Bernardo [85] ~ Carnaval

Um conto erótico de Bernardo
Categoria: Gay
Contém 2362 palavras
Data: 07/12/2023 22:19:56
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Antes das aulas recomeçarem em março, os meus amigos se organizaram para passar o carnaval em Ouro Preto. Para quem não conhece, o carnaval de Ouro Preto é conhecido pelo alto grau de loucuras e a política do “ninguém é de ninguém”. Não podia ser diferente, uma vez que se tratava de uma cidade universitária. Enfim, não seria o lugar o ideal para se passar o carnaval se você está namorando sério. Alice sabia disso, por isso tratou de arrastar Pedro para uma praia mais familiar no Espírito Santo. Eu e Rafael não resistimos à pressão psicológica dos nossos amigos e fomos.

_Bem-vindos! Aqui não tem muito espaço ou divisão, então onde quiserem deitar é isso mesmo._ falou Henrique.

Henrique era o “chefe” da república onde ficaríamos hospedados e um velho conhecido de Paulinho. No carnaval de Ouro Preto, as repúblicas funcionavam em sistema de rodízio: o primeiro grupo dormia enquanto o segundo grupo farreava, depois trocávamos. Eu e Rafael mal guardamos nossas coisas e fomos pra rua.

Eu sempre passei o carnaval viajando com minha família, nunca fui pra farra mesmo, então era tudo novidade pra mim. Os trios elétricos, que não eram mais do que pequenos caminhões com muitas caixas de som, passavam pelas ladeiras estreitas da cidade se espremendo entre os foliões. Ninguém estava muito preocupado com isso. Rapidamente você se acostuma com aquela multidão de pessoas suadas relando em você e entra na brincadeira. Hoje, eu não aguentaria ali por cinco minutos e já estaria louco de vontade de ir pra casa, mas eu me diverti muito na época.

Estava todo mundo tão louco ali, que eu e Rafael trocamos vários beijos no meio na multidão e ninguém ligava. Aliás, ninguém parecia mesmo estar vendo. Eu logo entendi porque aquilo não era um programa de casal: várias meninas (e alguns poucos meninos), já chegavam em mim ou em Rafa procurando por um beijo. Era um pouco chato, porque você tinha que empurrar as pessoas pra longe, mas a gente entendia muito bem a situação, então não teve nenhuma briga por ciúme.

_Qual a sua opinião sobre seu primeiro carnaval de verdade?_ perguntou Rafa depois que eu saí do banho e caí exausto numa cama ao seu lado.

_Muito bom!_ falei já quase desmaiando de cansaço _Me ajudou a descobrir que tenho o preparo físico e a disposição de um senhor de setenta anos de idade.

Ele riu e logo dormiu também. Era um monte de colchões jogados no chão, com a maioria dos caras bem bêbados dormindo um em cima dos outros. Eu e Rafa conseguimos dormir juntinhos, mas nada de diversão, obviamente.

O grande acontecimento daquele feriado aconteceu no nosso penúltimo dia em Ouro Preto, na terça-feira de carnaval. Como fizemos nos outros dias, levantamos um pouco depois do almoço, forramos o estômago com um lanche qualquer e fomos pra rua. Paulinho, Bruno e Mariana, que estavam com a gente, logo ficaram para trás presos na boca de alguém. Rafael e eu já estávamos um pouco bêbados, pulando sem camisa ao lado do “trio elétrico”. Com os reflexos prejudicados com o álcool, mal percebi o que aconteceu quando um cara musculoso me puxou e me lascou um beijo. O cara se desgrudou antes que eu pudesse raciocinar direito. Era Rafael puxando ele.

_Você ficou louco, cara? Ele é meu namorado!_ Rafael gritou bravo.

