Quando meninos se tornam mulheres - Capítulo 13

Um conto erótico de Melissa Diniz
Categoria: Trans
Contém 2296 palavras
Data: 04/01/2024 17:21:21

Olá meninas e meninos. Está meio difícil de postar de dois em dois dias por questões pessoais. Mas espero que continuem acompanhando. Beijos e abraços. AMO vocês.

Capítulo XIII

Passei o domingo todo em casa vendo filme, dormindo, comendo, bebendo cerveja e pensando na vida. Minha vó perguntava se eu estava bem eu disse que estava processando tudo o que tem acontecido e quando tiver algo para dividir com ela eu diria. Ela me deu um beijo na testa e disse que estava lá por mim, seja para o neto dela ou a neta.

As três semanas se passaram de forma lenta e um pouco melancólica. Não me encontrei com minhas amigas, apenas com o alter ego delas no trabalho. Só passei um domingo com a Bruna sem nem mesmo fazer sexo, mas conversamos muito e ela foi muito compreensiva, carinhosa e me deu muitos toques. Agiu como uma verdadeira madrinha. Queria mesmo colo e um ouvido. Devo ter sido uma companhia muito chata, mas ela soube me aturar.

Na semana seguinte, na quarta a Marcella chegou entusiasmada. Nem tentou esconder muito o jeito de menininha dela. Nos chamou na sala da TI e começou a contar. Que ela tomou coragem e falou para o dono da empresa, Doutor Gerson, que precisava conversar com ele fora da empresa. Era um caso muito importante. Ele ficou preocupado e marcou num bar no centro da cidade. Ela disse que ele chegou e pediu um whisky enquanto a esperava, ela ficou vendo ele chegar de longe. Ela chegou, de vestido, maquiada, com uma lace, um "breast form" e um saltão bem "fuck me". Quando chegou ela demorou alguns segundos para perceber do que se tratava. Ele ficou meio sem entender e pediu para que eu assentasse. Me assentei e falou "Obrigada chefinho!!!" de jeito bem afetada. Ele ficou com os olhos arregalados. Ela disse que contou tudo sobre a vida DELA nas últimas semanas e que ela sentia a necessidade de viver como Marcella 24 horas por dia e queria saber se teria alguma retaliação na empresa. Ele ficou um pouco pensativo e disse que a empresa tem valores que presavam pela diversidade, sabia que eu era uma boa funcionária, segundo ela ele já se referiu a ela no feminino. Mas pediu uns dias para preparar o ambiente da empresa.

Ela contava tudo de forma eufórica. Eu e Michelle ficava apenas ouvindo para onde ia a estória daquela maluquinha. Então quando ela ouviu que estava tudo bem ficou mais relaxada e aceitou um whisky, eles ficaram conversando e ele sugeriu que iria pedir ao RH uma palestra de sensibilização sobre diversidade e com ênfase na questão da transexualidade para ser dada aos empregados amanhã as 14 horas. E na sexta no fim do expediente ela iria disparar um e-mail coletivo avisando que um dos empregados era garota trans e a partir de segunda ela deveria ser recebida com carinho e respeito. Então veio a bomba, ela disse que agradeceu e só informou ele que além dela tinha outras duas meninas trans na empresa que também tinham as mesmas necessidades. Nessa hora, eu fiquei louca e perguntei se ela falou que era a gente. Ela disse que não e que ele saberia na segunda, caso nós tivéssemos sentindo confortáveis em chutar a porta do armário. Ele disse que entendia. Foi um fofo e disse que queria o bem estar dos funcionários.

Fiquei olhando ainda para ela continuar e ela me perguntou o que eu estava esperando, eu respondi para ela continuar sobre o chefe. Ela ficou vermelha e disse que ele colocou a mão na coxa dela e chamou ela para ir a um motel. E ela confirmou que foi. Ela disse que não foi um 10, mas foi bem gostosinho, que ela deu pra ele, chupou muito, bebeu espumante, comeu um filet ao poivre e depois ele deixou ela em casa. O mais importante que ela depois mostrou que ela acabou fazendo um seguro do emprego, pois filmou os dois trepando e ela mostrou pra gente e disse que ele não sabe.

No dia seguinte fomos a palestra e fiquei num canto do auditório observando, Michelle e Marcella ficaram juntas dando um sinal para mim que segunda Michelle também iria vir em femme na segunda. Eu mesma ainda não sabia. Vou procurar a sabedoria e os conselhos da Dona Miriam.

