Olá meninas e meninos, espero que 2024 esteja bem. Segue mais um capítulo, obrigadinha por acompanharem.
Capítulo XIV
Hora de entrar na empresa algo que a gente fazia todo dia as 8 da manhã, mas dessa vez era diferente pela primeira vez a gente ia entrar no nosso trabalho como garotas empoderadas e não mais como garotos nerds. Começamos a entrar, sentia uma dor no estomago, uma ansiedade, um medo. Já tinha noção que antigos colegas que adoravam bater o papo no cafezinho não iriam, mas conversar com a gente. Existia outra questão, no meu caso tinha Gisele, uma das pessoas que trabalhava no administrativo e que namorou comigo por um pouco mais de 6 meses, nos separamos por vários motivos, mas nenhum deles porque eu me sentia uma garota, mas tinha certeza que esse fato iria emergir. Os primeiros colegas já tinham nos vistos e ficavam encarando para descobrir de quem se tratava.
Fomos direto para o departamento de TI. Meu coração estava saindo pela boca. No trajeto da entrada até a nossa sala vi alguns rostos conhecidos batendo palmas, recebi o abraço de alguns colegas, mas também vi alguns virando a cara pra gente, fazendo um ar de indiferença e até mesmo nojo. Isso me quebrou por dentro, mas ao mesmo tempo me manteve forte.
Durante a manhã recebemos diversas visitas nas nossas salas, entre eles o Doutor Gerson e a Sra. Shirley que trabalha como chefe do RH. Ela queria saber se estava tudo bem e se teve algum problema. A gente disse que estava tudo bem, a medida do possível. Ela se colocou à disposição para nos auxiliar e resolver qualquer problema e terminou dizendo "Sejam benvindas garotas!!!". Outras pessoas apareceram para nos cumprimentar e desejar sorte. A gente via que tinha uns que fazia aquilo meramente de forma protocolar para ficar bem na fita, outras faziam, pois, tinha verdadeira empatia e carinho por nós. Gisele deu uma passada, comprimento Michelle e Marcella, depois passou perto de mim me deu um abraço e disse que depois quando as coisas deram uma acalmada a gente precisava conversar, eu concordei e disse pra ela que aquilo tudo era novo pra mim e que nada daquilo acontecia quando a gente estava junto. Ela disse que precisava entender tudo e pra isso queria uma conversa mais longa, a gente se despediu com três beijinhos e eu disse "Se cuida, gata!!!" de um jeito bem feminino e acho que aquilo deixou ela meio com raiva.
Fomos almoçar no refeitório da empresa e eu nuca vi aquele lugar tão cheio, o Doutor Gerson esteve lá e parabenizou a todos pela forma que fomos recebidas e nos desejou sorte e uma bela caminhada. Me sentia um pouco desconfortável com toda aquela atenção, sempre fui mais reservada e aquilo me deixava um pouco constrangida sendo o centro das atenções. Teve discursos sobre a diversidade e inclusive dizendo que aquele acontecimento seria uma demonstração de que a empresa era um ambiente de pluralidade e acolhimento e que aquele momento não era apenas um acontecimento único, mas que apresentava que todos eram aceitos na empresa independente do gênero, sexualidade, etnia e religião. Já na saída fomos cumprimentadas em especial a diretoria da empresa, além do dono da empresa.
Fomos acompanhadas até a nossa sala pela Doutora Simone, diretora de operação, e o Doutor Mauro, diretor financeiro, foram muito acolhedores e no final despediram da gente de uma forma bem amigável. Quando despedi de Mauro ele nos deu três beijos no rosto e senti o cheiro de macho que mexeu comigo. Sabia que aquele homem era desejado por todas as solteiras, até por algumas casadas, na empresa e que eu não teria nenhuma chance com aquele homem lindo.
Já estava de saída esperando meu uber, e Gisele me esperava na saída e ela disse que queria conversar. Eu disse que estava exausta e se podia ser outro dia, ela disse que se pudesse ser àquela hora ela preferia pois senão ela conseguiria dormir essa noite. Concordei e a gente foi a um restaurante próximo a empresa dentro de uma galeria.
