Atendi a ligação e meu pai disse.
~Filho eu vim no mercado comprar algumas coisas para sua mãe e quando estava voltando eu vi uma confusão na porta da loja da Duda. Acho melhor você vir para cá se estiver na cidade. Se ainda estiver no seu irmão venha para cá vocês dois porque acabou de acontecer uma tragédia e Duda vai precisar muito de vocês.
Continuando:
Perguntei ao meu pai o que tinha acontecido, mas ele disse que não dava para ver porque estava olhando de longe e tinha muita gente parada na porta da loja. Mas que a polícia estava lá e uma ambulância também. Eu disse a ele que estava em casa e já estava indo para lá. Falei para meu irmão que a gente precisava sair rápido e pedi a Sara para ficar com Raquel.
~Onde vocês dois vão? O que aconteceu?
Sara parecia assustada, provavelmente por causa da cara de preocupação que eu estava.
~Juro que tá explico tudo depois. Eu ainda não sei o que houve mas preciso ir.
Saímos dali o mais rápido possível. A gente foi no carro do meu irmão e eu expliquei para ele durante o trajeto o que meu pai tinha falado. Assim que terminei de falar a gente já viu o movimento na porta da loja. Tinha realmente muita gente ali. Meu irmão estacionou e descemos do carro. Fui na frente abrindo caminho no meio do pessoal. Quando consegui ter visão da porta da loja eu realmente vi o tamanho da tragédia que tinha acontecido.
Tinha um corpo coberto com um lençol na porta da loja. Não dava para ver o rosto mas eu tinha certeza que era Henrique pelo chapéu caído ao lado e as botas pretas de bico fino. Ao redor do corpo pude ver duas malas caídas. Provavelmente Duda tinha expulsado ele para fora de casa. Tinha alguns policiais ali ao redor. Procurei por Duda e vi ela sentada na porta da ambulância conversando com uma enfermeira e um policial.
Eu tentei ir até ela mas fui barrado por um policial. Nesse instante ela me viu e falou algo com o policial que estava perto dela. Ele veio até onde eu e meu irmão estávamos e nos levou até Duda. Ela nos abraçou e eu perguntei como ela estava. Ela disse que ainda não sabia. Que levou um susto muito grande com os tiros. Desceu correndo e viu Henrique caído e Ademar indo para o carro, mas ele nem chegou a sair. Tinha um carro da polícia na praça e ouviram os tiros. Dois policiais vieram correndo a pé e logo o carro da polícia chegou com outro policial. Ademar nem tentou reagir, se entregou e foi levado para a delegacia. Ela me disse que o policial falou que Ademar deu sete tiros no Henrique que provavelmente morreu na hora.
~você já sabe o porquê ele fez isso?
Perguntei a Duda
~Sei sim, quando ouvi os tiros eu já imaginei que era Ademar, eu tinha acabado de ver um vídeo de Claudia com Henrique na cama. Ele que tinha me enviado e junto mandou um texto avisando que iria nos vingar.
Meu irmão perguntou a Duda se ela tinha notícias da Claudia.
~Ela está no hospital toda machucada. Ademar bateu muito nela, só não a matou porque os empregados seguraram ele.
Meu irmão me deu uma olhada e eu sabia o que ela significava. “eu te avisei”
Na hora nem pensei muito, estava preocupado com Duda e assustado com aquilo tudo que tinha acontecido. Duda disse que ia ter que ir na delegacia. Que ia ter que esperar a perícia vir da cidade vizinha e só depois o corpo seria liberado. Que não queria mas provavelmente iria ter que ir para BH para acompanhar o corpo.
~posso fazer algo para te ajudar Duda?
Fiquei preocupado.
~Não meu amigo, mas precisamos ter uma conversa séria quando eu voltar ok.
Eu já imaginava o que era.
~Claro Duda. Vou estar aguardando e qualquer coisa que precisar me ligue.
Ela me agradeceu e foi sair com o policial mas voltou.
~Como a Raquel está? Eu a machuquei muito?
Me surpreendi com aquela pergunta.
~Ela está bem fisicamente. Foi só uns arranhões. Sara está com ela.
Duda me olhou com um olhar muito triste.
~Diga a ela que quando eu voltar eu quero falar com ela também. Eu preciso entender o porquê dela ter feito isso.
Eu disse a ela que eu daria o recado e ela se foi. Eu saí dali com meu irmão e seguimos para o carro. Olhei para ver se via meu pai mas não o vi. Provavelmente ele tinha ido para casa. Voltamos para minha casa e assim que fui entrar escutei o choro de Raquel. Quando entrei no quarto ela estava chorando muito. Parecia desesperada.
