Os dias foram passando até que chegou o fim de semana da viagem para Petrópolis. Regina estava meio triste, ainda meio abalada pelos acontecimentos em sua festa. Sua mãe já tinha ido embora, mas disse que voltaria assim que possível e me pediu pra cuidar muito bem da filha dela ou então… fez um gesto com o dedo cortando o pescoço, mas riu logo em seguida.
Eu estava um pouco desconfortável com essa viagem, mas me controlei e resolvi que não poderia continuar vivendo assim. Resolvi desencanar e confiar em Regina, acreditando que aquela experiência traumática na França tivesse aberto os seus olhos.
Na sexta, ela foi com Abel, Sara e suas duas amigas, que segundo ela, eram tímidas e precisavam de um empurrãozinho. Fiquei ajeitando as coisas no restaurante e providenciando a reforma da casa nova, no Méier.
No sábado, fui bombardeado de mensagens da Regina, dizendo que estava com saudade e eu falava que também estava. Ela também me mandava fotos e eu achei o biquíni dela um pouco ousado, porque era um pouquinho cavado demais, mas não reclamei com ela.
Ainda no sábado, durante a tarde, eu recebi um vídeo da Sara e achei aquilo meio estranho, mas resolvi abrir. Era um vídeo com várias pessoas numa sala, talvez mais de dez, e pareciam brincando de verdade ou consequência, até que chega na vez da Regina e perguntam a ela se ela já tinha traído e ela diz que sim, mas estava bêbada e se aproveitaram dela, quando era mais nova.
Em outro momento, ela escolheu desafio e mandaram ela gemer como se estivesse gozando. Ela disse que tinha vergonha e pediu outro desafio, mas falaram que ia ser pior é então ela topou.
Regina - Aaai, isso… Aaaaiii, mete gostoso, vai… mais forte…. Aaaaaiiii… isso caralho… fode caralho… Aaaaaahhhh… aaaaaaahhh
E assim ela foi gemendo e fazendo caras e bocas durante mais um minuto e todos aplaudiram e riram dela, que ficou bem vermelha, mas riu um pouco também.
Em outro momento, perguntaram a ela, se ela não fosse comprometida, quem ela pegaria ali na casa e ela respondeu João, com certeza. Foi aquela zoeira e alguns falando “Aí João, se deu bem”, “Safada”, “escolheu o mais pirocudo” e outras coisas que não deu pra entender, porque era muita gritaria.
Regina - Ah, gente… se é pra ficar com alguém, tem que ser com alguém com um diferencial…
Aninha - Você bem viu o diferencial na sunga dele, né?
Regina - Que isso, amiga! Não vi nada não. Sou praticamente casada…
Roberta - Olhar não tira pedaço…
João - Se quiser olhar com mais calma, eu te mostro lá no quarto!
Mais zoeira se seguiu e a brincadeira continuou, até que ela escolheu desafio de novo e dessa vez mandaram ela sentar no colo do João.
Regina - Vou fazer isso não!
Roberta - Tem que fazer! Não tem nada demais!
Abel - Galera, isso é meio pesado! A Regina está de biquíni e o João está de sunga.
Sara - Para de ser chato, Abel! É só brincadeira. Vai, Regina!
Regina - Não! O João já está de barraca armada! Olha só o tamanho que tá aquilo!
João - Tá incomodando um pouco… Vou tirar pra fora pra ficar mais fácil na hora de você sentar…
João tirou pra fora um pau grande e grosso e ainda deu uma punhetada pra cabeça ficar bem exposta. Todo mundo ficou assustado e espantado.
Abel - Porra, João! Tu tá maluco?
Regina - Não quero mais brincar disso…
Ela saiu da sala, mas a gravação continuou com Abel dando esporro no João e algumas pessoas tentando apaziguar a situação dizendo que ele já estava bêbado e aí acabou o vídeo.
Eu fiquei puto com aquilo, mas ao mesmo tempo orgulhoso da Regina, pela atitude que ela teve, mas fiquei morrendo de ciúmes.
Algumas horas depois, já a noite, Regina me ligou dizendo que estava com saudade e dizendo que queria ir embora. Perguntei a ela se estava tudo bem e ela disse que estava, mas queria muito estar comigo. Ainda disse que estava morrendo de tesão e queria meter muito. Fiquei preocupado por estar longe dela, com ela nesse estado.
Regina - Pedro, posso te pedir uma coisa?
Pedro - Depende… Se eu puder te ajudar…
Regina - Não sei se você vai querer, mas eu estou precisando muito…
Fiquei com o coração na mão, achando que ela iria me pedir pra transar com o tal de João.
Regina - Não sei se você vai gostar do que eu vou pedir…
Pedro - Fala logo, Regina!
Regina - É que eu estou aqui subindo pelas paredes e eu já toquei duas siriricas no banheiro e ainda estou com vontade… Acho que só uma pica vai me satisfazer…
Pedro - Regina, o que você está aprontando aí?
Regina - Vou te falar… Petrópolis está a uma hora de distância mais ou menos. Será que não tem como você vir até aqui e me comer bem gostoso? Sei que já está meio tarde, mas eu estou precisando muito de você.
Senti o peso de um piano de causa sair das minhas costas e respirei aliviado.
Regina - Hein, amor… Você tem como vir?
