Meia hora depois, na casa da Marília, com um saco de gelo no olho direito, que estava latejando, eu finalmente consegui recuperar a fala e disse:
- Eu não... Eu não entendo por que... Por que ele me humilhou daquele jeito.
Foi a Marília quem respondeu.
- Bom, Renato... Naquela música ficava óbvio que você amava ele e “preferia estar em qualquer lugar menos aqui, sem ele”.
- Mas eu já cantei outras vezes pra ele nos ensaios e mesmo no show...
- Mas você nunca disse que a música era pra ele, Renato. - dessa vez foi o Carlos que falou.
- Eu nunca imaginei que ele tivesse tanto medo de que todo mundo soubesse sobre a gente... Quer dizer... ele era quem dava mais bandeira; me buscava em casa todo dia, me cercava no colégio; espalhou para todo mundo que me dava aulas particulares de violão; fazia questão de dizer isso pra que todo mundo soubesse quem me ensinou. Eu só não... Só não consigo entender...
Nessa hora a cachoeira de lágrimas se abriu. Eu estava completamente machucado física e emocionalmente.
A Marília me abraçou e eu deitei no colo dela, chorando ainda.
Eu sempre soube que o Alex era meio instável, quer dizer, quando ele ficava com ciúme brigava comigo, mudava completamente e esse comportamento de agora foi completamente contraditório, quer dizer, ele disse para o pai dele que fazia troca-troca comigo!
Aquilo simplesmente não fazia sentido!
Todos riram de mim. Ele riu de mim. Foi muito humilhante.
Nesse momento me lembrei de que os dois que estavam comigo agora não emitiram sequer um ruído.
- Obrigado meninos... Por não rirem.
- Rir? Aquela cena me deu foi nojo, Renato! Não havia nada de engraçado ali - a Marília me disse.
- Muito obrigado mesmo. - eu disse olhando para ela e passando a mão na cabeça do Carlos que estava sentado no chão.
Aquela noite eu fiquei na casa da Marília até tarde, ela e o Carlos conversaram muito comigo.
Foi muito bom receber o apoio dos dois, ter amigos era muito bom, eu nunca mais precisaria passar pela dor sozinho.
O Carlos me acompanhou até em casa.
Quando passamos em frente à casa do Alex, estava tudo escuro.
- Ele deve ter ido dormir cedo por causa da viagem. Será que ele está machucado?
- Eu não acredito que você ainda está preocupado com ele! Fala sério Renato! Se olha no espelho, o seu olho está pra cair por causa do soco que ele te deu!
- Você não imagina o quanto eu odeio estar preocupado com esse cara, mas eu não posso evitar. Mesmo com toda a raiva que eu estou sentindo, não posso te dizer que não amo mais ele, aliás, é por amá-lo que me dói tanto a palhaçada que ele fez.
- Renato... Nunca ame alguém a ponto de se odiar...
- Pode acreditar que nesse exato momento eu estou me odiando por amar ele!
- E você achava que me beijar na frente dele ia diminuir a dor dele. Então me diz... Se você estava com tanta raiva, por que me beijou naquela hora?
- Me desculpa Carlos, eu não devia ter te metido nisso! Na hora eu não pensei... Eu estava com tanta raiva, foi tudo tão rápido... Eu só vi ele vindo. Vi você do meu lado e te beijei. Acho... Acho que eu queria provocar ele.
- E com certeza você conseguiu provocar a fera.
- Eu usei você... Me desculpa!
- Quando quiser me usar de novo... É só me ligar.
- Você é idiota, sabia? - eu falei rindo... Ele riu também.
- Bom, acho que chegamos.
- Obrigado por ter me acompanhado!
- De nada... E vê se vai dormir e para de chorar. Só tem uma coisa pior do que homem chorando...
- O quê?
- Um homem chorando por um outro homem.
- Hum, hum, hum... Boa noite, Carlos!
- Boa noite, Renato!
Eu entrei em casa e minha mãe quase teve um treco quando me viu com o olho roxo.
Eu contei pra ela o que aconteceu e ela bufou de raiva do Alex... E jurou que lá em casa ele nunca mais botava os pés!
E eu, claro, voltei a chorar.
Fui para o meu quarto e olhei para aquelas malditas estrelas no teto... E a raiva me subiu à cabeça.
Eu acabei adormecendo entre pensamentos tristes e recordações. Meu sono foi agitado. Acordei várias vezes durante a noite. Muitas dessas vezes, eu acordei chorando.
As horas pareciam correr no relógio do meu quarto e quando eu menos esperava, já era 4:30 h da manhã.
Fiquei olhando para o relógio... Ele devia estar se arrumando para sair... 5:00 h... Ainda dava tempo de eu correr até o aeroporto e dizer que perdoava e tentar me despedir decentemente.
Mas eu não perdoei.
Eu não podia ir. 6:00 h. O voo dele acabou de partir...
O mundo ao meu redor foi perdendo as cores lentamenteNaquele dia eu fiquei em casa, chorando, recordando, pensando nos detalhes da nossa história.
Como doía olhar para as estrelas no teto do meu quarto.
Eu continuava a não entender a reação dele à música que eu cantei.
Eu repassei vários momentos nos quais nos estávamos juntos na frente dos amigos e não encontrei nenhuma pista que me indicasse que ele temia ser descoberto.
