Novos fatos impactantes e decisivos para o desfecho desta história só ocorreriam oito anos depois que me separei de Melissa e da última vez em que vi Yasmin. Entretanto, pular diretamente para eles, deixaria um grande hiato, por isso contarei o que de mais importante ocorreu nesse périodo. Evidentemente, será de maneira reduzida já que foram muitas coisas e apenas os fatos mais importantes serão relatados para que o leitor mais exigente entenda a jornada do personagem e suas transformações.
Em 1984, dei início ao meu curso de mestrado e era bem puxado. Minha vida pessoal foi tranquila nesse começo, viajava para a praia e campo quando possível, fiz alguns poucos novos amigos e saía com eles para casas noturnas, bater uma bola etc. Quanto a novos romances, só tive sexo casual, às vezes, saía com uma mulher mais de uma vez, mas deixava claro, que não pensava em namorar e muito menos casar.
De vez em quando, tinha pesadelos onde via novamente cenas da transa de Melissa com o pai ou das coisas horríveis que presenciei no sanatório. E mesmo acordado, havia dias que batia uma tristeza misturada com raiva pensando que tudo o que vivi ao lado de minha ex, tinha por trás uma sujeira inacreditável.
Demorou um tempo, mas tive coragem de voltar ao sanatório em que estive internado. Fui visitar Raul três vezes no ano de 84, ele continuava do mesmo jeito, contando histórias debochadas, fumando muito e jogando botcha. Porém, em 1985, ele faleceu supostamente de um ataque cardíaco.
Ainda no ano de 84, já perto do final, tentei fazer contato com Yasmin queria saber se estava tudo bem, já que ela de fato sumira. O problema é que eu não tinha nem o telefone de onde minha ex-cunhada estava morando nem o endereço, só sabia que era no Butantã. Diante disso, Pedi a Kléber, um novo amigo um tanto atrapalhado, para que ligasse para a casa do pai dela e de Melissa e se fizesse passar por um conhecido dela que tinha perdido o contato.
Minha ex-mulher atendeu e apesar de ter caído parcialmente na conversa de Kléber, disse:
-Olha, a Yasmin não está mais em São Paulo, foi morar em Minas, deixa seu telefone que passo para ela.
Meu amigo bancou o bobalhão, gaguejou sem saber o que responder e acabou desligando. Achei estranho, pois Yasmin estava cursando Direito na USP, mas, lembrei-me que Melissa e ela tinham de fato parentes em Minas por parte da falecida mãe.
Corri atrás de outras informações sobre Yasmin, mas não obtive sucesso. Só me restou torcer para que estivesse feliz. Eu não tinha nenhuma intenção de voltar a ter nada com ela, mas queria que estivesse bem.
Na metade do segundo semestre de 1985, ainda como mestrando, peguei algumas aulas numa universidade no ABC. Era bom, pois assim adquiriria experiência lecionando no Ensino Superior.
No ano de 1986, já com meu mestrado, passei a procurar universidades para lecionar. Naquela época não era como agora que existe uma faculdade praticamente em cada esquina e se alguém tropeça na porta já sai matriculado, por isso, demorou um longo tempo para que conseguisse atuar apenas no Ensino Anterior. Não foi nada fácil e quase desisti de tentar. Por dois anos, tive que continuar lecionando para o Ensino Médio e dando algumas poucas aulas em uma universidade aqui, outra ali, uma espécie de tapa buracos.
Até que finalmente no ano de 1988, peguei os turnos diurno e noturno em duas universidades e passei a lecionar para diferentes cursos: Engenharia, Ciências Contábeis, Arquitetura e Urbanismo, Estatística, Administração de Empresas, e claro, Matemática.
Mas voltando a 1986, lembro-me que foi um ano bem marcante. Prestes a completar 33 anos, notei que estava perdendo a forma física, se ainda estivesse casado, certamente já estaria obeso, mas pelo fato de estar sempre atrás da mulherada, procurava me cuidar, mesmo assim, notei que precisava redobrar a atenção ou logo ficaria como muitos quando passam dos 30, ostentando uma barriguinha de chope ou mesmo obesos.
Resolvi praticar esportes, mas o difícil foi encontrar um que fizesse por prazer e não por obrigação, até que decidi tentar o ciclismo e posso dizer que foi unir o útil ao agradável. Comecei timidamente, mas após alguns meses passei a correr dezenas de quilômetros, inclusive participei de diversas maratonas dentro e fora de São Paulo. Pude sentir os benefícios a médio e a longo prazo, com um corpo definido, mais força muscular nos braços e pernas, e, claro, saúde.
Outra coisa marcante do ano de 1986, que parece até boba para quem não viveu aquele tempo, foi quando comprei meu primeiro videocassete. Como foi legal poder passar pela experiência de ter um cinema em casa. Ia às locadoras, escolhia alguns filmes e a diversão era garantida. Havia as promoções de às sextas alugar 4 e levar 5 e só entregar na segunda. Bons tempos! Entretanto, ter um aparelho desses nos anos 80 não era fácil, pois o preço era bem salgado e a maioria comprava a prestação. Só no começo dos anos 90, se tornou mais acessível.
