O Médico [16] ~ Sexo com Erique

Um conto erótico de BENJAMIM
Categoria: Gay
Contém 5367 palavras
Data: 21/01/2024 15:00:18

Outras coisas também estavam acontecendo: a mulher do meu chefe, como não fazia nada o dia todo, além de comprar roupas, inventou de abrir um buffet. Na época era moda que as socialites da minha cidade fizessem isso para mostrar que elas não eram donas de casa entediadas.

Então ela abriu o negócio e, como não fazia ideia de como prosseguir, pediu ajuda ao marido, que me contatou para ajudá-la.

Como eu era o coordenador do corpo de garçons do restaurante, ocupei o mesmo cargo no buffet e muitos dos garçons do restaurante trabalhavam de bico no negócio.

Numa dessas festas para a alta-roda, organizada pelo buffet, eu tive que coordenar o corpo de garçons e ajudar em algumas atividades básicas. Uma delas era a arrumação de guardanapos de pano.

Odiava mortalmente isso!

Enquanto os garçons arrumavam as taças, davam brilho nas bandejas de metal, eu e o Érique ficamos sozinhos em um dos ambientes do Giordano dobrando guardanapos. Eu fiquei de costas pra ele e continuei dobrando.

De repente...

- Benjamim, você é gay, né?

Eu parei de dobrar o guardanapo na minha mão, franzi a testa de nervoso e me virei.

- Por que você está perguntando isso?

- Porque eu acho que você é.

- Tá achando errado.

- Será? Eu acho que não.

- Nossa! Quantos guardanapos na sua mesa... Você não acha que tem muito o que fazer ao invés de estar importunando os outros?

- Desculpa, não fiz por mal... eu só desconfiei.

- Por que você não volta a dobrar?

Eu voltei a dobrar, de costas pra ele, os meus guardanapos e fiquei pensando se eu dava tanta pinta assim...

Eu nem era afeminado e as pessoas nunca desconfiavam de mim. Só depois de bastante tempo depois de convívio.

Eu não gostei do tom que ele usou nem do rumo da conversa.

- Eu só perguntei porque você me pareceu gay; não que você quebre a mão, mas, sei lá, não fiz por mal.

- Os guardanapos estão esperando.

- Benjamim?Benjamim? Olha pra mim!

- Cara, a festa é hoje à noite. Para de me perturbar e volta a dobrar isso.

- Eu só queria te dizer uma coisa.

- Agora não.

- Mas...

- Não... e vê se volta a dobrar.

Eu me virei de novo pra minha mesa, deixando-o pra atrás. Uns minutos depois, ele fala:

- Eu sou gay, Benjamim.

- Hã? – me viro pra ele.

- É isso que você ouviu.

- Por que está me contando isso?

- Porque confio em você.

- Mas a gente nem se conhece, nem somos amigos, não tivemos chance de nos falar a não ser sobre trabalho; por que você confia em mim?

- Confio porque você também é gay.

- Eu não sou gay.

- Você é gay sim, só não quer admitir pra mim.

- Você agora tem um Gayômetro?

- Não, tenho um sentimento em relação a isso.

- Os guardanapos também tem um sentimento, mas é a vontade imensa que eles têm para serem dobrados.

- Haha... é impossível manter uma conversa séria com você.

- Jura? Por que você não tenta conversar com os guardanapos enquanto os dobra?

Dobrei os meus rapidamente e segui pra cozinha pra coloca-los numa caixa que iria para o local da festa.

Fui ajudar os outros garçons e vi que muito tempo depois apareceu o Érique com os guardanapos e os colocou na caixa. Ele saiu com um cara emburrada. Não me importei.

Depois de um tempo...

- Vitor, você sabe alguma coisa sobre o Érique?

- Que tipo de coisa? Só sei que ele é garçom como a gente.

- Tá.

- Eita, tem um boato dele que rola por aí.

- Qual?

- Dizem que ele é filhinho de papai e que está trabalhando aqui porque ele saiu embriagado com o carro e atropelou uma senhora e uma cadela embuchada. A velha ficou com a perna quebrada, mas a cachorrinha morreu com os fetos expostos. Eca! Deu no jornal e tudo, você não viu, não?

