Troca de Filhas – T 02 – Parte 01

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Grupal
Contém 4132 palavras
Data: 29/01/2024 18:10:39
Última revisão: 29/01/2024 20:36:02

Na Ausência das Filhas

O jantar em companhia de Naomi foi muito agradável, a linda mulata não dava nenhuma demonstração de que estava chateada com a viagem do marido e muito menos com o fato de que seu casamento estava se acabando.

Isso ficou claro quando ela revelou aos seus três acompanhantes de que, ao comentar com Michele sobre esse assunto, falara apenas superficialmente, pois instigada pela loira ela revelou que a decisão era definitiva e que, inclusive, já tinham dado entrada nos papéis para assinar o divórcio que por ser amigável, seria assinado quando seu marido retornasse da Arábia para cumprir algumas formalidades quanto à sua transferência e deixaria esse assunto também resolvido.

Kleber olhava para Naomi como se estivesse conhecendo a ela naquele dia. Nunca antes a vira tão espontânea e acabou descobrindo nela alguns detalhes que nunca havia observado. A mulher, além de linda, tinha um humor que despertou sua atenção. Ela variava entre a ironia e o sarcasmo, sendo engraçada com qualquer comentário a espeito dela mesma e ácida e até malvada quando comentava sobre outras pessoas. Isso provocava gargalhadas por parte de Michele e Gunnar a ponto da mesa que eles ocupavam no restaurante se tornar alvo da atenção de todos os presentes.

Ele ficou incumbido de levar Naomi na casa dela porque ela tinha ido para o aeroporto em um Van que seu marido contratou para transportá-los e que ela dispensou quando resolveu jantar na companhia dos amigos. No caminho, ela manteve a mesma postura e Kleber acabou se descontraindo e rindo junto com ela.

Mas não foi apenas isso que aconteceu. No curto trajeto entre o restaurante e a casa dela ele passou a observar mais que o seu comportamento ao conversar e não pode deixar de admirar a forma como ela se vestia. Naomi usava uma saia azul piscina cujo comprimento ia até abaixo dos joelhos, porém, ao ocupar o banco do carona de seu carro, não se sabe por qual motivo, a saia ficou acima dos joelhos e, a cada vez que ele olhava, notava que a mesma havia se deslizado sobre as pernas roliças e perfeitas mostrando cada vez mais.

As atitudes de Naomi deixavam claro que ela estava agindo no intuito de seduzir ao Kleber. Todos os sinais estavam ali e iam muito além do fato dela deixar que a saia subisse e deixasse suas lindas pernas à mostra. Ora uma mecha de cabelos era separa e ela o enrolava com os dedos, o olhar fixo no homem, principalmente em sua boca quando ele estava falando e ora ela tocava nos ombros dele quando estava falando alguma coisa. Isso tudo acompanhando de uma expressão aonde um sorriso convidativo só era interrompido quando ela prendia o lábio inferior com os dentes. Até mesmo a respiração da bela mulata a denunciava, pois chegava a emitir ruídos quando ela expirava o ar de seus pulmões, mostrando que a mesma estava alterada.

Logicamente isso tudo teria funcionado com outros homens. Porém, quem estava ali não era um cara qualquer, mas sim o fiel e honesto Kleber que se sentia na obrigação de ser fiel, não a uma mulher, mas a várias delas, pois em sua cabeça esse era o seu dever com relação à Lalana sua filha, a Michele, sua amiga, amante e muitas vezes fazendo o papel de esposa substituta e, depois da última aventura, também sentia que Thyra também tinha o direito a sua fidelidade.

Foi assim que chegaram em frente do prédio em que a Naomi residia, fato que ela fez questão de demonstrar que não a agradava. Aquele era o último local para onde ela queria que o Kleber a levasse, porém, sabendo que não ia conseguir nada com ele, disfarçou seu descontentamento e se despediu dele com um beijo no rosto. Só que, no momento em que foi beijá-lo, lhe ocorreu ser um pouco malvada e deixou que sua boca escorregasse até que tocasse o canto da boca dele e, não satisfeita, entreabriu os lábios e deixou que sua língua tocasse nos lábios dele.

