- Desculpa! Desculpa, eu não queria te assustar! - ele falou apressado.
O meu coração quase saiu pela boca de tão acelerado.
Eu não sabia se de susto ou de emoção. Eu simplesmente não pude acreditar, mas parado atrás do banco, com uma cara de assustado, estava o garoto que eu acabara de pensar: O Alex.
- Você! - eu exclamei entre a surpresa e a dúvida.
- Desculpa, eu não quis te assustar! - ele falou mais calmo e continuou. - Eu não esperava te encontrar aqui, mas eu estou feliz de ter te encontrado. Sabe, é bom te ver de novo!
Eu fiquei parado olhando para ele, tentando decifrar a expressão do rosto dele.
Ele parecia dividido entre a timidez e a tristeza.
Já fazia algum tempo desde de que eu e ele ficamos a sós pela última vez. Mas mesmo assim era estranho ver aquele rosto que costumava ser sempre confiante e, às vezes, até meio arrogante, com aquela expressão.
Eu sabia que ele esperava que eu falasse alguma coisa.
Assim como eu, ele me olhava como se tentasse identificar no que eu estava pensando, mas diferente de mim que o encarava, ele desviava o olhar.
E foi por pequenos sinais como esse que eu percebi que havia alguma coisa errada com ele.
Eu podia sentir que ele estava diferente do que era. O que teria acontecido com ele? Eu não sabia. Só sabia que precisava botar um ponto final no silêncio constrangedor que se formou e então falei firme:
- É bom te ver também!
Ao som da minha voz, ele abaixou os olhos e deu a volta no banco e se sentou, mas ele não olhava pra mim.
Eu estava emocionado por estar ali diante dele, mas não expressei isso porque minha emoção logo se tornou preocupação ao observar o estranho comportamento dele.
Ele parecia muito constrangido.
Sentei então ao seu lado no banco e olhei para ele que continuou mirando o horizonte.
Eu cheguei a imaginar o momento do nosso reencontro várias vezes.
Logo que ele foi embora, imaginei cenas de cinema nas quais ele pegava um avião e voltava dizendo que não poderia viver sem mim e estava arrependido por tudo o que me fez passar... Nos últimos tempos eu passei a imaginar o nosso reencontro, no dia vinte e seis de dezembro, como uma conversa entre dois bons amigos que se reencontram e riem das infantilidades do passado e juntos redescobrem um grande amor adormecido...
Mas nunca imaginei que iria reencontrá-lo naquela praça, e principalmente que ele estaria agindo daquele jeito estranho.
Foi então que ele falou, agora olhando para o chão:
- Eu vi o show de vocês. Você estava incrível! Foi realmente muito bom!
- Obrigado, mas eu preciso te dizer que realmente foi uma surpresa te ver na plateia.
Eu acabei voltando antes do que falei no último e-mail, né?
Ele falou e finalmente me olhou. O seus olhos continuavam com aquela cor entre o verde e o azul e eu vi algumas lágrimas escorrendo do seu rosto.
- Alex, eu sei que faz tempo que a gente não se vê... E que a gente não se falou por todo esse tempo... E ainda rolou aquela confusão antes de você ir embora... Mas olha, aquilo passou. Se você estiver precisando conversar, eu...
Mas ele não me deixou terminar. Colocou o rosto entre as mãos e começou a chorar desesperadamente...
- Alex! - eu exclamei entre o susto e a compaixão... E comecei a passar a mão nas costas dele.
- Me desculpa, Renato! Por favor me desculpa por tudo aquilo... Eu não queria te magoar nem te ferir. Quando você tocou aquela música na frente de todo mundo, eu...
- Esquece, Renato! Aquilo já passou pra mim. - eu falei preocupado, tentando consolar ao mesmo tempo.
- Pra você sim, mas pra mim não!
Ele olhou pra frente, desviando-se do meu olhar.
Aquele dia foi o começo de tudo.
- É sério, Alex! Eu também fiz coisas estúpidas naquele dia...
Ele me interrompeu.
- Mas eu preciso te falar o porquê daquilo. Vai me fazer bem falar. Por favor! Eu sei que você já superou tudo isso há muito tempo... Você parece ter lidado com tudo isso muito melhor que eu. Mas me escuta, por favor!
- Se é importante pra você, tudo bem! Mas eu te digo que tive muita ajuda pra lidar com essa história.
- Então é mais um motivo para eu me explicar. - ele limpou o rosto. - Uma crise de choro não parece um bom recomeço, né? Eu não queria te reencontrar assim, estando tão frágil... Voltar ao Brasil me trouxe muitas lembranças e muitas más notícias... Por isso eu acho que estava evitando te encontrar.
Ele fez uma pausa e eu o olhei com atenção.
Ele mexia os dedos nervosamente e balançava uma das pernas em uma espécie de “tick” nervoso. Coisas que ele nunca fazia na época em que estivemos juntos.
