precisa me responder agora. Eu entendo sua atração por esse mundo, pois por um curto período, também me deixei envolver. Eu vou entender, mesmo que não concorde, se você demorar alguns dias para me responder.
Beto voltou a pegar a chave do carro:
– Estou indo buscar o pequeno. Vai comigo?
Achei melhor não o contrariar naquele momento, apenas aceitando o seu convite. Entramos no carro e mal nos falamos durante o trajeto até a casa da minha mãe. Beto estava realmente diferente, senhor de si e da situação. Ainda ficamos algum tempo por lá, disfarçando para todos o estado em que estávamos. Conversei com meus irmãos e ainda jantamos em família. Voltamos para casa algumas horas depois.
Dei banho no pequeno e o coloquei para dormir. Fiquei deitada com ele na cama, acariciando seus cabelos enquanto ele pegava no sono. Eu já começava a avaliar o ultimato que o Beto me deu. Pesando o melhor para a nossa vida e para o nosso futuro. Por três ou quatro dias nos falamos pouco. Eu por receio e Beto tentando me dar espaço para decidir sem me pressionar. Não havia clima para namoro e muito menos para sexo. Até no trabalho eu me afastei de Alex e pedi que Carina me desse um tempo antes de nos encontrarmos.
Minha escolha já estava feita, o meu casamento, a minha família, eram a minha prioridade, não poderia ser de outra forma. Mesmo gostando do estilo de vida liberal, me sentindo pronta para aquele mundo, eu não podia trocar o certo pelo duvidoso.
Mas eu queria fazer o Beto se angustiar um pouquinho antes de responder, mostrar que as coisas não são do jeito que ele queria. Ele não podia me subestimar e praticamente me obrigar a fazer uma escolha. Não havia escolha a ser feita, apenas uma chantagem emocional: ou eu fazia o que ele queria ou ele iria embora. Eu não tinha opção, senão aceitar.
{…}
Beto:
Nem Laine e nem eu, dávamos o braço a torcer. Meu ultimato mexeu profundamente com ela. Ela estava quieta e arredia, muito mais apegada ao pequeno, o mimando o tempo todo, acho que com medo de uma possível separação.
Durante os últimos dias, eu analisei minuciosamente meu contrato de trabalho com o Paulo. Ele me dava duas opções: pagar a multa contratual, que era bem pesada para a minha atual situação, ou aguardar dois anos antes de trabalhar para a concorrência. Nenhuma das opções era viável para mim. Talvez, vendendo a casa e carro, eu poderia optar pelo pagamento da multa. Mesmo estranhos um com o outro, precisei expor a situação para a minha esposa e aproveitei para falar sobre o pedido da Fernanda de não ouvir outras propostas antes de falar com ela. Laine foi bem objetiva:
– Por que você não discute a situação com a Fernanda? Ela quer que você trabalhe para ela, não é? Vai ver, ela mesmo aceita pagar essa multa para acelerar o processo e poder contar com você. Não é assim no futebol? Acredito que seja a mesma situação.
Laine ficou em silêncio por alguns minutos, pensativa, me encarando e por fim, disse:
– Por que não a convidamos para jantar? Sei que não estamos em um bom momento, mas …
Eu a interrompi:
– Na verdade, é uma boa ideia. Obrigado! Sobre não estarmos em um bom momento, acho que sabemos muito bem o porquê.
Laine me encarou novamente, com os olhos marejados, ainda indecisa sobre o que fazer. A espera por sua resposta começou a me frustrar. Se ela estava tão indecisa, era um sinal claro de que o nosso casamento talvez não fosse mais uma prioridade. Talvez aquele mundo liberal realmente tivesse me roubado a minha esposa.
De qualquer forma, eu precisava resolver meus problemas profissionais. Peguei o telefone e liguei para Fernanda. Fui atendido no segundo toque:
– Beto, que bom que ligou. Eu estava mesmo pensando em falar com você. É verdade que você socou o Paulo? – Fernanda não disfarçava o riso do outro lado.
