Assim que entraram na residência, enquanto Pedro estava retirando sua blusa de frio, Clara se aproveitou da situação em que ambos estavam felizes para falar para Pedro o convite de Rafael, porém em partes.
— Amor, esse fim de semana, Rafael e Júlia, a noiva dele, nos convidaram para ir até Caiobá, eles vão alugar uma casa de praia e eu adoraria ir! Faz tempo que a gente não viaja para o litoral e você sabe que na terça vamos completar dois anos de casados, então eu gostaria de poder ir com você até lá. O que me diz?
Toda aquela proposta deixou Pedro completamente surpreso, mas ao contrário do que Clara estava imaginando, toda aquela surpresa do rapaz veio de forma completamente negativa.
— Pera. Peraí. Você sabe que terça-feira nós vamos comemorar dois anos de casados, não sabe? Daí você quer reservar um domingo que nós dois deveríamos estar juntos, para ir visitar um velho amigo que inclusive você tinha um crush no passado? Olha, sinceramente eu não estou gostando disso.
— Eu não vejo nada demais, Pedro. — Completou. — Você fala como se eu tivesse ainda afim dele, mas eu não estou. Eu sou sua esposa, a única coisa que eu quero é fazer alguma coisa diferente além de correr com você de manhã, passar o resto da tarde assistindo filme e de noite trabalhar naquela maldita pizzaria! Será que a gente não pode variar um pouco a rotina não?
— Primeiro, a maldita Pizzaria é o que mantém nosso sustento. Segundo, claro que podemos variar nossa rotina, é o que eu estou fazendo. Mas não assim. Mas você tem razão, talvez eu só esteja sendo careta mesmo. Eu vou pensar sobre e amanhã eu te dou a resposta, até porque, se nós dois fomos até lá teremos que fechar a pizzaria pelo domingo.
Clara no fundo sabia que Pedro iria aceitar, ele sempre gosta de agradar ela, e ela pegou bem na ferida que foi a questão da monotonia, afinal de contas os treinos de Pedro e o trabalho na pizzaria querendo ou não tornaram a vida deles um pouco monótona cedo demais, e Clara queria um pouco mais de emoção. Porém querendo ou não, mesmo que Clara não percebesse ou não admitisse, estava assim afim de transar com Rafael, ter ouvido falar de todas as aventuras que ele teve com Júlia, deixaram ela completamente surpresa e empolgada por fugir um pouco do padrão do sexo e conhecer uma sensação nova que era de transar com outro, enquanto Pedro a observa, e fazer o mesmo com relação a ele. O grande problema seria Pedro.
Clara sabia que ele jamais aceitaria aquilo, mas ela não era boba e já tinha ligado as coisas. Ela sabia que aquela mulher era a mesma que se insinuou para seu marido aquele dia quando ele foi fazer as entregas, por mais que Pedro não tivesse feito nada, ela sabia que Júlia estava querendo naquele dia, e numa situação onde tivessem uma troca de casal, saberia que Júlia com certeza manteria Pedro bem ocupado, tendo bastante prazer enquanto a própria Clara se aproveitaria muito bem no mesmo quarto com o Rafael. Clara então resolveu não falar nada para Pedro sobre a troca de casais, deixando isto somente para o momento quando estivesse acontecendo, assim ele não teria escolha a não ser participar.
Desde aquele encontro os dias passaram rapidamente e chegamos finalmente ao tal domingo onde os quatro deveriam se encontrar. Clara tinha recebido do casal amigo uma mensagem pelo WhatsApp com a localização compartilhada da casa, enquanto Pedro estava carregando as coisas. Levou apenas duas mochilas, não pretendia ficar lá por muito tempo, no máximo um ou dois dias, pois na terça-feira iriam juntos comemorar seus dois anos de casamento.