Heroicamente Kleber resistiu àquela provocação e se despediu dela com um simples ‘até amanhã’, enquanto levava as mãos sobre seu colo para esconder o volume que seu pau duríssimo formava na calça.

Naomi entrou em seu apartamento furiosa, porém, sua raiva logo foi se transformando em determinação e ela, quando entrou no seu quarto, mirou sua imagem no espelho e falou em voz alta:

– Ah seu Kleber! Você pode correr, você pode se esconder, mas você não pode sumir da face da terra e eu juro que vou fazer de você o homem que vai me dar o que eu mais quero.

Virou as costas e andou saindo para o banheiro e, depois de apenas três passos e parecendo ter se lembrado de alguma coisa, voltou para frente do espelho, esticou o dedo indicador e o balançou na direção do espelho como se a imagem que era refletida ali não fosse a dela, mas sim do Kleber e completou sua ameaça:

– Se prepare para a guerra meu amigo, pois a primeira batalha vai acontecer já na segunda-feira.

Entretanto, Naomi não precisou esperar até a segunda-feira e no decorrer do dia seguinte lodo depois de acordar, ainda um domingo, ligou para o número que Michele havia lhe dado e que nunca tinha usado. Depois do papo normal para uma ligação que aparentemente não tinha propósito nenhum e era interpretado por Michele como um caso de uma mulher que estava se sentindo solitária e precisava conversar com alguém, Naomi finalmente entrou no assunto que pretendia e perguntou:

– Estou me sentindo sufocada sozinha aqui nesse apartamento e estava pensando em sair para almoçar, só acho que é chato fazer isso sozinha. Você por acaso não está pensando em almoçar fora também?

Michele, como era de se esperar, estranhou aquela abordagem. Mas a Michele é a Michele e na mesma hora lhe ocorreu se aquela beleza morena não estava a fim de algo a mais e resolveu dar cordas, respondendo:

– Na verdade não Naomi. O Gunnar e eu estamos aqui curtindo a falta da nossa filhota. Mas se isso é um convite, podemos pensar a respeito.

– Você me pegou agora. Eu estava com segundas intenções e pensava em ser convidada, Agora você me colocou na posição difícil, pois me sinto obrigada a convidá-los, só não sei para onde, pois não conheço nenhum lugar, já que não sou acostumada a sair aos domingos.

Michele, talvez para descontrair a outra, resolveu enrolar um pouco mais e mudou de assunto:

– Como assim? Seu marido nunca te levava para almoçar fora?

– Não Michele. Meu ex-marido é atleta profissional de futebol, está lembrada? Todos os finais de semana ele estava envolvido em algum jogo em algum lugar desse país enorme.

– Ah! É verdade. Tinha me esquecido disso. Sendo assim, fique tranquila que eu escolho o lugar. A que horas fica bom para você e aonde nos encontramos?

– A hora você que diz. Quanto ao local, se vocês não se importarem, podem me pegar aqui em casa. Você sabe o endereço?

– Não Naomi. Sei apenas que você mora no Moinho dos Ventos.

– Independência, para ser mais exato. Meu apartamento fica ao lado do Shopping Total.

Em seguida Naomi informou o nome da rua e o número para Michele que em resposta lhe disse que passaria por lá entre as onze horas e trinta minutos e o meio dia. Entretanto, ainda faltava algo para completar os planos de Naomi e ela perguntou disfarçando:

– Vamos só nós três ou você pretendo convidar mais alguém?