E foi em 1986 que decidi comprar um apartamento no bairro da Barra Funda. Meus pais disseram que era bobagem e que deveria continuar com eles, mas a verdade é que com quase 33 anos, morar com os pais era dose. Aproveitei um negócio de ocasião e paguei barato pela localização e tamanho do imóvel. Usei o dinheiro da casa que meu avô me deu para o casamento e em maio daquele ano, me mudei.
O mais próximo que tive de um relacionamento nesses anos todos, foi em 1988, quando conheci Virginia, uma loira divorciada de 30 anos e que trepava tão bem que me fez abrir uma exceção e ficar 10 meses saindo com ela.
Virginia, após se separar do marido, um ano antes, ficou com uma das duas fábricas de móveis que possuíam. Não era nenhuma milionária, mas tinha um padrão de vida melhor que o meu.
Nos conhecemos numa festa e após trocarmos alguns telefonemas, acabamos saindo e já na primeira transa, vi que a loira de olhos castanhos, pele levemente bronzeada, seios médios, bumbum médio/grande e coxas grossas sabia dar um show e era de tomar a iniciativa na cama, tanto que nessa 1ª vez, após uns beijos no quarto do motel, ela arrancou o vestido vermelho e a calcinha, exibiu os pelos da boceta loira (era a primeira xana loira que eu via de perto), me jogou na cama e com autoridade, se sentou em meu rosto, puxou meus cabelos com firmeza com as duas mãos e me fez chupá-la.
Tratei de caprichar e logo senti que estava excitada. Virginia passou a esfregar sua boceta no meu rosto, me deixando melado e com seu cheiro divino. Transamos loucamente e quando ela foi por cima, deu um show de cavalgada que cheguei a me assustar com a força que a loira tinha para movimentar seus quadris. Gozei espetacularmente e para minha sorte, a gostosa também curtiu.
A partir daí, começamos a nos ver 2 ou 3 vezes por semana, mas sem compromisso de namoradinhos, de um conhecer a família do outro ou de dar exclusividade. O máximo que rolava era um programa juntos antes do sexo, como ir a um restaurante, pegar um cinema etc.
Virginia curtia muito fazer anal e seu cuzinho sempre estava impecável para receber um beijo grego ou minha pica. Gozava berrando palavrões enquanto eu enterrava meu pau em sua bunda.
Certa vez, após irmos a um show que acabou bem tarde. Estávamos em um estacionamento particular, quando ela quis que déssemos uns amassos ali. A coisa esquentou além do esperado, abaixei sua calcinha, ela estava usando uma saia prateada e se inclinou, apoiando-se no vidro do lado do passageiro e empinando o bumbum. Chupei-a ali mesmo e quando vi o quanto aquela bocetona loira estava molhada, não tive receio, tirei meu pau e passamos a transar. Pelos menos umas 5, 6 pessoas viram e ficaram assistindo a tudo. Virginia ficou ainda mais doida e gozou primeiro, depois foi minha vez.
A partir desse dia, vez ou outra, repetíamos a experiência. Chegamos a transar num banheiro de um restaurante e até num provador de roupas, além de fazermos na rua, ao lado do carro. Eram outros tempos, onde não havia celulares e câmeras captando tudo.
Outra experiência louca, foi quando transamos em seu escritório durante o expediente na fábrica e com a secretária do outro lado da porta. Virginia me fez sentar em sua cadeira, tirou a calcinha ergueu um pouco a saia e se sentou devagar em meu pau, dando início a uma cavalgada bem lenta, onde subia e descia e ainda fingia prestar atenção a alguns papéis. Sem limites para uma boa safadeza, ela ainda começou a falar ao telefone com uma funcionária quicando suavemente em meu pau. A tal funcionária chegou a perguntar se a patroa estava bem, pois sua voz estava rouca e ofegante. Acabamos gozando daquele jeito e lutando para não gemer mais alto.
Nosso caso poderia até der durado mais um tempo, porém, num dado momento, Virginia começou a me cobrar exclusividade e as coisas caminharam para o sentido de ter um compromisso, o que azedou para mim, decidi me afastar. Depois do que passei com Melissa não estava disposto a me amarrar com mais ninguém.
Em 1990, tornei-me coordenador do curso de Matemática, era um pouco mais de grana que entraria, mas também mais responsabilidades. Importante frisar que apesar de ser da área de Exatas, tornei-me um devorador de livros sobre os mais variados assuntos, sem que eu notasse, ao longo desses anos, transformei-me numa pessoa muito mais culta. Passei a me vestir melhor. Fiz algumas viagens para fora do Brasil, claro que sem esbanjar, já que passava longe de ser rico.
