Depois do que aconteceu naquela tarde no banheiro, o distanciamento entre Roger e eu tornou-se ainda maior. Havia agora uma muralha de gelo silenciosa entre nós dois. As brincadeiras sem graça, as provocações, a camaradagem sutil entre irmãos, os gestos e olhares de companheirismo e até mesmo a pouca consideração, tudo desapareceu de supetão.
A relação estranha e superficial que tínhamos, de dois colegas de quarto, amigos de porta sem profundidade aparente, se tornou praticamente inexistente. Não me olhava mais nos olhos, e não me dirigia a palavra quando nossos pais estavam ausentes, evitava a todo custo ficar sozinho comigo no mesmo ambiente, e só circulava livre pela casa quando eu estava no quarto, dormindo ou jogando. Quando eu estava fora, fazia tudo o que tinha para fazer, e assim que me ouvia chegar, ou saía de casa e passava uns dias fora por aí na vida, ou se trancava no próprio quarto, mal dando as caras no resto do dia.
Da minha parte, não havia remorso ou tensão alguma, eu agia naturalmente quando ele estava por perto, não dava a mínima pra tudo aquilo, minha parte racional entendia perfeitamente que o que ocorreu naquela tarde entre nós dois no banheiro não passara de um momento, dois caras explorando seus corpos, sua sexualidade, algo natural do homem, e me senti aliviado por termos tido aquela experiência juntos, e ter feito aquilo com ele, e não com um completo estranho. Se isso tivesse acontecido com algum amigo, por exemplo, ou algum cara aleatório que conheci por acaso, e que num momento de fraqueza, sob o efeito de alguma droga ou cachaça na cabeça, eu tivesse cedido a impulsos e instintos que nem sabia que eu tinha, eu teria neurado bastante depois. Ficaria com receio de ser exposto e acabar na boca do povo e não saber lidar muito bem com a situação.
Eu era muito jovem, nós dois éramos, e depois do que houve, ainda estava tentando entender se era realmente homossexual ou bi, ou se aquilo que aconteceu entre Roger e eu tinha sido um evento isolado, algo momentâneo e passageiro, do tipo de matar a vontade e a curiosidade espontânea que surge na hora e seguir a vida depois. É claro, fiz tudo isso de maneira muito racional, sem me condenar de modo algum pelo que ocorreu. Não enxerguei a situação propriamente dita como algo macabro e abominável, nós éramos agnósticos dentro de casa, meu pai era católico não praticante e a mãe era atéia, eles não nos criaram sob valores cristãos, eles valorizavam o conhecimento factual e material e a ciência acima de qualquer outra coisa, ela era médica neurologista e ele professor universitário, então tipo, os velhos eram mó cabeça. Não tinha essas neuras de ir pro inferno dentro de casa, e eles ensinaram pra gente desde pequenos que existiam essas necessidades, que poderia bater uma curiosidade, que era normal certas coisas. E a gente entendeu. Pelo menos eu entendi.
Mas parece que o Roger levou aquilo muito à sério, talvez por influência externa das amizades e tudo o mais, amigo faz a cabeça da gente, querendo ou não, então ele ficava muito sério e muito tenso comigo por perto, parecia até irritado às vezes, bravo. Foi rude e grosseiro comigo nas poucas vezes em que interagimos ao longo daqueles dois anos e meio. Eu relevava, não levei pro lado pessoal aquele comportamento, era coisa dele, ele estava lidando com aquilo da maneira dele e eu da minha. Cada um na sua.
Muitas vezes cheguei a cogitar que aquela raiva toda se deu pelo fato de que, bombando no cuzinho dele e gozando bem gostoso lá no fundo, acabei descobrindo que aquele buraco já havia sido explorado outras vezes, o que deve ter despertado todo o tipo de gatilho e inseguranças no Roger. Afinal de contas, ele era o irmão idiota que me atormentou por anos e anos, e eu era o saco de pancadas dele. Tinha um negócio de relação de poder dentro desse contexto, eu acho, na cabeça dele. E, bom, dentro do meu espaço de auto descoberta e racionalização dos meus desejos sexuais, eu fui me explorando sozinho, já que não podia compartilhar aquele momento com ele.