Imediatamente Michele percebeu que estava sendo usada pela morena. Ela já havia percebido o interesse de Naomi por Kleber. Quer dizer, na noite anterior ela teve certeza de algo que ela já desconfiava há muito tempo: era um caso típico da secretária interessada no chefe. Só que aquilo não a ofendia, pelo contrário, até a divertia muito, pois ela era capaz de apostar que as chances de alguma coisa acontecer entre os dois eram praticamente nenhuma. Sendo profunda conhecedora de Kleber, ele sabia que o seu amante jamais se deixaria seduzir pela secretária porque, na forma de pensar dele, o envolvimento entre chefe e subordinado era algo proibido. Além disso, se havia algo que Michele não alimentava era o ciúme. Se ela não se importava com o fato de seu marido estar sempre conquistando garotas e transava com elas sem esconder nada dela, por qual motivo iria se incomodar se isso acontecesse com o Kleber que era a pessoa por quem ela nutria um enorme carinho, muito tesão e era um grande amigo, mas com relação aos sentimentos, não passava disso. Então resolveu jogar o jogo que Naomi propunha nas regras ditadas pela outra, sabendo que poderia mudar esse jogo na hora que quisesse. Além disso, entendeu que o comportamento de Naomi abria novas possibilidades e, ter aquela bela mulher na cama novamente seria algo que ela não dispensaria jamais e, se nessa cama estivesse seu marido ou seu amante, melhor ainda. Então pensou:

”Você não tem a menor ideia de onde está se metendo garota. Mas se é isso que você quer, então que seja.”

Depois respondeu exatamente aquilo que a Naomi queria ouvir:

– Então, normalmente quando fazemos esses passeios costumamos convidar ao Kleber. Se você não se importar, eu gostaria de convidá-lo.

– Lógico que não. Seria ótimo ele ir também. – Respondeu Naomi e depois se arrependeu por ter respondido rápido demais e deixar o tom de sua voz revelar a ansiedade dela com a sugestão da amiga.

Mas era tarde demais. Do outro lado da linha, Michele sorria com malícia, agora com certeza de que seus pensamentos estavam corretos e pensou:

“Pobre Naomi. Você está entrando em uma disputa perdida.” – E depois de dizer a Naomi que chamaria o amigo para ir junto com eles e se despedir, lhe ocorreu outro pensamento: “Quer dizer, não tão perdido assim, pode dar certo para ela se eu ajudar e, pensando bem, porque não? Isso pode render ótimas aventuras. Então minha querida e linda Naomi, você só tem que me fazer querer. Faça-me querer que eu juro que faço valer a pena”.

A segurança de Michele de que ela tinha o controle da situação era completa. Porém, até que ponto essa atitude se sustentaria e não passasse a se tornar um motivo que a tirasse da zona de conforto onde ela se colocava. Tanto é que ela ligou para o Kleber logo a seguir e o convidou para o almoço sem citar que teriam a companhia de Naomi.

Kleber foi até o apartamento do casal de amigos de onde partiram usando apenas o carro dele e reclamou muito quando Michele e Gunnar ocuparam o assento traseiro do carro o deixando na posição de simples motorista. Depois reclamou quando a mulher foi lhe indicando um caminho diferente daquele que ele conhecia como sendo o que os levaria até o restaurante. Ficou ainda pior quando ela mandou que ele estacionasse próximo a esquina da Rua Gonçalo de Carvalho e outra com o nome peculiar de A Rua Mais Bonita do Mundo, pois sabia que ali residia Naomi, uma vez que a havia deixado ali no dia anterior. Mas sendo o Kleber de sempre, não falou nada, porém, não conseguiu disfarçar a admiração com a beleza da jovem morena quando ela tomou o assento ao seu lado.

Naomi tinha decidido mudar de tática. Se na vez anterior ela deixara suas pernas à mostra e isso não dera o resultado esperado, dessa vez ela escolheu com cuidado a roupa que usava e exagerou no que diz respeito a bom gosto, sem se preocupar em usar seu corpo. Em sua mente ela plantara a ideia que a tática para seduzir àquele homem tinha que ser diferente. Toda esportiva, com uma calça jeans não muito justa e uma blusa de seda de abotoar na frente com todos os botões fechados, mas que, diante da maciez do tecido, deixava transparecer que ela usava um sutiã discreto.