De 1984 até 1991, há cada três, quatro meses tentava buscar informações sobre Yasmin, acho que só ficaria em paz, se soubesse que ela estava bem. Ao contrário de agora, onde podemos reencontrar alguém pelas redes sociais ou pesquisando no Google, uma das poucas maneiras que tínhamos naquele tempo, era recorrer a gigantesca lista telefônica e ver se o nome da pessoa que desejávamos encontrar, estava lá. Fiz isso várias vezes, mas nunca estava. Provavelmente, porque seguiu em Minas, talvez estivesse casada, com filhos, porém, também imaginava que minha ex-cunhada pudesse estar na pior, abandonado o curso, com uns três filhos e sem eira nem beira.
Depois, eu a esquecia por uns meses e quando voltava a lembrar, tentava novamente obter notícias. Eis que em junho de 1991, mais precisamente em um sábado por volta das 11h, tinha acabado de entrar em meu apartamento, após pedalar por duas horas com minha bike e ouço o telefone tocando, era minha mãe:
-Bom dia, filho! Sabe quem acabou de me ligar?
Eu todo suado e doido por um banho, achei que minha mãe tivesse caído em mais um trote (quase toda semana, ela me ligava ora feliz porque o Faustão ou outro famoso tinha ligado para ela ou brava porque lhe falaram meia dúzia de palavrões).
-Não tenho a mínima ideia de quem ligou. Não vai dizer que foi o Silvio Santos ou Gugu, já expliquei a senhora que isso é trote de gente desocupada.
-Que Silvio Santos e Gugu coisa nenhuma! Já falei que não caio mais nesse tipo de brincadeira. Quem ligou querendo falar com você foi a Yasmin.
Tomei um susto grande e até achei pudesse ser confusão da minha mãe:
-Yasmin! A Yasmin mesmo? Irmã daquela praga incestuosa com quem me casei?
-A própria!
-Não acredito! Ela sumiu no planeta. O que ela falou exatamente?
-Perguntou se teu pai e eu estávamos bem, depois disse que precisava ter um particular com você..
-Você passou meu telefone para ela? Endereço?
-Não, ela deu o telefone dela e pediu que te passasse. Tentei perguntar sobre como ela estava e até sobre aqueles dois, mas, mesmo bancando a educada, só disse, tá tudo bem. Achei bem misteriosa, diferente daquela moça faladeira e chorona.
-Tá me passa então telefone dela. Devo desculpas a Yasmin e quero saber como ela está.
Minha mãe me passou o número, liguei logo em seguida e após três toques, uma voz masculina atendeu. Disse que meu nome era Nuno, amigo de Yasmin e gostaria de saber se ela estava. O cara respondeu:
-Só um momento, por favor. – E em seguida escutei-o dizer:
-É o Nuno.
Naqueles rápidos segundos, imaginei que o homem que atendeu ao telefone poderia ser o marido dela. Yasmin atendeu:
-Alô, Nuno?
-Oi, Yasmin. Tudo bem? Minha mãe me disse que você queria falar comigo e me passou teu número. Como você está? Tentei te procurar, saber se estava bem, mas você sumiu.
Ela parecia não querer adiantar nada pelo telefone:
-Sim, sim. Tenho muito para te contar, mas ao telefone é difícil, podemos conversar pessoalmente?
-Sim, claro, quando?
-Huuum! Pode ser hoje?
-Hoje?!
-Se não puder entenderei, é que durante a semana tenho pouco tempo.
-Qual horário?
-Deixa eu ver...Agora é quase meio-dia. Que tal às 16h em meu apartamento?
-Em que bairro você está?
-Perdizes.
-Até que é perto, estou na Barra Funda, me passa o endereço.
Yasmin estava misteriosa e diferente como minha mãe percebera. Estranhei a pressa, mas minha curiosidade foi maior, por isso decidi tomar um banho, comer e me aprontar para finalmente descobrir.
Fui com um blazer marrom, camisa e calça pretas, meu objetivo não era causar boa impressão, apenas meu estilo já havia mudado há algum tempo. Estava um tempo cinza. No meio do caminho, fantasmas começaram a povoar minha mente, passei a imaginar que era muito estranho Yasmin me procurar após tanto tempo e ainda com pressa para me ver. Seria alguma notícia ruim? Vingança tardia? Minha paranoia era tanta que temi encontrar até Melissa e meu ex-sogro lá. Sem contar o cara que atendeu ao telefone e passou para ela como se já me conhecesse. Devo admitir, que pensei em desistir e marcar em um local público, mas resolvi ir em frente.
Cheguei ao endereço dela, tratava-se de um bom prédio, não luxuoso, mas bonito e num bairro de alto padrão. Identifiquei-me na portaria e fui autorizado a subir ao 12º andar. No elevador, voltei a ficar tenso, pensando no que estaria por trás dessa volta de Yasmin após 8 anos sumida.
Toquei a campainha, pouco depois, a porta se abriu e minha primeira surpresa foi instantânea, mas outras bem maiores viriam depois que eu entrasse naquele apartamento. Era a hora da verdade, ou melhor, das verdades.
Em breve o último capítulo