Ela me encarava perdida, sem saber o que fazer ou como reagir. Nesse momento, outra chamada tocou em meu celular de um outro número desconhecido, mas, considerando que o código de área era o mesmo do Roger, já imaginei quem provavelmente estaria me ligando naquele momento. A cúmplice de Roger tentaria atacar novamente.
(CONTINUANDO)
Fiquei olhando para o aparelho na dúvida se o atendia ou não. Apesar de não ter a menor vontade, acabei atendendo, pois certamente uma linda mulher estaria do outro lado da ligação e eu poderia espezinhar de leve sobre a Lucinha. Acertei em cheio, pois era realmente quem eu pensava:
- Alô, Gervásio?
- Sim, sou eu, Alícia. Em que posso te ajudar?
- Oi, querido, bom dia. Como passou de ontem?
- Desculpe meus modos… - Pigarreiei: - Bom dia! Quanto à pergunta, acho até desnecessária, mas já que a fez, prefiro dizer que se não fosse a companhia de uma bela garrafa de uísque, certamente eu teria passado em claro…
- É, eu imaginei. Olha, antes que você pense que o Roger me pediu para te ligar, não foi nada disso, ok? A iniciativa foi minha! Aliás, tanto da ligação, quanto do convite para o almoço. Eu queria, sei lá, tentar acalentar o seu coração de vez, explicar como nós pensamos e vivemos para que você possa ter maiores informações e entender que o que aconteceu ontem não foi nada demais…
- Talvez para vocês não seja! - A interrompi: - Mas para mim, foi sim uma baita traição, das mais covardes e inesperada…
- Poxa, amor! - Resmungou Lucinha logo atrás de mim, interrompendo-me.
Eu somente a olhei, desgostoso por ter sido interrompido, mas a Alícia tomou a frente:
- É… Senti ainda ontem que você não havia ficado bem resolvido com tudo o que aconteceu e…
- E você está certa! - A interrompi porque não queria me delongar no assunto: - Realmente não fiquei bem, aliás, não estou nada bem ainda e, nesse momento, quero ir embora para minha casa. Eu… Eu preciso pensar em tudo o que aconteceu e decidir como seguirei minha vida, sabe como é, pensar no futuro.
Corri os olhos pela Lucinha e ela tentava conter as lágrimas, soluçando baixinho:
- Querido, é sobre isso também que nós gostaríamos de conversar com você no almoço: o futuro e todas as benesses que ele pode te proporcionar. Tem certeza que não há chance de eu te convencer a ficar? Eu adoraria te reencontrar, de verdade.
- Tenho sim, Alícia. Agradeço a sua consideração, mas hoje eu não tenho a menor condição de ficar.
- Sei… - Falou e se calou por um instante: - Eu estava saindo da minha suíte agora mesmo e... Será que você não conversaria só um minuto comigo antes de ir embora?
- E não estamos fazendo isso?
- Pessoalmente, querido, pessoalmente… - Ela falou e insistiu: - É uma amiga quem está pedindo, preocupada com vocês, aliás, com você especificamente. Você não me negaria um minuto da sua atenção, negaria?
Cocei a cabeça, contrariado novamente por ver que as mulheres estavam tentando decidir por mim, mas senti, no seu tom de voz, que alguma coisa não parecia estar muito bem e agora bem provavelmente entre eles. Fiquei curioso e, afinal, esse um minuto realmente não me faria muita diferença, apesar de eu acreditar que esse um minuto duraria muito mais:
- Ok, Alícia. Onde?
- No bar do hotel, querido. Encontro você lá em cinco, dez minutos, no máximo, pode ser?
- E aquela história de um minuto? - Brinquei.
- Querido, sou uma mulher. Preciso de um batonzinho, um blush, etc., etc.… - Retrucou, rindo suavemente.
Combinamos enfim os detalhes e desligamos. Lucinha quis se mostrar ofendida:
- Eu não posso ficar com o Roger, mas você pode se encontrar com essa tal de Alícia, né? E aquela historinha de direitos iguais? É, como você mesmo disse, história para boi dormir?
