Fiquei perdido e comecei a ter a impressão de que todos me olhavam e falavam sobre mim. Depois de uns cinco, dez minutos no máximo, tempo em que me perdi imaginando o que eles já poderiam estar fazendo em meu quarto de hotel, dessa vez sem ter me excitado nada, levantei e saí do salão, indo até a recepção, pegando a chave e seguindo até minha nova suíte. Não tive ânimo para aproveitar nada, a não ser um belo uísque escocês que estava no barzinho privativo. Era quase uma da madrugada, quando recebi uma mensagem da Lucinha, dizendo para não me preocupar que ela estava se divertindo bastante e torcendo para que eu estivesse fazendo o mesmo. Ela ainda me perguntou se eu estava bem, mas a ignorei, da mesma forma como fiz com outras cinco mensagens que chegaram depois, praticamente de cinco em cinco minutos, insistindo que eu respondesse. Ela ainda tentou me fazer uma video chamada, mas foi recusada. Depois disso, ativei o modo “avião” de meu celular, pois não queria falar com ninguém, principalmente com ela. Tentei dormir, mas não tive sucesso, rolando na cama durante toda a madrugada, esvaziando a garrafa de uísque e só conseguindo apagar de manhãzinha, "trêbado".
(CONTINUANDO)
Acordei no outro dia por volta das dez da manhã com uma dor de cabeça homérica. Peguei uma garrafa de água no barzinho e uma ânsia de vômito me dominou, obrigando-me a chamar pelo “Hugo” no banheiro. Minha conversa com ele durou bons minutos, tudo embalado por uma música da Mariah Carey que não sabia de onde vinha e não estava me ajudando em nada mesmo. Quando melhorei, voltei para a cama e desativei o modo “avião” no meu celular. Tomei o restante de minha água, embalado por vários “bip’s” de mensagens que não paravam mais de chegar. Eu sabia de quem eram e estava certo: Lucinha.
As primeiras, ainda de madrugada, insistiam para que eu lhe respondesse. Depois, ela pareceu ter desistido, mas por volta das duas e pouco, ela me mandou um vídeo. Neste, curto, de não mais que trinta segundos, novamente me pedia desculpas por ter me feito sofrer e me convidava para eu descer para o meu próprio quarto, perguntando se eu não gostaria de “assistir” ou “participar”. Num movimento do celular, pude ver o Roger deitado na cama, nu, e só então me toquei que ela também parecia estar nua. Era a típica cena de um casal durante uma transa, mas, estranhamente, seu semblante não mostrava mais nenhum resquício de malícia, desejo ou prazer, ela parecia estar somente preocupada.
Em seguida, novas mensagens foram sendo enviadas, dizendo o quanto ela me amava, que estava sentindo a minha falta, novamente perguntando se eu não queria descer e uma última me deixou curioso, porque ela escreveu que não estava mais aguentando ficar sozinha.
As mensagens cessaram, só voltando a chegar após às sete da manhã. Davam bom dia, faziam novas juras de amor incondicional, pediam desculpas, perguntavam quando eu iria descer porque ela estava com fome e depois outra dizendo que já havia chegado um delicioso café da manhã, mas que iria me esperar. Como eu não respondia, um tom de preocupação começou a ditar suas mensagens, perguntando por que eu não respondia, se eu estava bem, se nós estávamos bem, se ainda estava muito bravo com ela, etc.
Aquelas mensagens, o tom que ela adotou, tudo o que aconteceu, começou a me deixar ainda mais deprimido. Eu ainda não conseguia entender como ela pudera fazer aquilo comigo. Não era possível, não a minha Lucinha, não a mulher que eu havia escolhido para formar a minha família! Eu já havia me decidido em ir embora e ainda triste, apático, desci até o nosso quarto. Ali a encontrei sozinha, vestida com um robe branco do hotel e bastante tensa. A cama estava uma bagunça e um certo cheiro de sexo no ar deixavam bem claro que ela havia realmente transado novamente com o Roger. Eu já não tinha mais nenhuma dúvida:
- Onde você estava, amor? Eu… Eu… Olha que horas são! - Ela me disse, vindo em minha direção, tentando me abraçar.