- Ouvi falar - o Vagner tinha falado algo sobre uma cachorrinha grávida atropelada.

- Saiu no jornal: "Filho de empresário atropela senhora e mata uma cadela" – Haha... coisa ridícula. Mas me disseram que não é a primeira que ele apronta. Você sabe desse povo que tem dinheiro acha que é o dono do mundo! Aí, essa foi a gota d'água e o pai do Érique é amigo do seu Amilton e pediu pra ele dar um emprego aqui pra dar uma lição nele. Você acha que isso tem jeito? Haha... Conheço esse tipo de gente; quando sair daqui... já viu, né?

Já vi sim. Conheço muito bem esse tipo de gente. Na verdade, amei um cara assim..

Eu nem notava o Érique no restaurante. Pra mim era um garçom como outro qualquer. Mas depois do que ele me disse e do que eu soube dele, não tinha como eu não notar. Fui criando um odiozinho dele porque tudo nele me lembrava o Henrique: o nome parecido, o jeitinho birrento, o modo desafiador de falar comigo, os lábios do mesmo tamanho, o jeito de andar e de se comportar e, acima de tudo, a arrogância.

Eu comecei a chegar mais cedo no restaurante só pra vê-lo.

Fazia tempo que não tinha notícias do Henrique e nem queria, ainda estava chateado depois de tantos meses.

A única coisa que eu sabia e via algumas vezes, infelizmente, era que ele ainda estava namorando a Débora.

Segui com a minha vida.

Um sábado qualquer, teve aniversário da única prima que eu gostava, porque foi a única que ficou ao meu lado e por mais que a família em peso fosse, eu devia gratidão a ela e fui também.

Dei os parabéns. Comprei um CD que ela tanto queria e fiquei um pouco na festa que estava animada.

Levei o Vagner e a Ana pra me fazerem companhia e aí eu não fiquei tão sozinho. No final das contas foi legal, só os constrangimentos de ficar lá e às vezes, até de olhar pra cara do meu primo galinha. Agora ele me devia a vida e ficava com vergonha de agradecer. Até hoje, a única coisa que recebi dele foi um obrigado pelo telefone.

Mas eu não me importava. Eu queria mais era que ele se...

Era bom saber que ele sentia que me devia e que ficava com vergonha sempre que eu estava próximo.

Até a mãe dele, minha tia, ficava cheia de paparicos pro meu lado, porque eu finalmente tinha tirado o filho vagabundo dela das ruas.

A situação em casa estava cada vez mais insuportável. Era impossível conviver com a minha mãe. Por mais que eu me esforçasse, ela simplesmente não dava a mínima e ainda fazia questão de piorar mais as coisas.

Uma vez o Hamilton, namorado dela, me pediu pra eu levar o filho dele de quatorze pra escola nova, porque eu sabia onde era e também porque era caminho da faculdade.

A minha mãe fez o maior escândalo e, na frente do garoto, disse que o Hamilton estava louco e que, com esse pedido, ele estava pondo em risco a sexualidade do menino e que era arriscado eu corrompê-lo.

Pra mim foi a gota d'água. Saí de casa, mas não queria ir morar com o Vagner e família dele. Eles são legais e tals, mas odeio sentir que estou sendo inconveniente. Então, fiquei de juntar uma grana pra dar entrada numa casinha perto do centro que fiquei de olho e que o aluguel era super barato, mas a entrada era salgada. Então eu decidi que, às escondidas, eu iria dormir no Giordano, porque, como durante a semana era eu quem fechava, eu iria dormir lá sem que o seu Amilton soubesse.

Dormia debaixo do balcão. Fiquei lá por umas três semanas e, como não pagava água, luz, telefone, deu pra economizar legal.

Mas eu ainda estava na última semana de ocupação no restaurante quando surge uma festa organizada pelo buffet da mulher do meu patrão e eu fui coordenar.

A festa era de um industrial da minha cidade, um ricaço que já se candidatou a deputado estadual e federal várias vezes e sempre ganhava.

Todas as pessoas de boa família estavam lá. Todas!

Eu estava servindo tranquilamente quando vejo um grupo de jovens que eu achei familiar. Mas continuei servindo.