Eu apenas a encarei, respirando fundo para não mandá-la à merda de vez e balancei negativamente minha cabeça. Acho que foi a melhor resposta, pois ela se encolheu, vendo que havia errado feio na colocação:
- Pense o que quiser! - Falei, calmamente, embora estivesse fervendo por dentro: - Vou apenas ter uma conversa rápida com a Alícia, a pedido dela, mas já deixarei minhas malas no carro. Se você quiser vir comigo, arrume suas coisas, que eu passarei aqui assim que terminar com ela.
Desci com minhas malas e as acomodei no porta malas do meu carro, voltando para o bar do hotel. Sentei-me e pedi um suco de laranja, com bastante gelo e nada de açúcar. Pouco depois, Alícia entrou no bar, trajando somente uma bermudinha e uma camisa social, aberta acima para deixar um deslumbre sutil de seus seios. Além disso, calçava sapatos de salto médio, dando-lhe um charme mais comedido. Ainda assim, seu andar era extremamente sexy. Cheguei a pensar que talvez ela não soubesse andar, apenas desfilar, porque era algo tão natural... Ela veio diretamente para a minha mesa. Levantei-me para recebê-la e ela me deu um beijo no rosto, seguido de um abraço que demorou mais do que o normal. Depois de nos soltarmos, sentamo-nos e ela estalou um dedo para um garçom:
- Bebe o quê, querido?
- Nada, Alícia! Só mesmo o meu suquinho que já deve estar chegando. Vou embora daqui a pouco e álcool e direção não combinam…
Ela não pareceu ter ficado satisfeita com a resposta, mas não podia negar que era prudente, correta, e pediu uma taça de champanhe:
- Champanhe!? A essa hora?
- Ué!? E tem hora para a gente ser feliz? - Disse e sorriu delicadamente: - Champanhe, pelo menos para mim, é a felicidade engarrafada.
Acabei rindo da sua forma de falar e ela sorriu também. Ela não era uma mulher apenas, mas sim uma hábil caçadora, e isso ficou claro na sequência:
- Fica! Eu quero a sua companhia. Não pense em ninguém além de nós dois. Acho que nós merecemos um momento de descontração mais leve depois de tudo o que aconteceu ontem.
- Acha mesmo que haveria um clima descontraído numa mesa em que o Roger e a Lucinha estivessem?
Ela levantou as sobrancelhas, dando a entender que me compreendia:
- Você não foi prejudicada em nada, Alícia. Pelo que eu entendi, você sabia bem o que estava acontecendo e participou ativamente dos planos do seu marido. - Calei-me com a aproximação do garçom e assim que ele entregou nossas bebidas e saiu, concluí: - Ou você acha mesmo que não notei todo o seu joguinho para me manter sob controle?
Ela levantou agora apenas uma sobrancelha enquanto me encarava e falou:
- Mas então por que você não reagiu, Gervásio? Era só você falar “não concordo” com vontade, objetividade, e talvez nada daquilo tivesse acontecido ontem.
- É verdade e estive bem próximo de fazer isso algumas vezes! Só que você, coincidentemente me mantinha na mesa, ou não foi assim? - Perguntei, mas ela agora apenas baixou os olhos, aceitando sua parcela de culpa: - A questão foi que, depois da conversa que eu tive com o Roger, eu entendi que ele não é o tipo de homem que aceita um não. Mesmo que eu tivesse me manifestado contra e nada tivesse acontecido ontem, ele iria insistir com a Lucinha, se aproximar dela sem eu saber e, mais cedo ou mais tarde, teria acontecido. Querendo eu ou não, eles ficariam juntos, se não ontem, em um outro dia qualquer.
Ela respirou fundo, tomou uma dose de seu champanhe e ponderou:
- É, vendo por esse lado, você pode estar certo. Se bem que o jogo que o meu marido gosta de fazer é mais público… Como eu te disse ontem, é tudo pelo poder. - Então, me olhou profunda e sedutoramente nos olhos: - Você realmente acha que eu o manipulei ontem?