Caiobá era uma das praias mais requisitadas do litoral paranaense, então Pedro já esperava enfrentar um bom trânsito na rodovia. Então, por precaução, o casal saiu às 14:00 do domingo, depois do almoço com a família de Pedro junto da Família de Clara. O casal então partiu para estrada no HB20 de Pedro, que cantava pneu no meio da BR-277, e estava seguindo rumo ao litoral. Como era previsto, pegaram sim um pouco de trânsito, principalmente no trajeto da BR, em Alexandra, pegando o trevo para acessar a PR-508, e no trecho do pedágio, mas não muito, o que fez com que o total da viagem chegasse a mais ou menos 2 horas e 37 minutos. Chegando na cidade de Caiobá, Clara estava indicando para Pedro os caminhos que ele deveria chegar até conseguir alcançar a casa, não demorou muito para eles conseguirem achar o lugar, era uma casa que ficava de frente para o mar, localizada na Avenida Atlântica, próxima do maior edifício da cidade. Era bem bonita e aconchegante, parecia ter dois andares. Clara achou a casa muito linda e estava completamente encantada, Pedro, nem tanto, mas tinha gostado do lugar, fazia um ano que não vinha à praia, ficou feliz que pelo menos trouxe uma sunga para nadar. O dia estava favorecendo muito, aliás. Assim que Pedro e Clara chegaram, foram recepcionados pelo casal Rafael e Júlia, que já estavam do lado de fora à espera deles. Pedro então deu uma boa olhada nos dois e notou que não reconhecia Rafael, pelo menos não da última vez que o viu, porém a jovem que estava do lado dele, ele reconheceu com certeza. Dentro do carro ainda com Clara, ele retrucou.
— Ah, cara. Eu não acredito nisso! Clara, aquela guria Clara... Minha nossa, você não sabia? — Perguntou Pedro.
— Ué!? Mas eu não sabia o que, Pedro? — Questionou Clara.
— Clara, aquela guria que tá ali junto com o Rafael é justamente aquela que eu te contei da outra vez, que estava trepando enquanto eu fui entregar pizza!
— Ah não, É sério isso? Minha nossa. - Clara se fez, fingindo que não sabia de nada, mas na verdade ela sabia de tudo o que Pedro falou, e contava que Júlia seduzisse ele novamente. — Hahaha, que coincidência, hein.
Clara pede para Pedro não comentar sobre isso com nenhum dos dois ali, deixar esse caso pra lá, e só falar se fosse perguntado. Clara amenizou as coisas, falando que possivelmente ela pensou que ele era solteiro, por isso resolveu seduzir ele, por isso as investidas naquele dia. O importante para ela é que Pedro se manteve fiel, mas hoje era um dia para curtir e Clara pediu para Pedro fazer isso ao máximo. Pedro não entendeu aquele pedido, mas acabou concordando. Os dois então saíram do carro e foram até o casal, Rafael e Júlia se aproximaram e resolveram cumprimentar o casal.
Os pensamentos ali eram muitos, mas de todos, quem estava mais pensativa era a Júlia. Ela não podia acreditar que estava tão perto de Pedro, ela sentia alguma coisa quente dentro dela e quando ela finalmente abraçou ele, encostou a face bem próxima de seu peito por alguns segundos, o que ninguém percebeu, pois Clara estava conversando qualquer coisa ali com Rafael que estava conversando tanto com ela quanto com o Pedro, enquanto este envolvia seus braços no pequeno corpo de Júlia. Quando ela desvencilhou o seu corpo junto ao de Pedro, num gesto de apenas cumprimentar a jovem, ele foi lentamente levando seus lábios até a bochecha de Júlia, deixando um calmo beijo, o que fez o rosto da jovem ruborizar, enquanto a própria Clara era beijada na bochecha por Rafael, mas assim como o abraço, quem mais sentiu o beijo foi Júlia que fechou os olhos lentamente e podia sentir aquele beijo calmo de Pedro. A todo momento, Júlia não tirou os olhos de Pedro e ficou quieta encarando mesmo, enquanto os outros três conversavam e se interagiam.
— Tiveram uma boa viagem galera? — Perguntou Rafael.
— Tivemos sim, Obrigado. — Respondia Pedro. — Apesar de nunca ter vindo para Caiobá, não foi difícil, tenho que admitir que a casa de vocês é bem bonita.
— Na verdade, essa casa é e ao mesmo tempo não é minha. — Respondeu Rafael a Pedro e continuou. — Então, essa casa é do meu tio, sabe, a gente meio que aluga quando precisa vir para cá, minha família tem também uma casa de praia mas não é aqui. Apesar de que meu tio está pensando em vender essa casa, e eu estou pensando em comprar, aqui é muito bom para organizar festas, sabe.
— Festas... Entendi, bacana. — Pedro viu que a índole de Rafael não havia mudado muito, mesmo agora quase casado. Ainda era festeiro, desde os tempos do colegial, que organizava as festas para a galera, que Pedro, aliás, nunca foi de participar, exceto uma vez.