~O que houve Sara?
~Cunhado as fofocas nesta cidade corre como fogo em pólvora. Ligaram para a mãe dela e contaram o que houve com Henrique e do vídeo de Claudia que está circulando. Ela ligou uma coisa com a outra e entrou em desespero.
~Tenta acalmar ela e pode contar a verdade. Ela não corre risco algum de ter um vídeo como aquele divulgado. Eu queimei tudo e vou apagar todos agora mesmo do meu celular.
Sara voltou suas atenções para Raquel e eu saí do quarto para resolver outro problema. Mandei uma mensagem pra Duda avisando ela que provavelmente o Henrique teria vídeos dele com outras mulheres no celular dele e que se tivesse como ela não deixar o celular cair em mãos erradas seria bom para evitar novas tragédias.
Eu fiquei na cozinha um bom tempo pensando em tudo. Eu sabia que ficar ali na minha casa era um grande erro. Eu queria ver meu filho e então resolvi ir para casa dos meus pais. Fui no quarto e Raquel parecia estar mais calma. Não sei o que Sara tinha feito mas conseguiu acalmar ela um pouco. Conversei com os três. Avisei Raquel que Duda falou que precisava conversar com ela. Ela disse que tudo bem e perguntou se eu não queria ficar ali na casa. Ela disse que ela podia ir para casa da sua mãe, era melhor do que ela ficar ali sozinha ou a mãe ter que vir para ficar com ela. A ideia não era ruim e aceitei.
Ela arrumou umas roupas e se foi. Sara foi com ela até a casa da mãe dela e quando voltou perguntei o que ela tinha contado a Raquel. Ela disse que tudo, mas que de forma resumida. E que Raquel chorou um pouco mas ficou mais aliviada de saber que o suposto vídeo dela não existia mais. Disse também que nunca imaginou que eu estava planejando levar ela na praia e apesar de saber que tinha estragado tudo agora sabia que realmente eu estava escondendo algo dela e não foi só coisa da sua cabeça.
Meu irmão resolveu ir para casa e Sara foi junto. Me disseram que qualquer coisa eu poderia ligar a qualquer hora. Agradeci eles e depois que eles saíram fui na casa dos meus pais ver meu filho. Meus pais estavam tristes com aquela situação. Meu filho perguntou da mãe e eu disse que ela estava meio doente e foi ficar na casa da avó dele. Conversamos bastante e resolvi levar ele para casa comigo.
Duda me mandou mensagem dizendo que ia mesmo para BH na madrugada do outro dia mas que não iria nem no velório e voltaria no mesmo dia. Disse que o celular já estava com ela e que eu podia ficar tranquilo que os vídeos seriam todos apagados. Me perguntou se eu sabia como o vídeo da Claudia tinha vazado. Eu disse que sabia sim mas que iria contar durante nossa conversa. Que eu tinha muita coisa para contar para ela, mas que tinha que ser pessoalmente.
Passei o resto do dia com meu filho. Mesmo com a cabeça a mil consegui me distrair bastante com ele jogando play. No início da noite ele perguntou da mãe novamente. Falei para ele que ia ligar para ver se ela estava melhor, se estivesse iria levar ele para dormir com ela. Liguei para Raquel que me atendeu e disse que estava bem, que se eu quisesse podia mandar o Junior que não teria problema algum. Ele claro ficou todo feliz. Eu nem levei ele, só abri o portão e ele foi de bicicleta até a casa dos avós. Ele é muito grudado com a mãe. Não o culpo, já que ela é mais presente e carinhosa com ele.
Não foi fácil dormir naquela noite. Era muita coisa na cabeça, mas o que mais me tirou o sono foi a morte de Henrique. Se ele mereceu eu não saberia dizer, mas eu ainda sentia muita raiva dele. O problema é que eu era culpado de ter causado a morte de um homem, não fui eu que puxei o gatilho mas indiretamente eu tinha culpa. Aquilo realmente me fez sentir muito mal, o sentimento de culpa tirou meu sono e provavelmente tiraria por muitas noites ainda.
No outro dia meu irmão e Sara apareceram cedo na minha casa. Estavam preocupados comigo. Na verdade acho que Sara estava mais preocupada com Raquel mas estava comigo também. Conversamos durante um bom tempo e um pouco antes do almoço meu irmão foi na casa dos nossos pais. Sara foi ver como Raquel estava. Eu fui arrumar algo para eu comer. Durante meu almoço Duda mandou mensagem e disse que viu os vídeos e depois apagou todos, mas que o da Cláudia não estava no celular. Eu disse que provavelmente era para não ter risco de Ademar ver já que Henrique mostrava os vídeos das outras mulheres para ele.
