O desejo de Júlia - Parte 1

Um conto erótico de Ornitorrinco
Categoria: Heterossexual
Contém 1817 palavras
Data: 25/01/2024 00:20:21

Júlia estava se arrumando em frente á sua penteadeira. Era daquelas penteadeiras rodeadas de lâmpadas, que sempre apareciam nos filmes e que ela ficara extremamente feliz em ganhar, pois era um desejo antigo. Fora Arthur, seu marido, que dera pra ela, logo depois de casarem.

A maquiagem estava leve, mas perfeita. Seu rosto era naturalmente bonito e ela não gostava de maquiagem pesada e nem Arthur. Aproximou seu rosto do espelho com a mão na bochecha. Viu seu rosto bem desenhado e levemente ovalado com as linhas do queixo sutis e elegantes. Admirou seus lábios bem cheios, de cor vermelha, seu nariz romano, seus grandes olhos cor de mel, destacados pela sombra, e suas leves sobrancelhas escuras. Seu cabelo castanho escuro, suavemente ondulado, caía sobre seu ombro até altura dos seios. Satisfeita, abriu a gaveta e pegou uma tiara preta com pequenas orelhas de gato pretas. Arthur adorava. Ela olhou o relógio: quase 20:00. Ele estava chegando.

Andou até o espelho maior e se admirou. Tinha 1,72, magra, pele clara, levemente morena, corpo naturalmente ampulheta, pernas longas e malhadas. A academia estava fazendo efeito, se sentia mais forte e saudável, percebendo isso no formato dos seus músculos mais definidos. Com as mãos na cintura ficou olhando. Numa brincadeira ergueu o queixo como se fosse uma modelo internacional. Talvez fosse pretensão dela, mas naquele momento ela não estava muito distante daquelas modelos de instagram que faziam sucesso. As vezes pensava nisso, pois enquanto a maioria delas recorria a procedimentos estéticos para alcançar um padrão de beleza, Júlia já o possuía naturalmente. Se Arthur deixasse (e gostasse), ela teria continuado sua carreira, que parecia bem promissora depois de ser coroada Miss da sua cidade no interior. Aquilo parecia que fora á tanto tempo...

Júlia voltou a prestar atenção á sua figura no espelho. Virou de costas para admirar o seu bumbum. Ele não era grande, mas também não dispensável e estava bem firme e pronunciado devido ao treino. Ela ajeitou a renda da meia. Vestia uma poderosa lingerie preta, com meias largas e elásticos. Seus seios medianos estavam comprimidos e salientes e duas alças finas sobre seus ombros mantinham a lingerie no lugar. Ela sorriu. Arthur iria adorar.

A porta então fez barulho. Ela se apressou a sentar na cama e esperar. Arthur entrou logo em seguida. Ia acender a luz, mas percebeu as luzes de led vermelhas iluminando o quarto. Ele era um homem de 30 anos, de olhos profundo, óculos quadrados, cabelo loiro ralo e um pouquinho acima do peso. Seus olhos azuis fitaram sua mulher e foi pego de surpresa pela situação. Ele deixou a bolsa cair do seu ombro. Ficou parado e em silêncio, sem esboçar muita reação. Um pouco constrangida (pois não conseguia discernir se ele havia gostado ou não) ela se levantou e andou até ele.

- Seja bem-vindo – disse Júlia sussurrando no ouvido dele – Sei que está cansado mas será que sobrou alguma energia para a gatinha aqui?

Ela fez uma carinha de alguém que precisava de ajuda, comprimindo os láibios e fechando suas mãozinhas á altura do peito como se fosse um gato. Ele continou olhando para ela sem demonstrar muita coisa, ainda que ela vira algo nos olhos dele que ela quis interpretar como desejo.