Desvencilhar-me de seus braços e não respondi nada, porque, àquela altura, eu não me sentia mais na obrigação de prestar contas da minha vida para ela. Caminhei até o outro lado do quarto e algumas manchas no lençol que reconheci imediatamente como sendo semen, me deixaram ainda mais incomodado. Apenas levantei minha mão, como se pedisse silêncio, embora ela estivesse calada e disse:
- Vou arrumar as minhas coisas e ir embora.
- Mas por que? O dia está lindo e a diária nos dá o direito de aproveitar até o final do dia. Eu queria tanto ficar com você, aproveitar só nós dois, fazer um amorzinho gostoso… Sabe, talvez compartilhar tudo o que…
- Fique se quiser, Lucinha, não sou seu dono, já te falei isso ontem! Eu não estou com a menor vontade de ficar. Ah, e não vejo necessidade de você me contar nada do que aconteceu: você já demonstrou que não é muito adepta a ser transparente, não é? Aliás, não quero mesmo saber de nada. - E frisei, com os dentes cerrados: - Nada, nada, nada!
Ela ficou pasma, branca e nada disse, demonstrando ter sentido o golpe. Numa mesa lateral um imenso, farto e completíssimo café da manhã de encher os olhos, a boca e a barriga, já parcialmente degustado por ela com certeza, por ele talvez. Havia um bilhete que peguei e li:
“Ao meu mais novo casal de amigos, recebam esse mimo de quem lhes preza demais.
‘Carpe Diem’!
Roger.”
Apesar de eu estar com fome, meu orgulho me embrulhava o estômago e não comi nada, mesmo com a Lucinha insistindo e dizendo que estava uma delícia. Logo depois, vendo que não conseguiria me convencer, quis começar uma “DR”:
- Olha, amor, eu… Tudo bem, eu errei, assumi isso ontem para você, mas acho que você está dando muita importância ao que aconteceu. Foi só sexo, uma única vez que fiz com outro para saber como era… Não teve relevância alguma para mim, nenhuma mesmo, ouviu? Só fiz e acabou. Foi legal, divertido, mas foi só isso. Continuo amando só um único homem na face da Terra e adivinha quem é ele?
Não entrei na onda de romantismo que ela queria sugerir e rebati:
- Lucinha, eu não vou mentir, estou muito chateado, inconformado pela forma como as coisas aconteceram. Você não foi honesta comigo, não mesmo… Faltou transparência e, sinceramente, acho até que respeito comigo. Eu sou o seu marido. Você não poderia ter feito o que fez.
- Senta aqui, amor. Vamos conversar com calma, ok? - Apontou para a cama, tremendo e me esticou sua mão: - Por favor, vem!
Fui até a cama e me sentei. Ela se sentou do outro lado e pediu que eu a encarasse, mas neguei com a cabeça. Ela insistiu, mas vendo que eu não me moveria, começou a falar:
- Você está certo! Eu poderia e deveria ter feito diferente. Desculpa! Errei em não te chamar num canto e falar tudo o que estava acontecendo. Peço o seu perdão. - Falou, olhando em meus olhos: - Mas e você, não fez nada errado? Não deixou as coisas seguirem sem rumo? Realmente você acha que somente eu que errei!?
Eu não podia negar que ela também tinha uma certa razão. Eu poderia muito bem ter dado um basta em tudo aquilo e exigido que ela fosse embora comigo, mas, confiando em sua fidelidade, deixei as coisas chegarem onde chegaram:
- Tá! Eu poderia ter agido de forma diferente. Eu poderia ter parado tudo, mas eu não fiz por um motivo muito simples: porque você é a minha esposa, a mulher que jurou me respeitar, que eu amo muito e eu confiava totalmente em você. Nunca imaginaria que você me trairia e ainda mais com um estranho.