- E não!? Você pode não ter sido a principal responsável pelo que aconteceu ontem e sinceramente, acho que nem mesmo o Roger foi. Na minha visão, Lucinha é quem deveria ter se dado ao respeito, como ela e comigo, e falhou vergonhosamente.
Ela ouvia atentamente e após mais um gole em seu champanhe, tentou relativizar:
- Que situação chata, hein? E tudo isso por causa de uma transa…
- Não! Engano seu. - Eu a interrompi e expliquei: - Tudo isso por falta de honestidade da Lucinha comigo. Talvez, e digo talvez porque não sei como eu reagiria exatamente, mas talvez se ela tivesse me falado ontem o que estava acontecendo e que ela havia ficado excitada com todo aquele clima de sedução e com vontade de transar com o Roger, eu, talvez, poderia até ter cogitado permitir. Para mim, o que faltou foi transparência da parte dela e é isso que me magoou tanto…
Alícia terminou sua taça de champanhe, sem desviar o olhar de mim e falou:
- Querido, saber que o Roger pode alavancar sua carreira, não te deixa mais conformado?
- Como você mesmo disse e vou replicar, não é pelo dinheiro. Eu adoraria que nada disso tivesse acontecido e que o Roger investisse na minha corretora, mas a forma como tudo aconteceu… Sinceramente… - Tomei um belo gole do meu suco: - Eu sinceramente não sei se quero trabalhar com o dinheiro dele. Juro para você…
Ela se calou por um instante, fazendo um sinal na sequência para o garçom lhe trazer outra taça de champanhe e falou:
- Você é realmente um homem extraordinário, Gervásio! Não se sinta diminuído de forma alguma por sua esposa ter se perdido na sedução do meu marido, como eu te disse ontem, ela dificilmente resistiria. Mas, queria também ser sincera e confessar que também fiquei extremamente interessada em você. Fiquei muito excitada ontem e isso só aumenta conforme vou te conhecendo um pouquinho mais…
A insinuação era descarada. A forma como ela me olhava, mexendo sutilmente numa mecha de seu cabelo, com a cabeça levemente inclinada e com um sorriso sutil nos lábios, mexeria com a libido de qualquer homem em sã consciência. Infelizmente, eu não estava são naquele momento:
- Alícia, olha só…
- Não! Espera. - Interrompeu-me para não cortar o clima que ela tentava impor: - Quero que saiba que não foi o Roger que me pediu para vir aqui e te seduzir, transar, tentar algo como “empatar o placar”, também não estou com peso na consciência pelo que aconteceu, nem nada do tipo. Aliás, ele não sabe sequer que eu liguei para você, eu fiz isso porque é o certo. Ouvi a ligação que ele te fez, entendi que você não estava bem e quis vir te dar um abraço. Posso?
Mesmo desconfiado, acabei concordando e ela se levantou, o que eu fiz também, e nos abraçamos. Estranhamente, ela me apertou forte e suspirou profundamente, por todo o tempo em que estivemos unidos. Assim, que nos separamos, ficamos de frente, nossas bocas a centímetros uma da outra e ela perguntou:
- Não consigo mesmo te convencer a ficar? Só para um almoço, nem que seja só comigo…
- Lamento, mas hoje não!
- Tá bom. Eu respeito o seu momento. Só quero que saiba que você é tão charmoso, sexy e excitante quanto o Roger. Digo mais, pela sua postura correta, você chega a ser muito mais interessante do que ele próprio. Repito, não se sinta diminuído pelo que aconteceu ontem, você não merecia estar passando por isso e se eu tivesse desconfiado que ficaria assim tão abalado, eu mesma nunca teria deixado acontecer.
- Obrigado. - Falei de uma forma protocolar porque acreditei naquelas palavras.