Pedro - Só o tempo de tomar um banho. Beijos…
Tomei banho e fui pra lá o mais rápido possível e quando cheguei lá, ela já estava me esperando no portão e quando me viu pulou em cima de mim, entrelaçando as pernas nas minhas costas e me beijando a boca, nariz, olho, testa e boca novamente.
Regina - Que bom que você chegou! Eu estava morrendo de saudade.
Pedro - Eu também estava e por isso eu vim o mais rápido possível.
Ela saiu de cima de mim e já foi logo me agarrando de novo e eu botei uma das minhas mãos em seus seios e a outra mão na sua bunda e apertei com força.
Regina - Vamos no seu carro, porque lá dentro tá muito cheio e eu quero foder muito.
Pedro - Caralho, Regina!
Regina - O que foi?
Pedro - Essa gravidez está me deixando maluca. Você vai ter que se virar pra acabar com o meu fogo.
Fomos para o carro e mal entramos, ela já foi desabotoando a minha bermuda e caindo de boca no meu pau. Sua fome era visível e ela me chupou com muita força e às vezes ficava esfregando o meu pau no seu rosto e até batia com ele na sua bochecha, pra voltar a chupar a cabeça, enquanto rodava a língua em volta da cabeça e também enfiando na uretra.
Se ela continuasse isso por mais dois minutos eu iria gozar e ela percebendo isso, baixou o short junto com a calcinha e subiu em cima de mim. Ficou subindo e descendo com muita força e eu ali meio sem jeito, apertado no carro, sendo praticamente estuprado por ela, que mordia a minha orelha e dizia que me amava.
Senti que a buceta dela ficou mais quente e ela gemeu jogando a cabeça pra trás. Aproveitei que ela estava gozando e beijei seu pescoço e ela continuou a gemer e eu continuei a mexer, enfiando nela, do jeito que dava. Ela olhou pra mim novamente e beijou a minha boca, rebolando em cima de mim.
Regina - Me fode, Pedro! Me fode gostoso! Goza dentro de mim! Aproveita que eu já estou grávida e me enche de leite, meu amor!
Ela falando essas coisas, não resisti muito tempo e gozei chamando ela de safada e gostosa. Assim que gozei dentro dela, senti sua buceta me apertando e ela gemeu novamente e aos poucos deixou seu corpo cair em cima de mim e ficamos nos beijando com carinho.
Nos arrumamos e quando entramos na casa, algumas pessoas ficaram nos olhando meio sem graça e ela perguntou o que estava acontecendo.
Aninha - Você ainda pergunta? O carro não parou de balançar e seus gritos devem ter espantado qualquer bicho num raio de 100 metros.
Foi aquela zoeira e Regina ficou meio sem graça, mas ela estava tão relaxada que me levou pro quarto dela, mostrando onde eu iria dormir.
Pedro - Regina, tem certeza disso? Não é melhor eu ir embora?
Regina - Nada disso! Eu ainda não acabei contigo. De madrugada eu vou querer mais.
Pedro - Mas tem outras pessoas aqui no quarto?
Regina - Não quero nem saber. Ontem várias pessoas ficaram metendo e eu tive que escutar e fiquei cheia de tesão e só tinha os meus dedos pra me satisfazer.
Pedro - Mas eu nunca fiz sexo, com outras pessoas no mesmo quarto.
Regina - Nem eu, mas tem uma primeira vez pra tudo, né?
Pedro - Não sei se isso é uma boa ideia.
Regina - Depois a gente pensa nisso.
Pedro - Chama a Sara pra mim, que eu quero falar com ela.
Regina - Por quê? O que você quer com ela?
Pedro - Nada demais. Chama ela pra mim.
Regina - Tá bom meu amor. Só um instante.
Minutos depois ela veio com a irmã e as duas se sentaram na cama. Falei com Regina que a conversa era somente com a Sara.
Regina - Mas, por quê?
Sara - Por mim você pode ficar.
Pedro - Acho melhor não. É um assunto sério.
Regina - O que houve? Aconteceu alguma coisa?
Sara - Nada demais. Pedro, pode falar o que você quer. Minha irmã vai ficar aqui.
Pedro - Eu não sei qual foi a sua intenção ao fazer aquilo, mas saiba que ninguém vai me separar da Regina. Ninguém, entendeu?
Regina - O que você fez? Por que ele tá falando isso?
Pedro - Fala pra ela, Sara! Fala o que você fez
Sara - Não fiquei chateada comigo, irmãzinha, mas eu não gosto muito do Pedro, pelas coisas que ele fez. Ficar contigo, sendo que ele é pai do seu ex, e depois engravidar você, sendo que você ainda era de menor. Fiquei muito puta com ele e decidi testar a relação de vocês pra ver se é realmente forte.
Regina - O que você fez?
Sara - Eu gravei a nossa brincadeira do verdade e consequência mais cedo e mandei pra ele.
Regina - Você o quê? Ficou maluca?
Sara - Você não fez nada demais. Estou orgulhosa de você, que se manteve fiel a ele.
Pedro - Hahahaha essa é boa… E se ela tivesse me traído?