Fomos para uma mesa mais no canto e pedimos uma cerveja, ela me pediu pra contar o que aconteceu, se eu já era gay quando a gente se relacionava e se eu a traía. Tentei acalmar ela, explicando que naquela época eu jamais tinha pensado naquilo, claro que tinha a experiencia com minha prima, mas isso não vinha ao caso naquela hora. Então de forma resumida contei o caso que já estava acostumada a contar que vinha desde o dia do extintor de incêndio até aquele momento. Ela ficou ouvindo com muita atenção. E vi que ela não só observava minhas palavras, mas a forma que eu contava, prestando atenção nos meus jeitos, no meu rosto, na minha roupa e na forma que eu me comportava. Senti que ela ficou mis aliviada, e me deu um abraço e disse que sempre quis o meu bem e que nosso relacionamento não deu certo não por motivos de sentimento e sim de por questões sexuais mesmo, ou seja, de uma forma bem direta nenhum de nós satisfazia o outro sexualmente e acabou aparecendo coisa menos importantes que acabou gerando nosso rompimento. Agora ficava claro que mesmo eu nem sabendo que existia uma Fernanda morando dentro de min e esperando um momento para tomar o controle, ela deu uma risadinha e brincou comigo. Foi de uma certa forma um cartasse e que nos deixou cada vez mais querendo o bem uma da outra. Nos despedimos com um selinho e ela disse que sempre que precisar de uma amiga ela estava lá a disposição, inclusive me chamou para um dia a gente ir almoçar na casa dela pois tem muitas roupas e outras coisas femininas que se eu quiser e não sentir ofendida ela poderia me dar. Eu disse que não teria nenhum problema em receber essas coisinhas de menina dela e que adoraria passar uma tarde com ela. Ela me falou, "Porque a gente não vai agora?". Falei com ela que só iria ligar pra minha vó e dar um relato do dia e a gente iria.
Cheguei no apartamento de Gisele e me retornou aqueles seis meses que eu tinha um sentimento de carinho por ela e ao mesmo tempo de um pouco de vergonha pela minha performance sexual com ela. Ela abriu duas cervejas e me chamou para o quarto e falou brincando que não ia abusar de mim, mas mostrar as roupas. Ficamos bebendo e também separando uma série de coisas, eu tinha mais ou menos os mesmo corpo que ela tinha a algum tempo, mas ela ganhou peso nos últimos dois anos por conta de complicações hormonais devido a uma gestação que não foi a termo, por conta disso acabei ganhando várias roupas bastante interessantes, vestidinhos, shortinhos, saias, blusinhas fofas e inclusive uma série de roupas que seriam ótimas para usar no escritório como por exemplo dois terninhos de saia e blazer e três calças, duas de alfaiataria e uma rosa mais larga.
Voltei pra casa levando uma mala de roupas e contei pra vovó durante a conversa ia vestindo e as roupas e mostrando pra vovó. Dei um beijo nela e despedi dela e fui dormir muito mais tranquila e feliz.
Passou-se um pouco mais de 2 semanas e nós deixamos de ser o assunto principal da empresa, Graças a Deus. Estabeleci um relacionamento de muita amizade com Gisele e enquanto a gente conversava sobre relacionamentos ela me confidenciou que ela estava se relacionando com duas pessoas ao mesmo tempo, uma com o "oficial" que era um piloto da Latam que fazia viagens internacionais e outra que era uma amiga da academia. Achei babado.
Eu fiquei sabendo que sábado ia ter uma festinha no apartamento de Michelle e acabei chamando a Gisele e ela perguntou se poderia ir com a namorada, no caso a Barbara. Disse que as vezes nessas festinhas acabava rolando umas coisinhas mais quentes, ela disse que não tem problema. Ela disse que me buscava em casa no sábado as 22 horas. No dia da festa fui ao salão, fiz as unhas, uma massagem relaxante, cabelo e make. Dei uma volta no shopping e fui a uma loja de lingeries que já tinha comprado antes e acabei só usando os serviços de uma atendente que me deixava mais confortável. Ela me mostrou alguns conjuntinhos e acabei escolhendo dois, um de renda preta e outro casual de microfibra para usar no dia a dia também preto, aliás eu não gostava muito de lingeries vermelhas e brancas, as três cores tradicionais, então 80% das minhas lingeries eram pretas e algumas brancas, mas eu não curtia pois sujava muito fácil. Agradeci a vendedora e fui tomar um café.
No café vi Dr. Mauro e fiquei um pouco tímida pois lembrei do cheiro dele, acho que era os tais dos feromônios. Ele se levantou e me comprimento com um abraço, ai meu deus de novo aquele cheiro de homem, e me perguntou como estava indo na empresa, respondi que os primeiros dias eram meio desconfortáveis pois não gostava muito de holofotes, mas agora está bem. Conversamos durante alguns minutos e ele perguntou se estava fazendo compras, contei que estava precisando de algumas lingeries pois teria uma festinha hoje à noite. Ele achou interessante e convidei ele, sabendo que ele não iria aceitas, mas não custava tentar. Ele disse que já tinha um compromisso hoje e antes dele terminar a frase me antecipei e disse que fui atrevida e claro que nunca iria sair com alguém como eu. Ele me perguntou porque eu achava aquilo, expliquei que ele era um homem bonito, forte, poderoso, que poderia escolher qualquer mulher e claro não escolheria uma mulher trans. Ele disse que aos olhos dele eu era uma mulher muito bonita e inteligente, mas que eu precisava aumentar minha autoestima. Mudei de assunto, ficamos num papinho por poucos minutos me despedi e fui pra casa acabar de arrumar pensando que mesmo ele me achando bonita e inteligente mesmo assim ele não me convidou para sair, ou seja, eu estava certa.