Fiquei sem saber o que dizer. Ela continuou:
– A Patrícia já fez questão de espalhar para todo mundo o que supostamente aconteceu. Colocando ela e o Paulo como vítimas, lógico. Te conheço e sei que a verdade é bem diferente do que ela está contando.
Não querendo falar sobre aquilo, fui direto:
– Eu liguei para te fazer um convite. Se você não tiver nenhum compromisso marcado, gostaria de vir jantar aqui em casa hoje?
Fernanda pensou por alguns segundos e disse:
– Não é bem um compromisso, mas Júlio e Silvana ficaram de vir em casa, bater papo e jogar conversa fora. Eu posso marcar com eles para outro dia, não tem problema. Sabe que eu vou insistir em ter você trabalhando comigo, né?
Achei que seria deselegante fazer ela escolher e propus:
– Se eles não se importarem, pode trazê-los também. É até melhor assim, pois já conto minha versão dos fatos apenas uma vez. E você sabe que eu sempre daria prioridade a sua proposta acima de qualquer outra.
Desliguei e aproveitando a proximidade da Laine, pedi:
– Podemos dar uma trégua? Sei que estamos totalmente fora de sintonia no momento e não precisamos fingir que estamos bem, mas podemos apenas tentar ter uma noite agradável?
Laine concordou e até me deu um beijo carinhoso nos lábios, sorrindo para mim e acariciando meu rosto:
– Claro, seu bobo. É claro que podemos esquecer um pouco os problemas. Uma noite diferente, entre amigos, talvez nos faça bem e até seja o que precisamos. Eu gostaria muito de conhecer um pouco mais a Fernanda. É a oportunidade perfeita.
Corri até o açougue e comprei uma peça de filet mignon. Medalhões são simples e fáceis de fazer, agradando a qualquer carnívoro. Salada e arroz branco para acompanhar, algumas garrafas de um bom vinho e o cardápio estava pronto. Aliás, lembrei que ainda faltava a sobremesa. Ainda bem que perto de casa existe uma doceria excelente. Passei pelo local e peguei uma torta holandesa que acabava de ser exposta.
Tomei um banho rápido assim que cheguei e me arrumei de forma mais casual, bermuda e camiseta, afinal, estava em casa. Deixei que Laine e o pequeno se demorassem mais, pois, com certeza, mesmo sendo um simples jantar entre amigos, ela não abriria mão de uma produção caprichada.
Enquanto começava os preparativos do jantar, a campainha tocou e eu mesmo fui atender. Laine e o pequeno ainda não tinham descido. Abri a porta e nossos convidados sorriam para mim. Fernanda e Silvana me deram um abraço e um beijo na bochecha cada uma. Júlio me cumprimentou com um forte aperto de mão e um abraço com direito a tapinhas nas costas. Todos estavam simples, elas de vestidos, Júlio de calça jeans e camisa.
Os três não fizeram cerimônia, me acompanhando até a cozinha e se sentando em volta da ilha. Laine desceu logo em seguida e para a minha surpresa, ela também estava vestida de forma simples, uma saia mais comportada e uma blusinha que tampava a barriga. Para completar, uma maquiagem leve. Como sempre, o pequeno foi o centro das atenções.
Inicialmente, a conversa seguia de forma casual, Laine entrosada com Fernanda e Silvana, Júlio e eu conversando amenidades. Todos já com suas taças de vinho em mãos. Com o pequeno entretido no vídeo game, rapidamente o assunto Paulo e Patrícia surgiu. Silvana não aguentava mais esperar e nos contou o que Patrícia estava dizendo:
– Primeiro ela disse que Laine a procurou, que brigou com o Beto porque ele a abandonou. Ela nos contou que você confidenciou a ela que não acredita que o Beto broxou com a Carina, que foi apenas uma combinação dos dois, uma manipulação. Ela disse também que você queria conhecer o mundo liberal com alguém mais experiente e praticamente se jogou para cima dela. Que estava tudo bem entre vocês três, que você disse que queria e que, por sua vontade, ela chamou o Paulo para participar. Ela então falou que do nada você começou a dar chilique. Ela disse que as câmeras da piscina podem provar a versão dela, mas se recusou a deixar alguém ver.
