Um banho era mesmo uma boa pedida, melhorando consideravelmente o meu humor. Deixei a água morna relaxar meus músculos e até demorei mais do que o necessário, voltando a me perder em meus pensamentos e até estranhei o fato de nenhuma das duas terem me apressado.
Desliguei a água e me sequei rapidamente, colocando o short e ao sair do banheiro, mesmo do corredor, pude ouvir alguns gemidinhos abafados, mas não conseguia saber de quem eram. Tentei caminhar levemente, sem fazer barulho e ao chegar na sala, me deparei com a cena mais alucinante e excitante da minha vida: Jéssica, de pernas abertas e olhos fechados, tapando a boca com as mãos, gemia manhosa com a língua de Isabel, naquele momento na melhor versão Natasha, castigando seu clitóris impiedosamente.
Mestre naquela arte, Isabel dominava Jéssica com facilidade:
– Isso, sua safadinha. De pernas bem abertas para mim. Estava sendo difícil me segurar, ficar ao seu lado sem poder te atacar era torturante.
Isabel sugava o grelo de Jéssica quase que em devoção, alternando lambidas delicadas com uma sucção mais forte, levando Jéssica a se contorcer em sua boca:
– Assim você me mata … como isso é bom …
Sem lhe dar descanso, Isabel caprichava, colocando delicadamente o dedo na entrada do canal vaginal e friccionando, numa mini penetração. Jéssica, totalmente entregue, apoiou as pernas em seu ombro, se lembrando de mim:
– Que delícia … e se o JB aparecer? Isso é bom demais …
Sem se abalar, nem um pouco preocupada, continuando com sua atenção completamente voltada para a xoxota de Jéssica, ela respondeu:
– Tomara que ele não demore, está perdendo. – Isabel voltava a se concentrar em dar prazer a Jéssica.
Como o sofá ficava meio que de lado para o corredor, minha posição me permitia assistir sem ser notado. Mas com o pau chegando a latejar de excitação, vibrando de tão duro, eu que não iria perder a oportunidade, já que esperava ansioso por ela.
Sorrateiramente me aproximei por trás e Jéssica, de olhinhos fechados, só me notou quando abocanhei um de seus seios. Achei que ela iria se assustar, mas ela apenas gemeu:
– Assim é covardia … dois contra um.
Isabel também notou minha presença, parando de chupar a Jéssica e vindo me beijar, dividindo comigo aquele mel que fazia seu rosto brilhar, completamente lambuzado. Não trocamos palavra alguma, não era necessário, voltando a nos concentrar em Jéssica, que estava adorando ser dividida por nós dois:
– Como eu sonhei com esse dia … nós três, juntos … nem acredito que está acontecendo … como é bom.
Jéssica puxou minha bermuda para baixo e segurou firmemente no pau, começando a me punhetar. Ela até tentou levá-lo à boca, mas a posição era ruim. Mudei de lado, me ajoelhando sobre o assento do sofá, deixando o pau a centímetros do seu rosto e ela não perdeu tempo, começando um boquete delicioso. Com a prática, suas habilidades melhoraram consideravelmente e Jéssica já chupava o pau com muito mais desenvoltura e menos frescura.
Enquanto me chupava, percebi que ela acabou perdendo a concentração, já que Isabel continuava a lhe chupar também. Ela me olhou maravilhada, com os olhos começando a revirar e espasmos musculares tomando conta do seu corpo. Isabel a fez gozar rapidamente e não perdeu tempo, agarrando o meu pau e assumindo o lugar de Jéssica, deixando que ela se recuperasse.
Logicamente, era perceptível a diferença de habilidade entre as duas. Enquanto Jéssica era calma, chupava devagar, sempre tentando perceber minhas reações para ver se estava fazendo certo, Isabel era gulosa, esfomeada, enfiando tudo na boca, me olhando com aquela carinha de sapeca, me provocando, lambendo minhas bolas e batendo com o pau na cara. Aquela safada sabia o que fazia e ainda mostrava para Jéssica, que de olhos vidrados, prestava atenção enquanto se recuperava do gozo.
É claro que eu não consegui me segurar e enchi aquela boquinha gostosa de porra. Sem pensar duas vezes, Isabel, com sêmen escorrendo pelo queixo, se virou e beijou a Jéssica, dividindo com ela o prêmio conquistado com pura luxúria e maestria. Até achei que Jéssica fosse reclamar, mas ela apenas sorriu, um pouco surpresa com a nova experiência.
Isabel se levantou, me dando um beijo carinhoso e outro em Jéssica:
– Estou com fome. Vamos comer antes de continuar?