Na sexta as 16 horas chegou um e-mail coletivo onde a administração da empresa informou que alguns colaboradores da empresa se apresentaram com um sofrimento pois eles eram no íntimo pessoas trans e que a partir de segunda feira essas pessoas se expressar como identidade de gênero de acordo com o que elas sentem no seu íntimo, terminou dizendo que a administração espera que todos os colaboradores a recebam de uma forma humana e acolhedora sem preconceitos. Foi engraçado que virou um burburinho na empresa nas duas horas que se seguiram até o expediente acabar. Todos queriam saber quem eram. Eu e as duas meninas agimos de forma discreta. Marcella olhou para mim quando estávamos sozinhas e me perguntou o que eu iria fazer, respondi que não sabia. Ela também me confirmou que Michelle tinha confirmado para ela que a empresa finalmente irá conhecer o seu lado mais bonito.

Fui para casa com a cabeça a mil. Não tinha a menor ideia doque eu faria. Chegando em casa passei no quarto coloquei um short jeans feminino, uma sapatilha e uma blusinha com uma figura anime feminina, passei um batonzinho e chamei vovó pra conversar.

Atualizei sobre as questões da empresa e contei para ela o que eu estava sentindo, que gostava de ser garota, que me sentia bem sexualmente como mulher, mas que sentia falta de um relacionamento estável com um cara bacana e macho que me pegasse de jeito e que ao mesmo tempo me amasse e me assumisse e que isso na minha cabeça seria muito difícil de acontecer.

- Então vamos pôr a cabeça no lugar querida.

- Vou te fazer uma série de perguntas você responde. Ok?

- Você prefere viver como mulher ou como homem?

- Mulher.

- Muito bem. Então você prefere viver como mulher. E quanto ao sexo, você prefere ser passiva ou ativa? Homem ou mulher?

- Eu prefiro ser passiva com homem. Mas tenho feito muitas coisas com mulheres trans, sendo passiva e ativa com elas. O que no momento está fora é mulher cis e homem trans.

- Sobre o trabalho? O que você quer fazer? Continuar na empresa? mudar de empresa? mudar de carreira?

- Estou feliz trabalhando em TI na empresa de hoje.

- Então você gosta de viver como Fernanda, curte homens e ser passiva, gosta do trabalho que você está e a empresa está disposta a acolher os funcionários que queiram fazer a transição de gênero. Então o que está te fazendo a não tomar essa decisão? Pensa nisso gata.

Eu comecei a chorar, aliás era o que eu mais fiz nas últimas semanas. Abracei vovó e fiquei encolhidinha precisando do carinho que ela sempre me deu.

- Fernanda, sobre a questão de casar, ter um marido, viver um amor romântico, casar, ter filho e etc. Ser uma moça linda trans pode ser um complicador, por causa do preconceito e para o filho tem que recorrer a barriga de aluguel, fora isso é a mesma coisa de todas meninas, você vai conhecer cafajestes, conhecer galinhas, vai ficar com pessoas que vai ficar com você mais por curiosidade por você ser trans, mas no geral você vai viver as mesmas angustias de uma mulher cis. Desculpe, mas minhas observações das relações pessoais hoje se você for homem é muito fácil você transar porque as mulheres não se valorizam e as mulheres que quiserem o que você quer vai ter que escolher muito bem pois a qualidade dos homens no geral está bem baixa, e quando digo qualidade não é estética pois tem muito homem maravilhoso por fora que não vale nada em termos de caráter e personalidade.

Eu não sei se essa conversa mais ajudou que atrapalhou minha cabeça, mas acho que foi bom, ainda estava deitada no colo da vovó e ouvindo as estórias dela. Passou um tempo me levantei, peguei uma cerveja e fiquei vendo um programa na TV. Na verdade nem sabia o que estava passando, pois, minha cabeça ficou processando em segundo plano as informações e a conversa em todo o contexto da minha vida. Dormi na sala.

Acordei, a televisão estava apagada e tinha um cobertorzinho sobre mim, carinho da Dona Mirian que eu amo tanto. Me levantei energizada, dei um beijão na vovó, entrei no banho, passei um creme hidratante corporal, fiz uma make básica, coloquei um short de sarja vinho e um body preto sem manga e um tamanquinho preto de salto baixo. Tomamos café juntas e vovó ficou me olhando como quem perguntasse se tinha alguma decisão. Olhei para ela e falei, "Vó, segunda feira a empresa vai conhecer a Fernanda!!!". Vovó sorriu, me deu um abraço, um beijo e disse que estaria ali sempre por mim e que eu tenha uma vida linda.

