-Olhar como?
Ela levantou e me ajudou fazer o mesmo, sentamos no sofá, eu com as pernas dobradas em cima do sofá e ela com os pés no chão.
- A oito anos atrás quando meu pai trouxe você, pra mim você era só uma prima esquisita do interior, quando ele disse que vinha morar já fiquei meio assim, afinal não sabia quem você era, nem nada sobre você, quando chegou não desgrudava da Ca, pra cima e para baixo, no primeiro Natal que passamos na casa dos meus pais, voe estava perdida com tata coisa, mas sempre se portou muito bem, lhe dava melhor que eu com os talheres, sempre me enrolei com a quantidade de garfos!
- Eu e minha mãe brincávamos quando era pequena. (Meu olhar muda, fica triste e perdido. Ela pega minha mão). – Nos brincávamos que de princesa, ela era a princesa e eu a Irmã mais nova, ela nunca me deixava ser o príncipe, era muito mais legal, mas ela dizia que era uma moça e tinha que ter modos!
- Nossas mãe tem cada coisa!
- Verdade!
- A primeira vez que vi esse olhar foi no Natal, depois que a Ca se foi, só vi esse olhar triste, isso no último fim de ano, por que você nunca mais veio, aí você começou a competir, cada vez mais ia se afastando, foi quando fui estudar fora e tô te vendo hoje! Mas o olhar de muitos anos voltou, não sei se por causa da minha irmã .
- Eu e sua irmã não temos nada, não foi fácil pra ela, como não foi pra mim, mas hoje somos duas mulheres adultas, cada um com sua vida e seus sonhos, não adianta mais insistir em algo que não existe!
- E antes?
- Me apaixonei pela sua irmã pois ela abriu minha mente, nunca tinha beijado alguém e ela foi a primeira. Depois disso meus pais foram assassinados, por fim ela sumiu, então tive que ser duas vezes mais forte, aguentar tudo, aí comecei trabalhar para seu pai e de lá pra cá só tenho conquistado a confiança dele. Hoje tenho minha empresa, a fazenda que hoje é sítio...
- Sítio?
- Sim Daniela Maria, vendi a fazenda pra ele, e hoje ela está em seu nome, somos vizinhas, pois a casa do lago e o lago me pertence. Só que ao invés de fazenda é um sítio e meu refúgio.
- Que coisa boa! Faz tanto tempo que não vou naquele lugar! Mas vamos mudar de assunto? Trouxe a lista dos convidados, assim, tem gente que não quero convidar, tem como algum recepcionista liberar?
- Recepcionista?
- É!
- Na verdade, só vai ter os seguranças do prédio, não terá ninguém na porta. Os meninos estão instalando uma tela que aparecerá no espelho do elevador norte e um no sul, se as pessoas entrarem no elevador errado serão direcionados ao correto e a pessoa que tiver tentando entrar de penetra, será avisado, qualquer problema os seguranças nos avisa!
- Como você faz essas coisas?
- No computador, na verdade pelo celular!
- Nerdizinha!
- São quantas pessoas?
- Acho que mil!
- Quê?
Ela gargalhou que caiu deitando no sofá.
- Você é muito engraçada! Tem umas trezentas pessoas.
- Você tá querendo me matar? Vamos começar que tenho muita coisa pra fazer em duas semanas!
- E em que vou te ajudar?
- Vou te explicar, vem...
Passamos um bom tempo trabalhando, até seu telefone tocar.
- Oi Ca! Eu tô trabalhando! Vai dormir, e cuidar do teu boy!
Desligou e jogou o celular. Realmente estava tarde e ela precisava ir, pelo horário já era perigoso.
- Daniela, melhor realmente você ir! Aliás eu vou deixar você!
- Eu estou de carro, não precisa!
- Eu não vou deixar você sair daqui sozinha!
- Quer eu chame um uber?
- Cala a boca Dani, você vai comigo!
- O que você falou?
- Que você vai comigo!
Ela se aproximou de mim. – Antes disso!
- Antes...?
Ela estava frente a frente, seu rosto estava tão perto que embriagava com seu cheiro. Ela da meio passo, ficando mais perto.
- Posso?
Olhei em seus olhos e dei um sorriso, sem mostrar os dentes, então ela me beijou, pela segunda vez na minha vida estava beijando e e novamente uma Bonfim. As línguas dançavam, ela chupou minha língua com vontade, as mãos dela estava na minha cintura, ela me puxou pra mais perto, o corpo dela era quente, a pele era macia e ela parecia saber o que fazer, deitou- me no sofá e fez o mesmo sobre mim. Voltou a me beijar, beijou e mordicou meu maxilar e desceu até meu pescoço.
- Para Dani, para Daí, DANIELA CHEGA!
Tirei ela de cima de mim.
- Qual é? Você queria tanto quanto eu!
- Falou bem, queria, agora vamos que preciso deixar você em casa!
- Já falei que não precisa!
- Já falei que não vai sair daqui sozinha! Agora vamos logo!
- Você sabe que lê de mais velha eu sou sua chefe e eu mando aqui!
- Aqui é a minha casa e sou chefe da segurança, então quem manda sou eu vamos?
-Te odeio sabia? Não quero você trabalhando comigo!
- Ótimo! Podemos ir?
- Posso saber a maldita razão de você fugir de mim? Sempre que me aproximo você se afasta, qual o seu problema?
- Eu não sou igual a todo mundo que cai aos seus pés Daniela, não é por que eu beijei você que vou querer trancar com você, a senhora não me conhece, mesmo que saiba meus olhares, você não me conhece! Então vamos embora ou ficar e dormir aqui?
- Na sua cama?
Fuzilei ela com os olhos.
- Ta tirando onda comigo ?
- Eu já disse que você fica sexy quando sai do sério?
Fiquei vermelha com certeza, pois nunca senti minhas bochechas queimarem tanto.
- Para é sério!
- Vamos fazer assim, daremos uma chance pra nossa amizade, eu não tenho amigos aqui, aí eu prometo que vou tentar ser menos invasiva nas brincadeiras!
- Pode ser! Agora vamos?
Fomos no carro dela, o caminho cheio de música, e ela que não parava, dançavam, cantava , implicava comigo.
- Oh Dani, para quieta!
- JANA CUIDADO!!!