Quando me pedem pra eu ir servir mais próximo do jardim, que era onde esse grupo se encontrava, vi alguns amigos do Henrique... mas não o vi.

Menos mal, pensei. Mal sabia eu que o grupo era imenso e que ele estava junto desse pessoal, só que eu não o tinha visto ainda. Quando eu fui chegar próximo pra servir, dei de cara com ele. Tomei um susto, mas não deixei transparecer.

Um gay acostumado a disfarçar conhece os truques para fazer uma boa interpretação. A vida dupla nos faz aprender a moldar o nosso jeito de ser e que, por bem ou mal, acabamos não deixando que o outro ao nosso lado saiba quem somos.

Mas o Henrique não sabe enganar. Eu vi a cara que ele fez quando percebeu que era eu. Ele tomou um susto de início, depois começou a me evitar na roda e a fazer cara feia pra mim.

Ele estava com ela e estava mais lindo do que nunca. Ele tinha cortado o cabelo e deixado a barba crescer um pouco e isso deu ares de homem a ele, embora eu soubesse que a maturidade não fosse o seu forte, através desse ato de me evitar, deu pra notar que em todos esses meses ele não havia aprendido a não ser tão mimado e a não ser tão infantil.

Só por deboche, eu ficava servindo lá direto. Eu arrebitava o nariz, levantava a cara e ele ficava inquieto a cada chegada minha. As pessoas não notavam, porque não iriam notar certos comportamentos de qualquer pessoa durante uma festa dessas, e mesmo que notassem, não associariam que isso era por causa de um garçom e nem imaginariam que o Henrique era gay e apaixonado, ou não, por esse mesmo garçom.

Mas eu sabia e era o suficiente para me dar prazer em importuná-lo.

Eu ia pra cozinha, morria de rir e voltava sério e sóbrio pro salão. Teve uma hora que ele ficou tão impaciente que foi na cozinha, passou por mim e me puxou discretamente para um local afastado, perto das caixas de bebidas.

- Será que dá pra você parar de ir me servir, lá?

- Olá pra você também, Henrique! – irônico.

- Olá uma ova! Será que dá pra parar de ir lá?

- Tá com medo? Não se preocupe, não; eu só sou o garçom!

- B, para, por favor! – choramingando.

- Desculpe, mas eu estou trabalhando; os incomodados que se mudem. E o meu nome é Benjamim.

- Ah, é assim?

- É.

Ele ficou me olhando com uma cara de raiva. Nossa! Quanto tempo não ficávamos tão juntos, tão próximos. Dava pra sentir a respiração dele. Mas eu fiquei sóbrio, não deixei transparecer a minha saudade e o meu ódio.

Ele ficou me olhando.

- Mais alguma coisa, senhor?

- Vai pra porra!

Saiu morrendo de raiva.

Eu decidi tomar outra tática: não fui mais servi-lo.

Não sei por que, mas sabia que aquele amor todo, aquela paixão descontrolada, não tinha morrido nele. Então me fiz de indiferente de novo. Passei a não ir mais lá. Mas sempre ficava de olho pra ver se ele ficaria me procurando.

Dito e feito!

Ele me procurava com os olhos, no salão e eu servindo outros grupos.

Ele continuou com a cara emburrada e logo depois eu tirei a ilusão da minha cabeça, de que ele ainda sentia alguma coisa por mim. Acho que ele só tinha medo de que eu fizesse alguma coisa que o comprometesse.

Decidi não mais procurá-lo e segui servindo.

A festa acabou umas quatro da madrugada e eu só saí de lá umas seis.

Foi cansativo e eu fiquei pensando naqueles segundos que ficamos juntos.

Depois de uma ano de intenso desejo, agora eu tinha uma breve conversinha às escondidas, com ele me dando uma bronca.

Fiquei meio deprê e fui saindo depois que acabei com o que tinha pra fazer e fui em direção ao ponto de ônibus.

No caminho, encontrei um carro cinza, bonito e grande, mas era simplesmente um carro estacionado na rua... nada de mais.

Quando eu já tinha passado do carro, ouço um barulho de porta de carro se abrindo.

- BENJAMIM!