Sara - Eu conheço a minha irmã e sei que ela não faria isso, além do que, esse teste foi mais pra você, pra parar de ter desconfianças dela, que te ama muito e agora eu sei que você a ama muito também. Saiba que o João não é um filho da puta. Eu que pedi pra ele dar em cima da Regina, mas no final acho que ele acabou bebendo demais e exagerou um pouco.
Regina - Você não podia ter feito isso comigo! Isso foi muita trairagem.
Sara - Me perdoa! Me desculpa, do fundo do meu coração. Prometo que serei a sua melhor amiga, uma excelente cunhada e a maior tia que esse bebê vai ter. Eu juro!
Regina - Pede desculpas ao Pedro! Ele veio aqui tarde da noite, pegou uma estrada perigosa e aposto que com a cabeça a mil por hora, pensando nas nossas vidas. Já pensou se ele tivesse sofrido um acidente por causa disso?
Sara - Eu não imaginava que ele viesse pra cá morrendo de ciúmes!
Pedro - Eu só vim pra cá, porque Regina me chamou. Eu confio nela.
Sara - Me desculpa, Pedro! Me dá um abraço aqui.
Nós nos abraçamos e ela mais uma vez me pediu perdão e chamou Regina pra se juntar ao abraço.
Depois disso, as coisas entre nós melhoraram, inclusive com ela fazendo com que aquele quarto ficasse só pra nós, dando a privacidade que nós queríamos.
No domingo, tentei fazer amizade com algumas pessoas lá, menos o tal de João, mas mesmo assim ele veio até mim e me pediu desculpas e disse que não foi por mal e exagerou um pouco as coisas e eu disse que tudo bem, mas que não se aproximasse mais da Regina e ele aceitou numa boa, dizendo que não tinha nada a ver, mas que iria me respeitar.
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Depois daquele fim de semana, eu voltei a morar com meu pai e Andréia, enquanto a casa que Pedro comprou pra gente não ficava pronta. Todo dia ele passava pra me ver e às vezes a gente ia pro motel.
Eu por mim, iria todo dia, mas Pedro tinha muitas coisas pra resolver e aos poucos as coisas foram se ajeitando.
Os meses foram passando e a minha barriga crescendo. Não só a minha barriga crescia, mas a da Andréia também. Ela se queixava de dores e eu pensava que logo seria eu a me queixar dessas dores.
Pedro me levou numa consulta médica, pra checar como estava a gravidez e se tinha algum problema, pois eu ainda tinha muitos enjôos e a vontade de transar era enorme.
A médica explicou que isso era comum em alguns casos e que estava tudo em ordem. O bebê estava ganhando peso e estava bem e conseguimos até saber qual era o sexo do bebê. A médica no início ficou em dúvida, porque ela disse que o safadinho estava escondendo o piruzinho e quase não dava pra ver.
Regina - Teremos um menino, meu amor!
Pedro - Eu não sei, mas eu tinha até sonhado que seria uma menina, mas o que importa é nascer saudável.
Regina - Acho que ele vai ser jogador de futebol, porque toda hora fica me chutando.
Todos nós rimos e fomos embora pra nossa casa no Méier. Já estava tudo pronto pra receber o bebê e eu estava muito feliz com a minha vida com o Pedro.
Ele chegava às vezes cansado do restaurante, mas sempre me dava atenção e sexo. Eu cheguei até a pensar que eu era ninfomaníaca, porque eu tinha vontade de transar todos os dias e em alguns dias, eu queria várias vezes.
Num certo dia eu peguei Pedro tomando um negocinho pra poder dar conta e ele ficou todo envergonhado por tomar o que ele chamava de “vitamina de pinto”, mas ele se esforçava muito pra apagar o incêndio que ficava entre as minhas pernas.
De vez em quando, eu tinha vontade de levar atrás. No início eu tinha vergonha de pedir, porque eu disse a ele que nunca faria sexo anal, mas depois que fizemos, eu acabei gostando um pouco e pelo menos uma vez por semana eu queria.
Numa das vezes, nós estávamos transando de ladinho, porque era mais confortável pra mim. A posição de papai e mamãe era praticamente impossível, mas Pedro sempre tentava várias posições pra me ajudar e de ladinho era a melhor.
Às vezes eu ficava por cima também, mas eu me cansava logo e ficava mais rebolando do que sentando e quicando. Então basicamente a gente transava nessas duas posições sempre e de ladinho, ele me comia a buceta e às vezes o meu cuzinho também.
Regina - Aaaah, Pedro… você está me viciando nisso. Antes era uma vez por semana e agora já está quase dia sim, dia não, seu filho da puta, aaaaaiii, devagar, meu amor.
Pedro - Desculpa, amor… eu te amo tanto, que às vezes não consigo me controlar.
Regina - Hummmmm, que delícia esse pau no meu cuzinho…só vai um pouco mais devagar…isso…Aaaai que delícia…
Botei a minha mão no meu grelinho e fiquei me tocando também, até gozar mais uma vez.
Pedro - Eu vou gozar, amor…
Regina - Quero na boca… Preciso tomar muito leitinho pra ficar forte e saudável.
Ele então tirou o pau do meu cuzinho e tocou uma punhetinha bem rápido e eu já fiquei com a minha boquinha aberta e a língua pra fora, esperando a minha vitamina diária.
Pedro - Aaaaaah, Toma isso, meu amor! Aaaaah, toma tudinho…
Regina - Que delícia de leitinho…
Continuei chupando o pau dele, até sugar a última gota e depois deixei ele bem limpinho.