Ela tocou em meu ombro, apertando-me, mas ainda não me movi. Notei que ela tentou sair pela tangente, sem enfrentar o que eu havia falado:
- Obrigada, amor! Eu também te amo muito e eu estou aqui hoje, não estou? Voltei para você e digo mais, você nunca saiu da minha mente, nem um instante sequer. Na verdade, acho até que você poderia ter vindo aqui de madrugada e participado também, ou assistido, sei lá, porque…
- Qual é, Lucinha? Participado!? Era só o que faltava! - Falei, invocado e descarreguei: - A gente pode até ter brincado, fantasiado na cama, mas depois daquela vez em que você surtou por eu ter sugerido uma mulher, nunca mais tocamos no assunto e você também nunca me disse que tinha o desejo de ficar com outro de verdade. Nunca! Como é que eu iria imaginar que você iria cair de quatro e se entregar assim tão facilmente para um estranho?
- Facilmente!? O que é isso, amor? Foram… Foram quantos anos só eu e você? Só que ontem foi diferente, porque o Roger é um cara que... Ele… Olha, não vou mentir, ele é diferente de todos que eu já conheci, muito galanteador, charmoso, másculo, só que ele não é você e nunca será.
- É, né? Que bom que, pelo menos, um de nós aproveitou…
- Poxa, amor, pensa bem… A gente, às vezes, não fantasiava com outro na cama? Então, essa fantasia se tornou realidade! Eu realizei um sonho, não… sonho não… uma vontade. Isso! Eu matei uma vontade de experimentar outro e foi muito bom, só isso!
Eu estava irado e me virei para retrucá-la à altura. A surpresa ficou por conta de que ela estava completamente nua, sentada sobre suas próprias pernas e me olhava de uma forma que eu conhecia bem: ela estava se dispondo a fazer um gostoso sexo de reconciliação, submetendo-se a qualquer coisa que eu quisesse fazer. A visão dela era um espanto, tanto pela beleza natural que possuía, como pelo fato de que conseguia identificar imediatamente algumas marcas de um sexo pesado em seu corpo. Havia algumas leves manchas em seu pescoço, em torno dos mamilos que estavam túrgidos. Ela já sorria com uma certa malícia desconfiada e como eu olhava agora na direção de sua buceta, se sentou diretamente na cama, abrindo levemente suas pernas para que eu a visse por completo. Talvez ela tivesse imaginado que eu estivesse curioso para ver o resultado de sua transa e talvez inconscientemente eu estivesse mesmo. Sua buceta parecia mais inchada que o normal e levemente avermelhada, resultado de uma boa trepada. Entretanto, eu não tinha tesão algum e fui sincero:
- Vista-se! Tenha um mínimo de compostura e me respeite! Não sou um moleque que sai trepando a torto e direito, Lúcia.
Ela ficou boquiaberta e surpresa com a invertida, tentou argumentar:
- Gervásio!? Não é você que vive dizendo que adora me ver tendo prazer? Foi só isso que eu tive ontem. Eu só queria que você soubesse que foi bom, mas… Ah, poxa, descontando a tristeza de te ver chateado, foi bom.
- Você simplesmente está ignorando boa parte do que eu falei. Parece até que foi treinada a falar como um papagaio, aliás, pelo jeito que está falando, está dando a entender que vai querer repetir, não vai?
Ela se surpreendeu pela forma como eu a enfrentava e ficou em silêncio, tentando resgatar algo em meu olhar que não fosse apenas a decepção, mas, novamente, errou feio:
- Talvez eu repita sim, claro! Foi bom, eu não vou negar. Só não sei se seria com o Roger ou com outro. Mas fica tranquilo, eu nunca mais farei nada sem estar muito bem conversado e combinado com você. Juro, juradinho! Me perdoa, por favor, não consigo viver sabendo que te fiz sofrer.