Pelo que eu conheço da Laine, sua reação já me mostrava que tudo aquilo era uma mentira. Ela me confessou que realmente deixou Patrícia a vontade no começo e que se não fosse a chegada do Paulo, as coisas poderiam ter avançado entre as duas. Muito envergonhada, mas sendo honesta, mantendo o que me contou, Laine repetiu a história para os três.
Eu também precisei ser honesto e mesmo me sentindo um merda, um incompetente, olhando nos olhos da Laine, fui sincero:
– Eu estava me divertindo com a Carina, até chegamos a trocar alguns beijos, nos despimos e … realmente não estava sendo ruim, mas assim que eu ouvi os gemidos, parece que meu cérebro desligou, eu não conseguia reagir. Eu pude ver a decepção estampada no rosto da Carina, mas não consegui me concentrar mais.
Me vendo cabisbaixo, Silvana segurou em minhas mãos:
– Isso é muito normal, querido! Você se forçou a uma situação que não estava preparado. Carina o defendeu, nos contou a verdade, desmentindo a versão da Patrícia.
Laine também resolveu se pronunciar, vindo se sentar ao meu lado, se encostando em mim:
– Mas foi exatamente por isso que eu fiquei chateada com você. Poxa, eu já disse que você deveria ter sido honesto e me contado a verdade. Eu teria parado tudo e respeitado o seu momento. Eu posso ter acelerado as coisas, mas eu sempre quis que fosse bom para nós dois, que estivéssemos na mesma página.
Silvana se virou para a Laine:
– O que aconteceu com você, também aconteceu comigo. Paulo tentou fazer a mesma coisa, usando Patrícia para me envolver e depois tentando se enfiar entre nós. Daquela vez, nós demos a eles um voto de confiança, pois ele e Júlio são amigos de longa data.
Silvana tomou um gole de vinho e nos contou como aconteceu:
– Eles nos convidaram para um final de semana na praia. Confesso que eu estava tarada para dar uns pegas naquela preta gostosa. Fomos para o quarto, começamos a nos envolver e logo depois o Júlio e o Paulo entraram. No começo, eles ficaram sentados próximos, nos assistindo. Quando a coisa estava pegando fogo entre a Patrícia e eu e o Júlio saiu do quarto para pegar bebidas, o Paulo simplesmente se colocou atrás de mim e tentou me penetrar. Eu não acreditei em tamanha cara de pau e acabei o humilhando. Todos sabem que nosso fetiche é pelos bem-dotados, por falos poderosos.
Silvana deu uma risada gostosa, sendo acompanhada pelo marido. Ela voltou a falar:
– Eu não aguentei, fiquei muito puta. Disse para ele: “você me conhece, né? Sabe que esse trocinho aí não vai me satisfazer. Se coloque no seu lugar”. Júlio voltou ao quarto e ficou muito bravo com o que ele tentou fazer e fomos embora imediatamente.
Mais séria, Silvana tomou mais um gole de vinho:
– Ele nos procurou na semana seguinte, pediu desculpas e nós resolvemos dar um voto de confiança, como havia falado. E também, em seguida aconteceram os problemas com aquela vagabunda … quer saber? Deixa pra lá. Vamos mudar de assunto.
Júlio pediu a palavra:
– Eu acho que até agora, vocês só foram bombardeados com o lado bom do mundo liberal. Por serem jovens, atraentes, acabaram conquistando a todos do nosso grupo …
Silvana roubou a fala do marido:
– É verdade. Lembra do primeiro conselho que dei a você, Laine? Sobre como desinibir o seu homem, como trazê-lo para o seu lado? Os ménages com outras mulheres? Esquece. Acho que o que você precisa mesmo, ou melhor, vocês, é ouvir um pouco da história da Fernanda, pesar os dois lados antes de tomar qualquer decisão. É óbvio que vocês se amam e, neste caso, informação nunca é demais.