E assim, os meses foram passando.
Meu irmão nasceu e era um bebê grandão, mas puxou mais para o lado do meu pai e não nasceu negro igual a Andréia. Mesmo assim, ela queria colocar o nome de Zulu, mas o meu pai não deixou.
O nome escolhido foi Thyago. Andréia que escolheu esse h e o y, só pra sacanear o meu pai, mas ele acabou deixando, mas ela disse que o próximo se chamaria Zulu, mas o meu pai disse que não haveria próximo. Andréia brincava dizendo que ela teria mais um sim e que era pro meu pai abrir o olho e ajudar no processo ou então iria dar um jeitinho…
Eu e Sara ficávamos zoando meu pai por causa disso e ele ficava bufando e reclamando com a Andréia.
Thyago era um bebê lindo, moreninho, com cabelos pretos e olhos amendoados. Nasceu com 3,850 kg, media 51cm e é por isso que a barriga da Andréia era gigante. Ele era carequinha e a mãe chamava-o carinhosamente de meu branquinho, porque meu pai a chamava carinhosamente de minha pretinha.
Sara queria ser madrinha do Thyago e do meu bebê também e já anunciava a todos que era a madrinha, mesmo que não tenhamos decidido nada.
O tempo foi passando, até que faltava mais ou menos um mês pro nascimento do meu filho. Já tínhamos escolhido o nome e seria Vicente. Pedro estava muito preocupado, porque eu me queixava de muitas dores e ele achava que era por causa do excesso de sexo que fazíamos.
Foi quando um dia durante uma de nossas transas,em que estávamos de ladinho, que eu senti uma dor imensa no abdômen e pedi pra ele parar um pouco. Quando Pedro saiu de dentro de mim, ele disse que viu sangue em seu pau e a minha dor aumentou ainda mais.
Pedro - Regina, temos que ir pro hospital. Você está sangrando.
Regina - Pedro, está doendo muito. Eu não quero perder nosso filho! Me ajuda…
Pedro - Você consegue se levantar?
Regina - Não sei se consigo…está doendo muito!
Pedro - Eu vou ligar pra Sara e pro seu pai.
Enquanto ele ligava, eu tentei me sentar na cama e fui me vestindo como dava. Olhei pras minha pernas e vi sangue.
Regina - Meu Deus! Estou perdendo ele, estou perdendo ele! Por favor, meu Deus! Por favor…
Senti minha vista escurecer e apaguei. Não sei quanto tempo se passou, mas tive um sonho com Dona Beth, mãe de Pedro, que estava feliz e dizia que agora faltava pouco e para eu ter forças, porque a verdadeira batalha iria começar. Ainda disse que estaria sempre ao meu lado e que eu fosse uma boa mãe para Samya, porque ela precisaria muito de mim.
Quando eu acordei, estava no hospital deitada numa cama. Pedro estava ao meu lado e explicou que estava tudo bem.
Regina - Pedro, onde está o meu bebê? Ele está bem?
Pedro me olhou com um certo ar de preocupação, parecendo que queria esconder alguma coisa.
Regina - Pedro! Onde está o meu filho?
Pedro - Regina, tiveram que fazer uma cesariana em você, pra salvar a sua vida e o bebê, mas agora está tudo bem.
Regina - Por quê sua cara de preocupado então, Pedro? O que está acontecendo? Cadê o nosso bebê?
Pedro - Não sei como te dizer isso, mas o bebê é uma bebê…
Regina - O que? Não, Pedro! Deve haver algum engano. Cadê o Vicente? Cadê ele, Pedro?
Pedro - A nossa bebê é hermafrodita, Regina, quer dizer, o termo que se usa hoje é intersexual.
Regina - O que? Não estou entendendo.
Pedro - Ela nasceu com os dois sexos. O médico me explicou que isso é um caso raro e está fazendo alguns exames nela.
Regina - Mas, ele…quer dizer ela, o que vai ser, Pedro?
Pedro - Seu pai conversou comigo e disse que no momento devemos esperar e não nos precipitar. Existem casos de hermafroditas e pseudo-hermafroditas que é um pouco mais comum. Raramente os dóis órgãos se desenvolvem e o mais provável é que enquanto um se desenvolva, o outro atrofie. Por isso devemos esperar pra saber o que vai acontecer.
Regina - Por quê isso aconteceu? Não fizemos nada de errado…
Pedro - A medicina não sabe explicar, meu amor. O que me disseram é que durante a gravidez, ocorreu alguma mudança genética no feto.
Regina - É minha culpa! Essa vontade louca de fazer sexo deve ter bagunçado tudo…
Pedro - Não é isso, Regina. Pelo menos os médico falaram que isso poderia acontecer, mesmo não fazendo sexo durante a gravidez.
Regina - Deixa eu ver se eu entendi bem, nosso bebê tem uma vagina e um pênis? É isso mesmo? Acho que estou sonhando… Deve ser alguma droga que me deram por causa da dor…
Pedro - Regina, se acalme. Tudo vai dar certo. A bebê é linda e tem os olhos clarinhos, meio acinzentados de tão claros que são.
Regina - Mas ela vai fazer xixi pela pepeka ou pelo pinto… A gente vai ter que comprar cueca ou calcinha? O que iremos fazer?