Para mim a reação dele era inexplicável, mas será que era perdoável?
Isso não importava mais. Ele já estava longe demais para o meu perdão fazer diferença.
E ele? Será que teria perdoado o meu beijo no Carlos?
Eu estava me sentindo realmente mal por ter beijado o Carlos, eu era tão ruim quanto o Alex... Eu usei um amigo para magoá-lo só porque eu estava com raiva.
Eu tinha planejado beijar o Carlos na frente dele, mas eu faria isso em um outro contexto.
Mas será que seria diferente?
Provavelmente ele teria a mesma reação e avançaria em cima do Carlos.
De uma forma ou de outra, o que eu fiz e planejei foi errado.
Agora eu podia ver o quão infantil era meu plano.
Eu fui um crápula com o Alex também, e provavelmente agora ele estava com tanta raiva de mim quanto eu dele!
As horas não passavam. Acho que aquele dia foi o mais longo da minha vida.
Eu me sentia tão culpado por tudo aquilo...
Será que eu nunca tinha percebido que embora o Alex me amasse ele não teria coragem de contar para todo mundo?
Na verdade eu também não queria contar para todo mundo.
Aquela música era a minha forma de dizer que eu não queria ficar sem ele, mas acho que era óbvio demais.
Eu era mesmo um grande imbecil!
Lá estava eu, planejando beijar outro garoto na frente dele, e resolvi fazer uma última homenagem apaixonada...
Seria até engraçado, se não fosse trágico.
Mais uma vez eu me vi preso no paradigma contraditório do amor.
A dor que eu sentia por ele ter partido daquele jeito era tão real, tão real que eu parecia estar com um enorme buraco sangrando no peito.
Não era à toa que as lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto.
E nesse momento me ocorreu que aconteceu exatamente o que eu tinha planejado: ele foi embora sem se despedir, morrendo de raiva de mim...
Era isso que eu queria, não é?
Mas se era isso que eu queria, por que não estava mais fácil agora?
Porque a realidade dos fatos era tão diferente do que eu tinha imaginado.
A situação toda fugiu do meu controle e agora eu estava sozinho e mortalmente ferido pelo peso dos meus próprios erros.
Eu me sentia doente e de uma forma sádica, eu não queria que essa dor passasse porque eu me convenci de que eu a merecia.
Eu entrei na internet e procurei por uma música que eu já tinha ouvido em algum lugar, mas da qual só me lembrava uma frase:
“Eu sou metade do homem que eu queria ser”
Essa frase foi um pensamento que me ocorreu várias vezes nos últimos dias.
O restante do dia se arrastou... E se transformou em dois dias... Depois em duas semanas...
Já fazia duas semanas que ele havia partido e eu não tive notícias via e-mail, ou MSN; muito menos uma ligação.
Nessas duas semanas o Carlos e a Marília foram os melhores amigos do mundo.
Não me deixaram só nem por um minuto na escola.
Contudo, eu ainda não tinha retomado minhas aulas de física com o Carlos.
Em casa, minha mãe fazia de tudo para me animar.
O tio João me matriculou no conservatório de música e comecei a estudar lá quatro dias depois da partida do Alex.
Os meninos da banda fingiram que nada havia acontecido e eu não ouvi sequer uma piadinha deles sobre a música ou sobre a briga na rua.
Os vizinhos comentaram por vários dias a briga, mas nenhum deles sabia o real motivo.
Eu ainda estava sofrendo, mas jurei para mim mesmo que ia continuar a viver.
Eu iria me dedicar à minha banda; estudaria música e leria meus Mangás.
No Mangá de Tsubasa, Sayoran e os outros haviam chegado a um mundo devastado onde as pessoas protegiam os últimos reservatórios de água.
É a partir desse ponto que a história de amor entre Sayoran e Sakura muda completamente de direção.
Depois do mundo de Tokio será a vez de Sakura tomar as rédeas da sua vida. Tomar suas próprias decisões que iram interferir e alterar o futuro de todos.
O Sayoran que ela ama é na verdade um clone de Sayoran Lee, descendente do Mago Clow, criado por Fei Wiange Reed para coletar as penas da Sakura e assim cumprir seu plano malígno de dominar o poder das Ruínas.
Mas o verdadeiro Sayoran colocou seu coração, uma parte de sua alma, dentro do clone, e por isso ele era um menino tão bom.
Mas agora o selo mágico que mantinha o coração de Sayoran Lee dentro do clone se quebrou e ele perde o coração, tornando-se um ser frio e cruel, capaz de matar e ferir os amigos.
O Fay tenta impedir que o clone perca seu coração, mas acaba seriamente ferido por ele, que rouba metade do seu poder mágico.
O verdadeiro Sayoran aparece e luta contra o clone e quase o derrota, mas a Sakura desperta e impede que o verdadeiro machuque o clone que ela ama. Como consequência, o clone derrota o verdadeiro e foge para outro mundo, deixando os amigos e a Sakura para trás.
Pobre Sakura, eu sei o que ela está sentindo... Ver a pessoa que você ama se transformar em outra e partir, deixando você para trás.
Mas diferente de mim, a Sakura não se entregou ao sofrimento. Tomou as rédeas da situação, fez suas próprias escolhas e mostrou a todos o quão forte e determinada ela era capaz de ser, mesmo sentindo uma dor imensa..