Sua nova taça de champanhe chegou e trocamos mais algumas palavras, agora desvencilhando do assunto que me feria tanto. Novamente ela tentou me convencer e não teve êxito. Despedimo-nos, enfim, e voltei para o meu quarto. A Lucinha já havia organizado todas as suas coisas e me aguardava, de banho tomado, recostada na cabeceira da cama. Nitidamente dava para perceber por seus olhos inchados que havia chorado muito desde que eu saíra para conversar com a Alícia. Assim que peguei suas malas para levá-las até o carro, ela me perguntou, com os olhos ainda cheios de lágrimas:
- É sério aquilo!? Você está mesmo me achando suja, não está?
A resposta óbvia e objetiva seria “sim” e ela estava na ponta da minha língua, mas se eu fosse sincero, naquele momento, estaria eu lhe dando uma facada. Preferi ser cortês, mesmo que ela não estivesse merecendo:
- Você cometeu erros! Sérios, seríssimos erros… Já conversamos sobre isso e não vou repetir. Cabe a você aprender com eles para tocar a sua vida. - Respondi sem encará-la: - Mas sim, eu acho que você precisa procurar um médico e fazer alguns exames. Acho mesmo! Aliás, se existir ainda uma chance para nós, eu exijo isso!
- Tá, eu… eu vou. - Disse, apertando os lábios um contra o outro, numa clara demonstração de tensão, de uma chateação que vinha de dentro, e agora era dela com ela mesma.
Fizemos nosso checkout e retornamos à nossa casa. Durante o percurso não trocamos uma única palavra. Coloquei todas as nossas malas em nossa suíte e a deixei lá, cuidando de seus afazeres. Não vi a cara da Lucinha durante o restante daquele domingo e quando, à tarde, fui tomar meu banho vi que ela estava dormindo. Jantei, assisti televisão, naveguei pelo celular, tudo sozinho, sem ver a cara dela e decidi dormir na sala, afinal, sozinho estava, sozinho ficaria.
No outro dia de manhã, entrei na nossa suíte e, fora ela ter mudado de posição, continuava dormindo. Tomei uma ducha, troquei de roupa, tomei um café e saí para trabalhar. Acabei me atrasando num engarrafamento infernal e cheguei quase duas horas atrasado, mas assim que entrei na corretora, fui parabenizado pelo meu supervisor na frente dos demais colegas, dizendo que a corretora já fora contatada por três bons investidores, interessados em marcar reuniões para conhecer melhor nossas propostas. O que me chamou a atenção fora a insistência deles para que eu cuidasse das questões.
Fui até a minha mesa e mergulhei de cabeça em meu trabalho. Horas depois, sou chamado na sala do “big boss” para uma reunião a portas fechadas. Mal entrei e já identifiquei o Roger, acompanhado de um outro rapaz, ambos sentados em confortáveis poltronas de couro, à frente da mesa do meu chefe. Roger levantou-se para me receber, apertando minha mão e me cumprimentando como se fôssemos velhos amigos, apresentando-me depois ao Ricardo, um grande amigo seu e também investidor de peso interessado em investir. Meu chefe nos convidou para irmos todos para a sala de reunião, onde poderíamos ficar mais à vontade. Assentamo-nos à mesa e ele me perguntou se eu poderia fazer uma breve explanação de nosso portfólio, o que fiz no ato por conhecê-lo todo a fundo. Ao final, Ricardo parecia mais contagiado que o próprio Roger:
- Gostei demais! Só que eu não queria ingressar numa carteira já aberta. Vocês poderiam criar uma só para mim? Pode até ser com as ações que já estão trabalhando, mas eu queria algo um pouco mais diversificado, talvez incluindo também alguns investimentos bancários, imobiliários talvez... Isso seria possível?
- Não vejo problema algum nisso. - Falei e olhei para meu chefe que concordou com um simples meneio de cabeça, acompanhado de um imenso sorriso.
- Boa ideia! - Falou Roger em seguida: - Só me deem um dia ou dois que vou conversar com o Ricardo sobre a possibilidade de fazermos uma carteira em comum para nós dois. Caso a gente combine, faremos juntos; caso contrário, vocês fazem uma para ele e outra para mim. Pode ser?