- Deixa eu tirar sua roupa – ela desabotoou a camisa dele, revelando alguns pelos claros no seu peito. Tirou a camisa dele lentamente beijando-o. Depois foi a vez da calça. Mordendo os lábios, afrouxou o cinto e abaixou tudo de uma vez. Colocou a mão no membro dele. Ainda não estava duro. Ela abaixou a sua cueca e começou a massagear e lamber bem devagar. Aos poucos, para sua alegria, ele foi crescendo. Aquilo já era uma vitória, pois nem sempre acontecia. Na verdade quase nunca conseguia. Ela admirou o membro dele querendo ficar totalmente ereto, mas ainda sem força. Júlia nunca se relacionara sexualmente com outro homem a não ser ele. Se conheciam desde a escola e se casaram logo depois dela virar miss da cidade. Sabia que aquilo não era normal, mas era o marido dela e devia aceitar e trabalhar para deixar ele devidamente excitado, se adequando ás suas necessidades.

- Será que vou ganhar um pouco de leitinho hoje? – perguntou Júlia com seus lindos olhos castanhos se voltando para ele e lembrando de fato os de um gato travesso.

- Posso tentar – disse ele, nada animado. Ela já estava acostumada com o jeito dele, indiferente. Ela colocou o membro pequeno dele na boca. Não devia ter mais que 10cm (talvez não chegasse á essa medida) isso quando estava totalmente ereto (um milagre que presenciara em ocasiões que podia contar nos dedos) e não como agora, ainda meio mole. Ela se esforçou para tornar aquilo o mais sensual possível, mas ele permanecia igual. Após vários minutos, Arthur suspirou frustrado e empurrou ela para a cama. Ele massageou seu membro como último recurso e se deitou em cima dela. Puxou a calcinha para um lado e a penetrou. Júlia quase nem sentiu quando entrou a não ser pelo calor que sentiu do atrito do vai e vem.

Mesmo não sendo como ela tinha planejado ela estava bem molhada, perfeito para um sexo pleno e delicioso. Só de pensar na possibilidade desse tipo de sexo já a deixava extremamente excitada e arrepiada. Ela olhou para ele sorrindo, incentivando-o com gemidos e ele continuava penetrando, mas o pênis dele ainda não conseguia ficar totalmente duro. Após mais alguns minutos estranhos e silenciosos de sexo sem graça Arthur bufou, se levantou de cima dela e a empurrou para o lado.

- Porra Júlia – disse ele, ofegante e irritado, num tom bastante acusador. Ela ficou assustada com a reação dele e ficou sem falar nada. Ele se levantou logo depois e saiu do quarto. Júlia então foi ficando cada vez mais entristecida. Toda a surpresa, o dia de folga, a preparação, o clima e a fantasia favorita dele. Tudo pra nada. Ela se sentiu um lixo e nada desejável. Não conseguia fazer com que o próprio marido se satisfizesse com ela, nem ao menos, que a cobiçasse.

Júlia jogou um roupão por cima dos ombros, tirou a tiara e andou descalça, lentamente até a cozinha. Encontrou Arthur na frente da geladeira aberta virando um copo com água. O copo pousou barulhento no mármore da pia seguido de um suspiro. Ele não estava mais vermelho, voltando ao seu modo frio costumeiro.

- Eu já te avisei – disse ele sem olhar pra ela – Não faça surpresas pra mim. Você já tentou e sempre termina assim.

- Achei que hoje pudesse ser diferente...

- Não devia achar nada. Só fazer o que eu digo. Você sabe que o sinal para transarmos é quando eu estiver a fim não sabe? Quando eu estiver pronto. Você me pega de surpresa e quer que eu te dê o que você espera. Porra, temos 9 anos de casados, sabe que eu não funciono assim.

Júlia foi murchando cada vez mais a cada palavra.

- Me desculpa Arthur...eu sinto que vivo fazendo tudo errado com você...com tudo...

- Eu acho que você não sabe ler os avisos e nem as pessoas. Não desconfia das coisas. Esta situação toda poderia estar sendo evitada se você tivesse só preparado algo pra gente jantar em vez de toda essa palhaçada que inventou.

Ela falou, com a voz tremida.

- Eu tinha pensado em pedirmos uma pizza depois de transarmos...e assistir um filme...eu até comprei pipoca daquelas de caramelo que a gente adora...

Arthur fez uma careta.