Ele sempre foi tão firme e seguro... Foi essa total segurança que me arrancou do meu mundo de isolamento e me trouxe à vida real.
Mas eu não estava identificando essa segurança nele.
Ao contrário... Esses sinais de nervosismo demonstravam uma fragilidade e insegurança muito grandes.
Outra coisa que me preocupou bastante foi ele ter confirmado que estava me evitando.
O Alex que eu conheci não faria isso.
Eu já devia ter desconfiado que havia algo de muito errado com ele.
Alguma coisa séria aconteceu nesses quase dois anos que ele passou nos Estados Unidos.
Ele continuou:
- Muita coisa aconteceu comigo... E eu mudei muito.
- Eu posso sentir que você está diferente. - esse meu comentário foi infeliz; ele desviou o olhar de mim novamente. Parecia envergonhado.
- Renato, sobre aquele dia... - ele falou de novo. - Eu estava muito preocupado contigo. Você não estava reagindo bem à minha viagem e eu tive muito medo que você fizesse uma besteira ou entrasse em depressão. - ele parou um pouco e abriu um meio sorriso que não se estendeu até seus olhos e comentou mais para si mesmo do que para mim. - A vida é engraçada. Depois de tudo olha quem está em depressão...
Eu simplesmente ouvi calado.
Não sabia o que dizer, mas ficava mais preocupado com ele a cada frase pronunciada.
Então ele continuou:
- Eu estava pensando em fazer alguma coisa para afastar você, porque pensei que se você se magoasse comigo, antes de eu ir embora, a raiva iria te impedir de sofrer... Mas eu estava enganado.
Foi a minha vez de sorrir. E falei:
- Parece que nós dois estávamos com a mesma ideia infantil na cabeça. Eu pensei exatamente nisso e ainda envolvi o Carlos na história toda. - eu comentei sorrindo.
Pela reação dele parece que sorrir foi um erro, mas ele pareceu entender alguma coisa e comentou:
- Por isso então o beijo no meio da rua?
- Sim.
- Bom... Eu não cheguei a planejar nada. Essa é a pior parte. Quando você tocou aquela música na frente de todo mundo, eu realmente fiquei sem reação quando ouvi os risinhos do pessoal. A gente namorava, mas ninguém sabia disso... Só as nossas famílias que eram as pessoas que interessavam... Mas nunca esteve em meus planos gritar a todos os pulmões que eu era gay e namorava um dos meus amigos...
.E era isso que você estava fazendo, tocando aquela música... Então eu fingi me surpreender e tirei uma brincadeira com a sua cara, que de forma inconsciente botou a minha antiga ideia em ação. Mas as coisas não acontecem como nos nossos livros e mangás. Na vida real eu me vi diante de uma encruzilhada. Você saiu de lá humilhado demais e eu que tinha provocado essa dor. Isso doeu demais em mim. Na mesma hora me arrependi e saí correndo trás de você, sem dar a mínima para a reputação que eu tentei manter, te magoando. Eu fui o pior idiota do mundo. Você não sabe como fazer isso me deixou mal... Acho que foi só naquele momento que eu percebi a quantidade de preconceito que eu tinha contra mim mesmo e o quanto isso ainda poderia me fazer infeliz.
Eu não acreditei no que estava ouvindo...
Então aquela humilhação não havia sido planejada por ele... Foi uma coisa que ele fez por impulso, por vergonha do nosso amor...
Por muito tempo eu alimentei a ilusão de que ele fez isso seguindo a mesma linha de raciocínio infantil que eu.
Mas a coisa era pior. Parece que o Carlos e a Marília estavam certos. O Alex, por mais que me amasse, nunca esteve disposto a assumir nosso namoro pra todo mundo.
Talvez se eu tivesse ouvido isso na época, ou há alguns meses atrás, eu me enojaria dele... Mas naquele momento meu sentimento foi outro. Eu tive pena do Alex.
E pena não é um sentimento bom de se ter por alguém.
Mas pelo visto ele já tinha refletido sobre isso ao longo do tempo.
Pela última fala dele, eu percebi que alguma situação que aconteceu depois da nossa despedida, envolvendo esse preconceito contra si mesmo, o fez sofrer muito.
Ele continuou:
- Depois, quando te encontrei, você beijou o Carlos e a gente brigou. Até em você eu bati... Você não consegue imaginar o quanto eu me culpei por isso depois. A gente não teve chance de se desculpar. Nos despedimos entre socos e chutes. E quando eu voltei, eu descobri que o Carlos faleceu. E a última coisa que eu fiz com ele foi brigar e acusá-lo de tentar roubar você de mim... Droga! Ele era meu amigo também.
Ele recomeçou a chorar, dessa vez soluçando. E ele não teve mais forças pra continuar a falar.