O cara era mais forte que Rafael, fiquei com medo de ele apanhar ali. Me preparei para intervir, mas o cara foi mais rápido. Ele sorriu e puxou Rafael num beijo também. Não sei quem ficou mais surpreso, eu ou Rafa. Eu assisti abismado os movimentos da língua daquele cara dentro da boca do meu namorado. Minha garganta se fechou e eu senti meu rosto arder, como se todo o meu sangue tivesse entrado em ebulição. Quando o cara soltou da boca de Rafael, meu namorado me olhou com um misto de confusão e culpa.

_Venham aqui!_ falou o cara e saiu nos puxando pela multidão

No meu estado normal, eu nunca teria ido com aquele cara, vai saber as intenções que ele tinha. Mas eu e Rafa já estávamos bem bêbados, então a gente se deixou ser levado. A gente seguiu o cara não pelo tesão, mas por pura inércia. Começava a anoitecer e chegamos a um beco bem escuro, onde os variados gemidos que escutávamos deixavam claro o que acontecia ali.

Eu e Rafa fomos brutalmente jogados contra uma parede. O cara nos envolveu em seus braços e começou a revezar entre a minha boca e a de Rafael. Ele nos puxava um contra o outro, como para deixar claro que íamos fazer aquilo a três. Ainda um pouco confuso, troquei um rápido olhar com Rafael. Eu confesso que ainda estava um pouco relutante em deixar que aquilo acontecesse, mas cedi quando vi desejo nos olhos do meu namorado. Decidi embarcar naquela fantasia e o puxei para um beijo intenso.

O cara, vendo que nós dois já nos deixávamos levar pelo tesão, se agachou e abriu nossas bermudas. Eu e Rafa continuamos nos beijando enquanto ele tirava nossos paus para fora e os chupava. Ele segurava os dois e revezava a boca, mostrando que tinha muita habilidade naquilo. Eu sentia um tesão incrível, como se eu estivesse ardendo em febre.

_Que tesão!_ falou Rafael entre gemidos.

O cara se levantou e começou a beijar e se esfregar no meu namorado. Eu senti muito ciúme, apesar do tesão. Rafa beijava o cara de olho aberto e me encarando. Ele estava se divertindo com meu ciúme. Decidi não deixar por menos: me posicionei atrás do cara e comecei a beijar sua nuca enquanto relava meu pau na sua bermuda. Como meu namorado fizera comigo, eu fiz isso de olhos abertos o encarando, me divertindo com o fogo nos seus olhos. Meus movimentos chamaram a atenção daquele desconhecido e ele abaixou a bermuda, deixando a sua bunda exposta para eu relar nela.

Você quer ser fodido, né?_ falei no ouvido dele, mas ainda olhando pra Rafa.

_Quero..._ ele falou num som abafado de tesão.

Ele se abaixou e pegou uma camisinha na bermuda para mim. A desenrolei em mim e comecei a penetrá-lo. Não encontrei nenhuma resistência, ele devia estar se divertindo muito naquele carnaval...

_Vou te ensinar a não mexer com o namorado dos outros._ falei.

Comecei a bombar com força e ele se segurava em Rafael, o beijando de vez em quando. Rafa me olhava com uma expressão mista de raiva e tesão.

_Você gosta disso, né?_ perguntei no ouvido do cara.

Era tudo uma provocação com Rafael, eu estava excitado com a situação, mas também com raiva dele.

_Gosto!_ ele respondeu rebolando.

Rafael me conhece bem, sendo capaz de prever o que vai acontecer pelas minhas expressões. Ele sabia que eu estava prestes a gozar, mas ele não ia me deixar escapar fácil assim.

_Minha vez!

Rafael puxou o cara pra si e o jogou contra a parede. O cara lhe entregou outra camisinha, e Rafa começou a meter assim que a vestiu. Foi tão rápido que fiquei sem ação por alguns segundos, com o pau parado no ar. Me deu raiva de Rafael, o que se misturou ao ciúme. Mesmo no escuro, eu conseguia ver os movimentos intensos da bunda de Rafa toda vez que ele dava uma estocada. Era quase que fisicamente doloroso assistir aquela cena. Se não houvesse a presença do tesão ali, eu com certeza estaria assistindo em lágrimas meu namorado fudendo outro cara.