- Fez não! Ainda dói e muito…
Ela, de surpresa, me abraçou e apertou forte, pedindo desculpas várias e várias vezes. O contato com o seu corpo macio dificultava ainda mais minha própria postura, mas a mágoa era muito grande e comecei a tentar me desvencilhar dela:
- O que eu posso fazer para você me perdoar? Eu pessoalmente tenho algumas ideias beeeeeem gostosinhas em mente, mas… - Falou colada ao meu ouvido, apertando-me forte: - Só que tem que ser devagar, porque eu estou meio assada. O Roger abusou um pouco de mim ontem e…
- Você quer sinceridade, Lucinha? Então tá… - A interrompi, separando-me dela de vez, enquanto a encarava profundamente: - Agora, hoje, eu não tenho o menor tesão por você. Nada mesmo! Principalmente porque sei que transaram sem camisinha.
- Nossa, Gervásio, o que é isso!? Sou eu!
- Não, não é, não a minha Lú. - Retruquei e dei o golpe de misericórdia: - E digo mais, enquanto você não fizer uma bela bateria de exames e eu tiver certeza de que você não foi contaminada por nada, não encosto em você! Nem mesmo um beijo eu quero da sua boca depois daquela história de boquete!
Seus olhos se arregalaram e começaram a marejar lentamente até que lágrimas rolaram pela sua face. Ela ainda tentava se justificar:
- Ele… Ele me garantiu que não tem nada! Ele é casado, empresário, rico… Você acha mesmo que ele teria alguma doença e ainda me passaria intencionalmente?
- Não me interessa quem ele é ou o que ele faz, você não deveria ter transado, ainda mais sem proteção. Você, pelo que imagino, não deve ter sido a primeira conquista dele. Então, quem garante que ele não tenha nada? Eu não confio!
Ela começou a chorar forte e acredito que, naquele momento, ela tenha interpretado que eu a estivesse considerando “suja”, o que não era de todo errado. Eu ainda estava tão decepcionado que não consegui evitar uma última fala:
- Ah! E se eu for te perdoar, se… - Frisei: - Antes eu também vou querer ficar com outra mulher. Só que, diferente de você, eu serei totalmente transparente, farei questão de te manter informada de tudo: com quem e quando. Não quero nenhuma falha de comunicação entre a gente, ok?
- Não, não, espera! - Ela falou, enxugando o rosto: - Assim não, amor! Isso eu… eu não concordo. Assim não!
- Por que você acha que a sua opinião me importa? Só estou seguindo a mesma cartilha que você leu, minha cara. - Falei, sem desviar o olhar: - É isso sim, dona Lúcia Helena, direitos iguais: Você fez e se eu achar que você merece perdão, eu também vou fazer!
- Isso é vingança! Você não é assim.
- Não, não, não… Isso não é vingança, é um direito meu! Se eu vou usar, quando vou usar, com quem vou usar, isso já é uma decisão exclusivamente minha! Não te dou o direito de querer opinar. - Insisti e me levantei, pegando minha mala para organizar minhas coisas.
- Amor, eu já te expliquei tudo. Foi coisa de momento, eu…
- Talvez sim e, olha, se tivesse acabado ontem mesmo, talvez eu até acreditasse nisso. Afinal, você bebeu, acabou sendo envolvida pelo charme dele, o calor do momento, coisa e tal, mas depois que você me pediu para passar a noite com ele, bem, isso aí já passou de todos os limites. Foi uma verdadeira filhadapu… - Calei-me, suspirando fundo ou iria explodir naquele momento: - Deixa pra lá! Não quero mais continuar essa conversa, porque não vai chegar a lugar algum. Já estou arrumando minhas coisas, você vem comigo ou não?
Ela se calou, colocando as mãos sobre o rosto, incrédula com tudo o que havia ouvido, sem parar de chorar um único instante sequer. Não dei atenção e comecei a arrumar as minhas coisas. Pouco depois, ela acabou se abrindo:
- O… O Roger… Bem, ele se convidou para almoçar comigo e…
Eu devo ter tido a pior das reações. Senti como se uma nova facada fosse dada em cheio nas minhas costas e devo ter feito uma expressão horrível, tanto que ela se corrigiu na sequência:
- Não só comigo, não só comigo! Comigo, você e a Alícia também. Ele quer almoçar com a gente, amor. Acho que para se explicar e encerrar de vez qualquer mal-entendido…
- Não vou, simples assim! Não estou num clima muito bom para almoçar com o seu garanhão. Eu só quero ir embora. Só isso.