Foi assim que descobri que continuava sentindo uma certa repulsa pelo corpo masculino. Nada na maioria esmagadora dos homens me atraía, fiquei com vários depois daquela situação com o Roger, querendo reviver aquilo, evocar as mesmas sensações e toda aquela euforia que me deixou sem ar e de pernas trêmulas da tarde no banho, mas não encontrei nada em minhas incursões. Muitas vezes, meu pau nem subia, e eu só desistia e deixava pra lá. Já o sexo com mulheres nunca mudou, o frenesi era sempre o mesmo, da adrenalina da conquista à consumação do ato, todo o processo sempre me deixava satisfeito no final. Mas nada, dentro daqueles dois anos, nunca mais foi o mesmo depois de ter provado o cuzinho largo do Roger, ter mamado naquelas tetas pesadas, sugado todo o sal da carne das suas axilas ruivas e babado aqueles bíceps enormes, explodindo de gostosos.
Eu sonhava com as caras e bocas que ele fez pra mim naquela tarde enquanto o montava, o barulho do meu pau pesado batendo contra o peitoral dele não saía dos meus ouvidos... nunca ninguém havia me olhado daquele jeito antes, com os olhos de cachorro pidão, pedindo pica, ansiando rola, gemendo e chorando enquanto eu provava do sabor de suas tetas de macho, tão gostosas. Me masturbei várias vezes ao longo daqueles anos lembrando os peitos dele pulando para cima e para baixo enquanto o fodia, os mamilos rosados, bicudos e salientes, tão sensuais… lembrava o gostinho do cuzinho salgado dele enquanto o linguava. O peso da pica dele batendo na minha bunda molhada enquanto esfregava meu pau entre seus peitos. Mas, principalmente, não me esquecia da suculência e maciez daquelas bolas inchadas, preenchendo todo o espaço dentro da minha boca, dois marshmallows gigantes e quentes, inflando minhas bochechas.
Quando minha imaginação e dez dedos não eram o suficiente para me satisfazer, roubava dele as cuecas e meias usadas quando estava ausente. Socava uma punheta frenética atrás da outra cheirando as peças de roupa íntima do meu irmão, gozava sobre elas às vezes, esguichando porra quente e espessa muito branca, perolada. Adorava o cheiro do Roger, levei um tempo para admitir isso, mas não era como o dos outros. Aprendi a apreciar aquilo que ainda era uma murrinha máscula, mas que sublimava algo sob o aroma de suor e desodorante picante, algum tipo de odor muito sutil que me remetia ao cheiro de uma buceta bem gostosa e molhada. Não sei explicar direito, mas aquilo me pegava muito, principalmente quando ele passava muito tempo com a mesma roupa, impregnava toda a cueca e os shorts que vestia. E sempre que surgia uma oportunidade, nas poucas e breves interações que tínhamos no cotidiano, eu manjava, e manjava muito. Não sei se ele percebia ou não, e tô pouco fudendo, mas manjava, e guardava aqueles detalhes na memória pra usar na brincadeira solo depois.
Foi também nessa época que, meio que de maneira inconsciente, pensando no futuro e já visualizando uma possibilidade remota de repetir o que aconteceu entre nós dois, que comecei a fazer exercícios para dilatação, porque naquela tarde, mesmo tentando forçar meu próprio dedo para dentro, procurando me abrir para receber o cacete imenso do Roger, sentia um incômodo enorme, e só de imaginar o estrago que aquilo causaria sem nenhum preparo me causava calafrios.
Comecei o processo com plugs anais pequenos e fui aumentando de tamanho com o passar do tempo, sempre me masturbava com o Instagram ou o TikTok dele abertos, um plug diamante timidamente enfiado no rabo logo depois virou um consolo e mais tarde, um vibrador. Como todo bodybuilder, ele adorava se exibir, então eu tinha muito material nas redes sociais pra usar. Havia vídeos dele na esteira com os peitos balançando enquanto corria, vídeos dele levantando peso, fazendo abdominais, flexionando suado com a pele pálida toda manchada de sardas, brilhando. Ficava fissurado na rola marcando debaixo dos shorts, no volume da bunda imensa dele, uma delícia, as flexões e em especial os agachamentos me deixavam maluco. Um vídeo em específico sempre acabava me prendendo e era um em que ele se filmava de baixo pra cima fazendo caretas, e as tetas dele pareciam enormes vistas daquele ângulo.