Quando olho pra trás, vejo o Henrique com a roupa da festa toda amarrotada e com a cara de sono. Estranhei tanto aquilo, fiquei com medo... mas fui.

- O que você quer?

- Você fica me importunando, não me deixa em paz, o que você quer?

- Eu fico o quê? O mundo não gira... – interrompe.

- Tá, tá; já ouvi isso... não gira em torno de mim. Mas parece que o seu mundo gira, não é?

- Ôh, super gira; haha...

- Então por que você ficou indo lá, servir?

- Talvez porque esse era o meu trabalho?

- Mas precisava servir lá, sempre?

- É porque... ah, esqueci; você nunca trabalhou na vida... olha só, vou te explicar pra você não se atrapalhar, porque é muito complexo: os garçons, aqueles que te servem e você nem olha pra cara deles, pra dizer obrigado, têm uma área definida pra servir nos buffets (mentira) e eu só estava cumprindo ordens, mas eu pedi pra um amigo meu fazer o meu perímetro e eu não servi mais lá. Entendeu, garotinho?

- Olha, eu estou feliz, estou bem, estou firme com a minha namorada. Por favor, não nos perturbe.

- Não se preocupe, gato! – ironizando - A última coisa que eu quero é olhar na sua cara... Na verdade é a penúltima coisa, porque a última é lembrar que você existe.

Ele ficou um tempo me olhando, como se não tivesse gostando do que eu tivesse falando.

- Duvido de que você não me ame ainda. - com a voz baixa.

- Tá... e eu com isso?

- Eu acho que você ainda me ama...

- E...?

- Confesse!

- Tá; eu te amo! E agora?

- Eu sabia! - falou com a voz mais baixa ainda e soltou um leve sorriso de satisfação.

- Posso ir agora?

Ele ficou me olhando sério, como se não quisesse que o papo tivesse acabado tão rápido.

- Posso ir ou não?

- Se você me ama ainda, por que não me procurou?

- Hã? Eu não, não sou cachorrinho pra andar aos seus pés.

- Uai, nada a ver isso.

- Primeiro, que eu odeio você mais do que amo. Segundo, que eu não te perdoarei jamais. E terceiro, você voltaria pra mim, sem as suas condições ridículas?

- Já disse que estou bem com a minha namorada.

- Pronto! Quer que eu te procure pra quê? Faz o seguinte: me esquece e finge que não me conhece?

- Eu já faço isso, só queria ter certeza de que você faz o mesmo.

- Agora que você se certificou, dá pra me esquecer de vez, ou tá difícil?

- Tudo bem. - falou com uma voz fraca e pouco convincente.

Era óbvio que ele ficava mexido de estar perto de mim. Eu só não sabia se era pelos velhos tempos ou se era pelo medo de eu o desmascará-lo.

Ele estava indo embora, mas, de repente, eu sinto uma dor absurda no meu ouvido, como se tivessem colocado ácido sulfúrico dentro. Foi uma dor como nunca senti e que me deixou em transe e sem forças até mesmo pra ficar de pé. O sangue começou a escorrer de dentro da orelha direita pra fora.

- RIQUEEEEEEEEEEEE, ME SOCORRE! - caído no chão da calçada.

Eu só me lembro de ter sentido uma dor imensa dentro do ouvido direito, do chão que se aproximara do meu rosto e das palmas das minhas mãos tocando a calçada fria daquela madrugada.

Não me lembro de mais nada.

As lembranças apagam-se aqui e só retornam para um teto azul.

Eu vi um vulto branco passando por mim, quando meus olhos começaram a abrir. Era a enfermeira, uma mulher gorda e ruiva.

Quando ela percebeu que eu já me animava, chamou alguém... adivinhem quem? Sim, o Henrique.

Ele se aproximou da maca, que estava num quarto com mais umas oito macas.

- Se sente bem?

- Onde estou?

- Está doendo o seu ouvido?

- Que dia é hoje?

Chega o médico da ala e me faz as mesmas perguntas que o Henrique e obtém as mesmas respostas.

Depois de um novo cochilo, eu percebo que a minha orelha está toda enfaixada e que aquela dor ainda persistia, mas com menor intensidade.