Jéssica também me beijou e se levantou, um pouco envergonhada ao olhar para mim, seguindo para a cozinha com a loira. Segui as duas. Enquanto Isabel esquentava as esfihas e nos servia refrigerante, Jéssica acariciou o meu rosto, preocupada:
– Agora está bem roxo. Acho que vai levar uns dias para curar.
Se aproximando para ver melhor, Isabel respondeu:
– É assim mesmo. Acho que até amanhã ainda vai piorar. Depois começa a melhorar. É normal.
Comemos conversando, brincando entre nós. Isabel sempre nos provocando, ora eu, ora Jéssica. Eu nem me lembrava mais da dor, do que aconteceu naquela casa de swing. Ver as duas felizes, entrosadas, flertando uma com a outra, o sentimento já existente criando raízes fortes, o quanto parecia certo e perfeito estarmos juntos, me deu a vontade de ser mais direto:
– Vocês duas parecem felizes com isso que a gente tem vivido? Essa loucura a três.
Isabel provocou a Jéssica:
– E como não estar feliz? Olha pra essa gostosa, como ela está melhorando a cada dia. – Ela beijou a Jéssica.
– E você, JB? Nem parece mais aquele projeto de homem assustado que eu conheci há mais de um ano. Você está tão mais confiante e isso o torna muito atraente.
Isabel resolveu desabafar de vez:
– Vocês não sabem o quanto me fazem bem. Quando eu conheci o JB, eu estava passando por uma fase muito solitária. Você acabou sendo o meu príncipe.
Isabel me abraçou, se sentou no meu colo e puxou Jéssica para perto:
– Você me ajudou sem precisar, me fez manter um cliente importante e ainda me levou em um encontro normal, lembra? Foi a primeira vez que um homem não quis apenas me usar.
Jéssica nos olhava sem entender e Isabel contou a ela do dia em que fui seu maridinho corno conformado e do pagamento que eu exigi para colaborar. Aproveitei o momento para dizer a Jéssica sobre o conselho de Isabel e que eu iria aceitar a oferta do pai dela. Feliz, ela me encheu de beijos.
Jéssica ainda tinha uma dúvida:
– Como vocês se conheceram?
Claro que aquela pergunta precisaria ser respondida alguma hora. Eu estava decidido a ser honesto, colocar tudo em pratos limpos. Isabel me olhava apreensiva. Eu não enrolei:
– Naquele dia do motel, o dia que a gente terminou de vez, eu estava decidido a perder a minha virgindade.
Jéssica me olhava carinhosamente, não demonstrando hostilidade ou decepção. Eu continuei:
– Eu procurei na internet e acabei encontrando o anúncio da Isabel, até então, Natasha. Eu liguei e ela tinha horário para atender. Perdi meu cabaço naquela mesma noite e acabei virando cliente.
Eu esperava a reação de Jéssica, mas ela parecia conformada, tranquila até. Ela brincou com Isabel, tentando aliviar a tensão:
– Então foi você que roubou o que era pra ser meu?
Isabel se retraiu um pouco, mas Jéssica logo a acalmou:
– Não é sua culpa. A errada fui eu. Pisei na bola e acabei perdendo um ano da minha vida, um ano longe do JB. A burra fui eu, que demorei a perceber o que tinha e o que realmente queria.
Jéssica ficou cabisbaixa, um pouco triste, mas Isabel logo a abraçou, brincando:
– Pensa pelo lado positivo: eu te devolvi um JB completamente funcional, bem programado e pronto pra dividir com você o que aprendeu. – As duas se olharam e não conseguiram segurar o riso.
Isabel não perdia tempo e nos arrastou para o quarto. Me pedindo para me deitar na cama, junto com a Jéssica. Com um olhar de quem iria aprontar, ela disse:
– Vocês dois gozaram, eu ainda não. Minha vez.
Ela foi até o guarda-roupas e após alguns segundos, voltou com um apetrecho nas mãos. Jéssica olhava sem acreditar, curiosa e confusa:
– O que diabos é isso?
Isabel pediu para ela se levantar e explicou:
– Isso é uma cinta peniana, ou Strap-on. E nós vamos brincar um pouqui …
Jéssica precisou interromper, assustada:
– E o que você vai fazer com isso?
Piscando para mim, Isabel disse:
– Eu, nada, mas você …
Isabel a despiu, amarrou a cinta em Jéssica e disse:
– Você e o JB vão me foder, bem gostoso, juntos, ao mesmo tempo.