Tirava e punha a cabecinha do pau de borracha no meu cu apertado bem devagar, depois ia aumentando a velocidade, forçando passagem gentilmente, lambuzando tudo de óleos e lubrificantes pra deslizar pra dentro bem gostoso, imaginava o Roger embaixo de mim preso numa chave de perna, bombando a pica pra dentro, me alargando com uma cara de sofrimento, fazendo bico, projetando o lábio inferior para frente com a boca entreaberta, como se fosse ele quem estivesse sendo alargado e não eu. Como se aquilo machucasse mais a ele que a mim. No início era um inferno, depois foi virando rotina, conforme foi se alargando. Rebolei muito em cima daquele cacete imaginando o Roger gemendo, enchendo meu cuzinho virgem de pica, as veias inchadas do cacete dele pulsando de encontro às minhas pregas, arrebentando elas, fazendo morada nas minhas entranhas, as mãos dele se fechando em torno da minha cintura, os braços musculosos retesados, cheio de sardas, estourando de tão gostosos.
Passei muito tempo daquele jeito, e conforme fui entendendo o que me acontecia e vivendo outras experiências com mulheres e homens, acabei desistindo de tentar qualquer coisa com outros cara porque… eles simplesmente não eram o Roger, eles não reagiam da maneira que eu esperava às situações, aos toques e estímulos. Havia caras e gestos, maneirismos durante a foda que só o Roger fazia, só ele tinha aqueles olhos enormes cristalinos e os lábios carnudos rosados, ele se entregava de uma maneira que só as mulheres faziam comigo, e era exatamente isso o que eu procurava nelas. Mas sabe como é, sempre ficava faltando alguma coisa. Acho que era o tamanho, o volume das coisas, ele era um colosso e era uma delícia, e não posso negar que o cacete também era gostoso pra um caralho, com o perdão do trocadilho.
Passei a aceitar então que era uma coisa minha mesmo, algo particular que só apitava aqui dentro quando era com ele e fim. E embora eu estivesse me preparando pra uma próxima por muito tempo, não era como se houvesse sinais de que aquilo fosse se repetir. Às vezes ele passava rente por mim evitando até encostar, o queixo sempre pro alto e o maxilar em linha reta, muito sério, sisudo, fingindo que eu não estava ali, evitando o contato visual, de cara amarrada, mau humorado, respondendo seco. E aquilo, por incrível que pareça, só me fazia querer o Roger mais ainda.
Não me entendam errado, não era como se eu gostasse de fato dele, do jeito que eu falei ali em cima ficou parecendo que despertou algum tipo de paixonite ou admiração da minha parte por aquele cara, mas nem de longe, isso seria pura insanidade, não faria sentido nenhum, afinal de contas o Roger ainda era meu irmão. E eu ainda nutria um desafeto imenso por ele, meus sentimentos não mudaram, eu continuava achando o Roger um cara desprezível e repugnante… e parece loucura por em palavras dessa maneira, mas era justamente isso o que me alimentava o tesão. O Roger era um moleque, um moleque gigantesco e musculoso com uma mentalidade atrasada, limítrofe, um total paspalho energúmeno e idiota, ele era o tipo de pessoa que sujava vasilha e deixava a pia lotada de louça suja logo depois que alguém terminou de lavar. O cara que usa o banheiro e deixa ele encharcado, tudo fora do lugar. O cara que não consegue manter a casa sob a mínima ordem, que deixa seus objetos pessoais espalhados, que vai chegando e largando as coisas pelo meio do caminho. Cara idiota que faz piadinha sem graça fora de hora, fala alto, grita muito quando tá jogando videogame, senta de pernas abertas, enfim… vocês conseguem adivinhar o tipo de pessoa a qual eu tô me referindo.