Ela me inspirou.
E era isso que eu precisava fazer! Tomar as rédeas da minha vida, não deixar que o sofrimento me dominasse.
Já estava na hora de parar de me culpar e parar de ter pena de mim mesmo. Era hora de ser tão forte quanto a Princesa Sakura.
E eu ia começar, substituindo o Alex.
Peguei o telefone e liguei para a Marília:
- Alô?
- Oi, quem fala?
- É o Renato, Marília.
- Ah, oi!
- Marília, eu estava aqui pensando na banda e a gente está precisando de um novo guitarrista; já passou da hora da gente substituir o Alex. Você não acha?
- Com certeza!
- Então o que você acha de a gente marcar uns testes? Eu posso tentar conseguir o mini auditório do colégio. Também acho que precisamos de um baixista e alguém pra fazer a percussão.
- Gostei de ver. Você finalmente está de volta!
- É, eu acho que finalmente voltei a respirar.
- Você não sabe como eu estou feliz de te ouvir falar assim.
A gente conversou por vários minutos ao telefone. Depois eu liguei para o Carlos; estava na hora de voltar a estudar física, senão ia acabar reprovando.
- Alô, Carlos!
- Oi, Renato!
- Cara, estou precisando dos seus serviços!
- Hora hora! Achei que você nunca fosse pedir... Então... Em que motel vai ser?
- Para, Carlos!
Kkk. Nós dois rimos juntos, no telefone..
- Os serviços no motel vão ter que esperar. Eu estou precisado mesmo é de aulas de física.
- Ah tá! Que tal na sexta?
- Na sexta está ótimo, valeu!
Eu estava disposto a começar uma nova fase na minha vida e eu faria isso!
No dia seguinte, quando saí de casa para ir para ao colégio, eu estava preparado para encarar a mureta do vizinho vazia mais uma vez, mas ao invés disso a Marília estava ali.
Ela sorriu para mim quando me viu e veio me dar um abraço de bom dia.
O perfume dela era muito bom... Flores de laranjeira era um perfume que me lembrava os verões que eu passei no interior, na casa da minha avó.
Eu beijei o rosto dela e a senti enrubescer.
- É muito bom te ver aqui de manhã, sabe, a mureta vazia me trás...
- Shiiiii! - ela disse colocando o dedo na boca em sinal de silêncio. - Quanto mais você falar, mais lembranças vão vir à tona. Cadê o cara que quer botar um ponto final no passado?
- Está aqui! - eu disse levantando a mão, como quem responde a uma chamada.
- Muito bem! Agora vamos andando que o primeiro horário é de física.
A caminhada ao lado dela foi muito boa. Nós conversamos sobre os planos que eu estava fazendo para a “Tsubasa”. Eu queria investir pesado na banda.
E o primeiro passo era ir até o gabinete do diretor para requisitar o mini auditório para os testes de novos membros.
Assim que chegamos ao colégio, eu avistei o Carlos.
- E aí, pessoas?
- Oi Carlos! - dissemos eu e Marília em coro.
- Tudo certo pra sexta-feira?
- Estarei lá, pronto para estudar física.
- Vocês ainda estão estudando física juntos?
- Na verdade eu tinha dado uma parada. Não estava com cabeça pra estudar, mas ontem eu liguei pra esse animal e a gente marcou de estudar na sexta-feira.
- Eu adoraria me juntar a vocês, mas eu estou muito bem em física e sinceramente não tenho planos de perder mais nenhum momento da minha vida estudando essa matéria.
- É uma pena você não poder ir estudar com a gente. - Carlos disse com o seu pior olhar safado para cima da Marília. - Quem sabe não rolava uma “química” entre a gente!
- Cara, você é sempre estúpido assim, ou está se esforçando?
Eles continuaram a bater boca e eu apenas fiquei rindo deles.
De vez em quando essas cenas ocorriam. Os dois adoravam discutir sobre qualquer assunto e quando o Carlos resolvia jogar uns chavecos para a Marília, era que ela ficava com mais raiva.
Essa foi uma das coisas que primeiro me intrigaram no Carlos.
Do mesmo jeito que ele dava umas indiretas para cima de mim, ele fazia com a Marília.
Até nesse momento isso nunca tinha me chamado a atenção.
Eu deixei os dois discutindo e fui. Entrei no pátio interno do colégio, atravessei o hall e me dirigi à escada cinza do lado direito do pátio. Subi e me vi em um pequeno corredor cheio de portas.
Na última porta eu sabia que ficava o gabinete do diretor e era para lá que eu estava indo.
Bati duas vezes e a secretária dele abriu.
- Olá Dona Amélia! Eu gostaria de falar com o professor Edmundo.
- Pode entrar, ele já vai receber você.
Eu entrei em uma pequena sala de espera, onde havia três cadeiras em uma parede, uma planta murcha em um dos cantos e a mesa da secretária, na outra parede onde estava a porta do gabinete propriamente dito do professor Edmundo.
Havia ainda alguns quadros. Reconheci um deles. Era uma réplica do quadro Narcisismo e Metamorfose de Salvador Dali.
Eu estava admirando o quadro quando a porta do professor Edmundo se abriu e ele me convidou a entrar.