Não sei se Jéssica estava assustada ou curiosa, pois nos encarava sem conseguir falar. Isabel a fez se deitar novamente e partiu pra cima com tudo, beijando sua boca, apertando e sugando os seios, me puxando para ajudá-la e a temperatura só aumentava. Jéssica estava indo na onda, ansiosa, mas confiando em Isabel. Eu apenas seguia o curso, imaginando onde aquilo iria parar. Eu já tinha uma noção das pretensões da Isabel e não coloquei objeções, mas rindo, brinquei:
– Assim você vai traumatizar a Jéssica.
Isabel não estava nem aí:
– Ah, para, né? Sexo bom é sem frescura, dando asas à imaginação e realizando as fantasias. Se for pra ser só papai e mamãe, eu nem quero.
Isabel pegou um lubrificante no criado mudo e enquanto Jéssica apenas assistia sua movimentação, ansiosa e já começando a parecer até um pouco mais à vontade, ela lubrificou bem o dildo acoplado a cinta, um caralho preto com pelo menos dezoito centímetros, mas não tão grosso, e o lambuzou com o líquido.
Ela voltou a aproveitar da Jéssica, totalmente submissa em suas mãos. Era lindo assistir aquelas duas tão animadas e com Jéssica bastante participativa, entendendo e se entregando ao que Isabel pretendia.
Isabel montou sobre ela, beijando sua boca, apontando a rola preta de borracha na entrada da xoxota e foi descendo devagar. Jéssica estava começando a realmente se divertir, começando a entender como funcionava uma relação entre duas mulheres que se desejam. Eu só podia assistir, admirando o quão sagaz, inteligente e diferenciada era aquela loirinha pequena e delicada, mas que se transformava completamente na hora do sexo.
Deixando Isabel guiá-la, se comprometendo e curtindo o que acontecia, Jéssica já era integrante ativa daquela foda entre mulheres, ela já movimentava o quadril, estocando a piroca de borracha na buceta de Isabel, que gemia como uma gatinha manhosa:
– Está quase perfeito, você está me fodendo direitinho, sua safada. Vem JB, sua vez.
Isabel se deitou sobre Jéssica, empinando a bunda e me entregando o Lubrificante:
– Vem, safado gostoso … sei que você está doido pra foder meu cu de novo. Vem, ajuda a Jéssica, quero vocês dois.
Juro que eu não esperava, achei que aquela era mais uma das lições da “professora Natasha”, mostrando para Jéssica como funciona o prazer entre mulheres. Besuntei o pau e me posicionei. Safada como só ela, Isabel pediu à Jéssica:
– Pega na minha bunda, abre ela para o JB. – Jéssica não acreditava naquilo, reagindo automaticamente e fazendo o que Isabel pediu.
Aproveitei para brincar, batendo com o pau nas costas da mão dela, pedindo também:
– Já que é pra ajudar, me ajuda também, segura o pau na entrada desse cu apertado.
Jéssica estava maravilhada com tudo, mas também, um pouco perdida. Era muita novidade, muita safadeza, tudo ao mesmo tempo, informação demais para processar.
Assumi meu papel e comecei a forçar a cabeça do pau nas preguinhas daquele cuzinho perfeito, todo depilado. Após um pouco de pressão, uma resistência inicial, a cabeça foi abrindo espaço, laceando o reto e sendo agasalhada aos poucos, ganhando profundidade. Isabel controlava o ritmo com as mãos, me pedindo para continuar ou parar de acordo com seus toques na minha coxa. Ela estava bem relaxada, sabia como proceder e em pouco tempo, eu estava todo dentro dela. Deixei que ela se acostumasse com o volume e logo comecei a estocar.
No início, fui socando com calma, devagar. Isabel é um furacão na cama, mas quando dá o cu, prefere que seja com carinho, bem delicado. Por ser uma mulher pequena, é muito apertadinha e cada vibração da musculatura, apertando meu pau, me fazia acelerar um pouco mais. Aproveitei para ajudá-la a guiar Jéssica, assumindo um pouco o papel de líder, dando tapas naquela bunda linda e incentivando Jéssica a fazer igual.
Pegamos o ritmo rapidamente, com Jéssica parada, Isabel rebolando, esfregando o grelo na cinta, em um ponto de vibração próprio para estimular o clitóris. Comecei a estocar com um pouco mais de força, os gemidos de Isabel só aumentavam, Jéssica curtia e participava cada vez mais e em pouco menos de dez minutos, Isabel gozou alucinada, gemendo alto:
– Eu sabia que ia ser incrível … que tesão … vocês acabaram comigo … gozei gostoso demais.
Isabel desmontou ao lado da Jéssica, ofegante, tentando recuperar o ar. Eu estava alucinado, Jéssica também, me encarando com cara de safada, praticamente me convidando. Rapidamente retirei a cinta que ela usava e a coloquei de quatro na minha frente. Estávamos literalmente em cima da Isabel.