E por algum motivo, depois que nós fodemos no chão do box do banheiro naquela tarde, essas coisas pequenas que me provocavam repulsa (e ainda provocam), passaram a me alimentar o tesão.
Eu constantemente me via batendo punheta lembrando das chaves de braço que ele me dava em volta do pescoço, lembrando dele cuspindo no meu copo ou na minha comida, enfiando meu rosto à força na virilha dele e esfregando. Todas aquelas coisas que na infância e adolescência me fizeram desprezá-lo começavam a me atiçar na verdade, e eu me vi sentindo falta daquele contato com ele. Eu frequentemente imaginava ele invadindo meu quarto no meio da tarde, como ele fazia quando estava entediado, suado dos pés à cabeça, pingando após horas na academia da garagem, mexendo nas minhas coisas e me enchendo de perguntas idiotas para as quais as respostas eram óbvias. Ele vestia nada além de um par de shorts de Tactel azul praticamente transparentes, que me permitiam ver todo o instrumento mole dele balançando solto atrás do tecido, saco e bolas inchadas penduradas, suculentas, sugestivas. E então ele me prende numa chave de braço, só por maldade, e enfia meu rosto com força na axila ruiva peluda e suada dele, de onde eu lambo o suor salgado carregado de murrinha e desodorante.
Quando estávamos sozinhos em casa, fazia questão de deixar minha porta entreaberta e ficar nu o tempo inteiro, deitado na cama de bunda para cima na direção da porta enquanto mexia no celular ou lia um livro, uma revista qualquer. Meu coração acelerava, era pura adrenalina, gostava do perigo, da possibilidade de ser pego, mais de uma vez me masturbei daquele jeito, com a porta entreaberta, vendo o vulto dele passando de um lado para o outro no corredor, desavisado. Estendia uma toalha sobre a cama para não sujá-la, pegava do esconderijo sob o colchão a flashlight, o meu dildo favorito, e me divertia com os olhos fixos na fresta, posicionava o cacete de borracha sobre o colchão, com a cabeça entre as minhas pregas, na entrada do meu cu, e ia deslizando devagarinho pra baixo enquanto ouvia os seus passos pesados no corredor, a sombra dos seus pés furtiva sob a porta, o vulto sem camisa de Roger indo de um lado para o outro da casa, mexendo nas panelas da cozinha, abrindo a geladeira, indo para a garagem se exercitar.
A possibilidade de que ele acabasse me pegando no ato era remota, visto que me evitava a todo custo, mas a ideia daquilo alimentava o meu tesão. Fazia tudo aquilo cheirando suas cuecas, suas camisas usadas, com o celular aberto no Instagram dele em cima do colchão, entre as minhas coxas. Fui além dos meus limites várias vezes e andei só de cueca ou completamente nu pela casa enquanto estávamos apenas nós dois, na esperança de que ele saísse do quarto em algum momento e me visse, mas isso nunca aconteceu. Até que um dia, ensandecido de desejo, minha ousadia acabou indo longe demais e algo de fato acabou acontecendo. O pai havia viajado para um congresso e passaria uns 15 dias fora, a mãe tinha ido visitar os pais, nossos avós, na cidade vizinha, que ficava umas 4 horas de carro de distância, e quando ela ia pra lá, não tinha dia pra voltar, então recebemos instruções muito precisas e severas sobre organização, sobre manter casa e cozinha limpas, não tirar nada do lugar e não fazer sujeira no banheiro, mas principalmente, sobre não trazer mulheres para dentro de casa. A mãe era bem chata com algumas coisas e essa era uma delas, nada de trazer visita enquanto estavam os dois fora. Ouvimos tudo com atenção, os infinitos sermões em áudio no WhatsApp, e seguimos com a rotina.