Duda disse que descobriu algo e iria me contar assim que chegasse. Que já tinha saído de BH e que no máximo em 3 horas estaria na minha casa. Pediu para eu falar com Raquel e se possível queria falar com nós dois juntos para a gente por a história em pratos limpos de uma vez. Eu disse que iria falar com Raquel e provavelmente meu irmão é Sara também estaria aqui. Ela disse que tudo bem, que meu irmão era da confiança dela e que se a gente confiava em Sara ela também iria confiar. Até porque apesar de não serem grandes amigas se davam muito bem.
Logo após me despedir de Duda liguei para meu irmão e pedi para ele vir à minha casa mais tarde para me ajudar em algo. Liguei para Sara e expliquei para ela sobre a conversa com a Duda. Pedi para ela conversar com Raquel. E se possível pedir para ela vir para nossa casa e deixar Júnior com a sua mãe. Sara disse que iria falar com Raquel e se ela quisesse ir logo elas estariam chegando. Eu disse que não precisava pressa, que Duda só chegaria depois de três horas mais ou menos.
Aquelas horas demoraram a passar, principalmente a primeira que passei sozinho, Depois meu irmão chegou e o tempo passou mais rápido porque ficamos conversando. Eu deixei ele a par do que Duda tinha falado. Ele disse que tinha ligado para o pai de Cláudia e apesar dela estar bastante machucada iria ficar bem. Depois de um bom tempo Sara chegou com Raquel que parecia estar com uma cara melhor mas não conseguia nem me olhar nos olhos. Disse apenas um oi de cabeça baixa e foi ficar no quarto com Sara. Às quatro da tarde finalmente vejo o carro de Duda parar de frente a minha casa.
Fui recebê-la e ela entrou comigo, disse que nem foi no velório, só conversou com um irmão de Henrique e explicou o que tinha acontecido. Nem falou com os sogros que já não gostava muito dela por culpar ela de Henrique ter ido morar longe deles. Ela disse que descansou um pouco na casa da tia onde ela morou por uns anos e depois resolveu voltar logo para casa.
Entramos e sentamos no sofá da sala, pedi meu irmão para chamar nossas esposas e elas vieram. Raquel chegou e sentou ao lado de Sara e ficou muda. Duda disse que queria entender tudo que tinha acontecido e que tinha algumas coisas para contar. Que iria explicar tudo mas precisava saber de algumas coisas que para ela não fazia sentido ainda.
Sara como sempre mais prática tomou a frente
~Acho o certo é cada um contar o que sabe aí provavelmente as coisas vão se encaixar, principalmente você cunhado. Você que acabou descobrindo tudo afinal. E por favor conta como o bendito colar levou você a descobrir o que descobriu.
Ela tinha razão, era melhor aquela conversa começar por mim.
~É o colar dos vídeos? Eu percebi que todas as mulheres usavam um colar.
Duda perguntou curiosa.
~Sim é aquele colar dos vídeos, vou contar a história dele desde o começo e o que aconteceu depois que vi ele no pescoço da Raquel. Vou também contar o que isso me levou a fazer. Espero que entendam e que me perdoe porque eu fiz algo muito ruim. Só descontem e depois vocês podem falar o que quiser, vou ouvir calado.
Todos concordam, só Raquel não disse nada. Ela continuava sentada olhando para o chão e esfregando as mãos uma na outra.
Todos vocês aqui conhecem meu padrinho. Sabe que ele é amigo de infância do meu pai. Por isso foi escolhido para ser meu padrinho de batismo. Ele sempre gostou muito de mim e me ajudou muito durante esse tempo todo. Eu também gosto muito dele. Mas a maioria das mulheres aqui da cidade não gosta dele pela fama que ele tem de ser mulherengo, safado, puteiro e tudo mais. Por isso mesmo ele não ia na casa de quase ninguém aqui e raramente era chamado para uma festa familiar.
Só que meu padrinho não é nada disso, ele só é mesmo puteiro, isso não tem como negar, ele vive na zona, leva os moleque quando faz 18 anos para lá e paga mulheres para eles. Eu inclusive fui um desses moleques. Ele trás as putas de lá para beber com ele no bar aqui dentro da cidade. Acho que se o dono da zona pudesse colocaria uma estátua dele na entrada do cabaré. Só que ele nunca mexeu ou cantou uma mulher casada e nem mesmo as solteiras aqui da cidade. Mesmo ele não fazendo nada de errado porque ele nunca se casou, nunca faltou com respeito com nenhuma mulher, a fama dele era essa na cidade e vocês sabem.