Ela pegou alguns lenços umedecidos e fez uma boa limpeza no meu pau, duro como rocha. Comecei a pincelar a pica na buceta de Jéssica, que chegava a escorrer de tão excitada e fui penetrando devagar, querendo ser carinhoso, mas tão envolvida na vibe de Isabel quanto eu, Jéssica se jogava para trás, implorando uma penetração mais ativa, mais forte. Cravei com cuidado, mas em um movimento só:
– Ai, caralho! Assim, meu amor … me fode, acaba comigo …
Comecei a socar fundo, com ritmo, estocando com força, fodendo a Jéssica como fazia com Isabel, a transformando também na minha putinha, mais viril do que carinhoso, intenso. Ela se entregava completamente:
– Assim, não para … ai, meu Deus … que delícia … como isso é bom …
Dei tapas fortes na bunda, segurei firme em suas ancas e atolei o pau até o fundo, deixando parado, voltando a movimentar depois, socando mais rápido. Isabel já voltou a participar, lhe chupando os seios e beijando sua boca.
Enquanto eu estocava, o momento mais inusitado e esperado aconteceu, o batismo bissexual da Jéssica: Isabel se posicionou de pernas abertas na frente dela e ofereceu sua buceta, praticamente forçando sua cabeça entre suas pernas. Achei que ela iria refugar, mas não, ela começou a lamber e a sugar orientada pela Isabel e aquilo foi demais para mim, não conseguindo me segurar e gozando forte dentro dela, cinco ou seis jatos poderosos. Achei até que estava sendo egoísta, não esperando por ela, mas me surpreendendo, ela gozou segundos depois de mim, com a pernas tremendo, com a boca na buceta de Isabel, que acariciava seus cabelos ao invés de exigir que ela continuasse.
Ficamos os três namorando na cama, sem nos desgrudar e ainda naquela noite, Jéssica confessou que realmente era bissexual, que agora tinha certeza, já que adorou dar prazer a Isabel, pedindo que ela lhe ensinasse e ajudasse a melhorar.
Isabel, entusiasmada, nos mostrou sua nova identidade visual para o Only Fans e a produtora que ela sonhava em montar no futuro. Ela estava feliz, disse que era trabalho de um novo web designer, muito promissor e requisitado, um tal de Clayton Fernandes e que pagou bem caro por toda a arte que ele desenvolveu. Percebi também, que ela ainda esperava uma resposta minha sobre os vídeos adultos, mas eu disse que ainda não estava pronto para responder. Dormimos juntos, embolados, procurando uns aos outros.
Passamos todo o final de semana praticamente no quarto, só saindo no domingo para almoçar com minha mãe e dar uma olhada no pai da Jéssica. Sozinha comigo na cozinha, enquanto eu ajudava a tirar a mesa, minha mãe, que de boba não tem nada, perguntou:
– Você está com a Jéssica, mas não desgruda da Natasha? Agora é Isabel, né? Desculpa.
Minha mãe ne encarava um pouco brava:
– Jéssica já sofreu muito, pagou pelo erro que cometeu. Não vá me aprontar coisa errada, João Batista. É muito fácil perceber que a Isabel também gosta de você. Olha lá, hein!
Pensei: “Ah, se ela soubesse … por que tudo tem que ser complicado? Por que não posso simplesmente assumir as duas? Se bem que, Isabel é do mundo, até acredito que goste de mim e da Jéssica, mas não sei se ela deseja estar num relacionamento”.
Ainda tive que ouvir todo o drama da preocupação de mãe. Expliquei o hematoma no meu rosto modificando um pouco a história, dizendo que fui agredido sem querer num bar em que estava com as meninas. Mesmo desconfiada, ela aceitou minha versão distorcida da história e parou de se preocupar, mas somente após as recomendações de sempre, para eu tomar cuidado, não andar onde não conheço e etc …
Isabel foi embora no começo da noite de domingo e eu aproveitei para ir com Jéssica até a sua casa e conversar com seus pais. Aceitei a proposta, mas pedi alguns dias para organizar minha saída do escritório de advocacia e resolver algumas coisas pendentes.
Oficialmente, Jéssica e eu assumimos nossa relação perante os seus pais e eles não conseguiam esconder a felicidade pela nossa volta. Foi um final de noite emocionante, onde eu, novamente, pude sentir todo o carinho daquela família incrível, que sempre nos considerou, a mim, meus irmãos e também a minha mãe, um dos seus.
