A praia quase deserta. As ondas vigorosas varriam as rochas e lambiam a areia. As poucas árvores da paisagem ofereciam sombras mirradas, aproveitadas como possível pelos frequentadores. Eu gosto do selvagem dessa paisagem, reduto tácito de homossexuais, casais gays, homens de todas as idades e corpos nus, a desfilar pela orla arenosa ou sentados displicentemente sobre tecidos coloridos, descansados membros entre as pernas.
Quando cheguei, havia quatro banhistas. Dois que ultrapassaram a difícil e escorregadia barreira de pedras e se isolavam num mais distante dos olhos de quem estivesse do lado de cá. E, sob uma árvore que crescia desengonçada, raspando a falésia, um que parecia ser casal dividia a canga; quando despontei na primeira barreira de rochas, um deles saía para dar uma volta na floresta – o outro ficou sentado, olhos perdidos no mar agitado.
O tronco recoberto de arbustos retorcidos separava os dois lados sob a sombra, e ocupei o oposto ao que estavam os dois rapazes. Estendi minha toalha e comecei a besuntar o corpo com protetor, enquanto acompanhava com os olhos o caminhar levemente balançado do rapaz, em direção das ondas. Quando eu fazia malabarismos para alcançar o mais possível das costas, ele voltava do mar – dirigi-me a ele lhe pedi para completar a tarefa, passando o creme onde me era impossível atingir.
Ele aquiesceu, estendeu a mão, em que depositei o protetor solar, que ele passou a espalhar, num raio bem maior do que o solicitado por mim. Pediu mais e, comentando que eu estava branco e precisava de uma camada extra, passou por meus ombros, braços, costas, chegando mesmo às nádegas – senti meu falo enrijecendo ante as carícias de mãos tão suaves. Ele cobriu minha bunda e seus dedos deslizaram pela parte interna, fazendo com que o minha rigidez se pronunciasse ainda mais.
Mas eu pensava em seu companheiro, e em quanto aquela cena poderia ser constrangedora, se ele voltasse de repente. Embora querendo mais, agradeci pela ajuda e voltei para meu lugar, bem quando o outro rapaz aparecia, de entre as pedras. Trocaram algumas palavras e o meu massageador saiu para dar uma volta, enquanto o amigo sentava sobre a canga colorida, embaixo da árvore.
Eu, que já estava sentado, virei-me e me deitei de bruços, pensando em tirar um cochilo rápido, aproveitando aquela brisa maravilhosa. Antes de fechar os olhos, entretanto, por entre os galhos do arbusto que dividia nossos espaços, vi o rapaz acariciando o enorme mastro. Ele, vendo que eu via, pavoneou-se ainda mais e seu pau ressurgia túmido das carícias que fazia. Meus olhos não se desgrudavam daquele membro, admirados com seu tamanho e grossura, mas me deliciando com a performance a que assistia.
Então ele levantou-se, e imaginei que se dirigia para o mar. Fechei os olhos e passei a sonhar com a maravilha que presenciara. De repente, senti um corpo agachando-se aos meus pés; ao volver minha cabeça, estava ele, com a rola dura na mão, a me perguntar, gentilmente: “Posso?” Num átimo, meu cérebro registrou a espessura e o tamanho do instrumento, meu coração disparou – talvez de receio em ser rasgado, talvez de tesão –, e o desejo superou a preocupação, ao lhe responder: “Claro!”
Voltei a cabeça para o apoio dos meus braços cruzados, fechei os olhos, senti sua língua me molhando e entrando inquieta, e, segundos depois, a cabeça de sua rola substituindo a língua. Foi entrando devagar e, incrivelmente, sem qualquer dor ou desconforto. Eu gemia baixinho, abrindo as pernas, para facilitar-lhe a entrada e os movimentos de entrada e saída. Ele se deitou sobre mim, senti seu corpo molhado sobre o meu e suas estocadas suaves me devorando.
Ele roçava a barba na minha nuca, beijava minha orelha, me arrepiando inteiro. Eu mais e mais me abria e o queria inteiro dentro de mim. Nossos gemidos em uníssono sensual, ignoravam completamente o fato de estarmos num lugar público, ainda que semideserto. Até que lhe senti acelerar os movimentos, grunhidos fortes nascerem de sua garganta, e ele saiu repentinamente de dentro de mim; em seguida pingos de uma chuva quente espalhavam-se pelas minhas costas e minha bunda, até que ele, ofegante deixou seu corpo cair sobre o meu.
Deitado como estava, divisei seu companheiro voltando, e, num impulso, movimentei meu corpo, fazendo-o levantar-se; ele se pôs de pé, a cabecinha ainda liberando longos fios transparentes, e acompanhou o companheiro, que passara por nós sem qualquer alteração e sentou-se onde estava quando eu chegara.
Sem entender bem qual era a deles, mas imaginando (e torcendo para) que fosse um casal vivendo um relacionamento aberto, dirigi-me à água para receber as fortes carícias das ondas a lavar o tesão daquele rapaz sobre minhas costas. Toquei discretamente na entrada da minha caverna e a senti quente e piscante.