Pedro - Calma, Regina! No momento ela vai usar fralda porque é um bebê e eu não faço a mínima ideia por onde vai sair o xixi, mas o cocô eu sei por onde e é você que vai limpar, kkkkkk
Regina - Seu idiota! Como pode brincar numa hora dessa? Eu quero ver a minha filha!
Pedro - Eu vou ver o médico e vou pedir pro seu pai entrar.
Ele me deu um beijo na testa e outro na boca e assim que saiu do quarto, meu pai entrou e eu comecei a chorar.
Regina - Pai, o que eu vou fazer? O que está acontecendo?
Armando - Calma, filha! Sei que você está assustada pela situação diferente, mas ela é linda. Lembra muito você e a sua mãe…
Regina - Mas o que será dessa menina?
Armando - Pra tudo tem um jeito. Ela está fazendo uns exames e depois com o tempo a gente vê o que faz. No momento, você tem que ser forte e amar essa pessoinha, que vai precisar de muito amor e compreensão.
Regina - Eu sei, mas estou com medo. Não sei se vou dar conta.
Armando - Você não está sozinha! Tem o Pedro, eu, Andréia, Sara, seus dindos e até a sua mãe está vindo pra cá, depois que soube do nascimento.
Regina - Ela tinha prometido que estaria presente…
Armando - Daqui a pouco ela vem pro quarto e aí você vai conhecê-la.
Depois de algum tempo, o médico entra no quarto com uma enfermeira trazendo a bebê.
Médico - Boa noite, Regina! Tudo bem, mamãe! Sua filha está bem, apesar de ser prematura.
A enfermeira me deu a bebê e assim que eu a peguei no colo, comecei a chorar e a bebê também.
Médico - Calma, Regina! Respira fundo e se acalme, que a bebê deve estar com fome.
Regina - Ah… claro, claro…
Enfermeira - Pode dar pra ela o seu peito. Parece que tem bastante leite…
Regina - Vocês poderiam dar licença…
Médico - Não precisa ter vergonha. Isso é uma coisa normal.
A bebê não parava de chorar, mas foi eu tirar o peito pra fora, que eu acho que o instinto natural surgiu nela, que veio logo abocanhar o meu peito.
Regina - Aaaaaiiii, calma aí… Aaaiiiii… Ela tá me mordendo!
Cada sugada era uma mordida que machucava muito. Meus seios estavam muito sensíveis e eu não parava de chorar e a vontade era de soltar uns cinco palavrões.
Médico - Já pensaram num nome?
Pedro - Era Vicente, mas agora…
Regina - Samya. O nome dela é Samya.
Pedro - Samya? Nunca pensamos num nome feminino…
Regina - Por favor, Pedro! Eu não sei porque, mas me veio esse nome agora na minha cabeça.
Médico - Nas atuais circunstâncias, seria bom um nome mais neutro, como Ariel por exemplo…
Armando - Então você ainda não sabe qual gênero é?
Médico - Nós fizemos alguns exames e tudo indica que…
Regina - Aaaaaiii, Samya! Tá machucando a mamãe!
Médico - A Samya, aparentemente tem um útero saudável e ovários também. Então, na parte feminina parece tudo de acordo, mas no masculino, ela tem somente um testículo, que é interno.
Armando - Entendo…
Pedro - Eu não entendi…
Médico - Ao que tudo indica, ela terá mais probabilidade de ser do gênero feminino, mas teremos que observar se ela vai se desenvolver mais como homem ou mulher, mas já aviso que provavelmente a carga hormonal dela será menor e teremos que complementar.
Regina - Caralhooooo! Essa menina vai arrancar o bico do meu peito!
Enfermeira - Quando um estiver muito dolorido, mude para o outro.
Médico - É provável que o pênis não se desenvolva e aí poderemos amputar o membro e ela terá uma vida plena como mulher.
Pedro - Tudo bem, doutor. Obrigado por tudo.
Regina - Quando faremos isso?
Médico - Não tem um tempo definido e em alguns casos temos que aguardar até a puberdade. Com o tempo vocês irão observar se ela tem mais desenvoltura como menino ou menina.
Armando - Obrigado, doutor.
Médico - Minha esposa está querendo lhe fazer uma visita, Dr. Armando. Acho que ela quer colocar umas próteses pra ficar do tamanho da Regina.
Armando - Enquanto eu quero tirar um pouco dela, pra não ocasionar lesão na coluna, outras querem ter peitão. Tá vendo Regina?
Regina - No momento estou concentrada aqui pra não jogar essa menina longe… Ela tá me mordendo…
Enfermeira - É assim mesmo, querida.
Médico - E ela ainda nem tem dentes, imagina quando os primeiros nascerem…
Regina - Nem pensar… Ela vai ter que aprender a usar a mamadeira…
Todos rimos um pouco e a enfermeira me ensinou a bota-la pra arrotar. Logo depois ela dormiu.
Regina - Doutor, será que eu posso ver como a minha filha é lá embaixo?
Médico - Claro, mas não se assuste. Não tem nada de apavorante ou monstruoso. É só diferente, ok?
Regina - Ok
A enfermeira tomou a Samya das minhas mãos e tirou a fraldinha dela. Quando eu vi, não acreditei e comecei a chorar…
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…….