Eu nem conseguia raciocinar. A primeira coisa que vejo são os outros pacientes nas outras macas. Alguém começa a chamar por um moço e o Henrique aparece.

- Você está legal?

- Melhor, mas ainda dói. O que aconteceu?

- Nem sei como te falar isso...

- Mas vai falar.

- É melhor o médico falar.

- Não Henrique, me fala você .

Ele fica todo sem jeito e vai abaixando a cabeça, só me deixando mais nervoso a cada segundo que passava.

O que será que estava me acontecendo?

- É melhor eu chamar o médico.

Quando o médico finalmente chegou, eu fui logo perguntando:

- Fala doutor, o que houve?

- Você sofreu um pequeno sangramento dentro do ouvido, mas não foi nada demais, a pele que foi cortada é bem superficial.

- Mas por que eu sangrei?

- Eu nem sei como falar isso, mas... bem, uma barata entrou e depositou seus ovos dentro do seu ouvido.

- Hã? Tá brincando, né?

- Não. Tinha uma ninhada de baratinhas dentro do seu ouvido e já estavam corroendo a pele. Por sorte, nenhuma delas entrou, ficaram só na parte mais externa.

Eu senti um nojo, um asco enorme. Imaginem isso!

Nem queria acreditar que era verdade. O Henrique ficou do lado do médico, escutando o que ele dizia. Me senti sujo.

- Você dormiu em algum lugar propício para baratas?

- Bem... não sei...

- Você está morando em casa, Benjamim? – o Henrique perguntando.

- Eu? Ah, já sei... é que eu estou dormindo no restaurante, debaixo do balcão, deve ter sido isso.

- Por que você está dormindo lá?

- Coisas minhas.

- Doutor, dá pra gente conversar sozinhos? - pediu gentilmente. O médico saiu - Fala, o que houve?

- Já disse. Nada que lhe diz respeito.

- Tudo bem, eu chamei o Vagner, não sabia se você estava morando em casa, aí resolvi ligar pra ele.

- E desde quando você tem o número dele?

- Peguei no seu celular.

- Muita ousadia da sua parte fazer isso!

- Foi pra te ajudar, mas se você preferiria que eu te deixasse lá no chão...

- Não seja dramático; o Vagner não tá vindo? Ótimo, pode voltar pra... como é mesmo o nome dela? Ah sim, Débora. Pode voltar pra Débora que agora eu estou bem, obrigado por me ajudar, mas agora você tá dispensado.

- Ok! Estou indo então... Parece que tá tudo bem com você, né? Dormindo debaixo de um balcão!

- Já disse que não é da sua conta.

- Seu namorado não deve tá sabendo disse, né?

- Hã?

- Você deve estar namorando com alguém, não é?

- Jogando a isca pra ver se sou fisgado?

- Eu não, deixe pra lá.

- É, vá embora, você deve ter coisas pra fazer.

Ele ficou me olhando com uma cara de sono; ajeitou o paletó no corpo e disse um tchau sem graça.

Dias se passaram e tudo o que rolava na boca das pessoas era a barata parideira que inventara de pôr os seus ovos no meu ouvido.

- Doeu muito? Era grande? Como você não sentiu ela entrando? Como foi isso?

Felizmente algumas pessoas não me importunavam com isso.

- Oi! – o Érick.

- Oi.

- Eu queria que você pedisse pro seu Amilton me dispensar hoje.

- Por quê?

- Ah... Estou cansadão, Benjamim!

- Cansado de quê?

- De trabalhar, né Benjamim?

- Eita Érique, não faz nem duas semanas que você está aqui.

- Acha pouco?

- Faz um pouco mais de um ano que estou aqui.

- Caraca, não sei como aguenta isso.

- Se eu aguento, você também aguenta; ainda mais você que é mais forte do que eu.

Me virei de costas e continuei a organizar a mesa de taças. Ele ficou parado atrás de mim e não disse palavra. De repente, ele quebra esse silêncio:

- Você notou que sou mais forte?

- Hã?

- Você disse que eu sou forte... Tá reparando em mim agora?

- Não seja convencido, Érique; não seja mais um playboy ridículo.

- Eu só falei que você notou o meu corpo...