Eu o via sempre no bar ali na praça onde os fazendeiros da região iam beber e jogar conversa fora. Até já bebi com ele ali algumas vezes, mas nunca gostei dali porque só tinha gente rica e eu me sentia meio deslocado. Mas a uns sete anos atrás mais ou menos eu parei de ver ele lá bebendo. Até perguntei a ele o porquê ele tinha sumido de lá. Ele disse que o bar já não era mais o mesmo e preferia não frequentar mais o local. Não rendi muito assunto e nem dei muita importância já que ele sempre que vinha na cidade ia na oficina conversar comigo e com meu pai.
Um dia eu estava sentado com ele na calçada na porta da oficina. Isso tem uns 6 anos mais ou menos, não lembro com exatidão. Nós estávamos falando da tranquilidade que era morar em uma cidade pequena, sobre vantagens e desvantagens. Estávamos basicamente jogando conversa fora. Meu padrinho disse que nossa cidade estava mudando e não era mais a mesma. Que já tinha muitos moradores que não eram criados ali. Que o progresso já tinha chegado e ele preferia o jeito que a cidade era no passado.
Enquanto a gente conversava um casal muito conhecido nosso passou na outra calçada com seus dois filhos, um ainda estava nos braços da mulher. Eu disse pro meu padrinho que apesar de estar mudando nossa cidade ainda era um bom lugar para se criar uma família. Ele só sorriu e ficou pensando em algo. Logo depois ele disse que ia me contar uma história mas que não iria contar de quem era a história, só podia adiantar de que era de um bom homem e que morava em uma cidade muito parecida com a nossa. Ele adorava contar essas histórias. Eu disse a ele que tinha entendido e ele começou a falar
Ele disse que tinha um fazendeiro que sempre frequentava um bar para beber e jogar conversa fora com os amigos. Que ele adorava o lugar mas que percebeu que com o tempo os fregueses do bar foram mudando. Um dos novos fregueses era um homem que estava morando ali na cidade a quase três anos, Ele era da capital, mas se casou com uma das moças da cidade e veio morar com ela ali. O homem era muito elegante, sempre estava bem vestido, falava bem e logo se enturmou com o pessoal do bar.
Esse homem fez algumas amizades e uma delas foi com um amigo de farra desse fazendeiro. O amigo dele era recém casado mas mesmo assim vivia nas farras com mulheres e em bares bebendo. O fazendeiro gostava muito dele por o conhecer desde de criança e por já terem feito muitas farras juntos. Um dia o fazendeiro viu seu amigo e o homem da capital bebendo em um mesa só os dois, pareciam já estarem bem alegres por causa das bebidas.
Era um domingo e já era um pouco tarde, o bar já estava com pouco movimento. O fazendeiro ficou curioso porque viu os dois vendo algo no celular do homem e riam muito do que viam. Ele não entendia direito o que falavam mas ouviu seu amigo dizer palavras como puta, safada, gostosa e outras do tipo entre as suas risadas escandalosas. O fazendeiro achou que os dois estavam vendo algum filme pornô ou algo assim no celular e como ele gostava muito de uma putaria resolveu ir ver o que os dois estavam vendo. Ele não viu problema nisso já que era seu amigo e ele já tinha conversado com o homem algumas vezes e até o achou bem simpático.
Quando ele se aproximou o homem foi fechar o vídeo mas seu amigo já meio alto o viu e chamou ele para ver uma coisa. Disse que ele iria gostar muito. O homem pareceu não aprovar a ideia mas o amigo disse que o fazendeiro era de total confiança. Que podia mostrar os vídeos já que ele era do meio da bagunça e gostava dessas coisas. O homem resolveu então dar play no vídeo depois que o fazendeiro disse que não ia comentar com ninguém sobre aquilo.
O que o fazendeiro viu deixou ele espantado. Ele viu quatro vídeos e em todos tinha basicamente a mesma coisa. O homem com uma mulher casada e conhecida da cidade na cama de um quarto que parecia ser de um velho rancho de madeira. A mulher d4 na cama e o homem atrás dela a penetrando. Os vídeos eram curtos mas dava para ver bem o que acontecia. Enquanto o amigo ria e soltava comentários sem noção sobre as mulheres, o fazendeiro observava os vídeos e notou algo.