Só me ocorreu uma coisa que eu podia fazer: eu o abracei e ele chorou no meu ombro.
Depois eu murmurei no ouvido dele:
- Não se preocupe; o Carlos não guardou nenhuma mágoa de você. E nem eu. Pra ser bem sincero, eu achava que sim, mas não sinto raiva e nem mágoa de você. Na época doeu muito, mas mesmo naquele tempo eu não conseguia ter raiva de você... Muito menos agora.
Ele se afastou de mim um pouco e me olhou nos olhos sustentando o olhar pela primeira vez.
- Mui... Muito obrigado!
Depois de algum tempo em silêncio eu entendi porque ele foi até aquela praça.
Provavelmente ele ouviu falar que foi ali que se passaram os últimos minutos do Carlos.
- Você veio até essa praça por causa do Carlos, né?
- Sim; eu não sei porque, mas essa foi a primeira coisa que me ocorreu quando cheguei de viagem. Eu queria ir ao cemitério, mas eu não gosto muito desse tipo de lugar, então pensei em vir até aqui para fazer algumas orações por ele... E pedir perdão.
- Você não precisa pedir perdão ao Carlos. Acredite em mim. Ele não guardou nenhuma mágoa de você.
- Vocês dois ficaram muito próximos depois que eu fui embora, né? - ele falou triste.
- Nós dois namoramos por mais de um ano e ele me ajudou muito, me ensinou muito. Eu posso dizer que o Carlos operou uma verdadeira mudança em mim; me mostrou uma nova forma de amar e de ver o mundo.
- Eu espero que você acredite que eu fico muito contente por você ter conseguido ser feliz ao lado dele. E também quero que saiba que eu sinto muito pela sua perda e pelas coisas que você passou depois que ele partiu. O Matheus me contou muitas coisas sobre vocês dois, logo no dia em que eu cheguei, e eu fiquei impressionado com a sua força.
- O Matheus fala demais...
- Talvez, mas eu passei por algumas coisas e não consegui lidar bem com elas. Acho que por isso comecei a admirar você mais ainda, depois que voltei.
- Você quer me contar sobre isso?
- Talvez em outro momento. Eu já chorei demais na sua frente hoje.
E pela primeira vez naquele reencontro ele me mostrou um sorriso que lembrava o seu sorriso de antigamente.
Nós voltamos juntos pra casa.
Eu andando ao lado dele e guiando minha bike. Nós falamos muito pouco no caminho. Ele fez algumas perguntas sobre a banda e sobre minha mãe.
Nos despedimos com um aperto de mão em frente a casa dele e eu segui para o meu lar com muitas coisas na cabeça.
Guardei a bicicleta no quartinho da garagem, entrei em casa pela porta da cozinha e fui para o meu quarto e comecei a pensar no Alex.
Aquele garoto que eu encontrei há pouco na praça dos ipês era igualzinho a ele por fora, talvez até mais bonito do que eu me lembrava, mas não era o mesmo Alex que eu amei e ainda amava.
Alguma coisa tinha acontecido com ele e o fez mudar.
Me deitei na cama e olhei para as estrelas do teto e me ocorreu que naquele momento o Alex não estava em condições de viver uma relação amorosa. Ele estava muito frágil e não era o mesmo.
No entanto eu o amava e o amor me fez ver que assim como ele me resgatou da solidão e da invisibilidade no passado, depois da mudança que o Carlos operou na minha vida eu estava em condições de ajudá-lo e resgatá-lo do abismo da depressão no qual ele se encontrava!
Eu iria usar o meu amor para trazer o Alex que eu amava de volta, mas para isso eu precisava envolver meu sentimento no véu da amizade sincera. Somente quando eu me tornasse novamente um grande amigo do Alex eu poderia ajudá-lo.
E era isso que eu ia fazer, Não importava quanto tempo demorasse.
“ALEX, EU VOU TE TRAZER DE VOLTA!”
No dia seguinte eu iria dar início à “operação recomeço”.
Eu pensei em procurá-lo ainda naquele dia, mas eu sabia que nós dois já havíamos tido emoções demais para um único dia e se eu queria ajudá-lo não poderia ter pressa, tudo iria acontecer quando tivesse que acontecer.
Assim, na manhã seguinte eu liguei para a casa dele o convidei para participar do ensaio da banda.
Eu realmente queria ouvi-lo tocar e cantar de novo.
E, além disso, eu queria mostrar que tudo que eu disse na véspera era verdadeiro e que não havia mágoa entre nós.
O ensaio começou às 15 h, mas ele não apareceu... E eu não pude evitar uma pequena decepção, afinal ouvi-lo tocar de novo seria muito bom.
Nós ensaiamos a tarde toda e eu queria continuar até um pouco mais tarde porém a minha garganta começou a doer e preferi não forçar mais a voz.