No dia em que aquilo ocorreu, acordei galudo pra um caralho, havia 3 dias consecutivos vinha tendo sonhos eróticos com o Roger, tava no auge da minha fissura e as minhas tentativas de chamar a atenção dele já estavam beirando o desespero, estava a ponto de deixar a porta completamente escancarada enquanto fazia o trabalho, já que deixá-la entreaberta não estava adiantando nada. E foi o que acabei fazendo. Numa tarde, enquanto ele estava na academia da garagem se exercitando, preparei todo o cenário. Trêmulo, com o coração acelerado pulsando na garganta, procurei debaixo do colchão o meu dildo favorito. Tirei minha roupa peça por peça bem devagar, estava gelado, deixei a porta aberta, deitei na cama de frente para ela e abri as pernas. Puxei o lubrificante da gaveta e lambuzei todo o cacete de borracha e também a minha entrada, massageei minhas pregas com os dedos e aos poucos, bem lentamente, fui introduzindo a pica bem devagar. Era gostoso, então não demorou para que, mesmo nervoso, o meu cacete ficasse em ponto de bala e babando. Fiquei daquele jeito por um tempo que me pareceu quase uma eternidade, ele não vinha nunca de lá, estava ficando ansioso e por causa disso comecei a brochar. Mas aí a porta dos fundos rangeu, e eu ouvi os passos pesados dele atravessando a cozinha e a sala, caminhando no rumo do corredor, não demoraria muito ele estaria passando em frente à porta, porque o banheiro ficava exatamente de frente para o meu quarto.
A cara que o Roger fez quando se deparou com aquela cena foi impagável, ele quase que ia passando direto, provavelmente estava indo para o quarto buscar a toalha dele. Na metade do caminho, quando já praticamente havia passado a minha porta aberta, ele olhou para dentro pelo canto do olho muito rapidamente, e então virou a cabeça inteira para o meu lado, e aí foi como se uma força invisível o tivesse nocauteado e o empurrado para trás, como se seu corpo houvesse encontrado uma parede no meio do caminho, porque seus tênis cantaram no azulejo e ele cambaleou para trás todo desengonçado. A princípio ele arregalou os olhos e escancarou a boca, e o que eu vi ali foi espanto, mas aquela expressão foi logo substituída por uma espécie de ódio que, não vou mentir, me deu um medo do caralho. Seus olhos ficaram injetados, suas narinas inflaram, seu rosto ficou vermelho e as veias do pescoço dele saltaram. Encolerizado, ele arfou, e deu um passo para dentro do meu quarto, completamente ultrajado, seu peito subia e descia numa velocidade absurda, seus braços musculosos estavam arqueados nas laterais do corpo, afastados do torso, parecia pronto para a briga, e eu, com medo, por pouco não fechei minhas pernas e saí correndo. Achei que ele fosse avançar sobre mim e me enforcar ou me encher de socos, mas não foi o que aconteceu.
Ele foi dando passos lentos e vacilantes em direção à cama, calculados, abrindo e fechando as mãos muito devagar, fazendo muita força. Antes, não tirava os olhos do meu rosto suado, agora, hipnotizado pelo movimento de vai-e-vem do caralho de plástico no meu cu apertado, foi chegando cada vez mais perto. Sua expressão irada ainda não havia mudado, e não mudou enquanto tudo acontecia, ele tinha os dentes cerrados e o maxilar rijo, seus olhos iam muito rapidamente dos meus para o que eu estava fazendo com as mãos, estava agora muito próximo do pé da cama, e eu, deitado de pernas abertas, apoiava um dos meus cotovelos no colchão enquanto a outra mão fazia todo o trabalho. Eu estava sério, tenso, encarava-o tentando ler seus pensamentos, seu próximo movimento. Ele estava sobre mim agora, seus olhos não mais subiam para o meu rosto, vi que o pau dele tava durasso debaixo dos shorts curtíssimos de futebol que estava usando, a cabeça da rola babando a ponto de perfurar o tecido preto fino. Roger então estendeu o braço, tenso, agarrou o meu pulso, tomou o dildo da minha mão e atirou longe, do outro lado do quarto. Fechou os olhos, respirou fundo, estava tremendo, e agora eu o compreendia: não era ódio. Era tesão.