Por outro lado, ela caprichou no visual do seu rosto. Seus cabelos negros e encaracolados estavam soltos e caiam por sua costa como uma cascata do mais puro petróleo e a forma que ela o prendeu com um enfeite de um lado enquanto o outro caia livre sobre seus ombros e o fato de ter usado um produto que os deixava com a aparência de molhados lhe dava a aparência de ser bem mais jovem. Na verdade, sua aparência era de uma adolescente, principalmente quando se notava que optara por uma maquiagem discreta onde o único detalhe possível de notar eram os cílios que deixavam seus olhos negros e oblíquos ainda mais destacado. Naomi poderia se passar como uma jovem de menos de dezoito anos para qualquer um que não lhe conhecesse. Completando o quadro discreto que ela tentava demonstrar, calçava tênis de uma marca famosa, porém, comum.

A aparência de Naomi chamou tanto a atenção que a Michele não resistiu e passou o dedo indicador no lábio inferior de Gunnar enquanto dizia:

– Feche essa boca homem. Você está babando.

Naomi não pode se conter e deu um sorriso radiante, principalmente ao notar que o Kleber também olhava para ela com a boca aberta e não resistiu e também passou o dedo no rosto dele falando quase a mesma coisa:

– Você também pode fechar essa boca e dirigir, por favor?

Se Naomi sorriu com a frase de Michele, essa não se conteve e deu uma sonora gargalhada enquanto o Gunnar, já conhecendo sua esposa e sendo mais descolado que o Kleber, pensava: “Essas duas estão com péssimas intenções. Eu fico até com pena do Kleber. Ele hoje vai ser fodido, literalmente fodido. Pena que a coisa não seja para o meu lado.”

Se Naomi agira de forma a impressionar com sua aparência externa, internamente se esmerou em chamar a atenção de Kleber que nunca notara nela uma conduta não descontraída, alegre e divertida. O problema é que a forma como ela sorria para ele sempre que ele manifestava alguma opinião, com os olhos que pareciam maiores do que realmente eram fixos nos seus, só servia para deixá-lo ainda mais desconfortável.

Dessa forma transcorreu o almoço e Michele não se conteve e, antes da sobremesa ser servida, alegou que precisava ir ao toalete e convidou Naomi para acompanhá-la. A morena até pensou em declinar do convite, mas quando olhou para a outra notou que aquele não havia sido um simples convite e viu na forma como era encarada que se tratava de uma imposição e sequer ponderou, aceitando o convite.

Quando ficaram sozinhas dentro do toalete, Michele foi direta e disse:

– Olha Naomi. Se você pretende seduzir ao Kleber com esse seu joguinho, fique sabendo que não vai conseguir.

Em um primeiro momento Naomi quis refutar as acusações de Michele, porém, sabia que estava diante de alguém que não ia conseguir enganar. Ela já tinha tido mostras de como aquela mulher é intuitiva quando, sem conseguir disfarçar seu tesão, passou uma noite inteira com ela, quando então teve o que acreditava ser o melhor sexo de sua vida, pois nunca antes tinha gozado tanto. Então resolveu tirar proveito daquilo:

– Você acha mesmo? Então me diga o que eu devo fazer.

Michele sorriu, embora tivesse que reconhecer que, por alguma razão que não compreendia, estava se sentindo incomodada com a atitude de Naomi.

Pensou que poderia ser ciúme, mas descartou essa hipótese, pois naquele mesmo dia já tinha pensando sobre isso e sabia que esse sentimento era algo que não combinava com ela. Então pensou mais profundamente sobre o assunto e lhe ocorreu que talvez, somente talvez, ela pudesse estar sentindo que a Naomi poderia vir a ameaçar o seu status de ‘rainha do baile’ que ela desempenhava no relacionamento com aqueles dois.