Eu sempre achei o professor Edmundo um charme de homem. Ele tinha cabelos castanhos escuros, olhos cor de mel, uma barba sempre muito bem feita, que cobria boa parte de sua face, lhe dando um ar sério.
Ele usava uma camisa de mangas compridas, preta, sem bolso e uma calça social cinza. O cinto castanho escuro combinava com o sapatos sociais da mesma cor.
Ele tinha um porte atlético.
Muitas vezes eu e o Alex ficávamos imaginando como ele devia ser todo sarado por debaixo dessa roupa toda.
Após admirar esse homem maravilhoso, eu sentei em uma cadeira em frente à sua mesa e ele sentou do outro lado e começou:
- Hora, hora, se não é a mais nova celebridade da escola... Senhor Renato! - ele disse sorrindo simpaticamente.
- Oh, professor, bondade sua achar isso.
- Que nada rapaz. Eu estava na praça naquela noite do show da sua banda. Vocês vão longe... Eu moro ali perto e fiquei bem surpreso quando vi vários alunos da minha escola no palco.
- Na verdade professor, é sobre a banda que eu queria falar com o senhor.
- O que eu posso fazer para ajudar vocês?
- Bom; um de nossos membros saiu da banda, teve que viajar para o EUA.
- O Alexander era um excelente aluno, segundo relato dos professores, e como eu pude constatar nas duas vezes que o vi tocando, um excelente músico.
- Pois é! A gente queria fazer alguns testes para tentar substituí-lo e conseguir um baixista também. E se a gente tiver sorte, alguém pra ficar na percussão. Só que pra isso a gente precisa de espaço... E eu estava pensando se o Senhor poderia liberar o mini auditório da escola pra gente fazer os testes...
- Hum... Isso é possível, mas com uma condição.
- Condição? Qual?
- Eu quero que vocês toquem na festa de encerramento da feira de ciências, no dia doze de junho.
- Daqui duas semanas?
- Isso mesmo.
- Condição aceita, professor.
E foi com um grande sorriso no rosto que eu aceitei a proposta dele e sai correndo para avisar a Marília que além de conseguir o auditório, eu consegui um segundo show pra gente fazer.
Cheguei na sala atrasado, mas eu tinha um bilhete do diretor, então não teve problema.
Sentei ao lado da Marília e lhe contei tudo. Ela quase deu gritinhos de excitação.
A gente marcou de se reunir na casa dela mais tarde, naquele dia mesmo, para preparar panfletos sobre os testes e distribuir pela escola no dia seguinte.
Os testes seriam na segunda-feira.
Carlos, ela e eu voltamos para casa juntos.
Era uma quinta-feira e eu tinha aulas no conservatório, por isso só pude ir para a casa da Marília depois das 18:30 h.
Ela já estava produzindo um modelo de panfleto no Corel Draw e estava bem bonito.
- Se a gente reunir um pessoal bem talentoso vai dar pra fazer um show bem completo no dia doze. Vai ser seu presente de aniversário atrasado!
- Meu o quê?
- Presente de aniversário... Ei Renato, você está perdido no tempo? Seu aniversário? Dia dez de junho. Lembrou?
Eu tinha esquecido completamente com toda essa confusão sentimental.
Meu aniversário de quinze estava chegando!
Eu e ela terminamos o modelo de panfleto e fomos imprimir em uma papelaria perto da casa do Carlos.
Nós deixamos o panfleto na papelaria e fomos perturbar o Carlos na casa dele.
Ele estava só de cuequinha quando abriu a porta, e não se preocupou de ir se trocar por todo o tempo que nós dois ficamos lá.
Eu percebi que a Marília não estava confortável naquela situação, pois ela evitava olhar para o tórax do Carlos e ficava vermelha como pimenta.
Eu confesso que fiquei impressionado com que quantidade de coisas que um uniforme e algumas camisas Polo conseguem esconder, mas fiquei longe de ficar corado ou incomodado com isso.
Já a Marília não conseguia esconder a admiração, coitada!
O Carlos percebeu e começou a provocar a menina. Sentou bem em frente dela e de vez em quando, ao longo da conversa, ele deslizava a mão pelo tórax e coçou o saco de forma exagerada durante todo o tempo que a gente ficou lá.
Eu tinha que admitir que ele sabia ser provocante.
Para um Nerd, monitor de física, ele até que podia ser bem interessante para uma garota... Ou para um garoto.
Eu sabia que ele arrastava um bonde por mim, mas tudo que havia acontecido com o Alex ainda era muito recente para eu abrir qualquer brecha para o Carlos.
Mas eu também sabia que se a Marília desse a menor chance ele a pegaria.
Ela e qualquer outra garota que desse bola. O cara era o maior Galinha...
Eu continuei a observar o jeito dele enquanto conversava.
Não contente com o que já estava fazendo, ele apoiou uma das pernas no braço do sofá; uma coisa que eu comumente faço também, para ficar mais confortável.
Mas não de cuequinha apertada e não na frente de uma garota ou de um amigo gay que acabou de terminar com o namorado.
E a julgar pelo pulo que a Marília deu do sofá, dizendo que estava na hora de ir embora e pegar as impressões, eu podia jurar que ela tinha visto alguma coisa aparecendo pela perna da cuequinha apertada dele.