Mas eu não deixei por menos. Passei saliva no meu próprio pau para lubrifica-lo. Sem aviso ou carinho, cheguei por trás de Rafael e meti meu pau nele. Ele recuou de susto e dor, mas eu o segurei. Eu não conseguia ver seu rosto daquela posição, mas eu podia imaginar sua expressão de dor e tesão. Do mesmo jeito que ele sentia um prazer sádico com aquela dor, eu também sentia tesão em provocar nele aquela dor. Era como se eu estivesse me vingando dele por estar comendo aquele cara. Com uma mão eu segurava sua cintura e com outra eu segurava seu ombro, mas eu segurava com força, quase que machucando ele. Eu bombei violentamente, e o meu movimento era o bastante para fazer seu pau entrar fundo naquele cara. Eu controlava todo o movimento daquela transa. Rafael não reclamou uma só vez, apenas gemia, ora de dor, ora de prazer.

Toda aquela ação não deve ter demorado mais do que vinte minutos. Quando nós três gozamos um dentro do outro, levamos mais alguns minutos para recuperar o fôlego. A sensação era que alguém tinha arrancado meus pulmões fora, enquanto meu pau ardia pela violência dos movimentos.

_Valeu demais!_ falou o cara.

Foi tudo o que ele disse. Subiu a bermuda novamente e saiu pelo mesmo lugar de onde viemos. Nunca soube nem seu nome. Foi realmente um “qualquer um” que pegamos na rua. Sem que uma só palavra fosse trocada, eu e Rafa subimos nossas bermudas e saímos daquele lugar também, pegando o caminho em direção à república. Nós nem nos olhávamos. Havia um misto de raiva que ficou pelo ciúme e vergonha pelo que tínhamos acabado de fazer. Eu não sou um puritano, não condeno sexo a três, ou sexo com desconhecidos, ou sexo com um pouco de violência. Rafael também não. O problema era como tudo aconteceu, como deixamos o nosso lado mais animal e primitivo vir à tona naquele beco escuro.

Caminhamos lado a lado em silêncio pela noite até a república.

_Estavam se divertindo, né, seus safados?!_ falou Paulinho ao nos ver chegando suados e cheirando a sexo

Respondemos apenas com um par de sorrisos amarelos. Claro que não contamos para ele o que tinha acontecido. Além dos três envolvidos, a única pessoa que um dia soube o que aconteceu naquele beco foi Pedro, e ele se assustou tanto que nunca ousou fazer alguma piada sobre o ocorrido. Depois disso, cada um tomou seu banho e desmaiou no colchão. Tudo isso sem trocar uma só palavra.

[...]

Mesmo no dia seguinte, só conversamos um com o outro dentro da mesma roda de conversa que nossos amigos. Mariana, Bruno e Paulinho voltaram com a gente no carro e com certeza perceberam o clima estranho, mas não falaram nada. Talvez até soubessem, uma vez que não é difícil imaginar qual o motivo número um de brigas entre namorados num carnaval como o de Ouro Preto.

Só fomos realmente conversar um com o outro a sós quando chegamos a Belo Horizonte e fomos caçar algum lugar pra almoçar.

_Pode ser no shopping?_ ele perguntou.

_Claro.

Como era um resto de feriado à tarde, o shopping estava vazio, então pegamos uma mesa mais afastada. Parecíamos adivinhar que não gostaríamos de audiência para a conversa que teríamos. O papo surgiu quase que naturalmente: Rafael fez uma cara de dor quando se sentou na cadeira.

_Me desculpa por isso._ falei envergonhado _Eu não sei o que me deu...

_Tá, deixa pra lá._ ele falou sem me olhar.