Os dias passaram voando, semanas, meses… Antes eu ia no restaurante todos os dias, mesmo que fosse somente durante 1 hora, mas agora eu ia somente 1 vez por semana e ficava lá umas 3 horas. Por incrível que pareça, minha filha Joana parece que tomou jeito e estava me ajudando muito. Esse namoro, que agora virou noivado estava fazendo muito bem a ela.
Minha filha e seu noivo pegaram firme no restaurante e estavam fazendo um bom trabalho. Lógico que não era perfeito e algumas vezes eu dava uns toques ou até mesmo um esporro de leve, mas eles sabiam que na cozinha de um restaurante é assim mesmo que funciona, pois às vezes é um ambiente altamente estressante.
Essa dedicação dos dois permitiu que eu me dedicasse em casa pra cuidar da Regina e da Samya. Não estava nada fácil… Regina desenvolver uma leve depressão e eu tive que segurar as pontas. Sara me ajudou muito e se não fosse ela…
Minha irmã Sabrina, também ajudou bastante, mas Samya era muito chorona e por várias vezes tivemos que levá-la ao pronto socorro, pra saber se tinha algo errado. Nós preferimos levá-la num hospital que fica no Méier mesmo, porque devido à situação dela, onde ela ia, virava uma atração e isso me incomodava muito. Regina então, tinha vontade de socar a cara de alguém, quando achava que olhavam torto pra Samya.
Por isso passamos a levar sempre no mesmo hospital, onde todos nós conheciam e nos tratavam de forma digna, sem fazer um espetáculo.
Aos poucos a gente foi apresentando Samya às pessoas e nós tomamos uma decisão de não contar a situação dela pra muita gente. As únicas pessoas que sabiam de sua intersexualidade eram Armando, Andréia, Grazi, Sara e Nina, além de nós dois, óbvio. Pedimos pra Sara não falar ao Abel e também pedimos pra Nina não falar ao Erick. Eles concordaram e nós falamos que num futuro iríamos contar, mas que no momento a gente queria deixar assim.
Muitas pessoas foram conhecendo Samya, tanto da família dela, quanto da minha, mas faltavam duas pessoas conhecerem a minha caçulinha. Nikke e Valentina.
No início, achei que Nikke não queria conhecer por algum problema, mas ela me disse que estava sem tempo mesmo, porque o trabalho estava puxado.
Samya, como sempre chorava sem parar, mas agora nós já sabíamos que isso era uma coisa dela, pois já havíamos feito inúmeros exames com ela. Estava tudo certo, porque ela estava ganhando peso e altura.
Enfim, Nikke e Valentina deram uma passadinha lá em casa e chegaram na hora do fuzuê. Samya estava novamente mamando e mordendo Regina, que não aguentava mais sofrer. Minha esposa não chorava como era no começo, mas os olhos ficavam cheios d'água, porque devia doer muito.
Abri a porta pra Valentina e Nikke, que me cumprimentaram com um abraço forte. Sara estava conversando com Regina e as duas tentavam distrair Samya que estava chorando novamente.
Nikke foi falar com Regina e Samya, mas aí que a garota abriu a boca mesmo, chorando com mais força e Nikke ficou até assustada e foi pra cozinha, onde eu estava e ficamos conversando um pouco.
Foi quando uma coisa muito estranha aconteceu. Samya parou de chorar e Nikke até falou comigo e eu disse que ela devia estar com a boca ocupada, mamando na mãe.
Regina - Pedro, vem aqui rápido!
Fui até a sala com Nikke, e Samya estava no colo da Valentina e estava quietinha e até sorrindo pra ela. Era muito raro isso acontecer e ficamos sem entender.
Pedro - Val, o que você fez?
Valentina - Não sei. Eu só fiz uma cara de boba pra ela e ela sorriu. Aí eu fiquei fazendo careta e conversando com ela e ela quase riu de dar uma gargalhada. Acho que ela gostou de mim.
Nikke foi tentar pegar Samya no colo, mas ela começou a chorar novamente. Fizemos uma experiência e todos pegamos ela um pouco e Samya chorou pra todos, menos pra Valentina.
Sara - Essa garota gamou na Valentina. Só fica quietinha com ela. Como pode isso?
Nikke - Todo mundo gosta da Valentina. Ela é muito carismática.
Olhei pra Regina que estava meio emburrada e disse que iria aproveitar que a Samya estava calma e iria ao banheiro. Sara pegou ela no colo novamente e dessa vez Samya reclamou um pouquinho, mas não chorou. Assim que Valentina falava qualquer coisa, minha filha ficava se mexendo, como se estivesse procurando por Valentina.
Continuamos a conversar e eu notei que a Regina estava demorando muito e fui ver se ela estava bem. A porta do banheiro estava encostada e Regina estava sentada no vaso chorando.
Pedro - O que foi, meu amor? Não chore.
Regina - Eu não sou uma boa mãe, Pedro. Nossa filha me detesta. Eu sou apenas um depósito de leite pra ela. Até hoje ela nunca sorriu pra mim e bastou sua irmã aparecer uma vez que ela está lá toda feliz.
Pedro - Não fica assim, Regina.
Regina - Ela me odeia! Eu dou tanto amor a ela, mas ela só quer saber de me morder e me machucar.