Ele saiu e ficou me encucando. Eu fiquei pensando nas palavras dele. Fazia tempo que eu me decretara morto, depois do Henrique. Eu só tinha cabeça para trabalho e faculdade. O Henrique havia me sepultado, parecia um morto-vivo.

Foi estranho e, ao mesmo tempo, perturbador aquele flerte! Ele era charmoso, o tipo de cara que faz a gente pensar no que ele está pensando e que nos faz nos perder nas palavras dele. Ele tinha lábia.

Mas eu estava fechado para essas coisas. Talvez sexo, uns beijos, uns abraços, mas nada mais que isso. Servimos normalmente e, depois do trabalho árduo, fomos todos para o vestiário tomar banho e trocar de roupa para ir pra casa. Mas como eu sou coordenador, eu tinha que ficar e me certificar da normalidade da noite. Dei umas vistoriadas em alguns ambientes antes de fechar e fui para o vestiário.

- Ainda aqui? – eu.

- Estou me trocando, calma! – ele.

- Estou calmo.

- Hoje parecia que você estava me dando uma bronca, mais cedo.

- Não era bronca; quem sou eu? Mas você deve compreender que você trabalha nas mesmas condições que os outros e eles não reclamam, então por que você reclama?

- Ah, mas é que... sei lá, eu não gosto de saber que você tá com raiva de mim.

- Mas eu não estou com raiva de você.

- Não pareceu... Fiquei com medo!

- Bobagem. Olha só, agiliza aí pra eu fechar tudo.

- Tá bom.

Eu estava saindo e ia dar uma passada na cozinha de novo.

- BENJAMIM!

- Que foi cara? Aconteceu alguma coisa?

- Vem cá.

- Fala.

- Me beija?

- HÃ?

- Me beija, Benjamim.

- O que te deu?

- Tesão.

- Para Érique, vamos embora!

- Vamos para o motel.

- Não, para com isso.

- Vem cá meu gostosinho, me beija só um pouquinho... - pedindo como uma criancinha, fazendo charme.

- Não Érique, vai me largando aí.

- Não, você não disse que eu era mais forte que você? Agora estou pondo em prática.

E era mesmo. Ele começou a me pegar pela cintura e eu tentava afastá-lo com as mãos, mas não teve escapatória. Ele veio me beijando e eu virava o rosto. Ele foi me puxando e me encurralou nos armários, aí não teve jeito, ele veio me beijando e eu, como já fazia tempo que não fazia isso, fui cedendo.

Eu também estava em atraso com a satisfação do meu tesão. Na verdade, eu nem sabia mais o que era ter tesão.

Ele veio me beijando e eu fui gostando. O beijo dele era fogoso e me arrepiava. Ele tirava a língua direto da minha boca, esfregava a língua nos meus lábios e enfiava de novo. Tudo isso enquanto acariciava a minha cintura. eu comecei a passar a mão nas costas dele e comecei a levantar a blusa dele por trás. O beijo foi ficando mais forte e nós mais ofegantes.

- Acho que nem vou perder meu tempo te levando para o motel.

- Não Érique, aqui não.

- Aqui sim.

- Não Érique!

As coxas dele foram roçando nas minhas e logo eu senti rijo o pau dele.

Ele se esfregava em mim violentamente e, por mais que eu fosse todo controlado, eu não consegui conter os meus instintos. Eu estava sentindo o corpo dele por inteiro.

Ele começou a chupar o meu pescoço e eu arranhava as minhas unhas nas costas dele.

- AI!

- Ai, desculpa, te machuquei?

- O quê? Tá louco? Eu adoro apanhar! – ele.

Aí ele ia se enroscando em mim e foi me puxando pra deitar no chão. Ele foi abrindo as minhas pernas com os joelhos e me perguntou se eu era passivo.

Eu disse que sim, apesar de ser os dois.

Ele foi arrancando a minha blusa e mordeu o meu mamilo. Eu ficava acariciando a cabeça dele enquanto sua língua passeava no meu peito. O safado me lambia e parava pra olhar o meu rosto; ele soltava um risinho safado e voltava com a língua.

- Vamos tirar essa calça.

- Não, Érique; aqui não.

- Para de medo e deixa eu fazer você gozar.