Entretanto, Michele era muito orgulhosa para aceitar essa hipótese e, sem encontrar outra, resolveu deixar isso de lado e deu prosseguimento ao seu plano:

– Para te falar a verdade, eu nem sei se tem um jeito. Nunca antes convivi com um homem tão difícil.

– Como assim, difícil? – Quis saber Naomi.

– É que ele tem um senso de moralidade diferente e luta com tenacidade para se manter dentro de sua linha de pensamento.

– Então me fala. Como é que eu tenho que agir para realizar esse meu desejo?

– Desejo é? Não sabia que as coisas estavam nesse ponto.

– Pois você nem tem noção do quanto é grande esse desejo. Imagine como é difícil para mim conviver diariamente com alguém tentando chamar a atenção dele e não conseguir nada. Naquela noite em Bento Gonçalves eu imaginei que teria minha chance, porém, aconteceu tudo diferente do que eu gostaria.

– Ah é? Quer dizer então que eu atrapalhei os seus planos? – Perguntou Michele se sentindo ofendida.

– Nããããoooo. Não foi isso. Foi ótimo estar com você e, muito embora tenha sido uma experiência nova para mim, foi uma noite inesquecível. Não me lembro de ter tido tanto prazer antes.

– Você está querendo me dizer que foi sua primeira vez com uma mulher? Não acredito!

– Bom. Primeira, primeira, não foi. Mas nas vezes anteriores, e olha que foram poucas, apenas duas, eu fiz mais pela sacanagem do momento e nem senti tanto prazer. Em uma delas sequer cheguei a gozar. Com você foi diferente. Com você eu me senti envolvida e além de gozar muito, eu quis muito retribuir o prazer que você me deu. Sinto muito se não foi tão bom para você também.

– Foi ótimo querida. Tão bom que eu não hesitaria um minuto em repetir. Basta você querer.

– Que bom saber disso. Pelo menos agora eu tenho a certeza de que compensou minha frustração momentânea de não ter transado com o Kleber.

– Bom, voltando ao que interessa. Se você quer foder com o Kleber vai precisar acuar a ele. Você tem que criar uma situação em que ele fique sem saída mesmo.

– E como vou fazer isso se ele não se interessa por mim?

– Aí que você se engana. Você está deixando o Kleber maluco de tesão. Só que ele jamais vai dar o primeiro passo e se você fizer isso em uma situação em que ele possa se safar, ele vai fugir de você. Como eu te disse: beco sem saída, está lembrada?

Naomi assentiu e ficou olhando para Michele e nessa hora lhe ocorreu algo que ainda não havia pensado e foi buscar coragem em seu desejo por Kleber para perguntar:

– Interessante isso. Agora, me explica uma coisa. Como é que você sabe tanto sobre o Kleber?

Essa foi uma das raras vezes em sua vida que Michele se sentiu acuada. Porém, ela era a mulher com muitas facetas e podia usar qualquer desculpa, como, por exemplo, o fato de conviver com Kleber por muito tempo já e ter por várias situações nessa convivência. Só não podia dizer que uma dessas situações era exatamente igual a que Naomi experimentava agora, porém, lhe ocorreu que se Naomi tivesse sucesso em seu plano de seduzir ao Kleber, logo a verdade sobre o relacionamento que ela e o seu marido mantinha com ele viria à tona. Então disse apenas:

– Isso é uma longa história e já nos demoramos muito aqui e se for te contar eles vão estranhar. Se já não estão estranhando. Então, vamos deixar esse assunto para depois.

– Se você me prometer que vai contar tudo, eu deixo.

– Você tem mesmo certeza de que quer saber de tudo?

– Ai Michele. Desse jeito você me deixa assustada. Mas tenho sim. Quero saber de tudo.

– Só te aviso uma coisa. Cuidado com o que você deseja. De repente eles podem ser realizados e você ficar decepcionada.

Dizendo isso Michele riu e se encaminhou para a saída, fazendo com que Naomi não tivesse alternativa senão a de segui-la, e foi o que fez enquanto pensavas no que a outra acabara de dizer. A primeira coisa que lhe ocorreu era a de que Kleber fosse gay, mas isso não fazia nenhum sentido e ela logo descartou essa possibilidade.

