Esquecidos? Jamais! - parte 1

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 577 palavras
Data: 26/12/2023 21:11:38
Última revisão: 29/11/2024 13:09:42
Assuntos: Gay

Crimes esquecidos, almas inquietas

Como as sombras do passado, esses crimes jamais descansam por completo.

Estamos em janeiro de 2024.

Chuva cai em São Paulo, tornando o dia sombrio e difícil para seus cidadãos.

Exceto para Denise, uma mãe que não conhece limites na busca por justiça pela morte de seu filho, Christian.

Ela entra na delegacia, as roupas encharcadas e os olhos baixos, exalando a dor que carrega há catorze anos. O delegado Paredes murmura ao pé do ouvido de um colega:

— Coitada... Todo mês de janeiro ela vem aqui para perguntar se há novidades. Não sei mais o que dizer.

— Por que o caso não avança, afinal? — questiona o colega.

— A antiga equipe não encontrou nada, mesmo depois de várias diligências e interrogatórios. É como se o caso estivesse amaldiçoado.

Sou Bruno Alves, 28 anos. Recém-aprovado no concurso para investigador, escolhi a delegacia central de São Paulo como minha base. Novato, mas com uma sede insaciável por justiça. Desde o início, ouvi rumores de que a antiga equipe era conhecida pela negligência e por métodos... incomuns. Mas o olhar de Denise despertou algo em mim. A memória de Christian implorava por paz, e Denise merecia seguir sua vida.

Aproximei-me dela com determinação:

— Dona Denise, bom dia.

— Quem é você? — perguntou, a voz rouca pela emoção.

— Bruno Alves, o novo investigador-chefe da delegacia.

— Ah, sim... — murmurou, desconfiada.

— Vou reabrir o caso do seu filho.

— Mas ninguém encontrou nada... — respondeu, hesitante.

— Não há crime perfeito. Alguma pista existe, e eu vou encontrá-la.

— Obrigada, filho... Mas não quero falsas esperanças.

— Confie em mim. Manterei você informada.

Enquanto Denise saía, o delegado Paredes balançou a cabeça:

— Você só vai causar mais problemas. Já chega de sofrimento.

— Delegado, se há algo que aprenderemos, é que sempre há uma ponta solta. E eu vou achá-la.

— Por sua conta e risco. Os arquivos estão no subsolo.

Desci até o porão da delegacia. Um lugar úmido, tomado pelo cheiro de mofo, com caixas de arquivos marcadas como "Não resolvidos". Entre pilhas de papéis amarelados e provas recolhidas, deparei-me com a caixa do caso Christian. Naquele canto sombrio, tive uma visão fugaz: corpos empilhados, suas almas clamando por descanso. Tremi.

— Esquecidos? Jamais... — murmurei, puxando os arquivos.

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**Janeiro de 2010 – Santana, São Paulo**

— Mãe, consegui uma oportunidade de trabalho! — exclamou Christian, animado após meses de buscas frustradas.

— Que bênção, filho! Onde é?

— No hotel Palácio Tangará. É um lugar chique. Deixei currículos numa agência e gostaram do meu perfil.

— Qual é a vaga?

— Não é nada grandioso, mãe. Vou ser arrumador.

— Filho, lembra-se: é no chão que enxergamos o topo. É o seu primeiro emprego. Trabalhe duro, aprenda, e será feliz.

— Obrigado, mãe... Pelos conselhos e por tudo.

Abraçaram-se, enquanto Christian comemorava a oportunidade que parecia mudar sua vida.

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**15 de fevereiro de 2010 – 23h45 – Palácio Tangará**

O som do samba ecoava pelos corredores do hotel, misturado ao riso e ao estalo de taças. O baile de Carnaval estava em pleno vapor. No entanto, em um dos quartos, um cenário de horror se desenrolava.

Christian jazia de bruços em uma poça de sangue que parecia nunca cessar. Seu corpo estava amarrado com lençóis. Havia sinais de luta; o quarto estava revirado, e uma garrafa quebrada reluzia sob a luz pálida.

O silêncio macabro daquele quarto contrastava com a festa que explodia alguns andares abaixo. E, entre os fragmentos de vidro e sangue, o mistério do que realmente aconteceu naquela noite nasceu.

**(Continua no próximo episódio)**

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Uau! Você é uma máquina de suspense/mistério! Haha

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