Os olhos da Laine faiscavam de curiosidade olhando para a Fernanda. Ela se rendeu:
– Tá bom, eu conto. Mas só depois de comer, afinal, fui convidada para um jantar.
Acabei me entretendo na conversa, esquecendo de fazer a minha parte. Temperei os medalhões e comecei a fritá-los na manteiga com alho e um ramo de tomilho, regando sempre a parte de cima. Em quinze minutos todos estavam servidos e me elogiando. O curioso foi ver o pequeno tão à vontade no colo da Fernanda enquanto Laine dava comida na sua boca.
{…}
Carina, Samanta, Júlio e Paulo:
Após a situação na casa de praia, Paulo se sentiu constrangido e humilhado pelas palavras de Silvana, o desqualificando como amante. Para um homem tão orgulhoso, aquilo merecia uma resposta à altura. Pouco tempo antes, ele tinha perdido um enorme contrato para a empresa do Júlio e sua intenção era se vingar dos dois, marido e esposa, ao mesmo tempo. O que fazer? Tentar destruir a forte relação de cumplicidade entre o casal, o exemplo para todos daquele grupo, os mais queridos, os que todos procuravam em busca de conselhos.
Paulo sabia que apesar de ser um corno manso e submisso a esposa, Júlio também tinha suas preferências. Samanta se encaixava direitinho em seus planos. Ele precisava ser inteligente e armou a situação ideal: fazer com que Samanta se aproximasse de Carina, a integrante mais recente do grupo, secretária do Júlio, e deixar que ela a trouxesse para o meio deles, tendo sua ligação com Samanta escondida, ficando acima de qualquer suspeita.
Paulo subornou um membro do RH e infiltrou Samanta na empresa do Júlio. Apenas uma terceirizada, lidando diretamente com Carina. Ela seria a encarregada de recolher e arquivar documentos. Não demorou muito para que a personagem doce e sofrida que ela escolheu representar, caísse nas graças da gentil e amigável Carina. Foram necessários alguns meses de persuasão e mentiras sobre sua suposta vida liberal para que o convite acontecesse. Samanta, enfim, ganhou acesso a cama de Alex e Carina. De lá para o grupo foi um pulo. Três meses depois, a própria Carina a escolheu como uma das acompanhantes para a viagem de negócios do chefe.
A princípio, aquela não seria apenas uma viagem profissional, pois com a presença de Silvana e Alex, a intenção era de que todos se divertissem durante as noites daquela semana. Os dois casais já tinham a própria sintonia, sendo Alex um dos comedores que Silvana mais gostara ultimamente, o único que a interessava não apenas pelo dote, que não era de tamanho tão avantajado como o fetiche dela pedia, mas por toda a amizade e lealdade daquele jovem casal para com ela e Júlio.
Samanta seria a novidade, o algo mais, pois tanto Carina quanto Silvana a acharam linda e tinham uma forte atração pela morena desde que Carina a trouxera para o grupo.
Um impedimento de última hora, um problema que só Silvana poderia lidar, acabou atrapalhando os planos, mas como Júlio precisava se fazer presente, ela não se permitiu estragar o prazer de todos, confiava no marido e nos amigos, portanto, mesmo sem a sua presença, autorizou aos quatro se divertirem durante as noites no hotel.
Assim como Paulo previra, sabendo que Júlio era um apreciador de morenas de corpo mignon, com cara de puta e jeito de ninfeta, Júlio se permitiu aquele prazer exclusivo, longe da esposa, mas sempre contando com sua concordância e cumplicidade.