A Marília disse que sorvete era bom para soltar a voz e por isso fomos todos para a árvore da Luzes.
Aproveite e mandei uma mensagem para o Alex pedindo que ele fosse conosco.
Nós chegamos na sorveteria e não havia mais mesas vagas, então sentamos no gramado debaixo da árvore, no mesmo lugar onde a banda começou.
Eu já estava achando que o Alex não apareceria, quando eu o vi parado perto do Senhor Erasmo.
Foi a Marília quem o chamou e fez sinal para que ele se reunisse a nós. Ele se aproximou com as mãos no bolso e com um meio sorriso cumprimentou o pessoal, levantando as sobrancelhas.
- Alex, a quanto tempo!- Alê cumprimentou.
- É, já faz um tempinho.
- Senta aí, cara! - eu disse sorrindo.
Eu percebi que todos olharam para mim, estranhando minha reação... Foi então que lembrei que da última vez que eles viram o Alex, nós dois estávamos brigando no meio da rua.
Fingi que nada estava acontecendo e disse de novo “senta ai”.
- Ei cara, conta aí... Como é a sua nova escola lá nos EUA?
- Normal... Mas e vocês... Como é que está o sucesso?
- A cara! Nem me fala... A gente ficou tão popular na cidade que até parece que ficamos famosos - o Claudio falou.
- Famosos no bairro, com certeza - a Alê completou.
- Que nada... Mas ter o trabalho reconhecido é legal. A propósito, eu sou Cecília, a guitarrista.
- Prazer, Cecilia!
- Olha, substituir você não foi tarefa fácil! Eu vi você tocando com a banda no primeiro show, aqui mesmo na árvore da Luzes. Você é ótimo, cara! E também cantava muito.
- Eu tenho que concordar com ela, Alex. Você tem muito talento. Aposto que deve ter entrado em alguma banda por lá... - Marília comentou.
- Na verdade eu não toco mais.
- Não toca mais? - eu exclamei. - Como assim cara? Você era incrível e amava tocar. Por que parou?
- Eu só parei. - ele disse se levantando... E continuou. - Olha... Foi bom ver vocês, mas eu realmente tenho que ir.
- Espera Alex; eu vou com você. - eu disse já me levantando. - já está mesmo na minha hora e tomar sorvete não ajudou com a minha garganta - eu disse olhando para os meninos.
Eu tive que praticamente sair correndo atrás dele porque ele não esperou eu terminar de falar para ir embora.
Quando eu o alcancei eu perguntei:
- Você realmente parou de tocar?
- Renato... Eu não quero falar sobre isso.
- Então sobre o quê você quer falar? Por favor me fala porque você vai embora de novo daqui a alguns dias e eu realmente gostaria de aproveitar meu melhor amigo enquanto ele está por perto.
- Melhor amigo?
- Sim, melhor, Senhor Alexandre. Era isso que nós éramos antes de mais nada... O melhor amigo um do outro.
Ele sorriu. Um sorriso sincero... O sorriso do qual eu me lembrava.
- Você lembra? Eu e você, o garoto novo na cidade, porém instantaneamente popular e o menino invisível... Os dois melhores amigos.
- Eu nunca entendi direito porque você era tão sozinho...
- Você sabe que eu pensei bastante nisso depois que fiz amigos? E cheguei à conclusão de que eu simplesmente afastava as pessoas, porque no fundo sempre me senti diferente.
- Se sentia diferente... Sabe... Naquela maldita escola onde eu estudo eu sou diferente de todo mundo e as pessoas jogam isso na minha cara o tempo todo... Mas eu não quero falar sobre isso, não com vocês que sempre foram bons amigos e que é onde eu não preciso pensar nisso.
- Então não nos afaste! Não cometa o mesmo erro que eu. Se você não quiser falar nada, tudo bem... Mas dê uma chance para mim e para o pessoal de aproveitar a sua companhia enquanto você está aqui!
Ele parou de andar e então eu percebi que já estávamos em frente à casa dele.
Ele me olhou nos olhos e havia lágrimas prestes a cair dos seus... Ele botou uma mão no meu ombro e disse:
- Obrigado, Renato! Por me dizer essas coisas... Por se preocupar comigo.
Eu peguei a mão dele e botei sobre o meu coração e disse:
- Aqui você sempre vai ter um amigo!
Ele me puxou e me abraçou forte.
E pela primeira vez em anos eu senti novamente aquele cheiro inebriante do pescoço dele.
Ele ainda me hipnotizava.
Nos afastamos e ele falou:
- Aparece aqui em casa amanhã, pra gente conversar um pouco.
- É claro!
Ele entrou em sua casa e acenou com um sorriso antes de fechar a porta.
E eu continuei andando até minha casa e mais uma vez sentei na mureta do vizinho e pensei no pequeno avanço que eu conquistei naquele dia.