Me levantei e liguei para as meninas contando a minha decisão, fiquei ouvindo os gritos das bichas comemorando. Minha vibe estava muito boa. Estava feliz, aquela nuvem negra se dissipou. Elas me chamaram para ir ao apartamento de Michelle para escolhermos nossos looks. Era bom pois como era sábado se eu sentisse falta de algo eu poderia ir a um shopping para comprar. Despedi da vovó e fui. Chegando lá tinha um time de respeito, Michelle convidou Bruna e Sofia para nos ajudar. As 4 estavam eufóricas. Bruna me cumprimentou com um abraço e disse que ficou feliz com minha decisão e que viu que estava com uma atmosfera menos carregada, dei um beijo nela e agradeci. A grande discussão que estava rolando era o estilo que iramos usar. Marcella queria algo mais estilo femboy, Michelle estava pensando em um estilo mais executiva e eu queria algo mais casual e feminino. Meu ponto de vista é o seguinte eu devo usar algo que esteja de acordo com meu estilo, mas que ao mesmo tempo eu possa manter o estilo pois eu usaria essas roupas talvez a maior parte do meu tempo. Um estilo mais sexy na minha opinião era fora de cogitação pois era um ambiente formal de trabalho. Sofia se dispôs a nos atender no fim do dia de domingo ou bem cedinho na segunda. Combinei com ela as 6 da manhã de segunda feira. Michelle e Marcella também, íamos as três juntas para a empresa. Sofia convocou duas ajudantes para a tarefa, elas aceitaram quando ficou sabendo da nossa estória e também que elas iram receber uma boa gorjeta.

O fim de semana foi tranquilo, foi gostoso ter reencontrado as meninas, principalmente em um momento que seria uma espécie de um ponto de não retorno nas nossas vidas, bebemos um pouco, brincamos de "dress up" para ajudar a escolher nossos looks. Decidi ser o mais natural possível, por isso decidi não usar "breast form" nem lace, Sofia me disse que ela saberia fazer um cabelo bem feminino já que ele tinha um comprimento bom e era bastante cheio e como dessa vez eu não vou ter que esconder mais meu lado feminino. Sobre a roupa eu escolhi um scarpin preto com salto 8 e verniz, uma meia calça fumê, uma saia lápis preta e uma blusa de seda rosa clara. Fiz as unhas com uma cor puxada para o vinho e dessa vez apliquei unhas de porcelana pelo mesmo motivo do corte feminino, ou seja, não tinha necessidade de me esconder mais. No final o look não ficou tão casual como eu pensava ficou até bem formal e elegante.

Saímos do salão em direção a empresa, queria que minha vó me visse antes, mas não deu por isso mandei uma foto para ela no celular, ela respondeu me dizendo que eu estava muito linda. Marcella era a que mais aparentava felicidade, sem nenhum temor, ela escolheu um look bem estilo japonês meia 7/8 preta com ligas de couro e um coração de ferro no meio, sapato de salto preto em verniz estilo Mary Jane, saia preta plissada um pouco acima do joelho, cropped preto de mangas curtas escrito no meio Angel em strass e muitas bijuterias inclusive uma novidade um piercing em ouro com um brilhante no umbigo. Michelle estava um pouco mais calada que o habitual, a opção dela deu certo, blusa branca de seda, meia calça preta, scarpin preto fosco de couro e salto agulha 12, um terninho feminino de saia e blazer em preto com risca de giz bem finas, um colar de pérolas e uma maquiagem elegante com batom vermelho e olhos esfumaçados. Durante o trajeto o uber nos observava com curiosidade, e a gente contou o que estava acontecendo, ele foi muito compreensivo e interessado, no final nos desejou sorte e entregou um cartão caso a gente precisasse de algo.