Após o primeiro dia puxado do evento de negócios, Júlio cedeu suas entradas em um evento teatral exclusivo para que Carina e Alex pudessem se divertir como um casal, uma fuga da rotina. Sua intenção era ficar sozinho com Samanta e aproveitar aquele raro momento em que seria o dono da ação, não espectador passivo do prazer da esposa. Amava ser o corno dela, adorava vê-la tendo prazer na rola potente de machos muito mais dotados do que ele, mas também sentia falta de um pouco de prazer egoísta.
Pediu que servissem um jantar caprichado em sua suíte e nem precisou se esforçar demais, pois a nova funcionária safada era puro veneno e já partiu pra cima dele assim que entrou no quarto, usando todas as suas armas de sedução. Samanta deu um beijo quase obsceno no patrão e brincou com ele:
– E pensar que eu ainda estou sendo paga para isso. – Ela fez sua melhor cara de safada. – Me sinto uma putinha, amante do chefe.
Júlio a puxou para a cama e começou a tirar sua roupa:
– Então você adora ser a putinha do chefe?
Ela montou em cima dele, se esfregando:
– Para um chefe gostoso assim, sempre. Faço até hora extra.
Júlio retirou sua blusa e admirou os seios muito bem formados, perfeitos, de aréolas escuras, pequenas. Apertou um por vez:
– Você é uma putinha deliciosa, sabia? Nem acreditei quando Carina disse que você era uma safadinha liberal como todos nós.
Samanta sabia provocar:
– Pois acredite. Para você, sou totalmente liberal e liberada. Faça o que quiser comigo, chefinho.
Júlio já estava doido de tesão, sentindo o pau vibrar de excitação, ainda preso pela cueca. Samanta começou a beijar seu peito, descendo pela barriga, tirando o pau para fora e lambendo a cabeça:
– Já tá animado, chefinho?
Ela enfiava metade na boca, olhando para ele com cara de sapeca. Deliciado com o boquete tão bem-feito, ele gemia:
– Que gostoso, sua safada. Que boquinha maravilhosa.
Samanta dava o seu melhor, de olho na recompensa prometida por Paulo. Se deixasse aquele corno idiota apaixonado a ponto de largar a esposa, sua vida estava garantida. Percebeu que teria trabalho duro pela frente, pois Júlio se mostrava um amante experiente e muito seguro. Nem conseguiu fazer com que ele gozasse em sua boca, sendo rapidamente dominada, colocada de quatro e tendo sua buceta penetrada com virilidade.
– Isso, minha putinha. Rebola gostoso pra mim.
Surpresa inicialmente, Samanta já curtia a forma habilidosa com que Júlio a fodia, estocando fundo nela, massageando seu grelo e dando tapas carinhosos na bunda. Ela se jogava para trás, tentando extrair ainda mais prazer daquela foda tão inesperada, que ela achou que seria um martírio, mas que se transformada em uma das melhores da sua vida.
Júlio a virou novamente, ficando de frente para ela e voltando a penetrar. Carinhoso, dava beijos calmos, gostosos, chupando a língua dela e dando mordidinhas prazerosas nos lábios. Totalmente entregue, Samanta sentia pequenos choques de prazer no clitóris quando seus corpos se batiam. Júlio cadenciava o ritmo, a força, os movimentos, sempre calculando o impacto de cada estocada dentro dela. O primeiro orgasmo veio rápido, intenso, seguido de mais socadas fundas, sem direito a descanso. Júlio a fodia completamente, a deixando atordoada, lhe dando um prazer tão novo, tão diferente, que ela só pedia por mais:
– Você quer acabar comigo, só pode … não para … mais … por favor … me fode …
Júlio a colocou de bruços, de pernas fechadas, numa penetração ainda mais apertada, friccionando de forma muito gostosa o canal vaginal. O segundo orgasmo veio ainda mais intenso, mais forte, mais avassalador, com Samanta querendo mais daquela sensação incrível e que a perturbava. Enquanto era fodida de forma alucinante, pensava: “Como eu pude julgar esse livro pela capa? Ninguém nunca me comeu tão gostoso”. Ela precisava pedir:
– Fode meu cu … por favor, eu preciso… eu quero …
Júlio, animado pelo pedido, a colocou de quatro novamente e aproveitando o mel abundante que escorria de sua buceta, deu pequenas estocadas para deixar o pau bem lambuzado, apontou a cabeça naquele cuzinho que piscava de ansiedade e foi empurrando devagar. Entrando aos poucos, devagar e sempre, o pau levou quase dois minutos para se enterrar inteiro. O cuzinho de Samanta o agasalhou completamente, pompoando com delicadeza, deixando Júlio alucinado.