Ela se despediu rápido e saiu da sala e me aguardou do lado de fora. Eu olhei para o Carlos quando ela saiu e começamos a rir.
- Você não presta, Carlos!
- Ah presto sim... Presto tanto que ela saiu correndo com medo de avançar em mim.
- Agora você vai ficar se achando por causa disso?
- Depende. Se você disser que gostou também, eu vou ficar me achando sim.
- Vem cá, cadê seus pais que te deixam receber visitas assim?
- Ah, ele saíram pra jantar e não voltam tão cedo... E eu sempre fico é pelado em casa quando estou sozinho. Pus uma cueca só pra atender a porta mesmo.
- Mas sua cueca está entrando no seu rabo de tão pequena e tem coisa querendo pular pra fora aí, pois nem está cabendo...
- Observando bem, hein?
- Tá bom então... Até amanhã.
- Até. - ele disse me indicando a porta.
Quando saí, encontrei com a menina em pé e do outro lado da rua.
A Marília estava se abanando com uma pasta e ainda estava muito vermelha.
Ela se virou para mim e eu não consegui esconder um sorriso.
- O que foi?
- Nada.
- Mas esse Carlos é mesmo um sem vergonha! Ele podia ter posto uma camisa.
- É, podia.
- Droga! Eu sou uma menina, sabia? Ele podia me tratar com o mínimo de respeito.
- É, podia.
- Você vai ficar monossilábico agora?
“Ai meu Deus! Ela deve estar de TPM” - foi meu primeiro pensamento.
Passamos na papelaria, pegamos os panfletos e voltamos para casa.
Quando cheguei, a mamãe estava vendo umas fotos com o tio João. Ambos já haviam jantado.
Eu fui até a cozinha, preparei um sanduíche e depois fui para o meu quarto.
Abri meu e-mail e nenhum sinal de vida do Alex...
Eu não sei por que eu ainda esperava.
Deitei na minha cama e adormeci olhando para as estrelas do teto.
Antes de dormir, uma força maior que eu arrastou a imagem do olhar “dele” no dia em que fizemos amor pela primeira vez, para a minha mente...
O olhar que eu jurei nunca esquecer...
Adormeci.
Acordei no dia seguinte com a impressão de que tive um sonho muito bom, mas não consegui me lembrar.
Tomei um banho, troquei de roupa e fui tomar meu café da manhã sozinho (minha mãe saiu cedo para o trabalho).
Quando eu estava saindo, encontrei a Marília na mureta do vizinho, e como no dia anterior, ela me cumprimentou com um abraço.
Nós dois começamos a andar para e escola encontramos o Carlos no caminho.
- Bom dia Renato, bom dia Marília! - ele disse piscando pra ela.
- Bom dia Carlos. - ela disse com uma voz azeda.
A caminhada foi bem divertida. O Carlos foi o tempo todo falando de como ele tem aproveitado o tempo livre dele fazendo abdominais e flexões, e como ele achava que isso o estava deixando mais saudável.
Ele perguntava para a Marília se ela não tinha achado isso ontem à noite quando o viu sem camisa. Ela ficou muito sem graça de novo e disse que não tinha nem reparado que ele tava semi nu. (na verdade ele estava era quase pelado e com o pinto meio que aparecendo pela perna esquerda da cuequinha).
Mas o rosto vermelho dela lhe traía e o Carlos adorava deixá-la sem graça, e eu achava a coisa toda muito divertida.
Quando chegamos à escola, a Alê veio falar com a gente e nós a avisamos sobre os testes e entregamos a ela um punhado de panfletos.
A Marília tinha pedido para imprimir uns cartazes também e eu e ela fomos pregá-los em pontos estratégicos da escola.
Eu puxei o assunto do Carlos:
- Marília, você sabe que o Carlos está te provocando, né?
- Isso é palhaçada desse garoto. Eu não me sinto nem um pouco atraída por ele!
- Marília! - eu falei em tom de incredulidade.
- Tá bom; talvez eu ache ele bonitinho e nossa... As flexões e abdominais realmente estão fazendo efeito. - ela disse essa segunda parte respirando fundo.
- É... Com certeza estão. - eu disse rindo.
- Mas você sabe que é só uma atração, nada mais do que eu sentiria por qualquer garoto bonito. - ela fez uma pausa e continuou. - Você sabe que eu estou gostando de outra pessoa...
Eu fiquei muito sem graça e foi a minha vez de ficar corado.
- O problema, é que normalmente os garotos bonitos não ficam por aí, só de cueca apertada, alisando os músculos na minha frente, sabe? - ela fez outra pausa e continuou. - E além disso ele arrasta um trem por você...
A gente terminou de pregar o cartaz no mural de avisos do pátio interno inferior e pegamos uma escada para o pátio interno superior.
Quando começamos a pregar o segundo cartaz, ela se virou para mim e perguntou:
- Ele beija bem? - ela falou tão rápido que eu mal entendi a pergunta.
- O quê?
- Ele beija bem? - ela repetiu.
Eu congelei quando ela me perguntou isso.
Esse beijo não me trazia boas recordações.
Mas eu respondi.
- Não foi bem um beijo, Marília. Eu meio que ataquei o pobre do Carlos em um momento de raiva.
- Mas ele retribuiu; eu estava lá, Renato! Eu vi tudo, lembra?