Ao chegarem à mesa Michele resolveu provocar Naomi e fez um carinho na cabeça de Kleber antes de ocupar o seu lugar onde se sentou com um sorriso malicioso nos lábios, o que deixou Naomi com uma expressão assustada, Afinal, depois do que ouvira no toalete, ver aquela cena fez com que ela começasse a pensar em outras possibilidades.

Mas logo tirou isso da cabeça. Era algo tão improvável que não dava para pensar a respeito.

O restante do tempo em que permaneceram juntas foi um tormento para Naomi e Kleber. Ela por ver que a todo instante Michele agia como se o Kleber fosse o seu marido e não o Gunnar e ele pelo constrangimento de vê-la agir de uma forma que deixava transparecer à Naomi de que havia algo bem mais intenso entre eles do que uma simples amizade e, o fato do marido de Michele encarar aquilo com muita naturalidade, chegando a demonstrar que estava se divertindo, a deixava ainda mais intrigada.

Não bastasse isso, quando eles já se preparavam para deixar o restaurante, restando apenas o garçom trazer a máquina para que eles pagassem a conta através de cartão, os celulares de Michele e Kleber receberam chamadas simultâneas. Ela ficou atenta ao Kleber que disse no aparelho:

– Oi Thyra! – E depois de um breve intervalo em que ouvia a pessoa do outro lado: – Tudo bem, oi amor!

Estranhando o fato dele se referir à filha do casal de amigos como amor ela não teve tempo de pensar a respeito, pois ao mesmo tempo Michele dizia no aparelho dela:

– Boa tarde Lana, minha querida. – E depois de ouvir por um curto tempo: – Lógico que já estou com saudade de você e sim, você é uma delícia.

Até o Kleber, distraído em sua conversa com Thyra, não conseguiu ficar alheio ao que Michele tinha dito e a fulminou com um olhar que ela fez questão de minimizar fazendo careta para ele e um movimento com a mão como a dizer que aquele tratamento era normal.

Para Naomi, o simples fato das ligações estarem invertidas, pois as garotas ligaram para os pais trocados, já era muito estranho. O fato de Kleber ter sido praticamente obrigado a se referir à Thyra como ‘meu amor’ e da Michele dizer à Lalana que ela era uma delícia era muito, mas muito estranho mesmo. Ficou ainda mais intrigada quando Michele, conversando com Lalana como se falasse com alguma amante, olhava para ela com uma expressão zombeteira e com um olhar de desafio, como se quisesse informar a ela em que tipo de mundo ela estava querendo entrar.

Depois disso o almoço transcorreu normalmente até o momento de irem embora. Saíram do restaurante e, ao chegarem diante do apartamento de Naomi ela se despediu de todos com beijinhos no rosto sem coragem de ousar mais quando beijou o rosto de Kleber. Ao sair do carro reparou que Michele já estava ao seu lado com a intenção de ocupar o seu lugar enquanto Gunnar permanecia sozinho no banco traseiro e ouviu quando ela falou para os dois, porém, deixando nítida a sua intenção de que aquela informação fosse ouvida por Naomi:

– Gente, vamos logo para casa que eu quero fazer alguma coisa para que a gente se despeça daquele apartamento, pois na semana que vem vamos nos mudar para nossa nova casa. E tem que ser algo para ficar na história, já que é a última vez.

Michele dizia ao mesmo tempo em que se sentava e levava a mão para acariciar as pernas de Kleber alisando desde o joelho até próximo a virilha e quase tocando o pau dele que imediatamente deu sinal de vida formando um volume em sua calça, ao mesmo tempo em que Gunnar olhava para Naomi analisando sua reação que ela, embora tentasse disfarçar, não conseguiu deixar de transparecer estar aborrecido com aquela atitude da loira.