– Mete, mete com vontade … fode esse cu … estou louca de vontade, me fode.
Júlio começou a estocar sem se conter, bombando forte, socando o pau fundo naquele cu.
– Gostosa … que cu apertado … que delícia …
Samanta estava praticamente em órbita, maravilhada pela forma que aquele macho a fodia e a submetia completamente aos seus caprichos:
– Mete, mete mais forte … acaba comigo … faz o que quiser …
Júlio meteu. E meteu muito, atendendo aos pedidos dela, arrancando mais um orgasmo intenso antes de não conseguir mais se segurar. Caíram exaustos na cama e enquanto se recuperava, Samanta voltava a ser ela mesma, gananciosa e golpista, esquecendo todo o prazer e voltando a pensar no dinheiro prometido, cúmplice de um canalha invejoso.
Foderam durante todo aquele final de semana. Às vezes trazendo Carina para brincar, outras só os dois. Continuaram fodendo ao retornar para casa, três meses de pura luxúria, onde Júlio, sempre com a concordância da esposa, feliz por ele se soltar um pouco mais, se permitiu curtir aquele prazer que quase nunca sentia, o prazer de ser um macho dominante, de subjugar e submeter uma fêmea. Samanta estava tão confiante em seus encantos, em sua capacidade de sedução, que jamais poderia imaginar que Júlio fosse diferente, que teria alguma possibilidade de resistir a sua armadilha.
Um dia antes da festa de final de ano da empresa de Júlio, Paulo e Samanta se encontraram. Era hora de acertar os últimos detalhes para o golpe final. Como cortesia, Paulo deu a ela dinheiro necessário para uma produção caprichada, queria que ela fosse o centro das atenções.
Como previsto, Samanta foi o tema das conversas entre os presentes. Até Silvana e Carina se surpreenderam com sua ousadia. Ela tentava a todo instante chamar a atenção do Júlio e assim que teve a chance de ficar a sós com ele, situação forjada por Paulo com um simples telefonema, fazendo com que Júlio precisasse sair do salão para atendê-lo e dando a ela a chance para atacar. Silvana, desconfiada, acompanhava os passos da garota atentamente.
Assim que Júlio desligou, Samanta não perdeu tempo:
– Sei que posso estar passando dos limites, mas preciso me confessar, ser honesta. Eu estou completamente apaixonada por você. E sei também, que você sente a mesma coisa por mim.
Júlio se assustou:
– Não, não … calma aí. Acho que você está confundindo as coisas. Tem sido muito bom estar com você, mas para mim, é apenas sexo, curtição. Não me entenda mal, você é uma ótima garota, mas eu amo minha esposa, sou feliz ao lado dela. Acho melhor pararmos por aqui, já que chegou a esse ponto. Não quero iludir você, muito menos colocar em risco o meu casamento.
Samanta não acreditou:
– Você só pode estar brincando comigo. Estamos juntos há três meses, fodemos de três a quatro vezes por semana, até aqui no escritório. É claro que você me ama também, está estampado no seu rosto.
Silvana, ouvindo toda a conversa por trás da porta, não conseguiu mais se segurar:
– É sério isso, sua pilantra? Está tentando roubar o meu marido?
Ela avançou sobre Samanta, mas Júlio, agindo rapidamente, segurou a esposa:
– Chega, Silvana! Você me conhece, sabe que não tem motivos para se preocupar.