- Sim, ele retribuiu, mas eu não me lembro desse beijo direito; na verdade eu nem me concentrei nesse beijo, eu estava muito preocupado em enfurecer você sabe quem.
- Então o beijo dele não te fez esquecer tudo que estava acontecendo ao seu redor?
- Era bem difícil esquecer o que estava acontecendo, Marília! Até porque um beijo pra fazer isso tinha que ser “O” beijo... E além disso, nós fomos interrompidos por um murro.
- Eu já recebi um beijo que me fez esquecer tudo que estava ao meu redor! - ela disse com um sorriso que me deu a impressão de que ela estava mergulhada em uma lembrança muito doce.
- Eu posso saber quem lhe deu esse beijo tão bom? - eu perguntei interessado.
- É claro! Na verdade eu achei que você soubesse, afinal a gente estuda junto desde sempre!
- Desculpa, mas eu realmente não sei.
- Às vezes eu esqueço que até alguns meses atrás, você vivia no seu próprio mundo e esquecia que existia vida ao seu redor!
- É; às vezes até eu me esqueço. - eu disse pensativo. - Mas me conta, quem foi?
- O Matheus; a gente namorou por dois meses.
- MENTIRA! Sério? Meu Deus, mas ele desentope a pia da Carlinha na sua frente. Isso é um absurdo!
- Ei, relaxa. Isso foi no ano passado; já passou.
Eu queria entender. Fiquei perplexo com isso e queria saber tudo.
- Deixa eu te contar a história toda pra você entender.
- Eu nunca fui muito próxima do Matheus, mas quando a gente estava no oitavo ano, nós fizemos natação juntos no mesmo clube e lá havia duas piscinas, uma bem rasinha para as crianças até 5 brincarem e outra maior onde nós dois tínhamos aulas. Uma vez, já quase no final do ano, eu cheguei atrasada para a aula e inventei de correr na beira da piscina de crianças pra chegar mais rápido na pisciana funda. Acontece que eu escorreguei e caí na piscina rasa e bati a cabeça. Não lembro mais de nada... apaguei.
- Ai! Isso foi perigoso!
- Muito! Mas nada me aconteceu porque o Matheus, que também estava atrasado, pulou na piscina e me tirou da água, desacordada, me levou correndo até a enfermaria do clube, e claro que quando eu acordei e descobri que ele tinha me “salvado”, fiquei encantada com ele.
- Quem não ficaria? Um menino que pula em uma piscina para te salvar da morte certa...
- Mas você exagera tudo mesmo, né? Do jeito que você fala, parece que o Matheus era meu príncipe encantado! Por sorte eu sempre fui mais racional do que você. Mas sim, eu me encantei por ele e nós ficamos bem próximos depois disso. E no ano seguinte ele me convidou pra ser seu par na quadrilha do nono ano. Eu aceitei e nós ensaiamos juntos vários dias, e no dia da apresentação tinha uma parte na qual o rapaz vinha abraçar a moça. E nesse dia ele veio e não me abraçou, ele me roubou um beijo. Meu primeiro beijo... Ali no meio da quadra do colégio. Eu esqueci onde eu estava e o que eu estava fazendo e retribuí o beijo dele. Nossa! Foi mágico, a gente ficou ali se beijando e atrapalhou toda a quadrilha, e o pessoal começou a gritar dando vivas e tudo.
- Nossa! Eu não tinha mesmo como saber disso, nunca vim para nenhuma festa junina...
- Depois disso a gente começou a namorar, mas eu não era “apaixonaaada” por ele. Foi só uma coisa legal que aconteceu. Depois de um mês e meio a gente já tinha quase voltado a sermos somente amigos. Aí, com dois meses, resolvemos terminar e ficar só com a amizade.
- Meu Deus, que história de amor rápida!
- Não foi uma “história de amor”... - ela disse em tom irônico - Como eu disse, você tende a exagerar as coisas. Esse meu namoro com o Matheus foi só uma coisa que aconteceu. Mal a gente terminou e ele já estava com a Letícia.
- Qual Letícia? A Leticia lá da sala?
- Essa mesmo. Eu confesso que quando eu o via a beijando, me incomodava no começo, mas depois passou, é passado.
- Você é uma pessoa superior, Marília. Se fosse eu...
- Estaria jogado em um canto chorando e lamentando pelo Matheus...
- Nossa, não fala assim que me faz mal.
- Desculpa, Renato! Mas eu acho que essa história do Alex já deu. Se ele voltar; quando ele voltar; vocês se entendem. Até lá, vê se encara a vida!
- Você está certa.
- É; eu estou. - ela disse meio séria, mas depois com um riso continuou a falar. - Mas sim, quer dizer, o beijo do Carlos não é toda essa Coca-Cola!
- Eu não disse isso. - eu falei rindo.
Nós continuamos a colar os cartazes e voltamos para a nossa sala de aula quando o primeiro tempo, de literatura, já estava quase no final.
Na hora do intervalo nós ficamos todos sentados em uma única mesa redonda da cantina.
Estávamos lá, eu, Marília, Carlos, Matheus, Carla, Alê e Cláudio.
Eu não pude deixar de reparar que a Marília conversava de forma animada com a Carla. Sem dúvida ela era uma garota nota dez.