Ele botou a mão no meu saco por cima da calça e ficava acariciando. Depois foi pro meu pinto mesmo e ficava passando a mão. Ele, que estava em cima de mim, foi tirando a blusa e voltou a me beijar.

Eu já estava com a mão na bunda dele por dentro da cueca. Ele esfregava mais e mais a mão dele no meu pau e ficava gemendo baixinho. Soltou os cabelos e ficou fazendo vai e vem em mim, mesmo a gente ainda de jeans.

É uma delícia essa esfregação por cima do jeans...

- Não Érique, sai de cima de mim, aqui não, é perigoso.

- Então vamos logo para o motel.

Saímos de lá de ônibus, porque o pai dele tinha tirado o carro. Eu fui morrendo de vergonha porque no carro pelo menos você tem mais privacidade. Vai que a moça que fica lá na portaria me conhece. Vai saber; pensei paranoicamente.

Fomos para uma suíte legal e quando a porta se fechou ele veio me puxando pelo braço, com uma cara séria e foi me beijando. O beijo estava mais forte e os abraços também. Fiquei com medo de ele ser violento na cama.

- Vai, tira a calça pra mim.

Só que eu não tirei, foi ele quem arrancou as calças sem mesmo desabotoar ou abrir o zíper. Arrancou a cueca em um único movimento e se ajoelhou diante de mim.

Ele veio com uma boca quente... Imagina uma boca quente, pegando fogo, chupando...

Ele se agarrou na minha bunda, fechou os olhos e fez o movimento com a boca como se fosse uma bunda. Eu fui avisando a ele que ia gozar, aí ele só me masturbou e me deixou gozando.

Eu gemia e gozava enquanto ele ficava simplesmente observando as minhas expressões. Safado!

Ele veio me beijando com a boca toda úmida, me empurrou violentamente na cama.

- Ah, seu filha da puta, você vai gozar como um touro agora!

Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo de novo, nossa! Fazia tanto tempo que eu não me deitava em uma cama com um homem, parece que eu já tinha esquecido como era.

O bom, ou ruim, era que eu não pensava no Henrique quando eu estava com o Érique. Eu simplesmente me divertia, deixava rolar.

Às vezes é necessário aceitar certas coisas antes que elas vão embora e você tenha uma parte do coração levada junto com ela, sem a sua permissão.

Era o que estava acontecendo comigo: eu me deixei levar e ver no que dava. Deixei que o amor que eu sentia pelo Henrique se apagasse aos poucos dentro de mim, para não sofrer tanto.

Quem sabe uma nova companhia não ocuparia o espaço sobrando dentro de mim?

Ele me empurrou na cama de lençóis vermelhos e o meu coração deu um salto com o susto.

Soube, a partir daquele momento, que o Érique era diferente.

Ele foi tirando minha calça de forma agressiva. Tirou a camisinha da carteira e jogou-a longe. Ele foi colocando o preservativo no pau duro e veio pra cima de mim na cama. Foi tirando a minha cueca e eu fiquei beijando os lábios dele. Mas ele não estava muito afim de beijo naquela hora. - muito diferente do Henrique. Beijo era a única coisa que não poderia faltar quando estávamos juntos. - Então, deixei os beijos pra lá.

Depois que a minha cueca foi arrancada, ele abriu as minhas pernas e, com a mão, foi se introduzindo dentro de mim. Nossa! Como doeu. Era como se eu tivesse voltado a ser virgem.

- Tem lubrificante aí?

- Eu não ando com isso, você tem?

- Não. Érique, vai mais devagar, faz tempo que eu... enfim, você sabe.

- Ok.

Ele fez mais devagar por um tempo e começou a chupar o meu pescoço, daquele jeito que deixa roxo.

Eu senti o meu pescoço ir embora como um picolé. Foi muito excitante aquela sugada. Os movimentos ganharam forma e eu com as pernas bem abertas, do jeito que ele queria, fui sentindo o quadril dele se movimentar de forma circular, ou sei lá o quê.

Só sei que não era simplesmente vai e vem. Ele gemeu fraquinho e depois a respiração foi ficando mais forte. Eu ainda não sentia o prazer que pensei que eu iria sentir.