Pedro - Você está exagerando. Ela já sorriu pra você várias vezes.
Regina - Só quando eu estou dando o peito pra ela.
Cheguei próximo a ela e lhe dei um abraço. Depois fui dando beijos e comecei a passar mão em sua bunda, mas ela me cortou.
Regina - Não estou no uma pra isso, Pedro.
Pedro - Mas já faz tempo que a gente não faz nada, Regina.
Regina - Pedro, por favor, eu não estou com cabeça pra isso agora.
Pedro - A gente tem que conversar, Regina.
Regina - Eu não quero agora. Temos visitas.
Pedro - Você não está saindo nem pra ir comprar um pão na padaria. Quando foi a última vez que você pegou um sol?
Regina - Não sei, Pedro. Eu não sei, mas a única coisa que eu sei, é que a minha filha tem um problema cabeludo e ela sofre por causa disso de alguma forma e ela me odeia.
Pedro - Que isso, Regina. Odeia é uma palavra muito forte.
Regina - Eu falo com ela pra parar de morder e aí parece que ela morde com mais força. Olha só como está o meu peito!
Ela me mostrou os peitos e eles estavam um pouco roxeados.
Regina - Eu não estou aguentando mais… e imagina quando os dentes começarem a nascer.
Pedro - A gente tem que dar mamadeira pra ela.
Regina - Já tentamos, mas ela só sossega quando eu meto os peitos na cara dela. Parece que ela tem obsessão pelos meus peitos.
Eu levantei ela do vaso e dei outro abraço, pedindo pra ela ter mais paciência e que essa fase vai passar.
Pedro - Eu acho que vou pedir pra Valentina passar aqui mais vezes. O que você acha?
Regina - Sara vai ficar com ciúmes.
Pedro - Sara tem o Thyago pra ver também.
Decidimos voltar para sala e vimos Valentina com Samya no colo e brincando com ela. A menina chegava até a gargalhar de quase perder o fôlego. Regina vendo aquilo começou a chorar, mas acho que era um choro de felicidade, vendo que a filha estava feliz. Ela me abraçou e me deu um beijo no rosto.
Sara olhou pra gente e riu falando que era a primeira vez que via Samya gargalhar. Valentina adorou segurar Samya, mas o tempo foi passando e ela tinha que ir embora. Foi aquela choradeira quando Samya percebeu que Valentina não estava mais lá e Regina teve que dar o peito pra ela,mas dessa vez, parecia que ela estava um pouco mais calma e não estava machucando a mãe. Regina até chegou a esboçar um sorriso.
O tempo foi passando e Regina foi voltando ao normal, ficando menos depressiva e mais amorosa. Eu combinei com Valentina ir lá em casa dia sim, dia não pra dar uma acalmada na Samya e isso funcionou muito. Regina achou que Sara iria ficar com ciúmes, mas foi idéia dela mesmo pra Valentina aparecer lá em casa mais vezes.
4 ANOS DEPOIS
Eu estava muito preocupado com o desenvolvimento de Samya. Internamente estava tudo certo, mas externamente não. Era visível que os dois sexos estavam se desenvolvendo, mas a parte masculina não estava tanto e o médico me disse que seria melhor fazer logo a cirurgia e tirar o órgão sexual, inclusive já havia dito que era pra eu ter feito isso pra evitar traumas.
Eu tinha muitas dúvidas e Regina disse que não queria mexer em nada, mas eu falava com ela que seria complicado ela ir dormir na casa de alguma amiguinha, tomar banho num vestiário, ou até mesmo quando começasse a namorar. Regina dizia que teriam que aceitar ela do jeito que ela é…
Tirando isso, nós estávamos bem. Achamos melhor não colocar ela numa creche por enquanto, mas sabíamos que mais cedo ou mais tarde teríamos que tomar alguma providência.
Eu estava no restaurante, quando Regina me ligou dizendo que iria levar Samya no parquinho junto com Andréia e Thyago. Falei pra ela que depois eu passava lá e dava uma carona e ela disse tudo bem.
Passaram algumas horas e nada da Regina me ligar e eu decidi ligar pra ela.
Pedro - Regina, tudo bem?
Regina - Oi, Pedro! Tudo bem sim.
Pedro - Você está demorando! Tudo bem mesmo!
Regina - Mais ou menos. Eu e Andréia estamos ajudando uma pessoa aqui.
Pedro - Que pessoa?
Regina - Uma travesti. Parece que bateram nela e está até com um olho roxo.
Pedro - Não é melhor você e a Andréia chamarem outra pessoa pra ajudar. Vocês já estão com as crianças.
Regina - Elas estão quietinhas brincando.
Pedro - Não acho legal expor nossa filha dessa forma.
Regina - Relaxa, Pedro. A Andréia foi na farmácia comprar umas coisas e foi num caixa 24h sacar um dinheiro pra dar a ela e eu fiquei com as crianças.
Pedro - E a Travesti?
Regina - Está aqui me olhando… Depois a gente se fala, que a Andréia já está voltando.
Nós nos despedimos e eu fui ao encontro delas. Eu estava muito feliz, minha família estava bem, Regina e eu pensávamos em ter mais um filho e eu já tinha comprado um imóvel pra abrir um bistrô. Tudo estava indo muito bem, mas quando cheguei no parquinho percebi que a minha vida iria mudar radicalmente.