Eu nunca ia conseguir conversar com a namorada do meu ex. Mas pensando bem, ela era esse tipo de garota. Ela conseguia se manter minha melhor amiga mesmo nutrindo uma paixão por mim, e na época em que o Alex tocava na banda, ela até conseguia conversar com ele de forma tranquila. É claro que ela não puxava assunto ou fazia questão de falar com ele, mas mesmo assim ela conseguia se manter em equilíbrio.
Na verdade, era interessante como eu e o Carlos eram as únicas pessoas que desconcertavam a Marília. E porque ela ainda era obviamente apaixonada por mim. E o Carlos; bem, o Carlos instigava os instintos de mulher dela de um jeito que eu me arrisco dizer nem mesmo eu fazia.
O Carlos estava do meu lado, conversando com a Alê. Ele se jogava em cima dela, mas não do mesmo jeito que ele fazia comigo ou com a Marília.
De fato nós três éramos um trio de amigos muito enrolados.
Simplesmente existiam sentimentos e desejos demais entre a gente.
Da minha parte eu podia dizer que nutria um carinho tão grande pela Marília que sem dúvida eu poderia facilmente confundir com amor.
E ela também mexia comigo de um jeito que nenhuma mulher havia feito.
Ela me fazia corar e até então, isso era uma coisa que só o Alex conseguia.
Em relação ao Carlos, bom eu realmente já tinha até o beijado, e eu não podia dizer que era imune aos resultados musculares dos exercícios diários que ele vinha fazendoO professor de sociologia faltou e nós tivemos o último horário livre.
Voltamos para casa juntos e quando cheguei na minha, preparei um almoço simples para mim.
Ao entrar na internet, resisti à tentação de checar se havia mensagem dele.
Dormi um pouco e acordei quase na hora de ir para casa do Carlos.
Tomei um banho rápido, vesti uma roupa confortável e fui com meu material de física na mochila.
Toquei a campainha três ou quatro vezes até que ele veio atender a porta, usando só uma toalha amarrada na cintura.
- Desculpa cara, acabei de sair do banho!
Eu dei uma boa olhada pra ele e disse: “Tudo bem”.
Entrei e ele disse pra eu ir indo para o quarto dele.
Fui e sentei em uma cadeira na mesa de estudos. Ele entrou no quarto, se aproximou do guarda-roupas, se virou de costas para mim e tirou a toalha, revelando uma bundinha linda, lisinha e bem branquinha que nem a minha.
Ele se agachou pra pegar um cueca na gaveta de baixo e a vestiu de forma mais devagar do que normalmente a gente costuma fazer.
Dessa vez ele pegou pesado.
Ele realmente estava jogando baixo na tentativa de me seduzir e eu confesso que fiquei meio excitado com a cena toda que ele tinha arranjado, me mostrando o cu dele com o rego bem aberto ao se agachar.
- E aí, gostou?
- De cada detalhe. - eu respondi - Principalmente do detalhe do seu cabelo seco para quem acabou de sair do banheiro...
- Caramba, pego no flagra! Eu sabia que tinha me esquecido de alguma coisa...
Ele disse rindo e eu também ri junto com ele.
Era incrível a cara de pau desse garoto!
Ele não ficou nem um pouco envergonhado por eu ter percebido o joguinho dele.
- Agora, será que você poderia começar a me ensinar alguma coisa de física.
- Claro, “se não tem química, tente a física!”
- Tá bom, vai! Agora vamos começar. - eu disse puxando o meu caderno da mochila.
- É; assim eu me sinto até mal. Será que eu não despertei nem um pouco do seu interesse? - ele me disse com a cara mais sacana do mundo.
- Bom, eu não sou de ferro... E você tem uma bela bunda.
“E um cu bem rosadinho também.” – eu pensei.
- Bela o suficiente pra te excitar?
- Confesso que sim. - eu disse rindo.
-Nossa, então hoje eu dei um grande passo em direção ao seu pênis... Digo, a seu coração.
Não tinha como não rir desse cara.
- Você não leva nada a sério, né Carlos?
- Por que as pessoas gostam de coisas sérias, se a gente pode simplesmente se divertir sem grandes compromissos?
- Você é “a diversão”.
- É, eu gosto de me divertir, principalmente com outros caras.
A curiosidade inundou a minha mente.
Como será que ele começou a “se divertir” com meninos? Logo ele que é tão mulherengo...
- Carlos, eu posso te fazer uma pergunta?
- Qualquer coisa.
- Como... Como foi que você descobriu que podia se divertir com outros meninos?
- Nossa, que pergunta interessante... Deixa eu me lembrar...
Ele puxou uma cadeira e colocou bem de frente para mim, sentou nela e começou:
- Bom, eu tinha uns doze quando um primo meu do interior veio passar duas semanas aqui. Na época ele devia ter uns dezesseis. O fato é que eu tive que dividir meu quarto com ele e um dia eu acordei à noite e ele estava sentado na cadeira do meu computador vendo um vídeo da internet e batendo punheta. Só que eu, inocente, não sabia o que era. Eu o chamei e ele nem se intimidou por eu ter pegado ele com a mão na pica. Eu perguntei o que ele estava fazendo e ele disse que estava batendo uma punheta e me chamou pra ver o vídeo com ele. Nossa! Nunca vou me esquecer daquele videozinho... Eu nunca tinha visto uma cena de sexo antes. Eu senti um tremor percorrer minhas pernas e minha espinha e meu pau subiu. Na hora fiquei durinho. Aí meu primo disse que era pra isso que servia a punheta; pra gente amolecer o pau depois que ele ficava duro. Ele pediu pra eu botar o meu pra fora. Eu não tive vergonha porque ele já estava com o dele pra fora mesmo... Ele pegou meu pau e começou a bater uma pra mim. Nossa! Meu pau era meio pequeno ainda e eu acho que nem gozava, mas eu fui até à lua de tanto prazer. Era uma coisa totalmente diferente de tudo que eu já tinha sentido... Depois eu agarrei o pau dele e retribui o favor. Lembro que me assustei quando ele gozou e espirrou porra pra tudo quanto era lado.