Fui até o banheiro tomar uma ducha e colocar uma roupa limpa. Não devo ter levado mais que dez minutos, mas, coincidentemente, assim que abri a porta do banheiro, meu celular tocou. Olhei na tela e não reconheci o número. Decidi atender. Era o Roger:
- Alô, Santos!? Como vai, meu querido? Bom dia.
- O que você quer, Roger? - Respondi da forma mais ríspida possível e minha objetividade me atropelou: - Agradeço o convite, mas não irei.
- O que é isso, Santos? Pelo amor de Deus, meu amigo, eu gostaria de ter o prazer da companhia de vocês e...
- Eu presumo que você já tenha tido uma boa quantidade de prazer com a minha esposa, então minha resposta é não! Já estou arrumando minhas coisas e vou embora daqui a pouco. Se a Lucinha quiser almoçar com vocês… Bem, ela é livre, aparentemente sabe tomar suas próprias decisões e, se ainda não sabe, aprenderá a lidar com suas consequências. Já a minha decisão está tomada e é não!
Lucinha que assistia tudo de pertinho, sentada em cima da cama, interveio:
- É só um almoço, amor, seria ótimo para esclarecer tudo de vez e você entender que não aconteceu nada demais. Além disso, não acho correto você decidir pela gente.
Eu a fuzilei com o olhar e voltei a falar com o Roger:
- Acho que já estamos conversados, não é, Roger? Se ela quiser ir, ligará para você. Certamente, você já lhe passou o número do seu telefone celular, ou não?
Ele pigarreou do outro lado da linha e depois disse:
- Bem, eu… eu espero que mude de ideia. De qualquer forma, aguardarei ansiosamente a confirmação de vocês e, ah, não esqueci do que conversamos ontem, ok? Na segunda, ligarei para você para tratarmos daquele investimento.
- Melhor você sentar para não se cansar enquanto espera a minha confirmação… - Ironizei e completei, ainda mais sarcástico: - E quanto ao investimento, a Corretora Magna agradece sua preferência! Tenha um bom dia.
Desliguei em seguida. Lucinha só me olhava, não parecendo acreditar na forma como eu havia falado, tanto com ele como com ela. Voltei a arrumar minhas coisas. Quando eu estava quase terminando, voltei a falar:
- Você parece ter decidido ficar, presumo…
- Poxa, amor, para um pouco! O que era para ter sido um momento legal, para nós dois, está horrível e piorando cada vez mais. Você está muito tenso, vai acabar tendo um treco ou, sei lá, sofrendo um acidente.
- Não estou tenso! Bem, talvez esteja pouco, e olha, se eu tivesse um treco ou batesse mesmo o carro e fosse embora de vez, seria até um favor para o mundo…
- Gervásio, para de falar assim! - Falou em voz alta e tentou uma chantagem emocional para cima de mim: - Por que não fala de uma vez que quer se separar de mim!? Vai! Já fode de vez com o nosso casamento.
- Eu!? Vai querer jogar essa culpa para cima de mim agora? - Falei e dei uma risada debochada: - Querida, quem fodeu ontem foi você, não eu…
Quando terminei de arrumar minhas coisas, virei-me para ela que se adiantou:
- Vo… Você vai me deixar mesmo aqui!? Sozinha?
- Eu te chamei! Você que não se levantou para arrumar suas coisas. Não sou seu empregado para esperar as suas vontades ou cuidar do que é seu. Se quiser arrumar suas coisas, espero mais quinze minutos, senão deixo dinheiro para o táxi e você se vira depois.
Ela me encarava perdida, sem saber o que fazer ou como reagir. Nesse momento, outra chamada tocou em meu celular de um outro número desconhecido, mas, considerando que o código de área era o mesmo do Roger, já imaginei quem provavelmente estaria me ligando naquele momento. A cúmplice de Roger tentaria atacar novamente.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DA AUTORA, SOB AS PENAS DA LEI.