Meu chefe sorria de orelha a orelha, os olhos brilhando e os dedos das mãos entrelaçados, apenas os dedões batendo felizes um no outro. Ele tomou a palavra:
- Já teriam um valor em mente? Pergunto porque, para carteiras isoladas ou particulares, nós costumamos pedir um valor mínimo.
- Bem, eu penso em algo em torno de vinte milhões para começar, mas se o rendimento ao final do primeiro ano me surpreender, posso aumentar esse valor… - Disse o Ricardo, agora frisando: - Bem consideravelmente…
- Eu estava pensando em torno de dez para começar, mas também posso alavancar para vinte. Acha que é suficiente? Aliás, de quanto é o seu valor mínimo? - Perguntou Roger para o meu chefe.
O queixo do meu chefe só não caiu no chão porque ele já era um homem maduro e bastante ladino. Recompôs-se em segundos e falou:
- Nosso valor mínimo é de um milhão para carteiras particulares. Então, não será problema algum abrir carteiras para vocês juntos ou separados. Só preciso que definam como querem fazer.
- Maravilha! - Comemorou Roger: - Ah, e o Santos ficará responsável pela nossa carteira ou carteiras, não é?
- Posso incluí-lo sim, claro! - Disse o meu chefe: - Mas temos diversos colaboradores que podem servi-los muito bem também, Sr. Ferraz. Posso inclusive chamá-los e…
- Olha, vou ser bem objetivo. - Roger o interrompeu: - Santos irá gerir minha carteira e acredito que a do Ricardo também. Se o senhor quiser criar uma equipe para ajudá-lo, assessorá-lo enfim, fique à vontade, mas queremos que ele seja o responsável direto, ok?
- Claro que sim! Pois não… - Disse o meu chefe, submetendo-se.
- Eu preferia passar essa incumbência para o Cervantes, se fosse possível… - Falei, pois, naturalmente, não me sentia à vontade.
Ricardo e Roger se entreolharam e este foi categórico:
- Impossível! Faço questão que cuide do meu dinheiro! Se há alguém em quem confio, é em você. Inegociável essa questão… - Disse e encarou o meu chefe que o tranquilizou, dizendo que me ajudaria em tudo.
Encerramos a reunião e nos despedimos. Meu chefe me deu o esculacho mais suave e gostoso que já tomei na vida:
- Gervásio, você louco, cara!? Tem ideia de quanto em comissões poderá ganhar só com esses dois investidores? E você não quer!? Quer sim e vai cuidar muito bem deles, mesmo porque já fiquei sabendo que outros interessados, aparentemente do mesmo círculo social deles, já entraram em contato querendo agendar reuniões com você. Ponha os pés no chão, rapaz, seu futuro está batendo à sua porta…
- É que…
- Não, não, não! Não tem “é que” porra nenhuma, não! Você vai cuidar desses dois investidores e dos demais também. Vai ganhar bastante dinheiro para a corretora e para você mesmo e quem sabe, daqui uns anos, não se torne meu sócio.
- Sócio?
- É, mas no futuro! Hoje, você tem que preparar a documentação para pegarmos o dinheiro desses dois… - Pigarreou, controlando sua ansiedade, deu uma risada e se corrigiu: - Para aplicarmos devidamente os recursos desses dois novos clientes.
Nos dois dias seguintes passei trabalhando quase que exclusivamente para eles. Roger tentou contato externo comigo, por celular, e-mail, WhatsApp, mas neguei qualquer aproximação: eu não queria nenhuma intimidade com ele e queria que isso ficasse claro. Ricardo começou a se comunicar com certa frequência comigo e notei que ele era o estilo “bon vivant”, nem um pouco dado ao esforço do trabalho, vivendo apenas da renda de seus bens e investimentos. Meu inconsciente me dizia para não confiar nele e, infelizmente, eu descobriria no futuro o porquê.
OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.
FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DA AUTORA, SOB AS PENAS DA LEI.