Aí ele me explicou o que era aquela gosma branca e porque eu ainda não tinha liberado a minha.
Eu não pude deixar de notar que enquanto ele contava essa história o pau dele crescia dentro da cueca, que era a única coisa que ele vestia, e ele logo estava de barraca armada bem na minha frente.
Essa era a intenção dele, sentando na minha frente. Me mostrar sua excitação enquanto contava essa história.
Ele tinha um belo pacotão e parecia que o pau dele era maior que o meu. E maior que o do Alex também.
Ali, olhando para aquele monumento que se erguia dentro da cuequinha preta dele, eu desejei o Carlos pela primeira vez.
Mas eu estava segurando minha onda.
Ele continuou o relato enquanto passava a mão na própria vara por cima da cueca.
- Depois dessa punheta, toda noite a gente batia junto, mas teve uma vez que ele me mostrou um vídeo de dois caras e um deles estava mamando o outro. Ele pediu que eu o mamasse e eu, mesmo novinho, não me fiz de rogado e caí de boca mesmo. Nunca tive essa frescura de nojinho de botar na boca ou engolir. No começo eu me enrolei um pouco, mas depois eu peguei o jeito de uma forma que até hoje meu primo Murilo diz que nunca foi tão bem chupado por alguém.
Ele disse essa última frase mordendo a ponta dos lábios.
A essa altura do campeonato eu já estava de pau duro como rocha, e ele percebeu e começou a passar a mão dentro da cueca, dando apertões firmes no cacete dele.
Definitivamente o Carlos sabia como seduzir um garoto.
Eu já nem sabia se a história dele era verdadeira ou só um conto para me excitar, mas eu estava disposto a ouvir até o final.
- Então vocês ficaram só no sexo oral? - Eu perguntei.
- Naquela visita dele sim, mas ele voltou no ano seguinte quando eu tinha treze e na primeira noite na qual ele dormiu aqui, nós começamos a diversão. Ele começou chupando o meu pau que já tinha crescido um pouco nesse tempo e depois pediu pra ir até o fim comigo, que nem os caras dos filmes gays que a gente via. Ele queria me comer até meu cu ficar esfolado. Eu aceitei e nossa... Você não consegue imaginar qual é a sensação de ser penetrado por um carinha de verdade e não por outro moleque. Ele sabia como me agarrar e me segurar firme. Eu quase chorei de dor, mas o prazer foi muito maior...
Ele já estava praticamente batendo uma punheta por dentro da cueca e eu estava hipnotizado com aquilo. Ma consegui perguntar:
- Então você era só passivo dele? Sempre achei que você gostasse de comandar a diversão.
- Ele me deixou comer o cu dele, mas não consegui. Falta de experiência mesmo, mas tudo bem porque eu comi um outro primo nosso, nas últimas férias, quando a gente foi passar o ano novo lá na cidade deles. Ele sempre come esse nosso primo e nessas férias nós fodemos ele várias vezes juntos.
Ele terminou e disse “está vendo como responder a essas perguntas me deixa?”
Nessa hora ele botou o pau pra fora da cueca e eu pude ver um pau lindo, branquinho, retinho e cabeça vermelhinha...
Eu não sei como consegui me controlar. Mas eu peguei meu caderno na mesa e disse:
- Eu já vou indo, cara! - falei com a voz firme.
- Ei espera... Como assim, você vai sair agora?
- Saindo! Tchau, Carlos. Eu tenho que ir.
Eu passei por ele e acabei roçando minha mão na vara dele. Fique todo vermelho, mas saí de lá determinado.
- Espera, a gente nem estudou ainda...
- Fica pra outro dia, depois eu te ligo.
Deixei ele no quarto literalmente na mão e saí pela porta da sala.
Nossa!
Foi difícil resistir. Eu só não caí de boca nele porque eu ainda não estava pronto pra separar diversão de sentimentos mais sérios, e eu não queria me machucar.
Mas ia ser difícil continuar a resistir a ele de agora em dianteCheguei em minha casa ainda de pau duro e me toquei que eu estava totalmente na seca desde a noite do show.
Mais de três semanas sem nem me masturbar.
Estava na hora de botar fim nesse celibato voluntário. Finalmente meu tesão tinha voltado.
Tranquei a porta do quarto, localizei um bom vídeo pornô gay na net, peguei meu óleo para massagem e me acabei na punheta pensando no Carlos e vendo o vídeo.
Na hora de gozar eu explodi. Melei até a tela do PC.
Depois eu tombei desmaiado na minha cama. Aquele foi um ótimo orgasmo.