Ao voltar para casa, dei a notícia para minha família também e assim como os pais de Jéssica, minha mãe era só sorrisos, satisfeita por minha decisão, sabendo que eu fiz a escolha certa e me incentivando a ser cada vez melhor e mais responsável.
Meu final de semana, apesar dos problemas na casa de swing, tinha sido incrível e eu dormi muito bem naquela noite, mesmo sabendo o que a segunda-feira poderia reservar para mim.
Acordei bem naquela segunda-feira e, na medida do possível, me preparei para a tensa conversa com o Dr. Mathias. Eu sabia que iria decepcioná-lo, mas precisava pensar em mim, no que era importante para as pessoas que eu amo. Todas me apoiaram, dizendo que eu estava fazendo o certo. Cheguei ao escritório no horário de sempre, mas não fui para a sala de revisão, permanecendo sentado na recepção, esperando a chegada do Dr. Mathias. A primeira a entrar foi Marcela, que me olhou assustada:
– JB, seu rosto. O que aconteceu?
Preferi não falar naquele momento, até resolver minha vida:
– Eu prometo contar depois, mas antes preciso falar com o patrão.
Marcela desconfiou:
– Se você não está na nossa sala … Mentira! Diz que não está pensando em sair daqui?
Meu silêncio, meu desconforto, falou por mim. Ela se sentou ao meu lado:
– Por que JB? Você só pode estar brincando. – Ela, inteligente até demais, logo percebeu. – Isso é obra do Daniel, não é? Diz que eu estou errada, por favor.
Novamente, fiquei em silêncio, de cabeça baixa. Marcela se levantou, com a decepção estampada no rosto:
– Isso não pode estar acontecendo. Tá bom, JB, vou esperar você depois, pra gente conversar, já que prometeu que irá falar. Confio em você.
Ela saiu muito chateada, praticamente se arrastando corredor adentro, com os olhos marejados e logo em seguida, o Dr. Mathias entrou e me olhou surpreso:
– Por que está aí parado? Você não deveria estar na sala da revisão?
Fraquejei por um momento e ele acabou me encarando, percebendo o hematoma no meu rosto:
– Deu para brigar agora? O que foi isso aí?
Me forcei a ser corajoso:
– E exatamente sobre isso que eu quero falar com o senhor.
Ele mudou rapidamente, entendendo o meu tom e a urgência:
– Vem comigo, vamos para a minha sala.
Sempre direto, assim que entramos, ele me pediu para explicar o motivo da conversa e porque eu estava machucado. Também não enrolei, contando o que aconteceu na sexta-feira, precisando ser honesto sobre o local onde eu estava e tudo o que aconteceu. Enviei para ele os arquivos com os vídeos que Isabel deixou preparado e comuniquei o meu pedido de demissão.
Ninguém é insubstituível e isso ficou bem claro para mim ao informá-lo que não havia prestado queixa e que não levaria nada daquilo adiante, e que só tinha os vídeos comigo para justificar o pedido de demissão. Informei a ele que o proprietário do estabelecimento intercedeu e resolveu tudo de forma amigável.
Em troca da minha liberdade imediata e todos os meus direitos trabalhistas, um acordo que parecia vantajoso para mim no momento, ele me fez assinar uma declaração que me impedia de qualquer intenção futura contra o Daniel, contanto que ele me deixasse em paz também, encerrando ali, definitivamente, qualquer imbróglio entre nós dois.
Ele agradeceu os meus serviços, me deu alguns bons conselhos e até mandou que me fizessem uma ótima carta de recomendação. Passei no RH e já assinei a rescisão contratual como se estivesse sendo demitido, não pedindo demissão, outra sugestão dele para me compensar e lógico, proteger o Daniel, seu verdadeiro objetivo.
Mandei mensagem à Marcela, pois não estava a fim de repetir aquela história novamente. Prometi que nos encontraríamos muito em breve e eu contaria a ela o que aconteceu. Ela entendeu e ainda me desejou boa sorte, pedindo para que eu mantivesse contato, não me afastasse dela. Prometi que jamais faria isso e que já a tinha como uma amiga, não só colega de trabalho.
Resolvi que ia tirar alguns dias de descanso antes de começar na marcenaria, uma semana pelo menos. Eu precisava decidir sobre a proposta de Isabel. Por enquanto, eu estava em desvantagem, eram duas contra um, pois Jéssica, cada vez mais grudada com Isabel, estava junto com ela na campanha para que eu aceitasse. Eu iria pensar com calma, pesar os prós e os contras e só então decidir.
Minha vida mudaria rapidamente. Os desafios à frente se mostrariam difíceis e eu precisaria de força e inteligência para superá-los.
Continua ...