Os quatro depois das apresentações entraram dentro da casa e Rafael como bom anfitrião, apresentou o quarto de hóspedes para o casal que se acomodou ali, por estar cedo demais, Pedro aproveitou o momento e se perguntou por que não cair na água e dar uma boa caída na água? Propôs isso a Clara, que não quis ir, pois não trouxe roupas de banho, então planejava ir sozinho. Rafael propôs.
— Vai com a Júlia, assim você não fica sozinho. Eu tô pensando em dar um pulo no mercado, comprar algumas coisas para mais tarde, enquanto isso, a Clara arruma suas coisas no quarto e descansa.
— Bom.. Tudo bem então, eu vou me trocar e vamos. — Respondeu Pedro, e foi até o banheiro se trocar, enquanto Júlia fazia o mesmo no quarto dos dois. Rafael, aproveitou a deixa, e falou para Clara, que a ideia era boa para deixar os dois ali mais entrosados pra hora da troca, e perguntou se ela já tinha combinado com Pedro, pois não queria fazer nada sem o consentimento dele. Clara, omitiu essa informação, e disse que tudo estava bem, só precisava que Júlia o seduzisse.
Pedro e Júlia estavam prontos, ele estava com bermudão, e completamente sem camisa enquanto Júlia estava vestindo um biquíni com uma canga enrolada na cintura, ambos iriam aproveitar O Sol gostoso que estava fazendo lá fora em plena 5 horas da tarde. Os 2 se despediram e foram até a Praia Brava, para se molhar um pouco, enquanto Rafael se preparava para ir ao mercado e Clara foi até o quarto.
Júlia colocou seus chinelos sobre a canga e sentou sobre ela, aproveitando só para observar, não estava muito afim de cair na água, mas queria muito ver Pedro. Era a primeira vez que viu o rapaz apenas usando um sungão, e ele conseguia, aos olhos dela, ser mais gostoso que Rafael, além de sempre achar ele mais bonito também.
— E ai, não vem? — Perguntou Pedro a ela.
— Ah não amor. Eu vou ficar aqui, pode ir, só vem depois pra gente bater um papo, vem. — Respondia Júlia, com um ok dele. Pedro então foi até a praia e ficou lá por alguns minutos, avançando até mais ao fundo, enquanto Júlia o observava. Na verdade Pedro não ficou ali por um pouco mais de meia hora, logo ele veio todo molhado até ela, que assim que chegou tão próximo, estendeu a toalha para ele, e ele pegou a toalha logo em seguida e começou a se enxugar. Pedro sentou do lado dela, e assim ela o encarou. Júlia tinha uma coisa que precisava falar a Pedro, e então disse.
— Daquela vez que veio até nosso quarto, e eu sei que você deve saber que era eu ali insinuando pra você... Queria pedir desculpas, eu não sabia que era casado. Você nem usava aliança.
— Relaxa. Fiquei sabendo, literalmente hoje, que você e seu noivo fizeram algumas brincadeiras, a Clara me contou, mas estou tranquilo quanto a isso. E sobre a Aliança... Bom, eu e Clara não usamos porque em uma época de dificuldade, ela teve que vender a Aliança dela junto da minha pois o pai dela teve um AVC, e na época a gente passou por uma dificuldade financeira e somente vendendo alguns objetos valiosos conseguimos superar, Aliança na verdade é só um detalhe, o que importa é o sentimento que temos aqui não é mesmo? — Respondeu, apontando para seu peito, indicando o coração, e Júlia segurou sua mão ali.
— E como você se sente pra hoje? — Perguntou Júlia.
— Ué. Eu estou bem, tranquilo. Vai ser um jantar legal, vocês são boas pessoas. — Respondeu ali Pedro, porém, o que nem Júlia sabia, é que Pedro não fazia ideia da troca de casal que seria feita depois do Jantar, e para ela, ele já estava ciente de tudo.
Os dois voltaram para casa depois de mais 20 minutos conversando, e assim que voltaram Rafael já estava de volta, fazendo seus preparativos para o jantar a quatro, enquanto Clara estava no banho, depois de dormir alguns minutos. Pedro foi se trocar para ajudar Rafael ali com os preparativos da refeição, enquanto Júlia subiu para se trocar em seu quarto. Assim que subiu, entrou no quarto, não tinha mais dúvidas após a cena que viu. A cama estava levemente bagunçada e o quarto com cheiro de sexo. Ela olhou a cena e ficou completamente decepcionada, principalmente com Rafael. Teve a certeza que Pedro foi traído ali, e que Clara e Rafael, fizeram sexo, enquanto eles estavam fora de casa.