Não acho que ele estava com raiva de mim, ele estava ressentido. E não por causa da “violência”, mas pela situação como um todo. Eu sei bem porque era exatamente o que eu estava sentindo também. Voltamos a atenção para nossos pratos e novamente aquele silêncio constrangedor se instalou entre nós.

_Acho que a gente precisa conversar sim._ falei.

Ele deu um longo suspiro e me encarou com um olhar cansado.

_Não é a dor, isso passa._ ele falou _É que, sei lá, parecia que você queria me machucar.

Me envergonhei quando ele falou isso. Eu realmente quis machuca-lo.

_Me desculpa, eu não sei o que me deu. Acho que fiquei com ciúme.

_Ciúme de que? Você também estava ali!

_Sem hipocrisia, Rafa. Você também estava morrendo de ciúme.

_Mas eu não te machuquei pra me vingar!_ ele falou com raiva, apesar de não gritar.

_E você gostou, né?_ respondi adotando a defensiva automaticamente.

Nos olhamos feridos. Nós dois tínhamos nossa parcela de culpa por tudo que tinha acontecido, mas um culpava o outro mais.

_Imbecil._ ele falou entre os dentes voltando a comer.

Me revoltei com o xingamento.

_A gente pode ter uma conversa de adultos? Ou isso é muito difícil pra você?

_A gente vai conversar sobre o que? Já aconteceu, você me pediu desculpa e eu aceitei. Bola pra frente.

_E vamos fingir que nada nunca aconteceu?

_É, porque não temos nada o que conversar sobre aquilo. Ou você tem?

_Tenho.

_O que é?

_Eu confesso ter ficado surpreso em saber que você queria experimentar outros caras por aí._ falei magoado com lágrimas prestes a se formar.

Ele voltou a me encarar com raiva.

_Eu?! Você que tava viajando enquanto comia aquele cara.

_Ah, claro, porque você não! Quando o cara me beijou pela primeira vez, você bancou o namorado ciumento arranjando confusão, mas se calou rapidinho quando ele te beijou.

_Quem é o hipócrita aqui agora?!

Eu estava prestes a chorar, mas eu me recusava a fazer isso em público, mesmo que ninguém estivesse nos ouvindo.

_Quer saber, Rafa, você tem razão. Vamos deixar pra lá?_ falei me levantando e deixando a comida pela metade _Eu vou pra casa e depois a gente se fala.

_Eu te levo._ ele falou se levantando também.

_Não precisa.

_Eu quero te levar.

_Mas eu quero ir sozinho. Posso?_ falei impaciente.

_Faz o que você quiser._ respondeu com raiva voltando a se sentar.

Fui embora de ônibus e só voltamos a nos falar três dias depois. O clima ruim entre nós só passou mesmo depois de uma semana, mas nós nunca mais conversamos sobre o que tinha acontecido. Nem tinha o que conversar. Nós dois nos deixamos ser guiados pelo tesão. O que aconteceu no carnaval, ficou só no carnaval.

____

Esse capítulo dedico ao RennanCachorro que ama um trenzinho! Heheh

Gente acho que n consigo finalizar o conto esse FDS! Vou acordar amanhã e só durmo na segunda! Vou trabalhar o FDS todo! Mas vou tentar postar algo em alguma brexa!

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Comentários

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Tranquilo Lukas! Bom trabalho nesse final de semana! Estou ansioso sim pelo desfecho dessa história. Mas as responsabilidades têm que vir antes. Obrigado por avisar.

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Natural esses sentimentos em histórias e situações que não temos nenhum controle, especialmente se são muito diferentes das que estamos acostumados. Culpa, raiva, arrependimento... É um misto de emoções.

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A estranheza depois do primeiro menage hahahahah

Super entendo se não rolar de finalizar esse final de semana, mas estarei esperando ansiosamente. Bom trabalho inclusive!

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