- Hoje não estou afim não. Eu falo pra você me avisar do que quer fazer com antecedência. Chego em casa e está essa bagunça. E até chegar a pizza que a gente nem pediu ainda...meu Deus, to morrendo de cansaço...

- Mas hoje é sexta – falou Júlia, com sua voz delicada e suplicante, seus olhos de amêndoas se voltando para ele

- Exatamente – falou ele passando por ela em direção ao banheiro – Último dia de uma semana muito cansativa. Só quero tomar banho e dormir. Pode pedir uma pizza pra você se quiser. Amanhã de manhã eu como o que sobrar.

Ela ouviu o som da porta se fechando e percebeu um silêncio incômodo em volta dela. A solidão a atingiu em cheio naquela cozinha vazia. Seus olhos se encheram de lágrimas. A culpa era esmagadora.

- Sou uma idiota mesmo – disse, indo para o seu quarto. Tirou a lingerie idiota entre muita raiva e lágrimas e vestiu um pijama. Foi até a sala e ligou a TV. Iria assistir séries até se cansar. Não quis pedir pizza só para ela, preferindo fazer a pipoca doce. Uma vez pronta instalou-se novamente no sofá de cor clara. A porta do banheiro estalou e Arthur saiu com uma toalha amarela amarrada no quadril.

Júlia esticou o balde de pipoca para ele, iluminada pelas luzes cambiantes da TV.

- Quer um pouco? – perguntou esperançosa, buscando esquecer o ocorrido.

- Obrigado – disse ele recusando

- Não está com fome? – Júlia perguntou preocupada

- Não muito, comi uma bobeira no carro e fiquei estufado.

Ele se virou e entrou no quarto.

- Boa noite, meu amor – disse Júlia de um jeito meigo sem obter nenhuma resposta a não ser a porta se fechando. Mais uma vez veio a vontade de chorar. Desta vez aguentou firme e se concentrou apenas no filme e na pipoca. O corpo dela foi relaxando e foi ficando interessada de fato no que estava acontecendo na TV. Era uma história bem clichê de um casal de jovens que viviam brigando e voltando. Júlia reparou como o protagonista era bonito, do jeito que ela gostava, cabelos escuros, rosto forte, sorriso confiante. Ela foi sentindo um desejo que foi aumentando devagar, mas constante. Ela deixou o balde de pipoca de lado e deu uma olhada no vão da porta do seu quarto. Estava escuro, Arthur já tinha dormido. Seus dedos foram lentamente entrando por baixo da sua roupa. Então, como fazia (várias vezes) todos os dias, Júlia começou a se tocar nas partes íntimas. Seus dedos foram ficando molhados a medida que aumentava a intensidade. A outra mão foi massageando seu seios. Se masturbava com intensidade e logo estava com o rosto virado para o teto, olhos fechados, corpo tremendo, boca aberta e sorrindo de prazer. Ela parecia ficar possuída de um libido selvagem enquanto pensava no protagonista sem camisa penetrando-a com força total. Vários minutos de puro êxtase se passaram e ela finalmente gozou. O corpo dela respondia ao prazer intenso com espasmos, sua respiração ficou entrecortada por um tempo. Como ela adorava essa sensação, nunca se cansava disso, queria mais e mais...Deixou seu corpo relaxar placidamente no sofá. Era isso. Ser totalmente possuída, penetrada e desejada. Esse era o desejo de Júlia.

Anestesiada deitou-se no sofá e não demorou muito para pegar no sono com um sorriso no rosto. Sua história, depois de anos de monotonia, estava prestes a mudar de maneira inimaginável...

Continua...

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Comentários

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Show de bola esse começo de história! Essa história promete surpresas. Parabéns 👏🏽

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Querida Julia, separa desse atraso de vida e vá ser feliz! Tá na cara que você o ama. Mas precisa amar a si mesma também. Pelo tema listado não será nessa ordem. Mas é o meu conselho pra te ver feliz. Obrigado ao autor pelo conto. Muito bem escrito.

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Huuuuuummmm... maridinho incapaz e grosso toda vida. Alguns pares de chifre devem lhe fazer muito bem. Conto show. No aguardo...

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