Todas as mulheres usavam o mesmo colar de pérolas durante a transa. O Fazendeiro curioso com aquilo perguntou o porquê todas usavam o colar. O homem foi responder mas seu amigo meio bêbado tomou a frente e falou que era o colar das putas casadas. Ele falou aquilo é deu uma gargalhada enorme. O homem pareceu meio constrangido mas logo começou a rir também. O fazendeiro achou aquilo bem sem noção mas não falou nada.
O seu amigo continuou a falar do colar. Disse que o homem coloca uma pérola negra a cada mulher casada que ele comia e que o objetivo dele era deixar o colar todo só com pérolas negras. Que eles tinham feito até uma aposta, se em dez anos o homem conseguisse por dez pérolas negras o amigo teria que pagar dez mil para ele se ele não conseguisse o homem pagaria para o amigo. E que no momento só tinha 4 pérolas, faltava seis ainda. O fazendeiro achou aquilo tudo mais sem noção ainda. Ficou ali mais um pouco com os dois e depois saiu. Mais uma vez afirmou que eles podiam ficar tranquilos que jamais iria comentar com alguém sobre aquilo.
O fazendeiro foi embora do bar muito chateado com a história, mas nunca contou a ninguém porque ele honrava sua palavra. Mas que depois disdo foi se afastando do bar e do seu amigo. Com o tempo ele parou de vez de ir ali. Sempre saia de perto do amigo quando ele tocava no assunto do vídeo para não render assunto. Que depois de viu algumas vezes o amigo ver algum dos homens traídos passar na porta do bar e ficar rindo deles foi de afastando do amigo. Hoje raramente se falam, mas o amigo ainda anda com o homem para baixo e para cima.
Eu ouvi a história mas achei era só algo que meu padrinho inventou ou alguém inventou para ele. Não dei a importância devida. E também logo que ele terminou chegou um freguês na loja, eu fui atender e meu padrinho se foi. Eu acabei esquecendo daquilo. Nunca mais conversei com meu padrinho sobre isso até porque ele já tinha me contado várias histórias, umas até podia ser verdade mas umas eu tinha certeza que não era. Achei que aquela era só mais uma história dele.
Bom, isso até eu chegar em casa e ver minha mulher com um colar de pérolas que eu nunca tinha visto na vida no seu pescoço. Ela estava usando sua melhor roupa e toda produzida para ir na casa de uma amiga do trabalho para o papo em dia. Aquilo ligou meu sinal de alerta.
Quando vi o colar a história voltou na hora na minha cabeça. Quando a segui e vi ela entrar no caminhonete do Henrique eu tive certeza quase absoluta que ela estava com o maldito colar da história. Se o Henrique era o cara dos vídeos eu sabia onde eles estavam indo. Sabia o que iria acontecer e ali caiu a ficha que o fazendeiro da história era na verdade meu padrinho e Ademar o idiota do amigo que estava com Henrique.
~Meu Deus o Henrique é um doente. Eu era casada com a porra de um doente e não fazia ideia!
Duda estava com muita raiva. E continuou falando.
~Agora eu entendo porque ele ficou tão revoltado quando soube que o racho pegou fogo e não sobrou nada. Está certo que foi um prejuízo mas sua reação foi muito maior que o necessário.
Eu a interrompi e disse que eu ainda tinha muito o que contar. E que eu que tinha colocado fogo no rancho.
~Tudo bem Otávio, aquele rancho não tinha valor nenhum para mim, você fez muito bem. Pode prosseguir, por favor
Dali para frente eu comecei a contar tudo que eu tinha feito do momento que voltei em casa para pegar a moto até o momento que vi Henrique morto na porta da loja. No fim eu disse que eu era culpado pela morte do Henrique e por Claudia estar toda machucada no hospital.
Raquel que até o momento não tinha falado nada resolveu falar
~Não, a culpa é minha. Se eu tivesse confiado em você. Se eu tivesse dado valor a amizade da Duda e não tivesse ficado cega de raiva a ponto de trair vocês dois nada disso teria acontecido. Henrique aproveitou da situação sim mas não me obrigou a nada. Eu fiz o que fiz com você, claro que você tinha todos os motivos de ficar com raiva e querer se vingar. Meu erro levou você a tomar essas decisões. Não se culpe porque a culpada sou eu.
Todos olharam para ela falando aquilo,mas ela continuava de cabeça baixa.
~Acho que não se pode culpar só um de nós, todos temos culpa inclusive eu.
Duda falou aquilo e abaixou a cabeça envergonhada.
~Como assim você também tem culpa? Você sabia do que Henrique fazia?
Sara perguntou meio que sem pensar.
~Não!!! Eu não fazia ideia mas eu tenho culpa nessa história sim. Vou explicar a vocês.
Continua