Ainda restringindo o meu pulso, usou o polegar da mão direita para massagear as pregas rosadas e relaxadas da entradinha do meu cu já dilatado. Tirou e botou o dedão lá dentro várias vezes seguidas, bem devagar, deu início então a movimentos circulares, sua respiração irregular foi se tornando profunda, diminuindo o ritmo, fui observando enquanto o corpo inteiro dele relaxava e o meu também, seguindo o embalo. O cacete dele protestava por baixo dos shorts, espremido, subia e descia como se estivesse empurrando a roupa por vontade própria, doido pra se soltar. Roger pingava suor do exercício ainda. Um odor de macho exalava pungente da pele, carregado do cheiro do desodorante picante que ele usava. As veias dos braços dele estavam completamente dilatadas, saltavam sob a pele, e eu, já lacrimejando de tanto tesão, encontrava-me hipnotizado pelo movimento de contração e relaxamento do bíceps do braço que ele usava pra me dedar.
Não ergueu o rosto para mim nem por um segundo, chegou ainda mais perto, soltou o meu pulso e pôs uma mão sobre o meu joelho, delicadamente, o que foi uma surpresa, porque ele estava segurando meu pulso com muita, muita força, e foi um alívio quando ele o soltou. Parou de me dedar, e eu quase chorei, protestei baixinho com um ganido, mas então ele colocou o cabeçote da caceta para fora por baixo de uma das pernas dos shorts e começou a masturbá-la, usando o polegar e o indicador, com movimentos circulares. A cabeça da rola dele tava inchadaça, vermelha, brilhante, coberta de pré-gozo, parecia um morango maduro, e eu doido pra abocanhar aquilo precisei me conter ao máximo, porque sentia que aquele momento era como daqueles raros eventos em que um animal selvagem, relativamente perigoso, chegava muito perto para se alimentar, comer da comida na sua mão, e qualquer movimento brusco da sua parte pudesse ou botá-lo para correr, ou fazer com que ele abrisse o teu pescoço ao meio. Deixei que ele fizesse o que queria, e Roger logo em seguida abaixou os shorts, todo desajeitado, e ainda sem me olhar nos olhos, pegou o pau dele pela base e começou a pincelar a cabeça melada na entrada do meu cuzinho.
Eu fui à loucura. Abri ainda mais as pernas, joguei a cabeça para trás, comecei a gemer alto, mordi meu lábio inferior para não gritar. Ele cuspia sem parar, na cabeça da pica dele, na entrada do meu cu, subia e descia com o pau na divisória da minha bunda, esfregando-o com força nas minhas pregas, senti cada segundo daquilo como uma tortura, abafei um grito de susto quando o Roger, por fim, deslizou a cabeça do pau para dentro do meu cu, e então tirou, e botou novamente, e tirou, e botou de novo, tirava e punha a cabecinha bem devagar, intercalando com pinceladas generosas de um cacete que subia para cima e para baixo nas minhas pregas. A atitude dele mudou de repente quando ele subiu na cama, ficou de joelhos sobre mim, com o meu corpo entre as suas coxas, me puxou pelo cabelo colando meu rosto ao dele, olhou fundo nos meus olhos, cheio de ódio, deu dois tapas na minha fuça e cuspiu no meu rosto, inúmeras vezes seguidas. Eu não aguentei, jorrei litros, jatos fortes de esperma atingiram ele no peito, na barriga e nos shorts, ensopando o Roger de porra. Os jatos esguicharam com tanta força que fizeram barulho ao atingi-lo, fazendo maior bagunça, espirrando para todo lado. Ele deu um salto para trás, aturdido, como se não estivesse esperando por aquilo. Saiu da cama, pôs-se de pé e correu para o banheiro. Correu mesmo, me deu as costas e saiu correndo. Eu nem esperei terminar de gozar, levantei e corri para a porta, passei ela na chave antes que ele mudasse de ideia e voltasse para me dar uma surra depois de se limpar.
Comecei a rir, abafei uma gargalhada para que ele não pensasse que eu estava debochando. Eu ria, mas ria de felicidade, não tava acreditando naquilo. O Roger quase me comeu. Foi por muito pouco. Eu só precisava tentar mais um pouco…
Continua!
Nota do autor:
Perdão pela demora, galera! Da próxima temos a conclusão dessa história :)