FIM DA PRIMEIRA TEMPORADA
Epílogo
14 ANOS DEPOIS…
Eu estava saindo do meu bistrô, que se chama Regina’s, quando vi um um homem caído na rua. Ele estava aparentemente bem vestido, mas parecia ter algum problema. Provavelmente era mais um bêbado que exagerou na dose e estava lá ao relento.
As pessoas hoje em dia, são muito insensíveis e todos passavam por ele, mas ninguém o ajudava. Voltei pra dentro do bistrô e fiz um sanduíche de carne assada, peguei uma lata de suco e saí novamente.
O cara agora parecia que estava louco, falando sozinho algumas coisas, como se estivesse reclamando, mas ao chegar mais perto, notei que ele parecia falar com alguém. Coitado!!! Deve estar louco!!!
Me aproximei com cuidado, com medo de sofrer algum ataque e falei com ele.
Pedro - Boa noite, tudo bem contigo?
Homem - Não sei… Estou meio perdido aqui. Não conheço nada por aqui…
Pedro - Qual o seu nome?
Homem - Acho que é Paulo… Não consigo me lembrar direito.
Pedro - Então, Paulo, eu trouxe pra você um suco e um sanduíche de carne assada.
Homem - Obrigado! Eu realmente estou com fome e estou sem nenhum dinheiro e sem documentos.
Notei que ele falava bem e suas roupas, embora estivessem sujas, pareciam ser de grife e a maneira como ele se portava era de uma pessoa instruída.
Eu estava agachado na rua e então me levantei pra ir embora, quando esse homem voltou a falar comigo.
Homem - Pedro! Você é o Pedro?
Achei estranho, pois em nenhum momento eu me apresentei a ele, ou será que me apresentei?
Pedro - Sim, meu nome é Pedro.
Homem - Graças a Deus! Eu vim aqui pedir a sua ajuda.
Pedro - Você me conhece de algum lugar?
Homem - Acho que não, mas me disseram pra vir aqui e que você me ajudaria.
Pedro - Quem te disse?
Homem - Uma moça muito bonita. Ela veio me acompanhando pelo caminho, me dizendo que eu esperasse aqui nesse lugar, que o Pedro iria me ajudar.
Pedro - E você veio de onde?
Homem - Não lembro, mas ela estava conversando comigo um pouco antes de você chegar e disse pra eu aguentar firme, que você logo viria me ajudar. Deduzi que você era o Pedro, pois foi a única pessoa que me ajudou e ela disse que o Pedro iria me ajudar.
O cara estava muito doido, provavelmente drogado também ou quem sabe sofria de alguma doença mental…
Pedro - E onde está essa moça que te ajudou?
Homem - Ela sumiu. Eu olhei pra você se aproximando e quando olhei de volta, ela tinha ido embora.
Pedro - Vamos fazer o seguinte. Eu acho que eu tenho roupa limpa no meu escritório e tenho desodorante também. Vamos lá trocar de roupa e depois eu te levo num hospital pra ver se você está machucado. Tudo bem?
Homem - Eu lhe agradeço. Seria bom, eu acho, mas eu preciso voltar pra casa.
Entramos no bistrô e fiz com que ele trocasse de roupa. Em seguida, coloquei suas roupas dentro de um saco e o levei até um hospital e expliquei a situação dele. Deixei ele lá e passei o meu contato para a enfermeira que o atendeu e lhe dei duzentos reais, dizendo que entregasse ao homem, caso ele se lembrasse de alguma coisa, seria um dinheiro pra ele voltar pra casa, ou então comer alguma coisa na rua, durante alguns dias.
Fui falar com ele e me despedir pra ir embora pra minha casa.
Homem - Muito obrigado, Pedro! A moça bonita voltou e disse que estava feliz por você ter me ajudado.
Pedro - Onde ela está?
Homem - Ela estava aqui, ainda pouco. Acho que foi embora. Obrigado de novo pela ajuda e pelo dinheiro.
Pedro - Que dinheiro?
Homem - Desculpa! Ela me disse que você iria deixar um dinheiro pra mim.
Pedro - Quem? A enfermeira?
Homem - Não… A moça bonita…
Me despedi dele e saí de lá um pouco assutado e desconfiado. Será uma nova modalidade de golpe? Enfim, fui pra casa e aí chegar, minha filha está na sala, vendo algum filme de terror.
Pedro - Oi, filha! Que filme é esse?
Samya - Pânico
Pedro - Qual deles?
Samya - 10
Pedro - Poxa, filha! Eu disse que queria ver contigo…
Samya - Você fica enrolando…Eu estava com medo de tomar spoiler.
Pedro - O filme é bom? A Sidney apareceu?
Samya - O filme até que é razoável e a Sidney não apareceu.
Pedro - Começa de novo, que eu quero ver do início.
Samya - Ah, não…Depois você vê…
Pedro - Onde está sua mãe?
Ela me olhou com uma cara um pouco chateada e disse que estava na cozinha.
Pedro - Querida, cheguei!
Eu disse imitando o Dino da SilvaSauro e ela veio da cozinha, linda como sempre e me deu um beijo.
Nikke - Fiz um franguinho com quiabo pra gente comer, meu amor.