Hora de entrar na empresa algo que a gente fazia todo dia as 8 da manhã, mas dessa vez era diferente pela primeira vez a gente ia entrar no nosso trabalho como garotas empoderadas e não mais como garotos nerds. Começamos a entrar, sentia uma dor no estomago, uma ansiedade, um medo. Já tinha noção que antigos colegas que adoravam bater o papo no cafezinho não iriam, mas conversar com a gente. Existia outra questão, no meu caso tinha Gisele, uma das pessoas que trabalhava no administrativo e que namorou comigo por um pouco mais de 6 meses, nos separamos por vários motivos, mas nenhum deles porque eu me sentia uma garota, mas tinha certeza que esse fato iria emergir. Os primeiros colegas já tinham nos vistos e ficavam encarando para descobrir de quem se tratava.

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Comentários

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Nossa senti aqui o frio na barriga. Amando seu estilo de contar.

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Muitíssimo envolvente.

Arrepiei todinho com: "Vó, segunda feira a empresa vai conhecer a Fernanda... ", e mais ainda com a resposta da avó.

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OI LINDA AMIGA, ADOREI A NOSSA CONVERSA NO INSTA, AMARIA TER A CORAGEM DA MARCELLA, MAS SOU COMO A FERNANDA CHEIA DE RECALQUES TRAUMAS, DOGMAS, PAURAS, TRADIÇÕES VANS, QUE NOS ACORRENTAM, NOS CASTRAM NUM PASSADO MEDIEVAL ONDE O SENHOR FELDAL DITAVA O QUE O PROLETARIADO DEVERIA COMER VESTIR, NINGUÉM PODERIA SER E TER MAIS DO QUE ELES; NÓS DENTRO DE UM CONVENCIONALISMO TAL QUE SÓ FAZEMOS O QUE TODO FAZ DENTRO DE UMA FORMA PREDETERMINADA PELO PODER DOMINANTE DA ÉPOCA QUE SE CHAMA MAMOM OU DINHEIRO E SOMOS ESCRAVISADO POR ELE AO CONTRÁRIO ELE QUE DEVERIA SER NOSSO SERVO; MAS, FOI DEVERAS EMOCIONANTE O DESENROLAR E O DESFECHO DA HISTÓRIA ESCRITA POR MELISSA, PARECE QUE A HISTÓRIA FOI FEITA PARA NÓS MOSTRANDO OS NOSSOS DRAMAS, OS NOSSOS MEDOS E OS PRECONCEITOS TRADICIONALMENTE TRNSMITIDOS ATRAVÉS DE NOSSA CONTROVERSA HITÓRIA; SÓ QUE NÓS INFELISMENTE TEMEMOS O QUE OS OUTROS VÃO DIZER, VÃO ACHAR DE NÓS, ENFIM VIVEMOS NUM MUNDO CHANTAGISTA, POCESSIVO, DITADOR E DOGMATICO. ONDE QUEM QUER SOBREVIVER A TUDO ISSO É OBRIGADO VIVER A MARGEM E AS VEZES SECRETAMENTE PARA NÃO SER APONTADO COM UM FORA DO CONTEXTO, OU CONTRAVENTOR DA ORDEM E DA MORAL PUBLÍCA TRADICIONAL, POR ISTO QUE EU NÃO GOSTO DISTO; MAS, É POR ISSO QUE AMO AINDA MAIS E AMO DE PAIXÃO ESTE LINDO E FANTÁSTICO UNIVERSO FEMININO E TRANS E TODAS AS SUAS LINDAS FANTASIAS QUE ENFEITAM OS NOSSOS LINDOS E DELINEADOS CORPOS FEMININO. BEIJUSSS LINDA SAFADINHA AMIGA MELISSA E LINDAS AMIGAS QUE EU ESTOU APRENDENDO A CONHECER. LUIZIANE SUA DISCIPULA SUBMISSA SUDITA.

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Que mudança que os outros da empresa devem ter sentido, legal que a empresa preparou antes, já imaginava que uma delas ia dar pro chefe depois que falaram em contar pra ele e não duvido de o chefe assumir ela, esperando os próximos capítulos

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OI LINDA AMIGA GATINHA, CONCORDO EM GENERO, GRAL E NÚMERO COM VOCE LINDA, HOUVE UMA MUDANÇA DRÁSTICA NA EMPRESA, SÓ QUE VAMOS VER SE HAVERÁ A ACEITAÇÃO DE TODOS E DE TODAS E ESPERAMOS O PRÓXIMO CAPITULO PARA VER O QUE A SAFADINHA DA MARCELLA VAI APRONTAR. LUIZIANE SUA SERVA.

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