Um tempo depois, eu comecei a olhar o rosto do Érique e percebi que ele estava gostando muito; parecia que ele estava mesmo se divertindo.

Fiquei muito excitado com as feições dele e isso me deu gás e eu comecei a relaxar de verdade. Foi aí que eu comecei a sentir a transa como deveria ter sentido desde o início. Eu comecei a gemer e ele parece que começava a ouvir.

Sabe como um gemido do outro nos faz subir pelas paredes? Pois é, era o que estava acontecendo ali. Eu comecei abraçá-lo e fazer carinho no peito e nas costas dele. Eu não me atrevi a beijá-lo de novo, mas lambi o seu rosto e a orelha.

Os movimentos ficaram mais fortes, parecia que ele ia gozar. Ele deu um grito de gozo e desabou do meu lado. Eu fiquei ali deitado, pensando que agora ele vai dormir e me esquecer aqui, mas não foi o que ele fez. Depois do gozo, ele começou a respirar fundo e ganhar forças. Depois ele ficou de

bruços na cama, olhando pra mim e começou a acariciar os meus cabelos.

- Hum, foi tão bom!

- Pois é.

- Agora é sua vez.

- Minha vez de quê?

- De gozar.

Ele veio beijar – finalmente - e se deitou em cima de mim. Temos o corpo

parecido. Eu, totalmente liso e ele com pouquíssimos pelos e um pouco mais encorpado que eu, então, tudo se confundia no escuro daquele quarto. As nossas pernas, principalmente as coxas nuas se tocavam, se esfregavam, se acariciavam. Os nossos tórax ficavam se esfregando e os nossos cacetes rolavam e se espremiam.

Tudo por causa de um beijo quente, de línguas quentes. Ele me apalpava por trás e eu arranhava as costas dele.

Depois ele foi descendo a língua e foi para o meu peito. Mordeu os mamilos e os chupou bastante. Foi descendo para o umbigo e enfiou a língua nele também.

Começou a chupar a parte interna das minhas coxas e, durante tudo isso, eu só me revirava. Jogava a cabeça para trás e gemia muito mesmo.

Não demorou muito e ele estava cuspindo no meu pau e beijando o saco.

Depois de tudo isso, ele começou a chupar de verdade. Era muito forte e violento. Ele fechava os olhos e fazia um vai e vem com a boca, de forma muito agressiva.

Em questão de segundos, ja sentia que iria gozar.

Avisei-o de que o prazer estava chegando e ele simplesmente apertou a minha cabecinha, impedindo de a ejaculação sair. Foi muito gostoso. Ele deixou que o esperma escorresse entre os dedos dele e depois ele limpou no lençol.

- Ainda temos mais três horas de motel. Vamos curtir?

- Só se for agora.

Ele veio me beijando forte e eu comecei a sentir o meu pinto ganhando vida de novo. Eu queria ser ativo agora, mas decidi que não ia pedir por que já tinha percebido que ele não curtia, então deixei pra lá.

Ele me beijava e, com as mãos, esfregava o pau mole dele na parte interna da minha coxa.

Apoiou uma das mãos atrás do meu pescoço e pressionou a boca dele

com toda a força contra os meus lábios. Ele tinha o mesmo tipo físico que

eu, só um pouco mais encorpado e, definitivamente, era muito mais forte.

Senti meus lábios sendo esmagados entre os dele. A língua do Érique tomou toda a minha boca e ele beijava ao mesmo tempo que gemia.

Foi depois dessa transa que eu e o Érique decidimos ficar amigos. Quando dava, depois do trabalho, a gente ia pro mesmo motel e repetia a dose. Eu nem lembrava mais do Henrique com tanta frequência. Só à noite, antes de dormir, ou quando eu e o Érique não estávamos juntos.

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Comentários

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Lukas, já que você está lendo agora, você poderia ir comentando também, nos falando suas impressões.

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certoooo! cara eu to gostando mto desse conto hehe! vou comentar no ultimo que postei oq to achando

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Erique parece uma cópia melhorada do Henrique e melhorada não por vontade própria, mas porque o pai colocou ele para trabalhar.

Benjamim tem um padrão de homem, mas ainda está muito apaixonado por Henrique, a sorte dele é que Henrique continua sendo um escroto.

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