Cheguei em casa meio triste pois sabia que nunca teria um homem daqueles então para espantar a tristeza acabei fazendo um look mais de vadia, coloquei uma meia calça arrastão, mini saia de colegial, com blusinha de colegial de botão branca com um nó mostrando a barriga, um salto peep toe preto de plataforma e salto 14.
Gisele passou com Barbara para me pegar. Barbara era gata, essas meninas de academia com corpão, bundão, peitão bem gata, morena dos olhos verdes. Chegamos, estava Michelle, Marcella, Bruna e Sofia. Além de mim, Gisele e Barbara tinha também três rapazes do círculo de amizades de Michelle e dois ficantes de Bruna. Achei interessante que os dois da Bruna estava usando uma coleira e ela toda de Preto em malha cirrê meio s & m. Michelle veio cumprimentar a mim e também minhas acompanhantes com selinho. Marcela como sempre estava eufórica veio me cumprimentar e disse que convidou a Stephanie para a festa, os olhos delas brilhavam. Ela estava toda menininha, de maria chiquinha, usando um peitão da coleção de Michelle, sandália de salto 10 prateada, com um macaquinho justo prateado e também com unhas e lábios prateados.
Parece conspiração do universo, quando ela acabou de falar do convite chega na festa Stephanie e por incrível que pareça toda em dourado, um vestido curto, um scarpin clássico salto 12 com sala vermelha, um colar lindo em ouro com esmeraldas legitimo e uma bolsa Louis Vuitton dourada em formato de baú combinando tudo com os cabelos loiros platinados lisos, lindos indo até o meio das costas. Na hora eu não me aguentei em ver Marcella de prateado e Stephanie de dourado. Foi uma cena icônica, Stephanie entrou toda poderosa e todos da festa olharam pra ela. Ela simplesmente andou, de uma forma muito feminina e atraente, em direção a Marcella puxou ela pela cintura e deu um beijo de língua desses que deixa todos os espectadores com tesão. Marcella a partir daquela hora foi dominada por aquela mulher e durante a noite se tornou a tchutchuca de Stephanie.
Stephanie assentou no sofá com Bruna e ficou conversando enquanto Marcella ficou assentada aos pés dela e de vez enquanto recebi um afago da na cabeça de sua "dona". Desde que ela entrou toda vestida de dourado ela ocupou a atenção de todos, não só pelo visual, mas pela presença impositiva. Bruna me chamou e cochichou algo no meu ouvido, procurei a dona da casa e pedi para ela o que Bruna havia solicitado, quando cheguei, os olhos de Marcela se iluminaram, coloquei no pescoço dela uma coleira e uma guia em couro dourada. Bruna e Stephanie conversavam normalmente como se nada acontecia ao redor, mesmo as duas tendo três pessoas assentadas aos seus pés com coleiras implorando por um pouco de atenção de suas Domes. A gente a princípio que aquela indiferença poderia ser vista como algo ruim, mas cada minuto de indiferença que passava deixava os olhos de Marcella mais radiantes.
Vi que Bruna, Stephanie e Marcella estavam no mundo delas e provavelmente não tinha lugar pra mim, o mesmo senti em relação as minhas duas amigas que trocavam caricias entre goles de espumante e mordida em morangos e Michelle estava brincando com seus "amigos, paus amigos". Senti que faltou espaço pra mim e decidi ir embora sem muito alarde.
Cheguei em casa por volta das 2 da manhã, um pouco bêbada fui para o quarto e dormir. Passei o domingo arrumando meu quarto. Resolvi pintar ele de salmão, tirei todos os móveis do quarto, coloquei um shortinho jeans e uma camiseta da Minie, uma trilha da Katy Perry e pintei o quarto o dia todo, depois da segunda camada fui pra sala, onde almocei e fiquei vendo Netflix.
A semana passou rápido e na quinta feira quando cheguei em casa minha avó estava bem feliz e me encaminhou até a sala pensei que a minha penteadeira nova que eu havia comprado on line tinha chegado, mas não era isso, havia um buquê com 12 rosas vermelhas, uma caixa de bombons cherry da Kopenhagen e um cartão. O cartão era do Doutor Mauro, me pedindo desculpas por ter me sentido mal aquele dia no shopping e me convidando para passar o fim de semana com ele na casa dele escrito na roda pé do cartão "PS: traga roupa de banho para a piscina!". Meu coração disparou, mostrei o cartão pra vovó. Será que eu aceitaria aquele convite? Antes de eu começar a falar bobagens com minhas inseguranças e medos vovó me mandou ir comprar três biquinis e duas saídas de banho e um calçado adequado para piscina. Achei que o tamanco preto com salto fino 12 era adequado, mas preferi comprar um do mesmo modelo pink. Procurei minha vendedora na loja de lingerie ele disse que não tinha biquini na loja, mas ela tinha a solução perfeita