Sentia dores por causa da noite passada. Madame P era uma dominatrix que tinha fixação por testículos. Ela o torturou, deu pequenos tapas e apertões. Ela ia até um certo limite que nunca era ultrapassado. E por incrível que pareça, sentiu um pouco de tesão. Não conseguiria dizer que a experiência foi boa e agradável. E também não diria que foi ruim. Talvez a ideia de ser dominado - de forma violenta - por um mulher acendia algo dentro dele. Não desejava a repetição de uma sessão daquelas, porém sentiu coisas diferentes dessa vez. Havia aceitado o fato que gostava de ser o submisso, de ter o corpo usado por outros. Só que isso ultrapassava algum limite que havia posto. Ainda mais sobre a proposta. Iria para um brunch com Maria e assim poderia conversar sobre o assunto. Sentiu que ficaria mais confortável usando uma minissaia jeans e sem calcinha. Sem nada apertando seus doloridos testículos.
Maria estava sentada em uma mesa que dava visão para o mar. O sol matutino iluminava seus cabelos e sua pele, evidenciando decote generoso. Pensou que aquilo era uma forma de exibicionismo, uma sensualidade especial que apenas Maria tinha. Estava com um copo de espumante em sua mão. Se aproximou e se abraçaram. Conversaram um pouco de trivialidades, sobre o novo lápis de olho e uma fofoca ou outra. Resolveu puxar o assunto sobre a noite que havia tido com uma masoquista e sua escrava.
- Então tá doendo?
- Um pouco. Vim sem nada por baixo pra não me apertar.
- Hahahaha sei. Admite, você é uma piranha.
Riram um pouco. Tocou levemente na mão dela.
- E teve mais uma coisa. Um pedido estranho. Ela é médica, né e se ofereceu a ajudar minha mãe, além de pagar uma parte da minha dívida. Só tem um detalhe, Maria. Quer me castrar em troca.
- Como assim? Ela é louca?
- Ela é tarada por bater em saco, daí ela têm essa fantasia. De transformar homem em eunuco.
- Aceitou?
- Não me decidi. Tenho até o fim do mês pra dizer se quero ou não,
O telefone pessoal dele tocou. Era sua prima. Pediu licença e saiu para um lugar mais solitário. Não poderia usar a voz de Gabriela e ele não queria fazer isso na frente de Maria.
- Alô? O que houve, prima?
- Sua mãe. Ela veio visitar minha mãe e passou mal. Estamos no hospital XXX.
- Tô indo.
Voltou para mesa com Maria.
- Querida, tenho que ir embora. Minha mãe tá no hospital.
- Quer que vá com você?
- Não precisa.
- Quero te ajudar.
- Por favor, não. Sabe que vou tirar essa roupa e a maquiagem. Não vou falar com essa voz. Não quero que me veja desse outro modo, sempre serei sua Gabriela.
Maria compreendeu. Depois que Gabi saiu, pediu mais um espumante. Já Gabi, vestiu roupas masculinas. Se olhou no espelho, percebeu que ficava melhor como Gabi do que agora. Essas eram as roupas que o faziam entrar em um mundo que não havia Maria, que não havia homens loucos por seu corpo e muito menos se sentia sexy. Era apenas um rapaz dirigindo com muita preocupação em direção ao hospital. Chegando lá, sua prima estava na portaria. Estava desesperado.
- Oi Lari. O que houve com ela?
- Passou mal lá em casa. Ela tá sendo examinada. Fica tranquilo.
- Vou tentar.
Se sentou ao lado de sua prima. Ela era pequena, do tipo mignon. Seu primeiro beijo foi com Lari, um beijo roubado. Ela que roubou. Tinham a mesma idade e por isso havia uma certa sintonia. Estava nervoso e resolveu dar uma caminha. Uma médica vinha na direção oposta e ele percebeu quem era. Ela demorou um pouco e assim abriu um sorriso. Era Madame P.
- Gabi? O que faz aqui?
- Fala baixo, por favor?
- Ah, aquilo é um segredo. Um bem grande, pelo visto. Pensou no que te disse?
- Ainda não.
- Quanto mais cedo se resolver, melhor. Mal espero pra te deixar vazio.
- Preciso pensar.
- Tudo bem, não é fácil mesmo. Não me disse o que faz aqui.
Ela possuía uma personalidade dominadora, mesmo fora de sua sessão. Ela ia da docilidade para a mais pura objetividade em segundos. Sentiu que deveria responder.
- Minha mãe. Passou mal. Estou esperando pelo médico pra saber o que aconteceu.
- Sabe qual é o médico?
- Dr. X
- Vou falar com ele. Senta ali e me espera. Já volto.
Sentou-se. Estava tão nervoso! Passados 15 minutos Madame P surgiu.
- Falei com ele. Ela está melhor, consciente. Perguntou de você. Ela deve ficar a noite de observação e amanhã voltar pra casa. O Dr. X vai falar com você hoje ainda e vai te dar detalhes. tá tudo bem, Gabi.
- shh não me chama assim.
Ela riu. Em seguida olhou sério.
- Já te disse que posso ajudar sua mãe. Sabe o que deve fazer pra ajuda-la.
- Sim, eu sei.
- Isso é um sim?
- Não me decidi ainda.
- Tem até o fim do mês. Quero um sim ou um não.
Se despediu e foi embora. Aquela mulher sabia ser carinhosa e ao mesmo tempo assustadora. Voltou para junto de Lari e comentou essas informações.
- Ainda bem que tem essa amiga. Vamos esperar.
~~~
Sua mãe voltou para casa, após o susto. Agradeceu sua prima, que lhe deu um beijo no rosto.
- Que cheiroso primo. Que perfume é esse?
Inventou um perfume qualquer pois aquele era feminino. Ficou um pouco abalado pelos acontecimentos. O médico falou que apenas um tratamento mais caro evitaria essas recaídas e daria um tempo de vida maior para ela. Sozinho em casa tirou suas roupas. Ficou nu na frente do espelho. Seu corpo era baixo, magro, sem pelos. A cintura era presente e ele tinha um pouco de quadril. Dessa forma sua silhueta era afeminada e após exercícios e alimentação certos, isso ficou bem mais acentuado. Olhou sua bunda. Não era grande, mas era redondinha e empinada. Ficava ótimo de calcinha enfiada na bunda. Suas coxas eram bem torneadas. Seu rosto era andrógino e como havia deixado o cabelo crescer e usava um corte unissex, ficava mais ainda parecido com uma garota. Ainda nu, mandou uma mensagem para Madame M.
"eu aceito"