Para a linda morena, não havia mais dúvida de que Kleber, o homem que tanto desejava, era o amante de Michele e, pior ainda, esse relacionamento era do conhecimento do marido dela. Aliás, não só do conhecimento, mas com toda a certeza com sua participação ativa também e aquilo colocava luz sobre algumas frases enigmáticas de Michele quanto a ser uma profunda conhecedora de Kleber. Ela ficou tão abalada ao ser atingida com aquela verdade que desprezou um elemento daquela questão que era a forma como Kleber falava com Thyra ao telefone.

Sem conseguir disfarçar a raiva que sentia e uma pressão no peito que a deixava com dificuldades de respirar, Naomi entrou no prédio, usou o elevador que, para seu alívio estava sem nenhum outro ocupante e, ao entrar no apartamento, correu para a cama onde se atirou e abriu as comportas de suas lágrimas, chorando com pesar ao sentir que seus sonhos evaporavam no ar.

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Comentários

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Acompanhei os episódios anteriores e anteriormente a Michele confessou no carro dizendo que mantinha um relacionamento de cinco anos com Kleber e seu marido sabia e concordava, sendo assim via Kleber como se fosse um segundo marido,ficou um pouco confuso parte desse episódio inicial da segunda temporada onde Naomi não sabia do relacionamento entre Michele e Kleber.

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Amigo, o conto está ótimo. Porém, como estou acompanhando desde a primeira temporada, notei um ponto: na temporada 1, a Michele já contou para a Naomi que ela, o Kleber e o Gunnar tinham um relacionamento a três e que o Kleber se referia a isso como um trisal. Então, ficou estranho agora a Naomi não saber disso. Ela só não sabe a parte da Lanana e da Thyra, mas sabe o resto.

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Vou verificar. Mas acredito que você está certo.

É uma falha grotesca e nem sei se tem como arrumar.

Desculpe.

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Não achei a Temporada 01 no seu perfil

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Boa noite. Não está escrito Temporada 01. Comece por 01-PROVOCAÇOES, depois vai para 02-BATALHA PERDIDA.

SÓ O PRIMEIRO CAPITULO ESTA FORA DA ORDEM.

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Tadinha da Naomi, esta apaixonada e não sabe onde esta se metendo.

Ótimo retorno.

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Nassau amigo sumido fico feliz pela sua volta triunfal ao CDC, com a continuação da saga em sua 2 temporada parabéns nota mil parceiro satisfação.

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Pessoal,

Em virtude do erro cometido por mim e detectado graças ao aviso do amigo Neto Batista, eu alterei o final do conto.

Pretendo repetir esse aviso quando for publicar a Segunda Parte para aqueles que não comentaram poderem reletem.

Mais uma vez, obrigado Neto. Esse é o tipo de intervenção sadia e útil e espero que o seu exemplo seja seguido.

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Magnífico retorno e capítulo! Excelente!!!

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a história ainda vai render e bastante.

Nassau me desculpe mas vou comentar um erro seu no decorrer da história, pelo menos é o que me ´parece...

vc colocou que eles foram buscar a Naomi na casa dela e depois foram ao restaurante, mas agora no final vc colocou que ela tinha deixado o carro ali próximo e que retornou dirigindo sozinha...

Não achei a parte dela ter deixado o carro próximo

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me desculpe se eu estiver enganado.

grande abraço

OBS. foi uma grata surpresa mais um capitulo, para começar bem a semana

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É verdade cara. Obrigado. Vou arrumar isso. Valeu.

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tranquilo Nassau...

Olha depois de arrumar deleta meu comentário.

perigoso algum invejoso e muito xarope da cabeça ainda vir te criticar...kkk

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Nem pensar em deletar.

Atitudes positivas como essas devem ficar registradas para servirem como exemplos para esses xaropes e invejosos.

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Ah eu precisava de uma leitura de qualidade nesta segunda feira.

Sensacional como sempre Nassau!

Obrigado!

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muito bom capitulo da segunda temporada

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