Samanta entrou no modo atriz:
– Você brincou comigo, com os meus sentimentos. Isso é assédio sexual, eu vou acabar com a reputação de vocês, vou expor tudo …
Silvana conseguiu livrar uma das mãos e acertou em cheio um tapa no rosto dela:
– Sua biscate, vagabunda. Com quem você acha que está falando? Acha que pode nos ameaçar? Que tem poder para isso?
Fortalecida pela raiva, Silvana conseguiu se livrar das mãos do marido e partiu de vez para cima de Samanta, que ao tentar se defender, saindo em disparada pelo corredor, acabou trombando com Carina:
– Essa maluca quer me machucar. Segura essa doida.
Samanta empurrou Carina para cima de Silvana e com as duas trombando entre si, teve o tempo necessário para escapar. Já longe de toda a confusão, pela primeira vez derrotada, fez a única coisa que poderia fazer e ligou para o Paulo:
– Deu tudo errado. Júlio me rejeitou e eu quase apanhei da Silvana. Você precisa me ajudar.
Paulo já tinha um plano de contingência preparado:
– Arrume suas coisas, vou te mandar para fora do país por um tempo. Mando alguém te pegar em duas horas.
Samanta tentou protestar:
– Mas eu não conheço ninguém fora do país, como vou me manter?
Paulo a acalmou:
– É claro que eu vou cuidar de você. Pense nisso como um prêmio pelos seus serviços. É só até a poeira abaixar, alguns meses, um ano no máximo.
Samanta embarcou para os Estados Unidos no dia seguinte. Paulo resolveu em pouco tempo os problemas burocráticos e em poucos meses, ela já tinha o visto de permanência no novo país.
{…}
Fernanda:
O jantar feito por Beto estava delicioso e assim que acabamos de comer, Laine me olhava com curiosidade, um pouco ansiosa até:
– Se for uma coisa que incomoda, que você não gosta de falar, eu vou entender …
Fui honesta com ela:
– Eu já me curei. E no fundo, foi um aprendizado importante para a minha vida.
Beto também parecia bastante curioso, já que eu havia prometido, há algum tempo, que contaria a ele. Não enrolei:
– Quando nós nos formamos, Beto e eu ainda trabalhamos por quase um ano juntos. Na verdade, eu, ele e mais dois colegas. Beto era tão acima da média, tão mais preparado do que nós, que acabamos sentindo que estávamos nos aproveitando dele, que estávamos sendo carregados nas costas. Decidi que iria me especializar mais, pedi as contas na empresa e parti para a Europa.
Tomei um gole do meu vinho, para molhar a garganta e voltei a contar:
– Eu queria fazer uma pós e um MBA, e foi lá que conheci Armando, meu ex. Morávamos na Espanha e estudávamos juntos. Em três meses já estávamos namorando, casados um ano e meio depois.
Precisei respirar, pois a parte a seguir ainda mexia comigo:
– Infelizmente, com o falecimento do meu pai, precisei voltar ao Brasil e assumir os negócios. Armando largou tudo e veio comigo. Foi quando ele me apresentou aos seus amigos. – Apontei para o Júlio e para a Silvana. – E eu aprendi sobre a vida liberal.
Silvana, simples como só ela, começou a retirar os pratos e limpar a mesa. Eu continuei a contar:
– Confesso que fiquei curiosa, mas por ser ciumenta, achei que não era lugar para mim, que não conseguiria ver o meu marido com outra mulher. Por quase dois anos, Armando tentou me convencer, me persuadir a aceitar aquele estilo de vida. Com as coisas indo mal entre nós, achei que estava prestes a perder meu marido e aceitei experimentar.
Silvana me interrompeu:
– E como sempre, o erro mais comum, nunca se abriu com a gente, nunca nos contou a verdade, deixando que acreditássemos totalmente na palavra do Armando. – Ela encarava o Beto ao falar, passando sua mensagem.
Vendo que tanto Beto quanto Laine ouviam com atenção, continuei:
– Para agradar ao Armando, acabei entrando de cabeça no meio, submissa a todas as suas vontades. Cada vez que eu transava com um homem diferente, por escolha dele, apenas para satisfazê-lo, eu ia me sentindo suja, triste, me diminuindo para que ele crescesse.
Beto me encarava pensativo e eu disse:
– Sei o que você está pensando: como aquela safada da faculdade, a que topava tudo, poderia estar se sentindo assim? Simples: não era a minha escolha, não era o que eu queria. Eu não curtia aquilo da forma que estava sendo feito, não me sentia bem. Passei a criar um certo rancor, até a deixar de gostar de sexo. Fiquei um tanto depressiva naquela época.
Eu já estava me alongando demais, era hora de concluir:
– Minha terapeuta me aconselhou a ser honesta com meu marido e contar a ele a verdade. Foi o que eu fiz e em um primeiro momento, ele se desculpou, foi solidário e aceitou voltar a fechar o casamento. Mas entre a sua promessa e as suas ações … um ano depois descobri que ele não só continuava no meio, me traindo, fazendo escondido, apenas mudando seu grupo liberal para que eu não desconfiasse. E é isso, simples assim. Nós nos separamos, eu o destruí no divórcio e hoje estou aqui.
Senti que minha história mexeu bastante com o Beto e também deixou a Laine muito apreensiva.
{…}
Beto:
A história da Fernanda me abalou profundamente. De certa forma, era a mesma situação que eu estava vivendo. Percebi a Laine muito pensativa ao ouvir o relato dela. Para quebrar a tensão, Júlio brincou comigo e com a Fernanda, desviando de assunto:
– Eu sei que posso estar sendo deselegante, mas quero avisar que também me coloco na disputa por você. Se Fernanda não conseguir convencê-lo, venha falar comigo, ouça a minha proposta.
Fernanda protestou, mas de forma divertida:
– Pode parar! Beto é meu. – Ela olhou assustada para a Laine e se corrigiu. – Profissionalmente, ok? Não entendam mal.
Todos riram e Laine a abraçou carinhosamente, mostrando que já havia entendido antes, sem precisar da explicação. Precisei ser honesto:
– Mas antes de eu me resolver com o Paulo, não posso responder a nenhuma proposta profissional. Após eu ter batido nele, sei que ele virá com tudo e se eu não pagar a multa contratual, não poderei trabalhar por dois anos.
Como Laine tinha previsto, Fernanda se ofereceu:
– Eu já disse que quero você comigo. Se for só a multa o obstáculo para ter você na minha equipe, eu mesmo pago. Pense nisso como um investimento.
Laine sorriu para mim, satisfeita por ter acertado, mas batidas na porta e um toque da campainha, surpreenderam a todos nós. Me levantei para atender:
– Sr. Roberto? É o Senhor?
O distintivo brilhava em seu peito e eu acenei positivamente com a cabeça. Ele se apresentou:
– Eu sou o delegado Clóvis da Polícia Civil. Gostaria que o senhor me acompanhasse até a delegacia para prestar os devidos esclarecimentos em um caso de agressão do qual está sendo acusado.
Eu travei naquele momento. O oficial era cortês e educado:
– O senhor não está sendo preso ou algo parecido, apenas sendo convidado a comparecer. Podemos fazer de outra forma, é um direito do senhor recusar no momento, já que não é uma intimação, mas eu agradeceria a sua cooperação.
Júlio se aproximou:
– Você tem um advogado de confiança? Eu o aconselho a aproveitar a chance. Nós acreditamos em você.
Laine já estava com os olhos marejados e tanto Fernanda quanto Silvana estavam apreensivas. Respondi ao Júlio:
– Não! Não tenho nenhum advogado específico.
Ele se colocou ao meu lado, como um escudo:
– Então vamos. Eu te acompanho. Meu advogado nos encontrará na delegacia.
Júlio disse ao delegado:
– O senhor vai na frente, nós o acompanhamos.
O delegado assentiu e eu me despedi da Laine e das outras duas. Laine me abraçou por um longo período, preocupada.
Continua ...